Black Angel escrita por summer


Capítulo 23
Grayson


Notas iniciais do capítulo

Que amorzinho ♡



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Ao fim do meu expediente duplo, encontrei Suzi sentada no sofá, vestindo algumas das minhas roupas. Ela estava arrumada e parecia decidida.

– Me leve até o Dave? - Ela pediu

Eram 18h30, mas aquilo não importava. Dick chegou ao meu apartamento minutos depois da minha ligação. Pouco antes das 19h, deixamos Suzi no apartamento de Dave e partimos para a Mansão Wayne, a casa da família do meu namorado.

Apenas quando o carro de Dick começou a atravessar os portões, lembrei que eu nunca havia estado na mansão. Perguntei mentalmente se Bruce Wayne estava lá. Dick guardou o carro num estacionamento onde havia mais alguns carros caros e importados. Caminhamos até a entrada principal da mansão e comecei a me dar conta que talvez eu estivesse nervosa. As portas eram enormes e cheias de detalhes decorativos.

– Psiu. - Dick me chamou e olhei para ele

Dick abriu um sorriso, com seus olhos bem dentro dos meus, o mesmo sorriso de quando me viu na festa da Gotham Academy, ou quando nos vimos pela última vez antes da minha mudança para Metropolis. Seus olhos sorriam para mim, com meu reflexo neles.

A porta foi aberta por um homem, um senhor que vestia um uniforme engomadinho.

– Boa noite, patrão Dick. É um prazer conhecê-la, senhorita Amell.

– Boa noite, Alfred. Como vai?

– Maravilhoso, patrão Dick. Entrem, por favor. - Ele abriu mais a porta, nos deixando passar.

– Hm, oi. O prazer é todo meu... Alfred.

– Alfred é mordomo dos Wayne. Faz parte de nós. - Dick sorriu

– Obrigado, patrão Dick. O jantar será servido agora mesmo.

Alfred caminhou pela sala de estar até um corredor. A sala era incrivelmente grande e cheia de detalhes. Havia uma escada de madeira e estantes com decoração. Dick pegou minha mão e me fez caminhar até o corredor por onde Alfred havia sumido. O corredor nos levou até a sala de jantar, onde havia uma mesa enorme, repleta de comida. Bruce Wayne estava sentado na ponta, ao lado de seu filho, Damian Wayne. Do outro lado, havia um jovem de cabelos escuros. Todos olharam para nós com sorrisos discretos - com exceção de Damian, que não sorriu nada.

– Dick! Eu pensei que Barbara viria com você... - O jovem começou a falar e arregalou os olhos - para o jantar! Porque nós jantamos juntos de vez enquando..

– Oi, Tim. - Dick deu uma gargalhada gostosa - Lis, esses são: Tim, Bruce e Damian. E essa é a minha namorada, Alicia Amell.

Bruce Wayne abriu um sorriso.

– Muito prazer, senhorita Amell. Dick é um rapaz de sorte.

– Me chame de Alicia, por favor. Muito obrigada, o prazer é todo meu.

Eu era uma garçonete humilde, mas sabia ser polida e elegante quando precisava. Dick me guiou até a cadeira ao lado de Damian, que continuava com cara de poucos amigos.

Ao longo do jantar, percebi que Tim era um garoto doce, Bruce era fechado, mas se esforçava para fazer um papel de bom pai e Damian gostava de ser do contra, mas era mais sutil com Dick, em comparação aos outros. Tim Drake não era um Wayne, mas estava sempre junto deles, assim como Barbara.

Quando o jantar acabou, Damian e Tim começaram a jogar videogame na sala onde havia uma televisão gigante, Bruce se retirou e Dick me levou para o seu quarto.

O quarto dele era totalmente diferente do resto da mansão. Era como ter um pedaço de Dick espalhado pelas paredes e pelo chão. O quarto estava bagunçado e com as coisas jogadas, de maneira que parecia ser habitual. Havia recortes de revistas em quadrinhos em uma parede e uma prateleira com uma série de livros de todos os tipos: livros acadêmicos, romances, mistérios, terror, mitologia, ficção científica...

Em outra prateleira, havia troféus e medalhas de campeonatos acadêmicos e eu havia presenciado - ou até participado de - algumas de suas competições no Colégio. Fiquei parada, lendo as inscrições nos troféus enquanto ele se esforçava ao máximo para arrumar a cama.

– Lis!

Virei para encará-lo e encontrei a porta para a varanda escondida por cortinas azuis. Ele puxou as cortinas, revelando a porta dupla, tive vontade de correr para abri-las. Em vez disso, contive minha vontade infantil e dei passos apressados e puxei as portas, ignorando a expressão divertida em seu rosto.

A varanda era espaçosa e tinha uma vista incrível. As luzes de Gotham pareciam tão distantes e a lua parecia mais próxima. Tive a sensação de ser intocável. A guerra, lá fora, não podia me encontrar ali.

Levantei os pés na extremidade da varanda, sentindo vontade de ser tocada pela lua. Em vez disso, Dick passou seus braços ao redor da minha cintura. Era bem melhor que a lua.

Ele colocou as mãos sobre a minha barriga e o nariz no meu pescoço, me dando aquela sensação calorosa seguida por um arrepio. Coloquei minhas mãos sobre as dele e um calafrio percorreu meu corpo. Suzi. Podia ser eu. Podíamos ser nós. E o que faríamos? Como faríamos? Estaríamos juntos?

– O que há? - Ele perguntou, virando meu corpo rígido para ele.

Eu sentia meus olhos arregalados de medo.

– Lis? O que houve? - Ele segurou meus braços com as mãos

– Eu... Nada... É que... A Suzi está com um problema... - Enrolei

– Eu sei.

– O que você sabe? - Meu estômago gelou, era um segredo.

– Ela está com um problema, eu sei. Ela não estava bem hoje. Eu percebi quando a levei até Dave.

– Eu só estava me colocando no lugar dela. Ela é minha melhor amiga.

Seus olhos azuis eram profundos. Eu sabia que não precisava dizer mais nada. Mesmo sem saber, ele sabia. Eu podia ver em seus olhos que ele sabia do que se tratava, ou, ao menos, desconfiava. E então, Dick me abraçou. Meu corpo tenso se desmanchou

– Eu não a deixaria. - Ele sussurrou baixo de mais, talvez eu não devesse ouvir, mas ouvi - Nunca. - Ele suspirou com os lábios colados na minha pele.

Toda a tensão foi extinta no momento em que nos deitamos, com os corpos nus e colados. O peso do seu corpo era confortável sobre mim, era bom saber que eu não tinha para onde fugir. Nossas mãos entrelaçadas passavam a mesma sensação. Dick dava mordidas ferozes em meu pescoço e, logo depois, beijos doces. Em algum momento, naquela noite, finalmente notei algo mudado. Algo que havia mudado várias e várias noites antes. Algo em mim, que me fazia querer ficar ali por tempo suficiente para esquecer de todo o resto.


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Notas finais do capítulo

Vem aí um bônus!



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