The Next Queen - Interativa escrita por Lu au Andromedus


Capítulo 12
Capítulo 10 - Fagulhas


Notas iniciais do capítulo

Hello again cupcakes!!!

Gostei de chamar o povo de cupcake, mas acho que um monte de vocês já perceberam isso devido as minhas respostas dos comentários kkk.

A partir de agora, graças a sugestão da fiel leitora Meire, todos os capítulos vão ter nomes. Os passados também já foram nomeados, caso estejam se perguntando. Então uma salva de palmas para a Meire!!

Fotos de vários lugares do palácio já estão no site. Se alguém ainda não tiver visto, dê uma olhada lá.

E sem mais delongas, boa leitura.



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Capítulo 10

Fagulhas

 

Selecionada Melissa Dalla Costa

 

Em todos os seus dezessete anos de existência, Melissa tinha certeza de nunca ter vislumbrado tanto luxo quanto naquele dia. Já havia perdido a conta de quantos “uau” saíram de sua boca desde que colocara os olhos no palácio pela primeira vez. De início, o que mais chamou sua atenção foi o fato de ele se localizar literalmente em cima de um lago, com água o cercando de três lados, mas logo seus olhos se desviaram para os outros detalhes marcantes da construção. Das altas janelas em arco, aos jardins milimetricamente desenhados, tudo exalava nobreza, dinheiro e poder. E no interior não era diferente, com lustres de cristal pendurados nos tetos de pé direito duplo, e arandelas com detalhes em prata espalhadas pelas paredes.

Melissa poderia passar horas só andando pelo palácio que não se entediaria. Havia tanta coisa para ver, e tantos lugares para ir! Porém não teve essa chance, já que no minuto em que colocou os pés no chão de mármore da entrada pela primeira vez, foi puxada em direção ao Salão das Mulheres, um cômodo bonito e bem decorado, como aparentemente todos os outros daquela morada real. Sofás verde-água que na maior parte do tempo deveriam ocupar o centro do ambiente, daquela vez se encontravam no canto, encostados nas paredes. Conjuntos de cadeiras acolchoadas brancas com longos espelhos na frente estavam por toda parte, e cada uma das garotas que chegava era designada para algum deles, inclusive Melissa, que se sentou na ponta de uma fileira de quatro.

— Você acha que eu ficaria bem de loira? Seja sincera.

Perdida em pensamentos, Melissa tomou um susto quando ouviu a pergunta, e olhou surpresa para a direção de onde vinha a voz. Logo seus olhos se encontraram com os de uma garota que estava sentada na cadeira ao seu lado. Melissa examinou-a por alguns segundos e balançou a cabeça.

— Não me leve a mal, mas acho que não. Os seus cabelos escuros destacam seus olhos azuis, e loiro só iria apaga-los.

A garota lançou um olhar de curiosidade para Melissa e sorriu.

— Não achei que você fosse realmente me responder. As selecionadas para as quais eu perguntei antes me disseram: “você quem sabe”, “faça o que achar melhor”, e uma até chegou a dizer “não é problema meu”. Mas responder, nenhuma realmente respondeu. Então obrigada.

— De nada – Melissa respondeu, feliz. Não era sempre que era elogiada por sua sinceridade, pelo contrário, muitas vezes era repreendida, principalmente por sua mãe. Mas a garota era assim: verdadeira ao extremo e do tipo que falava tudo na cara. E certamente não iria mudar apenas para agradar a mulher que a trouxe ao mundo. Ainda mais que sua relação com essa mulher fosse no mínimo conturbada – Sou Melissa por sinal.

— Sou Luna. Mas pode me chamar de aiko.

— Aiko? – deu uma risada - O que diabos aiko têm a ver com Luna?

— Absolutamente nada – respondeu a garota, sorrindo – Aiko significa filha amada em japonês. Quem me deu esse apelido foi minha mãe. Ela era apaixonada pela cultura japonesa.

— Que gracinha da parte dela – comentou Melissa, com certa admiração - Ela parece ser uma mulher fantástica.

— É o que dizem. Eu não realmente sei, já que ela morreu quando eu era muito pequena – a voz de Luna se encheu de um ar sonhador e seus lábios se abriram em um sorriso triste.

Melissa tentou pensar em algo bom para dizer que não fosse o costumeiro e odiado “sinto muito”, mas foi poupada disso pela aproximação de uma equipe de três pessoas formada por um homem e duas mulheres.

— Então, o que temos aqui? – perguntou o homem, passando a mão pelo cabelo de Melissa – Seu cabelo é escuro.

A garota olhou para baixo em direção as suas madeixas de cor extremamente preta e não conseguiu evitar que um sorriso irônico se espalhasse por seu rosto.

— Você acha mesmo?

