Desejos Proibidos escrita por Nika Mikaelson


Capítulo 7
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

A Paulinha comentou algo, que realmente é verdade, eu esqueço de agradecer vocês pelos comentários! Confesso, sou uma desligada! Mas juro, que o dia inteiro, eu atualizo só pra ver se vocês falaram, ou o que acharam! hahahahaha
Obrigada de coração, mesmo! E continuem falando, porque eu AMO ler
E quem não comenta, começa a comentar galera! Vamos nos comunicar, dê sua opinião, fala o que acharia legal e quem sabe, irá ler o que você quer! rsrs

Beijão e boa leitura!



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Meu reflexo era assustador. Minhas olheiras estavam escuras, meus olhos cansados, meus lábios um pouco ressacado e meu semblante tão triste, quanto o de alguém no fim de um relacionamento. Meu peito levanta, enquanto eu inspiro o oxigênio que circula naquele elevador, e desce lentamente, no instante que vou soltando o ar pela boca.

Elena estava destruída. Não conseguia explicar, apenas chorar e se lamentar por tudo. Não sabia se ela se lamentava pelo fim do relacionamento dela, pelo xingamento ou pelo Damon ter descoberto a verdade. Ele ter descoberto, me traria bastantes surpresas, não estranharia se tivesse um assassino de aluguel no meu apartamento, ou se ele mesmo mataria o Niklaus.

Quando avisei os dois, sobre o Enzo, mandei por sms. Não quis ouvir a voz deles, e nem precisar conversar. E claro, escolhi Stefan para avisar. Queria avisar a Hayley, mas pedi a Bonnie, que disse que ela ajoelhou-se quando lhe contou. Ela sofria com isso, eu imaginava.

A porta do elevador abriu-se, e eu entrei no meu apartamento escuro. Estava silencioso, o que me fez imaginar que meus irmãos teriam ido cada um para a sua casa. Joguei o molho de chaves na mesa, e tirei os sapatos largando-os em qualquer lugar.

Levanto os braços, espreguiçando-me e confiro no relógio, era uma hora da manhã.

Vejo uma sombra no meu sofá, e dou um salto pra trás assustada. Encosto-me na parede, sentindo meu coração bater forte, e minha respiração ficar descompassada. Sinto o gelado nas minhas costas, e meu corpo inteiro se arrepia.

— Sou eu. — Murmurou a voz masculina, que eu conhecia desde bebê. Era o Damon.

— Céus Damon! — Reclamei irritada, acendo a luz.

A imagem, foi um homem jogado no sofá com uma garrafa de uísque e embriagado. Cabelos bagunçados, olhos morteiros que não focavam em lugar algum. Os pés estavam levantados, apoiados na mesa de centro, cruzados.

— Sempre achei esse apartamento pequeno. Odiei quando você o comprou. — Assumiu, tomando um gole longe direto do gargalo. Ele não fazia mais careta, do uísque puro e quente descendo pela sua garganta.

— Eu gosto daqui. — Sentei a alguns centímetros de distância dele, acanhada. Encolhi os ombros, e o olhava naquele estado destruído.

— Você gosta de tantas coisas, Caroline. Apartamentos, filmes de comédia-romântica, praia e o meu amigo. — Riu irônico, tomando mais um gole.

— Damon...

— Não. — Interrompeu, aumentando a voz. Afastei mais um pouco, e entrelacei meus dedos. — Não diga nada. Eu não quero ouvir. Eu só quero falar, ta bom? — Evitou meus olhos.

Eu sabia que ele evitava de propósito, sabia que ele não conseguia me encarar. Era demais para o seu orgulho.

— Quando você tinha seis anos, eu comecei a ensinar você a andar de bicicleta. Você tinha medo de tirar as rodinhas, e só tirava quando eu pedia e ajudava. Eu estava com onze anos, era uma criança também, mas você me achava um homem e perto de você, por você, eu era invencível. Nós ficamos o dia inteiro, até você se sentir segura e eu soltar a mão do banco. Você pedalou por uns quatro metros e caiu. Lembra? — Novamente, preferiu dar um gole da sua bebida do que me olhar.

— Sim. — Sussurrei.

