A Vencedora escrita por LadyBelli


Capítulo 4
Fuga


Notas iniciais do capítulo

FELIZ ANO NOVO *O* Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646805/chapter/4

Só consegui ficar em silêncio, enquanto Antoine e a menina se encaravam. Eles estavam, ao mesmo tempo, com uma expressão surpresa e feliz. Antoine foi o primeiro a tomar a palavra:

–Anna?

–Sim- Ela havia começado a chorar, o que fez Antoine cair nas lágrimas também.

Eles correram um para os braços do outro, num abraço apertado e emocionante.

–Ah, Antoine, senti tanta saudade...

–Eu fiquei tão preocupado...

Fiquei observando os dois, cobrindo o sorriso com uma das mãos.

–Você não mudou nada...- Ela começou

–Você também não, mas... O que é esse roxo no seu olho?

–Marca de soco. Jean.

Ele recuou um pouco.

–O que mais ele te fez? Preciso que me conte!

–Por isso mesmo te procurei. Ele está me ameaçando de morte caso eu não atenda a todos os desejos dele, e também nosso pai descobriu que fugiu para a floresta. Está mandando um monte de pessoas atrás de você, Antoine. Eu fugi ontem á noite. Tive sorte de te achar antes deles, mesmo porque eu te conheço bem e sabia que você viria para uma parte profunda da floresta quando fugiu.

Ele a abraçou outra vez e, depois de alguns momentos, se virou para mim.

–Ah, me desculpe a indelicadeza. Sarah, essa é minha irmã, Anna. Já te falei dela. Anna, essa é Sarah Lemoine. Está aqui como minha paciente. Você ficaria fascinada com a história dela, mas é um pouco longa...

–Eu conto depois- Disse, parada na porta- Muito prazer, Anna Robin

–Muito prazer- Ela respondeu, sorrindo- Mas, Antoine, não temos tempo. Eu vi as pessoas procurando por nós aqui por perto, faz um tempo. Precisamos sair daqui. Se eu for pega, Jean vai me matar. E não sei se papai tem planos melhores para você, ele deu ordens de te capturar ‘’vivo ou morto, isso também vale para qualquer um que o acompanhar’’.

Horrorizada, continuei escutando Anna atentamente.

–Vamos embora- Ela disse.

–Espere um minuto- Falei, indo para dentro e pegando minha espada- Isso será útil.

–Sarah, o que eu falei de você...- Antoine começou, mas eu o interrompi.

–Antoine, é um caso de vida ou morte. Eu sou a única que sabe lutar por aqui, e, pelo que Anna disse, eu posso ser morta também. Não tenho escolha, dessa vez você não pode me impedir.

Ele suspirou.

–Tudo bem, se é assim...- Ele também foi para dentro e preparou uma bolsa com alguns livros, roupas e outras coisas que considerou essencial.

Anna, visivelmente confusa, fez um sinal com a mão para a acompanharmos:

–Vamos.

Ela foi na frente, seguida por mim e por Antoine, eu olhando atentamente para os lados para o caso de ter que entrar em ação.

Não sei quanto tempo ficamos andando sem rumo, mas, em certo ponto, Anna me perguntou sobre minha história de vida.

–Hum, bom, por onde começo...- Contei tudo. Desde minhas origens, passando pela morte dos meus pais e minha entrada no quartel, o treinamento e a guerra que me fez o ferimento na barriga, até completar com a história de como conheci o irmão dela.

–Antoine, você não erra uma- Ela disse quando eu terminei de contar- É fascinante mesmo.

Ele confirmou com a cabeça.

–Não vou pedir que me conte a sua- Eu falei- Porque Antoine já contou. Mas talvez futuramente eu irei querer saber em detalhes.

–Se isso acontecer, ficarei feliz em lhe contar- Ela respondeu sem abandonar o porte sereno que tinha.

Continuamos caminhando. O mínimo barulho me alarmava.

–Sarah, você está muito tensa. Tente relaxar.

Suspirei

–Eu estou tentando, mas nós podemos ser mortos a qualquer momento!

–Se você se estressar, ficará mais difícil, concorda comigo?

–Sarah, ele tem razão- Anna disse, olhando para trás.

–Certo...- Comecei- Ah, e uma coisa... O que nós vamos fazer? Tem alguma ideia de onde estamos indo? Não podemos ficar caminhando a vida inteira.

–Você está certa. Mas... Bem, eu estou tentando chegar em outra vila. Uma em que eu tenho certeza de que ninguém virá atrás de nós. Posso ter errado o caminho, talvez sim, talvez não. Mas é melhor continuarmos seguindo em frente.

Sem escolha, apenas concordei. Continuamos andando até ficar tarde da noite.

–Anna,não acha que á noite é mais difícil nos verem?- Antoine perguntou- Todos aqui precisamos parar para descansar.

–Ok... Mas não vamos deixar que nos peguem desprevenidos, vamos fazer turnos de vigia

–Se é assim- Respondi- O primeiro turno é meu. Vocês podem descansar.

–Certo. Me chame depois para o segundo turno, Sarah- Antoine pediu

–Claro

Os irmãos se acomodaram para dormir. Acabaram caindo no sono rapidamente. Fiquei acordada por mais tempo do que Antoine julgaria necessário, então, quando estava realmente morrendo de sono, o chamei. Deitei e dormi. Acordei um bom tempo depois, com Anna nos chamando- Ela tinha feito o último turno e o dia estava clareando.

–Precisamos continuar caminhando.

–Espere- Pedi, peguei minha espada e matei um esquilo- Antoine, é seguro fazer uma fogueira por aqui?- Ele indicou um pedaço livre de árvores

–Se fizermos do jeito correto, sim

–Certo- Respondi- Anna, café da manhã. Assim que comermos, continuamos.

Antoine acendeu a fogueira, usei minha espada para limpar o esquilo. O assamos e dividimos entre nós três. Em seguida, voltei á minha posição de guarda, e continuamos a caminhada. Porém, seguindo o conselho de Antoine, relaxei um pouco. Foi um erro.

Fomos surpreendidos por duas pessoas, que, se não estavam atrás dos irmãos, pelo menos queriam nos matar por algum motivo. Eles empunhavam espadas e atacaram Antoine por trás, mas ele percebeu á tempo de desviar.

–Corram!- Gritei, enquanto lutava contra a dupla.

Nenhum dos dois seguiu meu conselho. Anna ficou paralisada nos observando, enquanto Antoine passou uma rasteira em um dos homens, que caiu no chão. Ele, então, pegou a espada e apontou para o coração dele, porém não passou disso- Tenho minhas dúvidas se Antoine teria coragem de machucar alguém.

Com um deles inutilizado, consegui lutar de igual para igual com o outro. Ele era um bom espadachim, por isso tive dificuldades. Porém, por fim derrotei-o, o matando sem piedade alguma. Em seguida, empurrei Antoine para o lado, e mirei minha própria espada nele.

–Pouparei sua vida se você for embora agora. Correndo. Para lá- Apontei para o lado oposto ao que íamos.

Ele, visivelmente amedrontado, obedeceu.

E o dia mal tinha começado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comentem, isso ajuda muito :3
Beijos da ~LaidyBelli



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vencedora" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.