CAPÍTULO 4

Alguns dias passaram desde a visita de Bella à irmã e sua pequena família. O final de semana passara rápido, porém, foram incrivelmente agradáveis — de uma forma até estranha —, Bella nunca se sentiu tão confortável e emocionada com a família Denali.

Quem via-os todos juntos, felizes e tão bem unidos diria que parecia até uma última vez.

[...]

Era tarde da noite quando Bella e seu fiel escudeiro ainda estavam no trabalho, finalizando algumas coisas necessárias. Isabella batia insistentemente a ponta do lápis na mesa de vidro de seu escritório, mordia o lábio inferior com força e franzia o cenho — provavelmente concentrada no que a tela de seu iMac —.

Mike, que estava em sua frente assinando alguns papéis, parou para encará-la.

— O que está havendo, mon Cheri ? — perguntou delicadamente, analisando cada expressão que ela fazia.

Ela suspirou, tirando os óculos de grau quadrados e de armação preta e colocando-o na mesa.

— Sinceramente, não sei dizer, Mike. — respondeu, frustrada e chateada. — Acordei com uma péssima sensação, um certo “aperto” no coração. — bufou. — Ridícula! — negou com a cabeça.

O louro nada respondeu, a encarava tanto que parecia penetrá-la de tão intenso.

Quando finalmente Mike se propôs em dizer algo, o celular de Bella soou um toque estridente, assustando-os.

Ao verificar quem era, Bella atendeu-o.

— Oi, mamãe. — disse calmamente.

Mike não soube de imediato o porque, mas teve a certeza de que algo extremamente sério havia acontecido. A feição de Bella havia se transformado em puro desespero, e em questões de segundos ela já havia abandonado sua sala, em prantos.

[...]

Os Estados Unidos estavam comovidos com as notícias trágicas sobre a família Swan e Denali. Ambas de nomes e forças potentes para a indústria nacional e internacional.

Eleazar Andrew Denali e sua esposa Kate Madison Swan Denali haviam falecido após um acidente de automóveis. Eles haviam pegado a estrada de volta para casa — após uma noite de jantar com alguns amigos e sócios de Eleazar — e chovia intensamente, ao tentar desviar de um carro que havia derrapado na estrada e que vinha em sentido contrário deles, o próprio automóvel do casal havia perdido o controle, derrapou para fora da pista e acabou capotando, levando-os a falecer no local.

Ambas famílias estavam devastadas com a fatalidade. Charlotte e Patrick Denali estavam tão abalados com a morte do filho caçula que sequer tiveram condições de comparecer ao local do acidente. Somente ao velório e ao enterro. Um lástima para todos que os conheciam. Jovens, felizes, saudáveis, que se amavam e amavam completamente os dois filhos e suas famílias, mas que tiveram um final trágico, porém, juntos.

Isabella mal conseguia raciocinar. Quaisquer pessoas que lhe viessem trocar algumas palavras, ela respondia silabicamente. Agora entendia que a sensação péssima que sentira no dia em que a irmã faleceu não era algo qualquer. Havia um motivo por trás!

Ela teve todo o apoio preciso dos amigos, da chefe e de toda uma sociedade que a idolatrava, mas o fato de não poder confortar os pais a deixava ainda mais melancólica. Nos dois dias seguidos da morte da irmã, Isabella não sabia sequer o que fazer. Não sabia como lidar com os sobrinhos, oh, os dois filhos de sua irmã. Estavam ainda mais inconsoláveis. E Bella não sabia o que fazer ou dizer.

Após 18 dias após o acidente, definitivamente Charlie e sua esposa Renée Swan haviam mudado-se para Nova York. Eles, mais do que nunca, queriam estar presentes para dar todo o suporte que seus netos precisariam, assim como Patrick e Charlotte — que haviam mudado para Hamptons, e já haviam anunciado que estariam 100% prontos para terem a visita de seus netos —.

Bella ainda não havia retornado para o trabalho, mas pretendia voltar em alguns dias seguintes. Oh, ela mal conseguia pensar no tanto que teria de fazer.

Havia tantas coisas:

– Conhecer o tão comentado primo de Alice

– Saber o que ele planejava melhor com seu dom em relações públicas

– Voltar ao seu trabalho

– Dedicar dias de sua agenda para estar com os sobrinhos — mais do que nunca! —

— E não se esqueça de que hoje há a reunião com seus pais, o advogado de sua família e a advogada de Kate e Eleazar. — a voz melodiosa de Alice soou como uma “notificação”, instantâneo e total desnecessário para Isabella.

A mesma fechou os olhos com força, lamentando-se temporariamente por ter esquecido deste outro compromisso.

Seus pais haviam lhe dito que teria uma reunião entre eles e dois advogados para decidir sobre todos os bens dos Denali e, mais importante, sobre a guarda das crianças — que por enquanto estavam com os avós paternos —.

[...]