Desejos Proibidos escrita por Nika Mikaelson


Capítulo 2
A última




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Pov Caroline

Foi estranho a forma que eu acordei.

Meus olhos simplesmente abriram, com o Sol que entrava pela pequena brecha da cortina. Eles não ficaram preguiçosos, não se esforçaram, eles simplesmente abriram-se. Como se eu apenas tivesse piscado.

Puxei o ar, sentindo o cheiro da maresia e em seguida, ouvindo o barulho das ondas quebrando. Não fiz o esforço de virar para o lado, eu sabia que ele não estava lá, então porquê eu estava pensando: e se estiver? Era vergonhoso pra mim. Vergonhoso por todos os motivos. Primeiro: Niklaus é o melhor amigo do Stefan e do Damon. Segundo: O casamento dele é na segunda-feira. Terceiro: Eu fui apenas uma transa. Quarto: Ele ama a mulher dele.

E mesmo diante de todos esses motivos, meu corpo virou para o lado e lá vi uma cama vazia. Lençol bagunçado, travesseiro amassado e a lembrança da noite anterior. Nunca tive nenhum tipo de atração pelo Niklaus, nunca o enxerguei como uma mulher enxerga um homem, bonito como ele. Mas ontem, eu o queria de qualquer jeito, e de todos os jeitos. Eu necessitava sentir seus lábios, e suas mãos percorrendo pelo meu corpo. Necessitava como uma pessoa necessita de oxigênio.

Sentei com os pés pra fora da cama, enrolando o lençol no meu corpo nu, e coloquei as duas mãos no rosto, abaixando até o joelho. Meus cabelos bagunçados foram pra frente. Eu não conseguia esquecer a forma que o quadril dele, batia no meio das minhas pernas. Nem o cheiro bom que vinha do seu pescoço, muito menos a sua voz sussurrando em meu ouvido.

Precisava de um banho gelado, e assim fiz.

A água escorria pelo meu corpo, levando embora pelo ralo seu cheiro e o rastro das suas mãos. Por um lado eu agradecia, por outro, lamentava por uma coisa que foi tão boa, simplesmente ir pelo ralo. Que usando como metáfora, descrevia nossa relação.

Coloquei um vestido leve branco, calcei meus chinelos e antes de abrir a porta respirei fundo. Um vento bateu na minha nuca, fazendo meu corpo arrepiar-se.

Abri, e sai. O corredor era cumprido, coisa que eu nem notei ontem já que foi tudo tão rápido. Andei até a escada, e já conseguia ouvir a voz da Elena conversando com o Stefan.

— Você está de brincadeira. — Elena acusou brincalhona. — Eu sempre fui uma cunhada ótima, até deixe com que ficasse com a minha irmã. A decisão foi sua.

— Ah, é? Você apresentou o verdadeiro capeta pra mim. — Reclamou.

— E o seu irmão é um anjo, não é?

Quando comecei a descer, pude ver os dois sentados no sofá com a televisão ligada.

A sala era grande, com paredes brancas e três sofás pretos cumpridos. Atrás do sofá, aonde estava a Elena, que era de frente pra mim era a varanda, que estava aberta dando a vista do mar. Pude ver Damon e Niklaus tomando o café da manhã, enquanto riam.

— Na verdade é culpa da Caroline. — Elena disse, tendo a minha atenção. — Se não fosse por ela, nenhum de nós teríamos nos conhecido. Eu não teria conhecido todos os puteiros da cidade, e você não precisaria de um psicólogo. — Riram.

Dei um meio sorriso, e fui até eles.

— Estão me culpando pelo namoro de vocês? Eu apresentei, mas não mandei ninguém se beijar ou transar. Muito menos namorar. — Me defendi, parando no meio dos três sofá dividindo a atenção nos dois.

Olhei para o lado discretamente, e vejo que Niklaus me observava. Assim que notou, ele virou-se para o Damon e deu um sorriso sem mostrar os dentes, prestando atenção no meu irmão mais velho.

— E quem saiu ganhando foi você. Solteira. — Stefan balançou a cabeça e coçou a nuca.

— Está tudo bem, Caroline? — Elena perguntou séria.

Elena era uma das pessoas, umas não, a única, que me conhecia tão bem quanto eu. Ela tinha o dom, de saber quando eu estava feliz, mentindo, preocupada ou até mesmo incomodada com alguma coisa. Ela decifrava meu semblante, como uma mãe decifra o filho.

— Claro que ela está. — Stefan atravessou a conversa levantando-se. — É só a ressaca. — Foi aonde os meninos estavam.

— Não está bem, não é? — Ela perguntou, quando Stefan não estava mais ali.