Uma das mulheres começou a rir, mas foi silenciada pelo olhar duro que o homem lhe lançou.

— Foi só uma observação, garota respondona.

Melissa deu de ombros, sem se deixar abalar.

— Você vai querer pintar? – perguntou a outra mulher – Para o seu tom de pele, eu aconselharia castanho cor de mel. Vai combinar com seus olhos verdes. Ou talvez possamos optar algo ainda mais claro. O que você acha?

— Eu preferiria manter como está. Gosto de preto.

— Tem certeza?

— Absoluta.

O homem assentiu.

— Melhor ainda. Menos trabalho para nós.

Como não quis fazer nenhuma mudança drástica no seu visual, Melissa foi uma das primeiras a ser liberada do Salão das Mulheres. A saia florida que vestira para vir até o palácio tinha sido substituída por um vestido azul rodado, cujo tecido era tão macio que a garota estava tentada a fazer dele seu cobertor. Suas unhas estavam lixadas e pintadas em estilo francesinha, e seu cabelo caía liso por seus ombros, hidratado e brilhante como nunca antes. Quando Melissa saiu para os corredores do palácio, pessoas corriam para lá e para cá, praticamente arrastando selecionadas que tinham acabado de chegar, de forma que sua presença nem foi notada. Isso não era bom, considerando que ela não fazia ideia de para onde ir. Por fim uma moça, percebendo o quão perdida estava, se aproximou dela e, depois de averiguar seu nome, a levou até seu quarto.

Todos os quartos das selecionadas ficavam na ala leste do segundo andar, atrás de portas idênticas de madeira com placas prateadas indicando o nome de sua ocupante. Os quartos do lado esquerdo tinham janelas que davam vista para a entrada do palácio. Já as janelas dos quartos do lado direito se abriam para a infinidade de azul que era o lago sobre o qual o lugar fora construído. Mas independente da vista, o cômodo em si já era bem impressionante, com uma cama tão grande e tão convidativa que a primeira coisa que Melissa fez ao abrir a porta foi pular nela e se enrolar nos lençóis. O tecido de seu vestido podia ser macio, mas aquilo era muito mais.

 

**************************************************

Príncipe Nicholas Hohenzollern Schreave

 

A lua era um crescente, fina e afiada como a lâmina de uma faca. Se erguia lenta por um céu recheado de estrelas, lançando seu reflexo sobre a água negra do lago vários e vários quilômetros abaixo. Peixes com hábitos noturnos começavam a se fazer presentes, rompendo o espelho d`água em direção a superfície e provocando leves ondas, que antes de chegarem a margem, já tinham a muito desaparecido. Uma bela paisagem. Mas até uma com tanta magia quanto aquela se tornava enfadonha quando você já a observava a mais de uma hora.

Nicholas estava apoiado na varanda de seu quarto, com o vento batendo no seu rosto e tédio estampado em suas feições, mas o sono que ele lutava tanto em conseguir ainda se mantinha longe. Normalmente ele não tinha problemas com isso, era conhecido por dormir rápido e por muito tempo, para a eterna frustração de sua mãe. Mas naquela noite, sua cabeça estava a mil, enquanto repassava de novo e de novo as perguntas que faria para as selecionadas no dia seguinte, quando teriam sua primeira conversa, e por mais que quisesse, não conseguia relaxar. Já tentara leite quente, chá de camomila, e até contar carneirinhos, tudo em vão.

Terrivelmente cansado de ficar no quarto, Nicholas calçou seus chinelos, jogou o blazer de um de seus muitos ternos por cima do pijama, e foi em direção ao corredor. Cumprimentou os guardas pelos quais passou com um aceno de cabeça e desceu as escadas em direção ao segundo andar, com um único destino em mente.

As portas da biblioteca estavam abertas, o que não era uma surpresa. Elas ficavam sempre abertas. Mas o fato das luzes estarem acesas, isso sim era surpreendente. Alguém tivera a mesma ideia de Nicholas naquela noite. O príncipe ficou tentado a virar as costas e voltar para o quarto, mas já tinha ido até ali e não precisaria trocar nenhuma palavra com a pessoa caso não quisesse. Era só pegar um livro e ir embora. Com isso em mente, ele continuou a andar, adentrando seu cômodo favorito em todo o palácio.

A tal pessoa estava parada no canto, com vários livros empilhados sobre seus braços de cor muito alva. Vestia um robe branco, que contrastava lindamente com o tom ruivo de seus cabelos ondulados, e mantinha um porte esbelto. Uma garota. E uma garota que Nicholas tinha certeza de nunca ter visto antes, pelo menos não pessoalmente. Ou com certeza se lembraria. Abandonando completamente sua tática de “só pegar um livro e ir embora”, ele se aproximou calmamente dela e disse:

— Olá.

