Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 25
Capítulo Vinte e Quatro


Notas iniciais do capítulo

Quase um mês longe de novo a vida se meteu e me atrapalhou, mas aqui está. Desculpem a demora, agora só temos mais um capítulo para nos despedir. Espero que gostem!



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Pov.  Bellamy Blake

Sinto meu corpo dolorido e uma forte dor de cabeça. Evito por um tempo abrir os olhos com  medo de ainda estar no poder da Nação do Gelo. Sinto uma mão sobre minha, apertando com força e os abro.

Vejo Octavia que sorri pra mim com algumas lágrimas.                               

— Se sente melhor, Bel?- tento falar, mas minha garganta está seca...

— Água...

— Vou buscar. – Octavia sai correndo  e a escuto contar para todos que eu acordei. Ao voltar ela não tem só um pouco de água, Clarke está ao lado dela. Bebo a água o mais rápido que posso e me viro para Clarke. Me lembrando do que ela fez para me ter de volta.

— Você entregou a chave a eles? Como pode? Eu não valia tudo isso.

— Valia, mas eu não fiz isso. Aquela era apenas uma cópia, nunca funcionaria. Pode ficar tranquilo, está tudo resolvido agora.

— Como assim tudo resolvido?

— Você sofreu um traumatismo craniano. Como consequência ficou em coma nas últimas três semanas. Não sabíamos ao certo se você acordaria. Isso é incrível.- Clarke sorri pra mim e eu não consigo corresponder. Estou tão confuso.

— Quando você diz que está tudo resolvido do que você está falando?

— Muita coisa aconteceu nas últimas três semanas. Todos os outros clãs de Grounders entraram na guerra a nosso favor e isso modificou nosso poder de negociação. Estamos em trégua oficial, Bellamy.

— Eles ainda acham que possuem a chave original?

— Não, eles descobriram dias depois que aquela era a falsa. Nossa última batalha foi por isso, mas vencemos graças aos outros clãs. Tivemos algumas perdas, mas vencemos...

— Que perdas?

— Alguns soldados, Kane...

— Kane?

— Ele lutou bravamente, mas não resistiu aos ferimentos.

— Quando foi isso?

— Dez dias atrás.

— E quando essa trégua foi feita?

— Há seis dias. Eu, Lexa e os representantes dos outros clãs convidamos Audrey e alguns líderes da Nação do Gelo para uma reunião. Ficou claro na última batalha que seria difícil para eles nos vencerem. Que significaria muitas perdas dos dois lados, pedimos para a máquina ser destruída, oferecemos a queima da chave e cedemos alguns territórios que a Nação do Gelo pediu.

— E você acha que eles vão desistir tão facilmente?

— Talvez não, mas eles pareciam sinceros. Pelo o que Nathan descobriu a história sobre a máquina de terremotos se espalhou entre a população deles que exigiu que a máquina fosse destruída imediatamente e a guerra terminasse. Não havia razão para a guerra continuar.

— O povo da Nação do Gelo realmente lutou por isso? Talvez eles não sejam tão ruins afinal.

— Nem todos, passei dois anos lá, muitos são só pessoas como outras quaisquer. Lutando pela humanidade da melhor maneira que podem.  De qualquer maneira, essa impopularidade nos ajudou e eles assinaram o tratado. Nele há uma promessa de não ataque nos próximos 30 anos dos dois lados.

— E você acha que todos vão cumpri-lo?

— Eu espero. Não quero mais viver em guerra. O medo de te perder todas essas vezes foi o suficiente.

— E a queima da máquina já aconteceu? Tenho a sensação que perdi todos os acontecimentos com esse coma.

— Será amanhã. Alguns dos nossos homens estão com eles para garantir que a máquina será realmente queimada.

— Nós deveríamos estar lá.

— Talvez, mas Monty sabe mais do que nós dois sobre a máquina. Vai dar tudo certo.  A chave será destruída junto a máquina. E estaremos livre para fazermos o que quisermos.

