Black Angel escrita por summer


Capítulo 4
Salvação


Notas iniciais do capítulo

Olaaaá! Como vão?
Aqui vai mais um capítulo (nossa, sério?).
Espero que gostem :3



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Desviei de um carro na avenida e acelerei ainda mais a moto. Cheguei ao endereço citado na frequência policial do rádio em minutos, deixei a moto duas quadras antes e me aproximei da casa ao lado. Era um bom bairro de Gotham, com casinhas simétricas coloridas e jardins protegidos por cercadinhos brancos. Entrei na casa ao lado do meu foco e usei o arbusto que integrava o jardim para me esconder. Perto o suficiente para ouvir, longe o suficiente para não ser vista.

A casa amarela para onde as coordenadas me mandavam, abrigava viaturas e dezenas de policiais em sua entrada. O chefe da operação policial caminhava de um lado para o outro. Não era apenas um assalto com reféns.

– Nenhuma negociação? - Ele perguntou a outro policial

– Nenhuma, Bullock, precisamos entrar. - A voz estava distante, mas clara.

– Tem uma família inteira lá dentro, rapaz. Não são bandidos comuns, eles vão matar toda essa família se falharmos.

Eu não precisava ouvir mais. Me esgueirei até os fundos da casa e pulei a cerca de ferro para a casa cercada pela Polícia. Eu nunca havia trabalhado tão próxima da Polícia, mas aquilo havia se tornado pessoal.

Encostei na parede e me concentrei no que eu podia ouvir. Havia movimentação na cozinha. Corri para a cerca, mais uma vez, e a usei para pegar impulso. Saltei direto para a janela do segundo andar, certa do barulho que havia feito. Abri o mínimo da janela que eu precisava e entrei.

Eu estava num quarto com uma cama de solteiro e pôsteres de boy bands nas paredes cor-de-rosa. A porta estava entreaberta. Caminhei devagar até o corredor. Havia mais quatro portas e uma escada para baixo. Abri a segunda porta: um banheiro. A possível dona do quarto anterior estava amarrada e amordaçada, sentada no chão e iluminada apenas por luzes externas, que vazavam pela janela. Ao me ver, seu choro silencioso se tornou desespero. Me abaixei a sua frente e tentei acalma-la.

– Vim tirar você daqui, não estou com eles! - Sussurrei, seu choro diminuiu - Eu só posso soltar você se prometer que vai ficar calada, está bem? - Ela acenou com a cabeça - Ok, fique quieta - Desamarrei seus braços e tirei a faixa que a impedia de falar

Coloquei o dedo sobre os meus lábios, para sinalizar o silêncio. Ela ainda tremia, eu não podia deixar que ela sentisse tanto medo. Pela primeira vez, eu não queria que alguém tivesse medo de mim.

– Qual o seu nome?

– Jessie - Ela sussurrou

– Ok, Jessie. Vou te pedir uma coisa: você vai ficar no seu quarto, com a porta trancada e vai me esperar, ok?

– Eu não quero ficar sozinha!

– Mas você precisa. Seja forte, Jess. Vamos. - Não esperei sua resposta

Abri a porta do banheiro e olhei para os lados. A porta do quarto dela continuava aberta, as outras portas estavam fechadas, exceto a última, que estava entreaberta. Andei com cuidado, levando Jessie pela mão. Coloquei ela dentro do quarto e puxei a porta.

– Espera! - Ela pediu - Qual o seu nome, moça?

– Hm, Black Angel.

– Obrigada, Angel. - Ela falou com a voz embargada.

– Fique escondida.

Fechei a porta e caminhei direto para a próxima porta. Abri a porta e me encontrei num quarto infantil: as paredes tinham cor azul bebê e havia adesivos de parede em formato de dinossauro nas paredes. A janela estava fechada, deixando o quarto escuro.

