I Surrender escrita por AhPalasAthena


Capítulo 2
Lady Heather


Notas iniciais do capítulo

Voltei antes do previsto, mas eu estava morta de saudades e louca para postar esse capítulo logo, só não me matem, please...



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Aquele testamento era tudo que Catherine precisava para ajudar a filha com seu maior sonho, mas aquela clausura infeliz não estava ajudando em nada. Como Sam teve coragem? Aliás, seria melhor não ter deixado nada para Catherine.

–Ei, ruiva! – Greg chamou Cathy que parecia estar no mundo da lua.

–Oi bebê. – falou triste.

Greg olhou para a mulher e se assustou ao vê-la para baixo daquele jeito.

–O que foi meu amor? Conheço-te. Desabafa comigo. – Greg disse trazendo Cathy para perto dele e a abraçando.

Naquele momento Cathy não conseguiu segurar as lágrimas. Se Sam não estivesse morto ela poderia ir até ele e dizer tudo o que estava engasgado na garganta. Não iria brigar, iria dizer que queria passar um tempo com ele, um tempo em que ele seria apenas o pai dela, nada mais que isso. Ela não queria ter de ficar casada com alguém por um ano e meio, aquilo não era vida. Só existia um homem na face da terra com ela seria capaz de casar e tentar aquietar o faixo, mas esse homem, chamado Gilbert Grissom, nunca seria dela e nunca proporia algo assim. Ela teria de arrumar um jeito de conseguir aquela herança e ajudar Linds, só não sabia como.

–Ei, calma. – Greg disse um tanto quanto assustado, nunca tinha visto Cathy daquele jeito. – Estou com você.

Ela ficou ali chorando por alguns minutos até que resolveu ir ao banheiro lavar o rosto e retocar a maquiagem. Greg foi correndo para a sala de Grissom.

–Ei, chefe! Sei que não deveria te pedir nada, mas libera a Cathy. Pede para ela ir para casa descansar. Ela não está muito bem.

Grissom estava extremamente preocupado, mas não demonstrou nada.

–Peça para ela pegar as coisas dela e, antes de ir embora, passar aqui, por favor. – falou frio.

Greg assentiu e saiu sorrindo. Cathy não gostava quando o pessoal do laboratório se intrometia em sua vida, mas naquele dia ela agradeceu Greg, precisava sim ir para casa e chorar por Sam tudo que ainda não tinha chorado. Quando chegou a sala de Grissom fechou a porta e sussurrou:

–Obrigado por me liberar.

Ele olhou bem para ela e, depois de se levantar, abraçou-a.

–Posso passar na sua casa mais tarde? Sei que Linds está na fazenda com sua mãe, posso fazer um jantar leve para você.

O não já estava na ponta da língua, mas ela se lembrou do quão bem Grissom lhe fazia e decidiu deixar aquela armadura de lado, pelo menos com ele.

–Ok. Estarei te esperando. – Ela disse baixo.

Ele beijou a testa dela e Cathy se foi. Gil nunca tinha visto Cathy triste daquela forma, nem quando Eddie ou Warrick morreram. Quando Sam morreu ela ficou diferente e desde então ele tinha um cuidado especial com ela, inclusive com os casos. Por mais distante que ela e Sam fossem ela o amava. Catherine era fria, era o normal dela, mas ela sabia sim amar, e, infelizmente, quando amava, amava demais. Com ela não tinha meio termo, ou amava ou não amava. Pronto.

–Ei, posso entrar? – Sara pediu pondo apenas a cabeça para dentro da sala.

–Sim. – Gil disse.

Ali ele teve de parar de pensar em Cathy porque tinha trabalho a fazer, aliás, o trabalho dela.

–Vejo que alguém ficou a tarde toda chorando. Sente-se melhor? – Gil perguntou assim que Cathy abriu a porta para ele.

–Confesso que não, mas estou melhorando. Entra. – Ela disse com aquela voz cabisbaixa que cortava o coração de qualquer um que estivesse perto dela.