— Só preocupada, com o que vai acontecer daqui pra frente. Deveria? — Sentei ao lado dela.

— A única coisa que você tem que se preocupar, é em não se apaixonar por ele. E esquecer o que aconteceu, vai ser melhor pra você Carl. — Disfarçou, olhando para o chão.

— Você me conhece, mas eu também conheço você. O que foi? Damon percebeu? — Perguntei preocupada, ela balançou a cabeça em sinal negativo e voltou a olhar pra mim.

— Niklaus ligou para a Hayley. Ela está a caminho, vai vir pra cá passar o final de semana conosco.

— O que? — Franzi o cenho, sentindo meu estômago se revirar. Um nó se fez na minha garganta, e eu tive vontade de gritar. — Mas, pra que? O que aconteceu? Pensei que despedidas de solteiro fossem sem a sua futura mulher.

— Sim, também pensamos. Damon falou que ele sentiu saudade e resolveu ligar. Niklaus nunca se encaixou muito em um cara romântico, acho que isso é ressaca moral.

— Ele está arrependido. — Falei, olhando para a televisão.

— Ei. — Virou meu rosto com a sua mão. — Você é linda, divertida e tem qualidades incríveis. Não deveria se preocupar com isso, se você estalar o dedo nessa ilha, inúmeros homens maravilhosos vão querer você. Por quê justo o Niklaus?

Virei pra ela, pois ela sabia o motivo. Niklaus era maravilhoso, e qualquer pessoa á sua volta sabia disso.

— Por quê? — Perguntei irônica, segurando o sorriso.

Senti mãos nos meus ombros, e joguei a cabeça pra trás vendo os olhos azuis do meu irmão mais velho.

— Tudo bem com você, irmãzinha? — Perguntou fazendo uma leve massagem.

Tirando o fato de que eu transei com seu melhor amigo, ele é noivo, a mulher dele está a caminho e eu incrivelmente quero repetir.

— Sim, estou bem. — Sorri e ele deu a volta no sofá, sentando ao lado da Elena.

— Cara, ontem foi animal. — Damon falou, quando Niklaus sentou no outro sofá. Virei o rosto pra ele e ele evitou meus olhos.

— Irado! — Falou para o meu irmão. — Podemos ir pra outra hoje, o que acham?

— Não, hoje tem lual. — Stefan gritou da varanda com a boca cheia. — Vamos lá.

— Ouvi dizer que é bom. — Damon coloca o braço no ombro da Elena, puxando ela pra perto. — Vai umas bandas acústicas, tem umas tochas, umas coisas de lual.

— Eu topo. — Levantei. — Avisem a hora que forem, vou dar uma caminhada. O dia parece que está bonito.

— Está sim, amiga. O mar está tão claro quanto seu olho e do seu irmão. — Rimos. — Daqui a pouco vou lá com você.

Afirmei com a cabeça, e sai da casa.

A areia estava macia e morna, o Sol estava quente mas não queimava e o mar, como a Elena disse estava maravilhoso. As ondas quebravam em uma sincronia perfeita, as espumas brancas se espalhavam no raso. Fui indo em direção ao mar, e parei aonde a água voltava, molhando meus pés.

O vento era fresco, e balançava um pouco meu vestido. Esse lugar era tão perfeito, que eu seria capaz de morar aqui e deixar tudo em Manhattan.

— É lindo, não é? — Ouvi sua voz, atrás de mim.

— Sim. É mágico. — Respondi indiferente, sem olhar pra trás.

— Eu preciso te contar uma coisa... — Parou ao meu lado.

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Ele estava sem camisa, deixando a mostra físico definido, porém magro. Colocou as duas mãos nos bolsos da sua bermuda branca, e continuou olhando para o mar. Seu rosto virou para o meu, e seus olhos estavam acinzentados. Passou a língua entre os lábios, respirando fundo.

— Liguei pra ela. Pedi para que ela viesse pra cá. — Assumiu, mordendo o lábio de baixo e abaixando a cabeça.

— Está arrependido, Nik? — Eu necessitava perguntar.

— Não! — Levantou a cabeça rapidamente. — Eu sei, que não deveria ter acontecido. Sei que isso é muita sacanagem com minha noiva, e seus irmãos. Mas, não podemos mudar o que aconteceu.

— E se pudéssemos? — Perguntei, esperando a faca entrar no meu peito.

— Aonde está querendo chegar, Caroline? Por quê essas perguntas? Não foi boa a noite passada? Por quê isso agora? — Questionou confuso.

— Nada. — Balancei a cabeça, voltando a olhar pro mar.