— Então, eu corri até você abaixei ao seu lado, e você estava chorando muito. Eu fiquei desesperado, odiava ver você machucada, minha irmã caçula sangrando e por minha culpa. Eu não deveria ter soltado aquele banco. Comecei com os meus surtos, odiando a ideia de que eu falhei com você. Carreguei você no colo até em casa, e o pai e a mãe não estavam, tinham ido com Stefan em algum lugar. Peguei a caixinha de primeiro socorros que o pai guardava no guarda-roupa dele e cuidei de você. Você lembra o que você disse? — Pela primeira vez, dessa noite, Damon olhou no fundo dos meus olhos.

— Não. — Respondi chateada, encolhendo mais meus ombros e olhando seus olhos azuis, e avermelhados.

— Você falou: Dam, você é o meu melhor amigo. E então Caroline, por quê diabos, você escondeu de mim? Do seu irmão, do seu melhor amigo, do cara que sempre te ajudou, sempre esteve com você e mesmo em meio a tanto ciúmes e surtos meu, nunca abandonou a irmã caçula dele? Por quê você me enganou? — Aumentou a voz, tirando os pés da mesa e virando o corpo pra mim inconformado. — Você transou com o Niklaus, ele estava noivo, ele é meu melhor amigo. E sabe o que mais me incomoda? É que você merece mais, do que ser simplesmente a outra, você merece um cara que te levante, que te carregue no colo e ajude você, quando você cair! Esses anos todos, de ciúmes possessivo, era pra você entender que você merece um homem que a mereça!

— Eu sei. Mas...

— Mas você bebeu, e acabou acontecendo? Mas você e o Stefan resolveram esconder de mim, mas tudo isso aconteceu e eu estava de trouxa na história?

— Ele é seu melhor amigo, Damon. Queria que eu dissesse o que? — Levantei, e caminhei até a janela próxima com as mãos na testa.

Meus olhos já ardiam, e esses últimos dias estavam deixando-me louca. Olhava os arranha-céus, as luzes distantes piscando, e o barulho dos carros. Escutei seus passos lentos e largos atrás de mim, ele parou a alguns centímetros. Sentia sua respiração, e o cheiro de álcool do seu hálito.

— Eu amo você, irmã. Ele é um cara maneiro, eu não aprovaria os dois juntos por ego, mas, aprovaria como amigo. Porém, ele já achou alguém pra dividir a vida dele, entende? — Falou cauteloso. — Ele decidiu a vida dele, querida. Não pare a sua. — Beijou minha cabeça. — Fique bem, e olhe-se no espelho. — Abaixou até a minha orelha. — Você é maravilhosa!

Fechei os olhos, sentindo as lágrimas escorrerem e as deixei, pela primeira vez eu deixei que elas consumissem o meu rosto. Escuto a porta do elevador se abrir, e sabia que Damon estava indo embora.

Sentei no chão, aos prantos. Tudo estava acumulado, a noite com Niklaus, ele e a Hayley, o casamento, o sequestro e o meu irmão, do seu jeito ogro, querendo dizer que não importa o que aconteça ele é e sempre será meu irmão. Eu só queria que acabasse logo. E que amanhã chegasse o mais rápido possível.

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O Sol aquecia meu rosto, e eu senti minhas costas doerem. Forcei para abrir os olhos, e pensei que queimaria minhas retinas pela claridade. Pude sentir que estava no chão, lembrando-me de não ter ido pra cama. Senti um cobertor em cima de mim e sentei, espreguiçando-me.

Um cheiro de café fresco, fez com que meu estômago pedisse um.

— Bom dia, bela adormecida. — Elena vem da cozinha, com duas xícaras de café.

— Que horas são? — Perguntei, aceitando uma das xícaras que ela ofereceu.

— São dez, desculpa vir tão cedo. — Sentou-se no sofá, encolhendo as pernas. — Só não queria ficar sozinha, encontrei você no chão, por um momento pensei que tivesse morrido. Mas vi respirando, então...

— Ah claro. — Dei um gole ralho no meu café, e voltei a olha-la. — E então, como você está?

— Bom, eu dormi na minha cama e encontrei minha amiga dormindo no chão, acho que eu deveria ter perguntado isso. Tirando que. — Esticou o braço no chão, levantando a garrafa de uísque. — Encontrei isso, bebeu ontem?