Gil entrou, colocou a malinha que havia trago em um canto da casa e puxou Cathy para seus braços. Ela voltou a chorar e tudo o que Gil fez foi abraça-la apertado. Depois foram para o quarto dela e ele ficou lá, confortando-a até que ela caiu no sono. Eles não tinham trocado uma palavra sobre o motivo de tantas lágrimas, mas ele já sabia. Não precisava ouvir da boca dela o que estava acontecendo, seus intensos olhos azuis diziam. Grissom sempre soube que Cathy sonhara em ter passado um tempo com o pai, sem todas aquelas brigas, todo aquele ódio e desconforto, mas ele a deixara antes de ela ter-lhe revelado isso. Ele ficou horas ali, apenas contemplando o sono da ruiva e, quando decidiu que era hora de fazer o jantar dela, tentou se levantar devagar, mas Cathy acordou e perguntou de imediato:

–Aonde você vai Gil?

–Calma, vou para a cozinha fazer nosso jantar. Já está passando da hora. – Ele respondeu delicadamente enquanto acariciava o rosto dela.

Catherine se espreguiçou e Grissom deu a ideia:

–Enquanto preparo nosso jantar vá tomar um banho. Isso vai te ajudar a relaxar.

Ela assentiu e ele beijou a testa dela. Quando ele saiu do quarto ela foi tomar seu banho. Estava bem melhor e sabia que Gil tinha contribuído muito para isso, sabia que estava dependente demais daquele homem desde que seu pai morrera, sabia de tanta coisa, mas preferia ignorar, doeria menos.

–O cheiro está ótimo. – Ela disse assim que adentrou na cozinha.

Ele sorriu e puxou-a para si.

–Você esqueceu-se de uma coisa hoje, Willows. – Ele disse sério e a moça se assustou.

–O que? – Perguntou atônita.

Ele a beijou suavemente. Ela sentiu-se flutuando durante o beijo. Ambos tinham a sensação de que cada célula do corpo deles ia de encontro aos lábios um do outro porque a sensação era boa demais.

–Disso baby. – Ele disse sorrindo.

Ela não conseguiu esconder a risada e logo seu estômago anunciou que precisava de comida.

–Vamos comer antes que aquele seu mau humor devido à fome me mate. – Gil brincou.

Ela revirou os olhos e foi comer. Depois do jantar eles arrumaram a cozinha e foram assistir a um filme. Catherine se deitou em um sofá e Gil sentou-se no outro. Com alguns minutos de filme ela disse manhosa:

–Gil...

–Sim? – Ele perguntou preocupado.

–Você... – escondeu um pouco o rosto – podia deitar aqui comigo.

Ele sorriu e foi deitar-se com ela no sofá que era grande em todos os sentidos. Ajeitou-se atrás dela e voltaram à atenção ao filme. Volta e meia ele depositava beijos ternos no rosto da mulher, ou brincava com seus cabelos, passava a ponta do nariz na orelha dela... Catherine estava amando aquilo. Quando o segundo filme começou ela deitou-se de frente para ele, sorrindo, e falou:

–Muito obrigado.

Ele olhou para ela confuso.

–Eu me sinto bem. – Ela explicou. – Aliás, Gil... Por que fico tão diferente quando estamos juntos?

Ele suspirou e respondeu:

–Eu também não sei, mas sinto que isso aqui é muito verdadeiro, muito forte.

Ela assentiu. Sentia o mesmo, não podia negar aquilo.

–Não sei se isso é certo. – Ela confessou.

–Eu também não sei. Mas nunca me senti tão bem na minha vida.

Ela sorriu e perguntou, só para ter certeza:

–Nem com a Sara?

Ele sorriu abertamente e disse:

–Nem com a Sara, meu bem.

Beijaram-se intensamente e ele disse com medo da reação dela:

–Casa comigo? Vamos tentar uma vida juntos. Sei que você precisa daquele dinheiro para ajudar a Linds e... Eu quero me arriscar com você. Porque eu te amo Cathy. Eu te amo como nunca amei alguém nada vida.

Os olhos dela, cheios d’água, mostraram ao homem que ela também queria aquilo, mas também havia uma bela confusão dentro dela.

–Gil... Como vamos nos casar se nós nem namoramos? – Ela perguntou sorrindo.

–Nós nos conhecemos melhor que muitos casais por aí Cathy, não negue. Precisamos tentar, você sabe disso.

Catherine suspirou. Ele tinha razão, mas ela tinha muito medo de quebrar a cara de novo com outro relacionamento.

–Posso pensar? – Ela pediu. – Estou confusa.

–Você tem o tempo que quiser. – Ele disse sorridente.

Algum tempo depois...

