Black Angel escrita por summer


Capítulo 18
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Notas iniciais do capítulo

Que amorzinho ♡



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Paramos em frente à porta do apartamento 52 e eu travei. Dick pegou minha mão. Eu estava deixando de novo, estava deixando que ele se aproximasse mais do que podia. Convenci a mim mesma que eu não precisava dele, ele apenas estava tornando as coisas menos difíceis.

Estiquei meu dedo até a campanhia e depois ouvi passos apressados até a porta. A porta se abriu e me peguei olhando para um homem alto, com o cabelo escuro e bagunçado, olhos castanhos e um sorriso no rosto. Seu rosto sorridente se desfez aos poucos.

– Dave Amell? - Dick perguntou, tentando quebrar o silêncio intenso.

– Sou eu. - Ele respondeu, sem tirar seus olhos dos meus.

– Meu nome é Alicia Amell. - Minha voz trêmula quase impediu o fim da frase

Dave esticou a mão e tocou meu rosto, sua mão tremia. Ele puxou meu braço para dentro do apartamento. Quando me sentei em seu sofá, olhando para ele, todas as lembranças que meu cérebro fizera questão de esconder estavam de volta. Me lembrei daqueles mesmos olhos num rosto de criança que dizia para eu não sair de dentro do armário. Me lembrei daqueles lábios formando um sorriso largo, gritando que eu não o alcançaria enquanto corria na grama.

– ... Eu te escondi no armário e fiquei embaixo da cama, assim que pude, corri para buscar ajuda e, quando voltei, você não estava lá. Eu te procurei por tanto tempo. Me disseram que eles haviam pegado você, mas eu nunca acreditei! - Uma lágrima escapou de seus olhos cheios d'água

Olhei em volta. Ele havia tido uma boa vida, com pais amorosos, como demonstrava a foto dentro do porta retrato sobre a estante da TV, uma foto em que ele estava sendo abraçado por uma mulher com cabelos claros e olhos azuis, ao lado de um homem com cabelos grisalhos e um sorriso feliz. Seu apartamento ficava numa boa parte de Gotham e parecia ser confortável.

Perto da meia-noite, ainda estávamos conversando:

– Você namora com Dick Grayson! Já ouvi muito sobre ele na Wayne. - Ele falou e nós rimos

– E você? Como se chama sua namorada?

– Eu não namoro... Ainda. - Ele riu, sem graça. - Agora que eu encontrei minha irmãzinha, vou ter que apresentar vocês em breve. - E sorriu

Uma onde ciúme me invadiu. Tive vontade de dizer que era injusto, ela, quem quer que fosse, sabia mais sobre meu irmão do que eu. Ela convivia com ele mais do que eu. Em seguida, tive vontade de rir de mim mesma, percebi que era difícil se acostumar com sentimentos novos, e abracei meu irmão.

Dick parou o carro em frente ao meu apartamento no início da madrugada. Durante todo o caminho, ficamos em silêncio. Saí do carro sem esperar qualquer palavra e entrei no prédio, ouvindo seus passos atrás de mim. Ele entrou no meu apartamento, fechou a porta e segurou meu braço, me impedindo de continuar a caminhar. Eu o encarei.

– Você não precisa ter medo de mim. - Ele falou docemente

– Não tenho medo de você. - Retruquei

– Sim, você tem. Tem medo de se abrir para mim.

– Não. - Balancei meu braço, fazendo-o soltar e me virei na direção do meu quarto.

– Então por que estava me evitando? - Ele me alcançou e segurou meu braço mais uma vez

– Não estava te evitando! - Menti em um berro

Não minta para mim!– Ele gritou, fazendo com que eu arrgalasse os olhos.

– Não grita comigo! - Gritei, procurando qualquer motivo para fugir.

Dick segurou meus dois braços com as mãos e apertou. Havia fúria em seus olhos, seus lábios estavam contraídos de raiva.

Você quer que eu pare?– Gritou - Quer que eu pare de tentar me aproximar? Responda! Responda que sim e eu não vou tentar nunca mais!– Ele berrou e eu fiquei calada.

Ele afrouxou as mãos e abaixou a cabeça, com raiva e frustração. Tive vontade de abraçá-lo e confortá-lo, mas eu não podia. Eu havia machucado ele.

– Eu tô na sua, Lis. - Ele falou, mais baixo.

Quis levantar seu rosto e beijá-lo, mas ele tinha o direito de me repelir. A ideia de ser repelida por ele me causava arrepios. Alguma coisa precisava ser feita e, numa situação onde eu não tinha exatamente um grande leque de escolhas, optei pelo risco. Levantei seu rosto e o beijei. Ele estava surpreso e confuso, mas me beijou com a mesma intensidade que eu.

Suas mãos voltaram a apertar meus braços, como antes, com a mesma força e a mesma raiva. Nosso beijo era urgente, quase violento, cheio de intensidade e paixão. Dessa vez, não deixei seus braços me envolverem, eu o envolvi. Dick me agarrava com força, como se tivesse medo que eu fosse fugir e tentei deixar claro que eu não ia fugir mais. Eu não queria fugir mais.

Inspirei o cheiro da pele de Dick profundamente antes mesmo de abrir os olhos. Em seguida, meus olhos vislumbraram seu peito nu, quase colado em meu rosto. Nossos corpos estavam tão próximos quanto podiam estar, naquela manhã de verão. E mesmo numa manhã de verão, eu queria estar daquele jeito. Ele acordou aos poucos e senti um beijo no topo da minha cabeça.

– Bom dia - Sussurrei, encarando seus olhos sonolentos.

– Bom dia. Você está bem?

– Acho que você ouviu o quanto eu estou bem. - Provoquei e ele riu

Ele se arrastou para fora da cama, me deixando sozinha. Cobri meu corpo com o lençol bagunçado e fiquei ali, pensando. Eu não tinha medo dele, nunca havia tido. Esse era o problema, esse era o meu medo. Meu medo era não ter medo de deixá-lo se aproximar. Meu medo era ter vontade de deixá-lo se aproximar. E esse medo havia sido extinto durante a madrugada. Dick era meu melhor amigo, uma das únicas pessoas em quem eu podia em confiar e, agora, eu confiava. Talvez seja a pior coisa que você já fez na sua vida. Ou talvez seja a melhor.

Ele voltou com duas canecas de café e me entregou uma:

– Obrigada - ...por não ter desistido de mim


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Notas finais do capítulo

E aí? :3



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