A Vencedora escrita por LadyBelli


Capítulo 3
Dias e mais dias


Notas iniciais do capítulo

Oie! Bom... Desculpa pela demora em postar... Não consegui revisar o texto, estava em cima da hora do jantar quando terminei de escrever, mas não acho que tenha erros...
Espero que gostem!



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Os dias foram passando depressa, se transformando em semanas, e logo as semanas viraram um mês. Um mês que eu morava com Antoine em sua humilde casa. Duas semanas depois de o tratamento começar, Antoine me julgou boa o suficiente para sair de casa e, quando insisti arduamente, me deixou caçar animais pequenos para ele cozinhar.

Eu pegava esquilos, coelhos e filhotes de animais maiores. Antoine mantinha uma plantação em frente á casa com ervas medicinais e temperos, e os usava na preparação da carne, que ficava deliciosa.

Eu li muitas histórias maravilhosas e aprendi muito com os livros dele. Todos os dias, ele me avaliava para anotar meu progresso na recuperação do ferimento, que, aliás, mesmo com todo esse tempo(e uma boa melhora), não deixou de doer.

Claro, a dor foi amenizando com os tratamentos, mas não parou completamente. Antoine tinha me falado que meu sistema reprodutor tinha sido danificado, então, se futuramente eu quisesse ter filhos, eu não poderia. Não que isso me importasse, eu tinha colocado na cabeça aos quinze anos que não iria ter uma criança. Nem sabia se eu iria me casar.

De qualquer forma, ele tinha se mostrado uma pessoa encantadora. Me surpreendeu que ele era um bom piadista, além de ter assunto para as mais diversas conversas. Conversávamos sobre os livros que lemos, sobre música, artes plásticas, cozinha e sobre nossas vidas. Numa dessas conversas sobre nosso passado, sentados na cozinha de frente um para o outro, eu lhe perguntei:

—E Anna? É mais nova que você?

—Somos gêmeos. E pode-se dizer que, fisicamente, ela é minha versão feminina; porém, em personalidade, somos exatos opostos. Ela é mais alegre e comunicativa, além de se irritar facilmente. Eu já não sou bem assim.

—Percebe-se

Ele ergueu os olhos e sorriu

—Você iria adorar conhecê-la.

—Você e Anna eram próximos?

—Muito. Sabe aquela conversa de que ‘’Os opostos se atraem’’? Nós éramos exatamente assim. Como eu já disse, fugi por causa do meu pai. Além de querer me forçar a assumir os negócios e, consequentemente, a fama que o nome de minha família tem, ele me prometeu em casamento para uma garota que eu não amava, e ela já tinha confessado que não me amava também.

Fiquei surpresa.

—E quem era ela?

—Ayumi Nagata. Japonesa. Ela não era uma pessoa ruim, só não gostávamos um do outro desse jeito.

—Entendo...

—Bom, eu não sinto falta dela, e duvido que ela sinta de mim. Mas sinto muita falta de Anna. Mais do que você imagina. Ela também estava prometida. Mas, diferente de Ayumi, o homem que ela iria ser forçada a casar era nojento, por falta de palavra melhor. Tenho medo do que pode ter acontecido com ela nas mãos daquele tirano depois que fui embora.

—Como ele se chamava?

—Jean. Jean Bard.

—O que ele fazia para você se referir á ele desse jeito?

—Vivia ameaçando Anna, batendo nela, a insultando em público...

—Imagino... Isso é horrível, Antoine.

—Sim...

—Por que você... Não pediu para ela fugir contigo?

—Eu pedi. Ela recusou, mas disse que iria guardar segredo se eu realmente partisse. Ela era a única que sabia dos meus planos, e também sabia que eu viria para o meio da floresta. Mas...- Ele abaixou o olhar- Chega de falar desse assunto. Hora da sua avaliação diária.

Suspirei

—Está bem...

Assim encerrou-se a conversa. Alguns dias depois, me peguei percebendo o tempo que passei na casa de Antoine. Fui falar com ele a respeito.

—Antoine, eu já estou aqui faz um mês, e também estou bem melhor. Não sei como a guerra está indo no momento, mas já não seria hora de eu voltar ao quartel? Provavelmente fui dada como morta, mas quero cumprir com minhas responsabilidades.

—Não, Sarah. Absolutamente não. Você pode estar melhor, mas ainda precisa se recuperar mais.

—Antoine, não pode me prender aqui. Eu...

Minha fala foi interrompida por um abraço dele.

—Sarah, por favor. Já perdi Anna, não quero perder você também.

Ficamos por alguns segundos abraçados, num total e embaraçoso silêncio. Até que ele retomou a palavra.

—Vou ser franco, no que depender de mim, você nunca mais voltaria a lutar. O ferimento foi profundo. É perigoso, mesmo que cicatrize, qualquer golpe, por mais leve que seja, que você tomar aí pode ser fatal.

Separamos o abraço. Ele continuou a falar:

—Mas, como você disse, não posso prender você para sempre. Peço que me deixe cuidar de você até que o ferimento diminua bem e cicatrize. Posso dizer que... Mais três meses.

Pensei por alguns momentos.

—Está bem.

Ele olhou pela janela, pro céu escuro da noite.

—Vá dormir. Está ficando tarde.

—Certo- Respondi, me dirigindo para o quarto.

Passaram-se mais alguns dias, em que eu tinha resolvido tirar da minha cabeça o fato de que dali a três meses eu deixaria Antoine, talvez para sempre. Mas eu não conseguia parar de pensar no quanto ele estava preocupado comigo, a ponto de me comparar á sua querida irmã.

Tentando esquecer isso, me peguei lendo cada vez mais. Quando me dei por mim, eu já tinha lido metade dos livros de Antoine, e não conseguia parar. Quando não estava lendo, estava caçando ou colhendo frutas, ou ajudando na arrumação da casa, ou cantando. Tudo para não pensar nisso.

Ele cantava muitíssimo bem, e sabia tocar alguns instrumentos que tinha ali. Me ensinou a tocar violino e ficou um tempo me ajudando a treinar minha voz, o que fez minha capacidade vocal melhorar muito.

Tinha passado mais uma semana desde a conversa, eu tinha caçado. Voltei para casa com alguns esquilos, que deixei ao lado da porta, me dirigindo para o quarto. Antoine estava lá, aparentemente lendo. Me sentei ao lado dele e fiquei em silêncio por um tempo, silêncio que só foi quebrado por barulho de passos vindos do lado de fora da casa, e um som de respiração ofegante, como se a pessoa tivesse corrido muito. Isso foi seguido por um som de batidas na porta. Alarmados, eu e ele nos dirigimos para a porta, a abrindo lentamente.

Eu fui a primeira a ver a pessoa que estava do lado de fora, mas um sorriso inexplicável tomou conta dos lábios de Antoine ao vê-la. Uma garota ruiva, com os cabelos presos num coque, olhos castanhos, sardas, um vestido longo azul escuro- que aparentava ser extremamente caro- e algumas marcas de soco no rosto. Ela era idêntica a Antoine.

Anna Robin estava parada na minha frente.


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Notas finais do capítulo

Mais uma vez, desculpa pela demora.
Acho que os próximos capítulos vão ser bem interessantes.
Beijos da ~LaidyBelli



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