Oh, Calamity! escrita por Leh Linhares


Capítulo 23
Capítulo Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Oi, meus amores! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646539/chapter/23

Pov. Bellamy Blake

Descrever o medo é difícil. Já vivi situações muito complicadas, mais apavorantes até. Todavia essa não sei explicar porquê me dá a sensação de que não vou resistir. De que dessa vez a verdade é simples:

Não vou sobreviver. Não verei mais Raven, nem Octavia, muito menos Clarke outra vez.

Audrey parece diferente, mais velha e irritada, a morena nunca deixa a sala em que estou preso. Na missão de tornar meu resto de vida um verdadeiro inferno: me acordando toda vez que adormeço e insistindo em me negar água ou comida todas ás vezes que eu peço.

Suas únicas palavras para mim são perguntas ou respostas sarcásticas. Talvez a maior tortura no fim das contas seja ter que conviver com ela o tempo todo.Não sei há quanto tempo estou aqui. A sensação é de terem se passado semanas, mas não desacreditaria se alguém dissesse que foram só dias ou até horas.

Quase ninguém entra na sala, na maior parte do tempo sou só eu, Audrey e suas torturas. Não vejo a luz do som ou escuto o cantar dos passáros, estou recluso, preso em algum lugar silencioso e barulhento demais. Onde meus pensamentos veem a oportunidade perfeita de gritar todas as torturas que venho passando.

“Não posso dormir.”

“Não posso comer.”

“Não posso falar.”

 “Não posso lembrar.”

“Não posso beber.”

“Não posso falar.”

Me sinto um lixo humano, sujo e indigno de ser resgatado. Quero um banho e uma nova muda de roupas, contudo não posso pedir por isso. Não posso solicitar  nada sem ter que dar todo meu povo como moeda de troca. Penso nelas o tempo todo, nas três: Clarke, Octavia e Raven. Sinto falta de todas elas, mas ao mesmo tempo não quero que me vejam assim. É humilhante demais...

Estou fraco e ferido, não posso correr, nem lutar com nenhum soldado. Minhas mãos e pés doem das amarras e o tiro que recebi na guerra lateja na minha barriga. Sinto o suor escorrer pela minha testa e minha pele queimar pela febre. Nunca estive num estado tão vergonhoso. Preciso de ajuda, porém não sei se quero recebê-la.

Nunca digo nada, sei que não vai adiantar, a verdade não me libertará. Muito pelo contrário enquanto eles acreditarem que ainda podem obter alguma informação valiosa de mim estou seguro.

A Comandante tem se mostrado muito irritada com minha atitude, por isso procurei soltar algumas informações aleatórias. Aleguei que o objeto está com alguém que ela sequer conhece, a última Skaikru que a líder da Nação do Gelo desconfiaria.  Em outros momentos disse que quem descobriu o que era foi Monty e que nos sabemos para o que eles precisam da chave. Nada de muito surpreendente, mas informação suficiente para fazê-la acreditar que seu objetivo é possível.

Entretanto, por mais que não tenha desistido de lutar ainda. Viver parece ser uma formalidade que eu me apeguei mais pelos outros que pra mim mesmo. Meu subconsciente grita que todo esse esforço é inútil, que de alguma maneira acabarei morto. Talvez seja resultado da febre alta dos últimos dias ou das feridas expostas e sem tratamento, de qualquer forma não acho que tenha muito tempo...

Desperto de um pesadelo nervoso. Posso jurar que escutei a voz de Clarke discutindo com Audrey. Qual a minha surpresa quando percebo que não faz parte do pesadelo, a loira está aqui...

Me assusto ao vê-la, Clarke está ainda mais magra. Parece extremamente preocupada com alguma coisa. Quero dizer algo, tranquilizá-la dizendo que estou bem, mas não consigo estou fraco demais. As feridas recentes ainda estão abertas e doem muito, minhas mãos tremem quase que o tempo todo e sinto medo pelo o que pode acontecer com ela se não fugir logo.

— Clarke, não….— sussurro, mas ela não parece me escutar.

— Posso te entregar o que tanto quer, se me entregar Bellamy— quero gritar ao escutar isso. Clarke não pode fazer isso. Eu não mereço. Não quando minha vida coloca em risco todos os nossos amigos e pessoas inocentes.

— Podemos ter um acordo desde que você prove que está com a chave…- mesmo com os olhos semi cerrados a vejo mostrando o broche a Audrey… O que ela pensa que está fazendo? Não posso permitir.

— Clarke....— finalmente consigo falar alto o suficiente.

— Bel? — ela responde.

— Não...— essa é a única coisa que consigo repetir. Ela não pode fazer isso, não pode...

— Nós já vamos pra casa, Bel. Vai dar tudo certo. Eu prometo!

— Não…

— Confia em mim, por favor! — Clarke chora, porém parece confiante e eu fecho meus olhos...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Como prometido o post da semana
Aguardo pelos reviews e bem a fanfic já está chegando no final. Temos mais três ou quatro capítulos apenas!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Oh, Calamity!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.