Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 24
Capítulo Vinte e Três


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra vocês e sem atrasos dessa vez...
O fim se aproxima meus amores!



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Pov Clarke Griffin

Lexa não pensa duas vezes. Não temos escolha ou resgatamos Bellamy e a chave ou nos conformamos em ser atacados com terremotos. Ao menos é isso que ela acredita. De uma coisa é certa precisaremos de um plano muito bom. Chegamos a um acordo que o exército não pode enfrentar uma nova batalha tão cedo. Ou seja, essa missão envolverá muito menos pessoas. Apenas quatro para ser mais específica.

O plano é invadir o território sem que eles percebam, resgatar Bellamy  e fugir. A última batalha provou que ainda não somos capazes de vencê-los em números, porém isso não quer dizer que não podemos usar isso contra eles. Lexa permitiu que eu escolhesse dois dos meus companheiros.  Um precisa ser de confiança dela, um dos seus homens. Heda ainda não me deu um nome, mas imagino que deva ser Edgar ou Peter, os dois são líderes do exército e responsáveis em nos ajudar a bolar nossas estratégias de guerra.

Os meus foram um pouco mais difíceis. Pensei em alguns nomes: Octavia, por exemplo, passou pela minha cabeça, ela é uma boa guerreira e seria capaz de tudo para resgatar o irmão, mas se algo der errado e o pior acontecer não posso ser a pessoa a dizer a Bellamy que sua irmã morreu para salvá-lo. Simplesmente não posso e além do que ela e Lincoln são uma das poucas pessoas que confio em deixar o broche. Nenhum deles ousaria contar a verdade a Lexa.

As outras opções são: Nathan, Raven e Monty. O primeiro é essencial, confio nele apesar de tudo, e o único de nós que já esteve dentro da antiga base militar que eles ocupam há dez quilômetros a norte daqui. Vai ser através dele que encontraremos Bellamy e um jeito de escapar, por tanto levá-lo não é realmente uma escolha.

A minha segunda e última escolha é um pouco mais difícil: Monty ou Raven?

Raven tem sua condição na perna. O que a torna mais lenta do que os outros, porém a morena é uma das pessoas mais inteligentes que conheço , seria capaz de tudo por Bellamy e de pensar em algo de última hora se for necessário. Quanto a última característica Monty também seria capaz. Não sei se é a decisão mais racional, mas algo me diz que Raven é a melhor escolha que apesar de tudo nosso amor por Bellamy tem muito mais força e pode vir a ser necessário no campo.

Segundo Jeremy o irmão do Nathan, que continua atuando dos dois lados, eles estão concentrados há dez quilômetros a norte em uma antiga base militar. A Nação do Gelo está trabalhando para adicionar dispositivos eletrônicos de proteção, mas até agora não teve sucesso. O que não quer dizer que não tenham soldados suficientes para nos matar se nos virem.

Muito pelo contrário os aos redores são monitorados diariamente por soldados. O único período com menos segurança é por volta das quatro da manhã na troca das rondas. Sabemos o melhor horário para invadir e aonde eles estão. Agora o que me resta é falar com os dois convocados e ver se eles concordam em participar da missão.

Entro na sua oficina silenciosamente. Raven está ocupada com um dos seus projetos, uma bomba para usarmos no próximo ataque, forte o suficiente para detonar ao menos oitenta soldados. Odeio ter que utilizar de armas desse porte, de ter que lutar e me conformar em matar tanta gente, mas não temos escolha. É isso ou ser morta.

Aguardo por cerca de cinco minutos até que ela me note.

— Clarke, no que posso servi-la, princesa?- o apelido me faz estremecer. Raven parece cansada e preocupada. Fato que não dou muito atenção minhas feições não devem estar tão diferentes. Sabe se lá o tipo de tortura Bellamy está passando nas mãos de Audrey e seus súditos.

— Estou partindo em missão para buscar Bellamy. Quero que você vá conosco. Confio que você lutaria tanto quanto eu para tirar ele de lá.

— Eu... não sei o que dizer.

— Diga que sim. Ele precisa de nós duas dessa vez.

— Não posso, Clarke- não acredito no que escuto e no que vejo nos seus olhos. Raven parece desesperada. Como se quisesse ajudar, porém não pudesse.

— Ele precisa de você.

— Eu sei, mas não posso. Não queria contar isso tão cedo e ainda mais pra você, mas eu estou grávida...

— O quê? Bellamy sabe disso?

— Não faz ideia. A única pessoa que sabe é Octavia, não contei pra ninguém. Tenho medo de tudo se repetir. Não sei se sabe...

— Não precisa dizer. Bellamy me contou sobre o que aconteceu.

— Você entende, Clarke? Por mais que eu queira, não posso colocar essa criança em risco. Já basta carregar a culpa de perder uma, Bellamy não aceitaria que eu me arriscasse nosso filho por ele.

— Quanto tempo?

— Pelos meus cálculos dez há doze semanas.

— Você deveria ter contado a ele.

— Já cometemos decisões apressadas na última vez. Não quis que ele tomasse a decisão levando em conta uma criança. Coloquei a felicidade dele na frente é você quem ele quer do lado, não eu.

— Ele também te ama.