— Damon. — Respondi baixo, e tomei mais um gole para não precisar encara-la, ao dizer o nome dele.

— Hum. Entendi. — Devolveu a garrafa.

— Conversaram?

— Ele me ligou trinta e duas vezes, essa madrugada. Mandou oito mensagens e ligou na minha casa dez vezes.

— E você?

— Ignorei todas. — Suspirou, como se aquilo tivesse sido uma tortura.

— Ele está sofrendo! Ficou aqui até uma hora da manhã, secando essa garrafa. — Levantei, sentando ao lado da Elena.

— Na hora certa, nós vamos conversar, primeiro precisamos resolver toda essa confusão!

— Meu Deus! Niklaus. — Pulei do sofá, largando a xícara na mesa de centro.

— Aonde você vai menina?

— Meu celular, meu celular, meu celular. — Sussurrava, procurando meu celular na minha bolsa. Virei ela de cabeça pra baixo eufórica, e então ele caiu no chão. Abaixei rápido, pegando-o e indo até o número que o Enzo passou.

Tocou uma, duas, três. Vamos Enzo, atende, atende. No quarto toque ele atendeu.

— Bom dia loirinha. — Atendeu contente.

— É hoje, não é? Hoje você vai devolve-lo.

— Ah, eu estou bem também. — Ironizou.

— Enzo, acaba com meu pesadelo. É hoje? Sem piadas, sem pretzel, sem refrigerantes, só responda-me.

— Pretzel? — Elena olhou incrédula e confusa. Balancei a cabeça em negação.

— Ok, ok. — Rendeu-se. — Daqui meia-hora, pode ser? Vou ser o cara com um homem machucado.

— Você machucaram ele? — Falei rangendo os dentes nervosa.

— Eu não. Foi o Tyler, nada que alguns curativos não resolvam. Leve algo pra ele comer, ele está com fome. E ah, vai sozinha, sem seus cães de guarda, apenas você. Posso confiar?

— Posso confiar, que entregaram ele?

— Claro doçura, foi só uma brincadeira de pessoas ricas. Está tudo bem, não queremos negociações, pelo Tyler, largaria ele por ai, mas como sou um homem compreensivo, entregarei a domicílio, na verdade, a você né.

— Daqui meia-hora! — Confirmei.

— Até logo, loirinha. — Desligou.

— E então? — Elena levantou-se curiosa.

— Vou busca-lo. Céus, vou busca-lo! — Pulava pelo apartamento inteiro, de felicidade.

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— Prontinho, Niklaus. — Guardou o celular no bolso da frente do seu jeans.

Niklaus estava cada vez pior, seu rosto já parecia mais magro e ele estava praticamente pendurado, não tinha forças para ficar sentado. Aquelas cordas, prendendo seus pulsos e tornozelos, eram as únicas coisas que o seguravam sentado.

— Vai voltar pra casa, vacilão. — Enzo puxou o cabelo dele pra trás, fazendo-o ser obrigado a olha-lo. — Preparado?

— Se bater mais nele, vai desacorda-lo, de novo. — Tyler aparece, indo na direção do Enzo. — Meu pai está enchendo o saco, vamos nos livrar dele. Falou com a menina?

— Falei. Vou entrega-lo a ele, daqui meia hora no central park.

— Espero que tenha gostado da hospitalidade, amigo. — Tyler zombou do homem, que não levantava a cabeça. — Agora chega de brincadeira, peça para preparar o carro Enzo, vamos levar ele antes que morra aqui.

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Elena dirigia meu carro, já que eu não conseguia ficar com as mãos paradas. Elas estavam tremulas, e não paravam. Não avisei aos meus irmãos, se não eles nunca permitiriam eu ir sozinha.

Qualquer pessoa em sã consciência não deixaria.

Mas por mais estranho e maluco que seja, eu confiava no Enzo. Sentia que poderia confiar nele, aqueles lábios sedutores teriam palavra. Paramos na entrada do central park e eu respirei fundo. Elena desligou o carro e tirou a chave do contato.

— Deixa eu ir com você, fico escondida. — Pediu pela décima vez.

