Todos na SHIELD estava agitados, no dia seguinte, havia uma reunião importante me esperando. O próprio Fury estava lá, esperando pelos outros. Estavam presentes os capitães das equipes de proteção pessoal dos alvos da Oscorp, além de Maria, Carter e eu.

– Bom dia, agentes. A incorporação da agente Romanoff na Oscorp foi bem sucedida. Agora temos informação em tempo real sobre os planos de parte da diretoria da Oscorp. Entretanto, não tivemos como prever o que aconteceria na festa do Senhor Wayne. Por isso, trouxemos o responsável da proteção da Mansão Wayne.

Nick caminhou até a porta enquanto falava e, ao fim da sua fala, Asa Noturna estava entrando na sala. Os agentes se agitaram.

– Vamos trabalhar com vigilantes agora? - Um dos agentes perguntou

– Unir-me à SHIELD não estava no topo da minha lista. - Asa Noturna falou - Estou aqui porquê é necessário. Durante a festa do Senhor Wayne, aconteceram tentativas de ataque o tempo todo. Nenhum dos ataques foi bem sucedido, exceto um: Richard Grayson e a namorada foram atacados pela manhã. - Ex–namorada, pensei - Batgirl, Robin e eu não conseguimos prever. Falhamos e eles poderiam ter morrido.

Tentei me lembrar de qualquer tentativa de ataque, mas não tive sucesso. Asa Noturna estava na festa, assim como os morcegos, e eu não havia notado. O ataque havia sido para nós?

– Só os dois. Por quê? - O mesmo capitão perguntou

– Richard Grayson está atraindo acionistas para ficarem contra os contratos da Oscorp. - A agente Carter respondeu antes de Asa Noturna

– Exatamente. - Ele confirmou

– Desculpe a intromissão, Asa Noturna, mas você pediu proteção especial para Dave Reed Amell e sua namorada, Susana Lane. Porém, ele nem mesmo tem conhecimento sobre a ilegalidade dentro da Oscorp. Ele é um cientista, não um diretor. - Carter falou, olhando alguns de seus papéis.

– Sim, é verdade. Mas sua mãe se move atrás dele, na diretoria. Ela se aposentou e deixou suas ações nas mãos dele. O senhor Reed é um cientista, mas tem ações e alguma voz.

– E a senhora Berkeley se afastou da diretoria, então não faz sentido protegê-la.

– Ela se afastou sob ameaças.

– Então faz sentido. - Carter cedeu

– Eu mesmo estou fazendo a proteção de Grayson e a namorada - ex, pensei - , além de Reed e a namorada. Gostaria de mais atenção sobre os outros. Além disso, a guerra declarada em Gotham tem data para acabar.

– Quais os planos do Homem-Morcego? - O capitão perguntou

– São do Homem-Morcego. Vocês serão comunicados se necessnário. - E caminhou para fora da sala.

Nick mandou que os capitães reagrupassem e eles saíram da sala. Ele dispensou um por um, deixando a sala vazia para nós dois.

– Eu sei o que você está fazendo perto da sua casa, Black Angel. Fazer uma limpeza na área pode ajudar nos planos de Batman e Asa Noturna.

Não respondi, apenas deixei que ele saísse da sala e saí algum tempo depois. Clint estava me esperando do lado de fora.

– Ei, Anji.

– Oi, Passarinho.

– É "Gavião". - Corrigiu

– Por que você andou sumido?

– Uns problemas com um cara no Novo México. Talvez você o conheça um dia. Tenho uma informação para você.

– Sempre tem.

– Os locais próximos da sua casa e do seu trabalho estão mais carregados de bandidos. Eles estão perto de você, Anji.

– Por quê?

– Eu gostaria de saber.

– Ótimo.

– Está de mau humor?

– Não.

– Brigou com o playboy?

– Eu... Não. - Suspirei

Clint me analisou por um segundo, depois tocou o meu ombro.

– Não tem mais nenhum playboy, né?

– Não.

– Eu sinto muito, Anji. - Ele me abraçou - Eu sei que você gostava mesmo dele.

– Está tudo bem, Passarinho. - Menti

– Gavião.

Durante aquela tarde, fiz todo o meu trabalho e boa parte do trabalho de Lucy na lanchonete. Evitamos contato, mas mesmo assim, eu precisava me ocupar. Suzi já havia acabado seu expediente, mas entrou na lanchonete saltitando até mim, no balcão.

– Lis!

– Oi.

– Se liga! - Ela bateu uma revista sobre o balcão

A revista de fofocas trazia uma matéria completa sobre a festa badalada que desafiava a guerra e o toque de recolher: a festa na mansão Wayne. Corri os olhos pela folha até encontrar o que Suzi queria me mostrar. Em um pequeno retângulo, havia uma foto de Dick e eu na entrada do tapete. Ele sorria feito um idiota para mim e eu dava um sorriso tímido para a câmera. Parecíamos perfeitos, intocáveis e inquebráveis. Mas naquele momento, doeu. Não éramos inquebráveis e eu sentia isso como uma dor física no peito. Meus olhos queimaram e Suzi me olhou com preocupação.

– Lis... O que houve? - Ela temia sua própria pergunta

– Nós... Acabou. - Minha voz falhou

– O quê? Não... Não acabou. O que houve, hein? É passageiro!

– Não. Acabou. - Evitei olhar em seus olhos

– Mas... Por quê?

– Por quê? Porque Dick Grayson é um idiota. Era só um passatempo para ele e perdeu a graça.

– Ah... Minha amiga! Eu duvido. Dick é louco por você. Daqui a pouco ele está aqui para te levar para casa de novo, você vai ver.

Dei-lhe um sorriso e voltei para o meu trabalho. Era estupidez de mais encher a cabeça com esperanças infantis. Suzi tinha problemas de verdade para lidar e eu não precisava de um espectador para a minha novela pessoal. Eu era total e completamente culpada pelo lugar onde estava agora, eu deixei que ele entrasse numa área restrita, eu pedi para ele entrar e esse foi o resultado. Dick esperou até que eu estivesse completamente envolvida para me dispensar. Talvez nem fosse sua culpa, talvez não tenha sido por querer, mas raiva é um sentimento mais fácil de lidar do que auto-piedade. Era mais fácil me sentir usada do que sentir que não havia sido boa o suficiente para fazê-lo se apaixonar de verdade, como eu havia me apaixonado.