— Eu sei, mas não o suficiente. Eu não sou você e está realmente tudo bem por mim. Sei que Bellamy será um ótimo pai mesmo nós não sendo mais casados. Na hora certa ele vai ficar sabendo. Na hora certa ele vai estar aqui porquê você vai trazê-lo de volta.

— Vou precisar da sua ajuda em outra coisa então.

— No que eu puder ajudar.

— Preciso que você crie uma cópia da chave. Capaz de enganá-los, mas não de funcionar. Consegue em um dia?

— Deus ainda não inventou algo que eu não seja capaz.

...

Com o broche falso no bolso e Nathan, Peter  e Lincoln me acompanhando. Seguimos em direção a base militar da Nação do Gelo. Sabemos o lugar mais provável de conseguirmos entarmos e o horário. O que nos resta é esperança de que lá dentro as lembranças de Nathan sejam suficientes para nos guiar.

Andamos os dez quilômetros em silêncio. Levamos um pouco menos de duas horas, mas não falamos nada durante todo o percurso. Sabemos que corremos um grande risco de não voltar ou de, Deus me perdoe por sequer pensar nisso, de chegarmos tarde demais e Bellamy já estar morto.

Tudo segue como o planejado. Conseguimos entrar com a ajuda de um guarda amigo de Nathan. Apesar de ser um risco aceitar ajuda de um membro da Nação do Gelo. Era isso ou sermos pegos pelos outros cinco que se aproximavam.

Entramos num lugar aparentemente abandonado que nem Nathan conhecia, entretanto não demoramos para nos encontrar. Não haviam muitos guardas espalhados na parte interior, passamos próximos de um que parecia muito cansado, mas que por sorte não nos viu. Segundo Nathan isso só quer dizer uma coisa, Bellamy está provavelmente do outro lado. A parte mais nova do prédio, onde devem haver muitos mais guardas.

Tomamos a melhor decisão que podemos. Sabemos que não conseguiremos atravessar todo o território sem ser vistos. O jeito é encontrar uma maneira de um deles nos levar até onde Bellamy está, por isso vamos atrás do guarda que acabei de ver. Com o plano de fazê-lo me levá-lo até Audrey. 

O guarda me reconhece e eu digo a ele o que tenho em posse.  Não deixando de mostra a ele a arma que tenho em mãos. Aponto a arma para sua cabeça e exigo que ele me leve até Audrey.

— Audrey, vai gostar de revê-la, Clarke. Já esperávamos pela sua visita.

As chances desse plano dar errado são muitas e por isso eu me pego rezando, para um Deus que eu nem acredito que exista, por ajuda.

Na hora de entrar nos separamos Peter e Nate ficaram do lado de fora,  e eu e Lincoln entramos.

...

A sala que eu encontro é tudo que eu esperava. Bellamy está lá com suas mãos e pés presos. Não parece nada bem de saúde. Sua pele está suada e suja e da sua boca saem palavras que eu não consigo compreender.

Sei que já devia esperar encontrá-lo assim, mas realmente vê-lo é assustador demais. Frio demais perceber que o povo que eu vivi por mais de dois anos não se importa  com o mínimo de conforto de uma outra vida. É notável que Bellamy não está bem, tem muito sangue nas suas roupas e pequenas feridas pelo corpo.

Mesmo não querendo me direciono a Audrey, é através dela que posso tirá-lo daqui. Escuto Bellamy sussurrar meu nome, porém ignoro. Preciso seguir adiante com o plano, por mais que seja difícil tenho que me lembrar que Bellamy só diz isso porque não faz ideia do que realmente está acontecendo.

— Posso te entregar o que tanto quer, se me entregar Bellamy— O broche falso nos daria tempo o suficiente para se recuperar da última batalha e quem sabe talvez até vencer essa guerra.

— Podemos ter um acordo desde que você prove que está com a chave…- Mostro a ela o item e ela satisfeita sorri para mim

— Finalmente uma decisão sensata da sua parte. Sabia que você tomaria alguma cedo ou tarde. Agora me entregue.

— Isso só depois de estarmos a salvo. No portão quando todos já estiverem do lado de fora.

— É compreensível. Está feito.

— E você deve nos deixar ir sem retaliações.

— Prometido.

— Clarke....— escuto agora com mais força. Não posso ignorar. Não consigo mais.

— Bel? — respondo.

— Não...

— Nós já vamos pra casa, Bel. Vai dar tudo certo. Eu prometo!

— Não…

— Confia em mim, por favor! — eu choro, vê-lo assim é doloroso demais. Preciso levá-lo para o lado de fora.

— Podemos seguir adiante como combinado? Ou você precisa de mais tempo para chorar?— Meneio minha cabeça para que Lincoln solte Bellamy e o carregue nos braços.

Seguimos o caminho inteiro tomando cuidado. Até agora não vimos nenhum comportamento suspeito ao que parece a cópia de Raven realmente convenceu Audrey. Que sorri como uma tola o tempo todo enquanto nos acompanha.

No portão eu deixo que todos saiam, que todos eles fiquem numa distância considerável para entregar a ela. A comandante olha o objeto de cima a baixo com desconfiança, mas sorri.

— Espero não ter que vê-la de novo, Clarke!

— Talvez me veja ou queira me ver de novo antes do que espera— penso.


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Notas finais do capítulo

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