– Oi. - Notei um menininho amarrado ao pé da cama

Coloquei o dedo sobre meus labios, pedindo silêncio. Ele tinha grandes olhos verdes-mel que contrastavam com a pele morena. Alguns cachinhos escuros caíam sobre seus olhos. Ele devia ter, no máximo, seis ou sete anos.

– Oi - Sussurrei

– Você vai me levar?

– Vou levar você para Jess, pode ser? - Comecei a desamarrar seus braços

Ele acenou com a cabeça, aceitando. Quando soltei seus braços, ele abaixou meu capuz, espondo meu rosto. Soltei um suspiro de surpresa.

– Qual o seu nome?

– Angel. E o seu?

– Gerard.

– Certo, Gerard. Vamos?

Ele assentiu e eu coloquei o capuz novamente.

Eu o levei até o quarto de Jessie e mandei ficarem escondidos. Fui direto para o último quarto. Empurrei a porta devagar e pude ver dois bandidos de preto de pé e um outro sentado, os donos da casa estavam amarrados ao pé da cama.

– O que vamos fazer agora? A Polícia de Gotham cercou a casa! Não vamos conseguir levar eles. - Um deles parecia em desespero

– Eu sei, eu sei! Precisamos de um plano!

Encostei no batente da porta, com os braços cruzados:

– Acho bom vocês pensarem nisso logo.

– Droga! - Um deles praguejou e correu para mim

Deixei ele me atingir pouco depois de descruzar os braços e ouvi seu grito. Eu o empurrei para o lado e tirei minha faca dentre suas costelas, me levantei e agora havia um revólver apontado para mim e um para o casal amarrado.

– Fique longe! Eu vou matar os dois! - Ele berrou

– Mate. Não estou nem aí para eles. Quero vocês. - Dei de ombros

Ele mudou sua mira para mim. O homem que estava mais próximo, era mais baixo e parecia mais calmo; Chutei sua mão, derrubando sua arma, e puxei seu braço, encostando suas costas no meu peito. Houve um disparo e meu escudo caiu.

Uma forte movimentação começou no andar inferior, a Polícia estava entrando e meu tempo havia acabado.

– Você não tem saída. - Avisei

– Nem você. - Ele retrucou

Dei um chute em seu rosto, derrubando-o. Corri e desamarrei os donos da casa. O homem, sorriu em meio ao pavor que estava estampado em seu rosto claro, havia apenas gratidão em seus olhos azuis. A mulher estava inconsciente e sua pele morena estava pálida.

– Corra! - O homem falou, me alertando.

Corri para as janelas e as abri.

– Parada! - Um homem berrou

Virei para vê-lo, dando de cara com o detetive Bullock.

– Espera... Você não é uma deles.

– Muito observador, o senhor deve ser um detetive dos bons.

Ele abaixou a arma.

– Sabe o que acontece com os vigilantes encapuzados nessa cidade, garota?

– Sim. Eles continuam agindo nas sombras, senhor.

– Você irá para a delegacia.

– Receio que não.

Pulei janela a fora e fiquei pendurada no batente. Ouvi os gritos de Bullock e dos policiais que viam minhas acrobacias da rua. Joguei meu corpo para cima e soltei o batente, voando para o telhado; Corri até a extremidade do telhado da casa para o telhado da casa ao lado e saltei. Pulei do telhado, dando uma cambalhota no ar e pousei no chão.

Durante o caminho para casa, me perdi em pensamentos várias vezes. Eu não podia descrever como me senti ao saber que estava libertando aquelas pessoas, eu expus a coragem de Jessie e salvei a inocência de Gerard de maneira que ninguém salvou a minha. Tudo isso fez com que eu os perdesse. Eu tinha os mercenários tão próximos, tão perdidos e encurralados e os perdi.


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Notas finais do capítulo

Bom, confesso que estou completamente perdida para escrever! Tão perdida que nem sei qual o caminho para me perder.
Mas estou gostando de voltar a escrever (e reescrever, no caso).
Espero mesmo que tenham gostado!



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