— Eu não mudaria nada. — Respondeu, depois de alguns segundos. — E é isso que me incomoda, entende? Eu não mudaria ter te beijado, ter carregado você no colo até o seu quarto e ter dormido com você. Não mudaria nada, Carl. Eu só não repetiria.

— Está coberto de razão. Você vai casar na segunda-feira, e bom, foi uma despedida de solteiro. — Sorri sem mostrar os dentes, virando pra ele.

— Você não foi uma diversão. — Franziu o cenho.

— Claro que fui. Não me ofendo por isso, até porque eu que quis ficar. Eu que procurei o problema e encontrei. Eu o conheço desde que me conheço por gente, Nik, somos amigos.

Ele pegou na minha mão, e entrelaçou nossos dedos.

— Você não é uma diversão pra mim, Caroline. — Repetiu, olhando no fundo dos meus olhos.

Seu celular começou a tocar, eu recolhi minha mão e virei para o outro lado, enquanto ele atendia.

— Sim, amor. Estou á caminho. — Desligou. — Ela chegou. — Falou pra mim.

— Não vou dizer nada. Sério. — Olhei pra ele, e sorri.

— Eu sei que não. Se eu não estivesse noivo...

— Para. — Interrompi. — Eu sinceramente, não sei o que aconteceu comigo na noite passada. Não sei por quê acordei com vontade de você, não sei por que estou magoada que a Hayley está aqui. Eu não sei nem por que me apaixonei tão rápido, isso é coisa de adolescente Niklaus. Entende como a minha cabeça está? Eu não sou uma adolescente, eu sou uma mulher adulta e bem resolvida. Não vem me dizer, que se você não estivesse noivo poderíamos repetir, ou qualquer coisa do gênero. Você está noivo, e isso é a única coisa que eu tenho que saber.

— Apaixonou-se? — Sussurrou.

— Paixão é diferente de gostar. Paixão é quando você...

— Caroline, eu sei o que é paixão. — Interrompeu. — Céus. — Colocou as duas mãos na cabeça, olhando para o mar.

— O que foi agora? Não vou te mandar recadinhos fofos e nem te ligar bêbada. — Rimos.

— Não esperava por isso, ainda mais vindo de você. — Colocou o braço no meu ombro, me puxando pra ele.

— Está me chamando de insensível? — Levantei a cabeça, olhando pra ele.

— Não. — Beijou o alto da minha cabeça, e respirou fundo, sentindo o cheiro do meu cabelo. — Deve ter passado algum cometa milagroso ontem, essa sensação toda.

— Deve ser a ilha. — Dei um palpite, e nós rimos.

— Talvez seja. Ainda temos dois dias, será que você aguenta ficar longe do meu corpo irresistível?

— Ah Niklaus. — O empurrei para o lado rindo. — Para com isso, você nem é tão bom assim. E seu corpo, não é tão...irresistível.

— Own Niklaus, mais rápido. Niklaus seu gostoso. — Gemeu, com a falha tentativa de imitar a minha voz.

— Eu vou te matar, seu desgraçado! — Corri até ele.

— Mais forte, vai. Vai! — Gritou, fingindo ter um orgasmo.

— Caroline, gostosa. Uh, vou gozar. — Imitei ele, entrando no jogo. Gargalhamos.

— Só mais uma? — Perguntou parando de rir.

— O quê? — Fiquei confusa, e parei de rir.

— Só mais uma vez, uma única noite e nós nunca mais falamos sobre isso.

— Pra que mais uma? Você já está com ressaca moral, pra que ficar novamente assim?

— Pra ter certeza, de que tudo o que eu senti quando acordei é coisa da minha cabeça.

— E se não for?

— Isso só vamos descobrir quando acordar.

{ parar música }

Ouvi um grito atrás de mim, e reconhecia a voz do meu irmão. Tive a horrível experiência de ver Stefan correndo pelado, parecendo um maníaco enquanto gritava. Algumas pessoas na praia observavam incrédulas, e outras rindo.

— Ele está pelado? — Niklaus perguntou desacreditado.

— Eu não estou vendo isso. Sério, não estou.

Ele passou por nós rápido e foi em direção ao mar, indo até aonde a água tampava sua intimidade.

Damon e Elena chegaram até nós, rindo tanto que até choravam.

— O que aconteceu? — Niklaus perguntou, para o Damon.

— Ele falou que ia terminar com a Katherine. Disse que duvidava, e que se ele não terminasse iria sair correndo pelado pela praia. Bom, eu ganhei a aposta.

— Aquilo são guardas? — Elena perguntou, apontando para dois homens que iam na direção do Stefan vestidos de preto.

— É, esse final de semana vai render. — Falei rindo do meu irmão correndo pelado, indo pra longe dos seguranças.


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