— E o que você quer fazer, Clarke?

— Nesse momento só quero ficar com você.

— Seu desejo é uma ordem...- Nos beijamos e eu me sinto livre de novo.

— Por muitos momentos nessas duas semanas, eu me perguntei o que eu faria, se você nunca acordasse, o que eu faria adiante. Do que adiantaria a trégua, se eu não tivesse com quem estar. Pensava na minha mãe, escondendo seu choro a todo momento, sofrendo pela perda de mais um homem que amava. Não quero ser ela, não posso, não sei se posso sobreviver, Bellamy. Você é tudo que eu tenho, tudo que eu quero ter. Posso te pedir uma coisa?

— Claro.- respondo atordoado pela declaração. É lindo e confuso ver Clarke ser tão aberta sobre o que sente. Algo está errado.

— Não me deixa.

— Por que eu te deixaria?- pergunto ainda mais confuso.

—  Algumas coisas mudaram, coisas que você precisa saber, mas que eu não posso te contar.

— O que mudou?

— Raven te explicará melhor...

...

Passo algum tempo olhando para o nada sozinho tentando descobrir do que diabos Clarke está falando. O que poderia me fazer mudar de ideia?

Raven entra no quarto. Com a mão sobre o ventre e eu entendo ou acho que entendo. A morena tem uma barriga tímida, mas ela está ali. Raven está grávida, é isso? O filho é meu, certo?

— Bellamy...- não permito que ela diga mais nada. Preciso saber se estou certo.

— Raven, você está grávida?- falo devagar, sem ainda acreditar no que estou dizendo. O comportamento de Clarke faz todo sentido agora.

— Estou. Antes que pergunte estou com quase quatro meses.- as memórias da nossa primeira gravidez passam pela minha mente. Raven nunca chegou aos quatro meses daquela vez.

— Já é mais do que da outra vez. O que Abby pensa disso?

— Clarke e Abby acreditam que dessa vez tudo vai dar certo. Aparentemente já passei da fase mais perigosa...

— Por que não me contou?- digo um pouco triste. Queria ter estado do lado dela nas primeiras consultas, ter dado força a ela nesse momento difícil.

— Não queria que influenciasse sua decisão.

— Mas Raven...

— Não, Bellamy. Eu te amo e sei que você também me ama e que vai amar esse bebê mais do que tudo, mas você não precisa ficar comigo. Isso destruiria Clarke e me destruiria também saber que arruinei o relacionamento de vocês dois. Eu só preciso que você seja um pai e você pode ser isso estando com a Clarke. Não tem problema. Eu juro, Nathan, Octavia estão me ajudando...

— Nathan?

— Nós somos amigos. Só o que eu quero dizer é que eu não estou sozinha e nem nunca vou estar. Sei que você vai cuidar de nós dois de qualquer maneira. Sei que Clarke vai te ajudar quando você estiver sozinho com ele ou ela. Nosso filho terá duas mães e um pai maravilhoso. Estou satisfeita com isso, espero que esteja também...

— Eu vou ser pai? É isso?- não sei porque, mas começa a chorar. As lembranças do filho que perdemos, tudo o que passamos...

— Vai.

— Eu posso? – pergunto levantando minha mão até próximo a barriga dela. Já consigo sentir um inchaço, nenhum movimento ainda, mas ele está ali.

— Bebê, sei que ainda não ouviu minha voz, mas eu sou seu pai, não esse tal de Nathan que você tem escutado. Você já deve conhecer sua tia Octavia e sua tia Clarke, todos vão estar sempre aqui por você.  Te amando e cuidando de você, é muito mais do que eu tive quando nasci ou sua mãe, então aproveite e não vire um moleque mimado por isso... Eu te amo, garoto mesmo sem te conhecer.

Raven tem algumas lágrimas nos olhos e a abraço. Dará tudo certo, faremos dar certo.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam dos reviews
Temos apenas mais um capítulo a nossa frente!!



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