Behind Blue Eyes escrita por Lady


Capítulo 8
07


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Behind Blue Eyes

Quando as pessoas estão sozinhas, elas fazem coisas das quais irão de arrepender depois.

– Ronan Erudon.

A dor é algo abstrato, não se vê, não se entende; se sente, e quando transborda, escorre pelos olhos.

– Rey Von Crimson River.

Suicídio parece incompreensível, a não ser que seja você mesmo pensando nele.

Lass Isolet.

Baixou o olhar para a mesa bagunçada a sua frente. Os dedos calejados traçaram a madeira marcada antes de estabelecerem-se sob uma das laminas jogadas a esmo entre o material estudantil, tomou-a facilmente entre os dedos, ela era pequena afinal – talvez pertencesse a algum apontador ou coisa do tipo -, e assim afastou-se, rumando para a cama ainda bagunçada, como Lass deixara a última vez em que estivera ali, seis meses atrás. Sentou-se a beira do colchão, a pequena lamina meio enferrujada – e talvez até um pouco suja de sangue – dançando entre seus dedos longos.

Quantas vezes seu irmão não havia utilizado o fio daquele objeto para se autoflagelar? Quanto sangue de seu Lass aquela pequena, e facilmente despercebida, lamina já havia derramado? Quantas agonias ela já havia feito seu irmão esquecer? Quantas vezes aquele pequeno objeto inanimado e retalhador já havia feito um trabalho que o Wild deveria ser o encarregado por? E enquanto fitava o pequeno reflexo de si mesmo naquela superfície afiada, o loiro não pode deixar de sentir inveja e raiva.

Raiva por ter sido um idiota por longos anos, mesmo que no começo não passasse de uma criança, seu irmão também assim o era, e, por deus, eles eram irmãos – Lupus o mais velho – deveriam ter ficado juntos, se apoiado mutuamente, deviam ter superado aquilo juntos e não... Se distanciar, se destruir. E era por isso que o loiro também sentia inveja, enquanto ele não estava lá, o irmão mais novo teve que encontrar quem – ou o que – o apoiasse e o fizesse se sentir melhor, e de alguma forma querido, ou pelo menos sanar o vazio que havia se instalado em seu interior, ao menos era isso que Lupus queria se convencer ao avistar as laminas e comprimidos jogados sobre a mesa de estudos, guardados no armário do banheiro e nas gavetas de roupas. O pior de tudo era que não estavam escondidos, estavam ali, à mostra para quem quisesse ver; e se aqueles objetos pudessem falar o chamariam de imbecil arrogante e ignorante, por que eles estavam lá, eles sempre estiveram lá, e diriam e repetiriam isso tantas vezes quanto fosse necessário.

Era loucura observar tudo aquilo e concluir que apenas um adolescente estava envolvido naquele mundo insano e corrompido, se não fossem seus olhos a contemplar tudo aquilo, cada rotulo e frasco parcialmente vazio - alguns mesmo já vazios jogados por ai -, o loiro não acreditaria que seu jovem irmão estava tão intimamente dependente daqueles vícios degradantes.

Se ao menos ele houvesse sido um irmão melhor.

Se ao menos não fosse tão arrogante e prepotente.

Se ao menos... O passado não existisse.


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Notas finais do capítulo

Então, o que estão achando da história?
Beijos e feliz natal.



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