Behind Blue Eyes escrita por Lady


Capítulo 7
06


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Behind Blue Eyes

Todos morrem algum dia, uns mais cedo que outros.

– Veigas Terr.

Chorar por uma pessoa que está morta não é tão triste do que chorar por uma pessoa que está viva, mas que perdemos para sempre.

– Edel Frost.

Eu queria que você tivesse ouvido meu grito de socorro, silencioso, frio, impiedoso... Como um agouro de morte.

– Lass Isolet.

Fungou, a dor nunca se fez tão presente quanto naquele momento, a culpa por mais uma vez a consumia, devorando cada pedacinho de si como um parasita a destruindo de dentro para fora. Era agonizante, torturante; e se isso era o mínimo que o albino sentiu por todos aqueles anos de amargura e solidão, a jovem Frost não poderia deixar de se sentir como a pior escoria do mundo. Ela era uma das mais velhas do grupo, uma das mais responsáveis, era quase tão respeitada quando Elesis Sieghart, mas a ruiva estava em um pedestal, diferente de si e de qualquer outra pessoa no grupo.

Soluçou, limpando as lágrimas grossas que teimavam em continuar a cair. A dor tornando-se maior a cada gota, a cada pensamento; sempre que a imagem distorcida de Lass aprisionado a aquela cama hospitalar, com tubos o mantendo semi-vivo, surgia em sua mente a mulher de cabelos prateados não conseguia controlar as lágrimas sofridas e a amargura diante de sua ignorância.

Vai ficar tudo bem. Ouviu-se repetir, a voz infantil, como fizera para o albino paralisado tantos anos atrás. Não se preocupe com isso. A voz eclodiu novamente, para o desespero de Edel, e junto a mesma a frieza translucida da água escura do lago gélido, onde um corpo minúsculo afundava com uma face banhada de um terror morto e congelado. Vamos apenas, esquecer.

Mas ela nunca conseguiu conceber aquelas palavras por si própria. Dia após dia, noite após noite; os olhos a seguiam, infantis, frios, com uma vozzinha lhe pedindo ajuda e perguntando-lhe o porquê repetidas vezes. Depois daquele dia fatídico nada mais foi o mesmo, todos se distanciaram, guardando um segredo que nunca deveria vir a tona, escondendo um pecado que condenaria cada um deles e que os atormentaria por toda a vida – ainda mais a Lass.

A gota final para tudo aquilo, o basta que precisava acontecer, veio através da noticia de que seu primo querido havia sofrido um suposto acidente e que dera entrada no hospital em estado critico, o pior veio a seguir; além das cicatrizes que enfeitavam o corpo juvenil traumatizado, o rapaz também não despertou mais e isso já tinha seis meses. Quanto tempo mais aquela agonia se estenderia? Quanto tempo mais suportaria todo aquele peso sobre seus ombros? Era forte, mas não era feita de ferro. Alguém tinha que abrir o jogo, mas não seria ela, não, Edel já estava cansada demais de tudo aquilo, cansada demais de esconder aquele fato doloroso e carregar no peito aquele tormento eterno.

Frente à janela vítrea de seu apartamento no trigésimo terceiro andar do prédio em que vivia, ela observou o céu que se obscurecia naquele memorável fim de tarde. Um sorriso triste se espalhou por seus lábios e a face marcada por lágrimas nunca pareceu tão jovem quanto naquele momento. Vagarosamente ergueu o braço, o cano da arma apontando para a própria cabeça e sob o encanto do por do sol, tendo como último pensamento o belo e único sorriso que um dia seu amado primo Lass estampou, a mulher puxou o gatilho, sua alma abandonando o mundo de forma lenta e triste.

Ela nunca havia se sentido tão bem em toda sua vida.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Ainda tem muita história pela frente, viu? XD
Comentarios?
Bye Bye.



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