A garota deu um pulo, claramente pega de surpresa, e derrubou todos os livros que carregava no chão. Nicholas se abaixou e começou a ajudá-la a apanha-los.

— Desculpe, eu não queria assusta-la – disse, olhando-a nos olhos pela primeira vez. Eles eram bonitos, assim como ela. Tinham um tom de azul-acinzentado que ele nunca havia visto em ninguém antes, e contrastavam perfeitamente com seus cabelos cor de fogo.

— Tudo bem, eu só... – a garota começou a falar, mas se interrompeu quando olhou o rosto de Nicholas com mais atenção – Alteza! – curvou o corpo em uma elegante reverência –Eu nem acredito que não te reconheci. Foi um deslize meu. Desculpe minha falta de modos.

— Não há nada para desculpar. Então, você claramente sabe quem eu sou, mas eu ainda não tive o prazer de saber quem você é.

— Sou Lunara, Alteza. Uma de suas selecionadas.

Ao ouvir isso, Nicholas teve vontade de se dar um tapa na testa. Que tipo de pessoa não conseguia reconhecer suas próprias selecionadas?

— Se serve de consolo, eu me sinto um idiota por também não ter te reconhecido.

Lunara curvou os lábios em um sorrisinho, o que a deixou com uma aparência adorável. Ou melhor, ainda mais adorável.

— São vinte e cinco garotas, Alteza. Muito nomes e rostos para decorar. Enquanto é só um príncipe. Então se tem alguém idiota nessa situação, esse alguém seria eu.

Nicholas riu.

— Essa é a primeira conversa que tenho com você, senhorita Lunara, mas sou incapaz de pensar que você seja idiota.

— Também não acho que você seja, Alteza. Então que tal se deixarmos combinado que nem eu nem você vamos nos chamar de idiotas quando estivermos um com o outro? Melhor assim?

Nicholas assentiu.

— Melhor assim.

O príncipe curvou o corpo e admirou por um momento os livros que a garota segurava com tanto carinho contra o peito.

— Todos dos irmãos Grimm? - perguntou.

As bochechas de Lunara enrubesceram e ela pareceu levemente envergonhada de ter sido pega lendo contos de fadas.

— Sim. Eu acho as histórias deles fascinantes. Um pouco sombrias, mas fascinantes.

— Então somos dois.

Lunara pareceu feliz em ouvir isso, e concedeu a Nicholas mais um de seus sorrisos, que, pelo que ele começava a perceber, eram raros.

— Desculpe invadir sua biblioteca Alteza. Mas é que a princesa Kate disse que nós poderíamos visita-la sempre que quiséssemos, que as portas estariam sempre abertas. Então achei que... bom... não teria problema.

— E não tem. De modo algum. Só estou meio surpreso de encontrar uma selecionada aqui tão cedo, logo no primeiro dia – levantou uma sobrancelha- Também é uma apreciadora de livros, senhorita?

Lunara assentiu com a cabeça.

— Grande apreciadora. O principal motivo de me levou a trabalhar em uma biblioteca.

— Você trabalha em uma biblioteca? Nossa, isso deve ser fantástico.

— E é! Mas a biblioteca da província Denbeigh nem se compara a essa. Esse lugar é enorme! E certamente lá não tem cópias extremamente bem conservadas dos contos dos irmãos Grimm.

Nicholas sorriu diante da animação da garota.

— Se você está impressionada com esse lugar, morreria ao ver a biblioteca particular da minha mãe. Lá é onde os livros mais raros e mais velhos são guardados – a verdade é que Nicholas nem sabia porque Katrina a mantinha, já que ela não tinha nenhum apreço por leitura, especialmente leitura em inglês. Mas ele certamente não estava reclamando, já que o cômodo era nada menos que impressionante, contendo alguns livros que poderiam chegar a valer milhares, se não milhões – Quem sabe algum dia eu possa te levar lá – Katrina não gostaria disso, mas Nicholas sinceramente não se importava. Queria ver Lunara exibir mais um de seus raros sorrisos.

— Eu amaria – a garota respondeu, com seus olhos brilhando como duas pedras preciosas recém polidas.


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Notas finais do capítulo

Então leitoras lindas, o que acharam? O príncipe voltou em cena depois de um tempão, um tempão mesmo kkk. Mas não se preocupem que agora ele veio para ficar.

Caso sua selecionada não tenha aparecido nesse capítulo (e eu sei que muitas não apareceram) tenha calma que ela vai fazer sua entrada triunfal nos próximos.

E quanto a frequência das postagens, sei que às vezes eu demoro muito a atualizar e é muito chato ter que ficar esperando. Então, em consideração a vocês, vou tentar postar novos capítulos semanalmente. Não prometo nada pois tenho escola, provas, dever de casa, e todas essa chatices, mas vou tentar.



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