— Está tudo bem, eu só vou busca-lo. Está tudo bem.

— Cuidado! Vou deixar o carro ligado, qualquer coisa me liga.

— Ta bom.

Desci do carro, e minhas pernas falharam no primeiro passo. Segurei no meu carro, e olhei para a Elena, que estava inclinada no volante, olhando-me preocupada. Dei um sorriso, e continuei.

Minhas mãos chegavam e ficar molhadas de tanto que eu soava. Algumas pessoas corriam pelo parque, outras trabalhavam recolhendo as folhas, algumas alimentavam os patos e eu ia resgatar um homem.

Meus olhos percorriam por todo o parque, em busca dele. Mas eu não o encontrava, o que fazia minha mente questionar, se Enzo estava falando a verdade. E se ele estivesse jogando? Se fosse tudo uma brincadeira de mau gosto. Até porquê, não teve provas de que ele conhece o Tyler. Eu fiquei tão esperançosa com o fato dele voltar, que não analisei a hipótese de tudo isso ser mentira. E analisar isso nesse instante, fez eu parar os passos, e sentir um calafrio na minha espinha. Eu estava com medo, pela primeira vez.

Passei os olhos pelo parque, e a alguns metros, vejo um homem caído perto da árvore. Meu coração bateu forte contra o meu peito, e senti minha garganta se fechando com um nó. Comecei a aumentar meus passos, na esperança de que fosse ele. Quando eu vi, já estava correndo, e a cada centímetro que nos separava, que eu quebrava, eu tinha mais certeza de que era ele.

— Niklaus! — Gritei, quando tive a certeza.

Cai de joelhos ao seu lado, estava cansado mas não desacordado. Segurei sua cabeça contra o meu peito, segurando-o com força e sentindo o cheiro dos seus cabelos.

— Caroline. — Falou com dificuldade.

— Achei você. Achei você, Klaus. Achei você, achei. — Beijava sua cabeça inúmeras vezes, o segurava com força em meus braços, que poderia até machuca-lo. Segurei seu rosto, na altura do meu e analisei cada machucado, cada hematoma. — Meu Deus, o que fizeram com você.

— Estou bem, agora eu estou bem. — Tossiu seco, ele estava mole de fraqueza. — Eu pensei que ia morrer...Por um minuto, pensei que ia morrer sem te dizer...Eu, eu estou apaixonado por você, e eu não vou me casar porra nenhuma, não se a noiva não for você. Não vou me casar, se não ser você entrando na igreja de branco. Caroline, eu não vou casar.

— Você deve estar dopado. — Falei, já chorando emocionada.

— Estou com tanta fome, que alguns comprimidos seria bom. — Rimos juntos.

— Caroline, oh meu Deus. Niklaus! — Elena chegou até nós. — Eu te liguei mil vezes, você não atendeu, fiquei preocupada. — Olhou para o Klaus. — Nossa, está péssimo. Vamos leva-lo pra casa, vamos! Melhor sair daqui.

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Tyler e Enzo, estavam próximos o suficiente para ver e escutar tudo. Mas escondidos, aos olhos de quem estavam ocupada demais resgatando um homem.

— Ele disse a ela, o que sente. Como acha que vai ganha-la agora? — Tyler riu. — Você a entregou de bandeja, é um idiota mesmo.

— Vai ser por bem, ou por mal. — Olhava fixamente para as duas, com Niklaus apoiando os braços em cada uma.

— O que tem em mente? — Tyler guardou as mãos no bolso, olhando para o Enzo.

— Eu sou um cara um tanto obcecado, você sabe. Ela despertou uma coisa boa em mim, e eu a quero para ser a minha rainha, ele é só um idiota confuso, que não sabe se vai casar com namora-la. Eu sei o que eu quero.

— Isso não vai ser o bastante, você sabe, não sabe?

— Ele odiaria que ela se machucasse, não acha? — Olhou maldoso para o Tyler.

— Vai ameaça-la? Ai sim, você perde de vez.

— Sim, mas pra ele. Ele sabe o que somos capazes. Imaginar que podemos fazer tudo com ela, o deixaria sem saída. Ele irá deixa-la, só ele.


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