Black Angel escrita por summer


Capítulo 22
A Guerra


Notas iniciais do capítulo

Bom... Esse capítulo pode ficar um tanto desconexo, mas é importante para mim ♡



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Durante a semana seguinte, todos os noticiários locais diziam o mesmo: toque de recolher para os moradores de Gotham. Na segunda-feira, os noticiários apresentaram a primeira ação da guerra: um corpo sem vida amarrado à um poste de luz, em frente à Gotham Academy, com um bilhete que ditava ordens. Daquele dia em diante, não devia haver genge nas ruas após às 19h.

"Estamos falando da cidade com maior índice criminal do país e do mundo. É muito cedo para dizer que se trata de algo urgente.", um âncora de jornal de sua opinião em horário nobre e, na terça-feira de manhã, seu carro estava pixado de vermelho: GOTHAM É URGENTE!

Outros corpos com bilhetes começaram a aparecer pendurados em lugares específicos da cidade: na frente da base da polícia - onde Dick trabalhava - ou em frente a prefeitura. Quando o relógio se aproximava das 19h, grupos de homens surgiam nas esquinas; Theo decidiu que a lanchonete fecharia mais cedo, para que todos os funcionários pudessem chegar em casa antes do toque de recolher. Dave me ligava todos os dias à noite, para ter certeza que eu estava em casa, o que era um alívio para mim também.

Dick estava trabalhando mais para tentar conter o povo desesperado, mas passava a maior parte do tempo à paisana. Quase todos os dias, ele conseguia um tempo para me ver de noite, o que me dava calafrios. Dick era um policial incrível e corajoso, mas havia uma guerra acontecendo lá fora.

Na SHIELD, eu acompanhava o programa de proteção para os alvos da Oscorp cada vez mais distante. Meus treinos com Natasha haviam acabado, então Clint e Steve me ajudavam a manter a forma.

Entrei no meu apartamento escuro pouco antes das 19h. Acendi as luzes e me assustei com o que encontrei no sofá.

– Suzi? - Me aproximei

Ela estava sentada, com os olhos inchados e vermelhos, o nariz vermelho e escorrendo e o rosto cheio de lágrimas. Um velho moletom da Gotham Academy cobria seu corpo, combinando com o tênis velho e o cabelo preso no alto da cabeça.

– Suzi, o que houve? - Me ajoelhei entre suas pernas, olhando para seu rosto.

– Eu... Eu... - Ela falava entre soluços - Estou... Ah, Lis! Eu estou grávida! - Ela começou a soluçar e chorar desesperadamente

Eu me estiquei e a abracei. Suzi chorou por mais um tempo e não tive coragem de abrir minha boca. Me sentei no sofá e ela deitou no meu colo.

– Isso não é justo! Nós nunca fizermos nada sem nos proteger, Lis! Isso não podia ter acontecido! Somos tão jovens... Ele está passando por problemas imensos na Oscorp e existe uma guerra acontecendo lá fora! Eu não quero! - Ela reclamava chorando

– O que você não quer?

– Não quero ser mãe! Não agora! Eu sempre gostei de brincar de bonecas, mas agora é diferente... Estamos juntos há pouquíssimo tempo, e se ele não quiser? Ele tem opção, eu não tenho! Acabei de começar um novo curso... O que vai ser de mim?

– Shh... - Comecei a passar a mão em seu cabelo repicado

Existia uma criança dentro da criança que era Suzana. Levou um tempo até que ela dormisse e, mesmo assim, eu ainda não havia conseguido assimilar as ideias. Me levantei e me esforcei para deixá-la confortável no sofá, peguei um cobertor de dentro do guarda-roupa e a cobri.

Algumas mulheres sonhavam em ser mães, cuidar de bebês e tudo mais. Mas isso não era uma regra. Não são todas as mulheres que nasceram para ser mamães. Eu sabia que Suzi seria uma mãe maravilhosa quando estivesse pronta, mas agora não era o momento. Tentei imaginar a quantidade de mulheres que passavam pela mesma situação: eram mães simplesmente porquê é isso que as pessoas fazem, as pessoas se casam e depois têm filhos, e não porquê realmente querem.

Suzi e Dave estavam juntos há pouco mais de dois meses. Quase a mesma quantidade de tempo que Dick e eu. Eles sempre se protegiam, de acordo com ela, assim como nós. Eu podia estar em seu lugar.

Quando Suzi acordou, a mesa estava arrumada com pão, suco e frutas. Eu estava sentada à mesa, lendo notícias sobre o terrorismo em Gotham pelo celular. Suzi se arrastou até a mesa e se sentou.

– Obrigada por tudo, Lis. - Ela bocejou

– Dave já sabe? - Coloquei o celular de lado e comecei a servir suco para nós

– Não. Eu não contei a ninguém. - Ela tomou um gole do suco de laranja

– Ele precisa saber. - Empurrei uma tigela com melancia cortada em cubos

– Ainda não. - Ela recusou minha oferta e pegou uma fatia de pão

– Ok, mas por quê?

– Ainda não sei se... Não sei se... - Sua mão tremia enquanto ela tentava passar geléia no pão

– O quê? - Segurei sua mão, impedindo-a de continuar

– Não sei se posso ter esse filho sozinha. - Ela olhou nos meus olhos

– Esse filho tem um pai, Sue.

– Dave é jovem, tem uma carreira promissora na Oscorp e tem opção. Ele pode dizer sim e condenar sua vida a isso... ou dizer não e seguir sua vida.

– Ele nunca vai deixar você dessa forma! Você não está pensando direito, está nervosa.

– Sim, estou nervosa e não estou pensando direito, mas você sabe que é verdade! Você não o conhece há tempo suficiente para dizer que é mentira.

– E se ele disser não? O que você vai fazer?

Desconfiei de minhas palavras, eu conhecia Dave há pouco tempo, mas sabia tanto sobre ele quanto sobre mim. Talvez aquele papo de conexão de irmãos, ou seja lá o que for, realmente existe.

– Eu posso resolver isso antes que ele saiba. - Ela desistiu do pão e enfiou um garfo na tigela de melancia.

– Está falando de abortar?

– Eu não sei! Não sei! - Ela berrou

– Certo... Relaxa. Não estou te julgando.

– É que... Essa parece a única saída. - Lágrimas começaram a rolar em seu rosto

Me levantei e caminhei até sua cadeira. Ela me abraçou e chorou. Chorou tanto quanto é possível e talvez mais.

Mandei uma mensagem para Clint, avisando que eu não iria para a SHIELD Eu a deixei sozinha no meu apartamente e fui para a lanchonete no primeiro horário, quando ela devia estar lá. Encontrei toda uma família preocupada.

– Lis! - Martha me chamou quando passei pela porta - Você tem notícias da Suzi? Ela desapareceu ontem e imaginamos que estivesse com o namorado, mas ela não atende e...

– Fique calma, ok? Ela está na minha casa. - Dei-lhe um abraço

Todos os Lane soltaram um suspiro de alívio.

– Mas por quê? - Lucy perguntou, levantando da cadeira onde estava sentada.

– Ela quis ficar comigo ontem e não acordou muito bem.

– Não tem problema, eu cubro ela - Mike jogou uma toalhinha para Lucy

– Eu ajudo você. - Segui Mike para o quarto de funcionários


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Notas finais do capítulo

Daqui a pouco vem outro ♡



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