Catherine topara se casar com Grissom, mas impôs algumas regras. Uma delas era que houvesse um bendito contrato para o caso de o casamento deles não vingar e ele resolvesse se divorciar antes do tempo. Gil estava tão feliz e apaixonado que topou tudo, inclusive separação de bens, o que foi ideia dele mesmo. Não queria o dinheiro de Cathy, queria o amor dela, só isso. Dinheiro ele tinha aos montes. Ele já estava conversando com ela sobre pedir demissão do laboratório, mas antes eles conversaram com Ecklie que permitiu que ficassem no mesmo turno, mas em casos diferentes, se possível. Toda a equipe ficou feliz pelo casal, inclusive Sara que sempre soube que eles sim eram um casal certo. Na véspera do casamento Lady Heather foi até a casa de Grissom e, como de praxe, aprontou com o homem. Ela fez questão de estar na cerimônia simples do casal e, antes de Catherine e Grissom irem para casa – sim, não tinham como viajar para uma lua de mel – ela entregou um envelope para Cathy, que o abriu assim que chegaram a casa e Grissom foi pegar champanhe. Quando a ruiva viu as fotos de Grissom e Heather aos beijos e amassos, na véspera do casamento deles, ela não conteve as lágrimas. Não pensou em nada, apenas em como o homem que dizia amá-la era fraco. Todos sabiam que ele tinha uma queda pela Lady Heather, só não imaginavam que era tão grande ao ponto dele trair Cathy na véspera do casamento. A dor que a ruiva sentia parecia sobrenatural. Dera seu coração ao homem e como ele retribui? Aprontando. Jogando todas as juras de amor no lixo, entregando-se de corpo e alma a uma mulher qualquer. A dor era tamanha que ela se ajoelhou no chão, sentindo-se um nada. A cabeça começou a doer e tudo que era queria era sua cama, mas aquela cama só pioraria sua situação, ela ainda não tinha se entregado a Grissom, mas ele sempre dormia com ela quando não estavam de plantão, naquela cama, abraçados, ele sussurrando palavras lindas para ela que, como sempre, fora idiota demais acreditando em tudo aquilo.

–Voltei meu b... – Grissom se assustou ao ver a mulher no chão, chorando. – O que houve Cathy?

Quando ele se aproximou ela levantou e jogando todas aquelas fotos na cara dele falou:

–Não chega perto de mim Grissom. Faz-me esse favor. Durante um ano e meio não cruze comigo dentro dessa casa.

Catherine, que já vestia um vestido normal, creme, rodado, pegou as chaves de sua camionete e saiu sem rumos pelas estradas de Vegas. Chorou tudo o que tinha para chorar e só voltou para casa três dias depois, sabia que Grissom já estaria no laboratório. Quando chegou ligou para Ecklie e combinou seu novo horário, assim não cruzaria com Grissom. Ela não queria ter que olhar para ele nunca mais. Grissom por sua vez ficou totalmente perdido, pela primeira em sua vida não sabia o que fazer. Ele não se lembrava muito bem da Lady Heather naquela noite com ele, sabia que ela tinha ido a sua casa, mas não se lembrava de nada. Catherine nunca iria acreditar naquilo, nem se a própria Lady contasse aquilo para ela. Três dias depois, ao chegar ao laboratório, quis voltar para casa. Cada canto daquele lugar lembrava Catherine, cada traço, cada beijo escondido que selaram em suas salas, cada recado enviado de uma forma especial, cada olhar que trocavam furtivamente.

–O que foi que eu fiz? – Ele se torturou. – Eu não posso te perder Cathy.

E de fato ele não conseguiria suportar viver uma vida sem a ruiva, mas ele não sabia o que fazer e, o pior, não tinha forças para lutar. Tudo aquilo acabara com Grissom e nem ele mesmo sabia como sair daquele buraco sem fundo.

–Catherine... – Chorou enquanto olhava a foto da esposa em sua mesa. – Eu preciso de você... Não me deixe. Por favor.

Ele sabia que apenas falar não faria diferença alguma, mas a dor era grande demais. Estiveram tão perto da felicidade plena e ela simplesmente se foi. Como ele pôde deixar aquilo acontecer? Era isso que se perguntava a cada segundo. Naquele momento pegou o celular e tentou, pela milésima vez, falar com Catherine, mas continuava na caixa postal. Resolveu então enfiar a cara no trabalho para se distrair e tentar, ao máximo, não demonstrar a tristeza que sentia dentro do peito.


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Notas finais do capítulo

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