P.o.v. Percy:

A única coisa que eu conseguia ouvir era aquelas batidas irritantes e constantes na porta. Desisti de esperar a pessoa ir embora, joguei qualquer roupa por cima do pijama e me levantei para abri-la.

Dei de cara com um par de olhos azuis impacientes me fulminando com o olhar. Eu esperava uma bronca por ter demorado muito, um tapa, ou um daqueles famosos sermões que Thalia costumava me passar, mas o que veio foi diferente.

–Está com seu carro?- A voz da menina estava tremula. Thalia havia chorado? Fiz que sim com a cabeça.- Poderia nós levar a um lugar? Agora?- Só então notei a presença de mais alguém no corredor. Annabeth chorava desesperadamente sentada no chão com a cabeça encostada na parede.

–O que aconteceu?

–Pode nós levar ou não?

–Claro, só vou pegar as chaves com Luke.

Eu, delicadamente (Ai vocês imaginem o quão delicado!) acordei o meu amigo e pedi a chave. Ele, rapidamente se ofereceu para dirigir, mesmo sem saber para onde e se levantou para trocar de roupa.

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Eu ia no banco de trás com Annabeth, que não havia parado de chorar um só minuto. Eu queria muito tentar consola-la, mas, na situação e estado emocional que se encontrava, se eu tocasse nas palavras: "Pai", "Bem" e "Família", o choro só piorava.

Pelo minimo que eu sabia, o pai dela teve um problema cardiaco muito grave e passou por uma cirurgia de emergencia, a mãe ligou desesperada para a loira, contando tudo de uma vez. Foi um grande choque para Annabeth, não só o fato do pai estar naquela situação, mas o da familia inteira ter escondido os problemas de saúde de Frederick por tantos anos da menina.

–Annie?- Ela levantou minimamente a cabeça.- Ei, ele vai melhorar.

Em um movimento rápido e inesperado pelo menino, ela deitou a cabeça no meu ombro e eu senti o choro diminuir.

–Desculpa Percy. Desculpe estar incomodando, e...- Ela começou entre soluços.

–Está tudo bem Annabeth. Na verdade, fico feliz de ter me chamado, fico menos preocupado assim.

Ela abriu um sorriso fraco.

–Obrigada.

–Disponha querida.

Nós não eramos namorados, eu sabia que Annabeth escondera a sete chaves aquele sentimento forte e incomparavel popularmente chamado de "amor". Agora, naquele momento, o que prevalecía entre nós era: Respeito, carinho, confiança e principalmente, amizade.

Um tempo depois estacionaram em frente a um hospital. Annie rapidamente enxugou o rosto com as costas das mãos e me puxou para fora do carro. Assim que colocou os pés dentro do prédio, um médico veio em sua direção.

–Annabeth! Quanto tempo menina!- Um homem, que aparentava ter uns 35 anos. Olhei para a plaquinha presa em sua bata. Dr. Apolo Olympus.- Esperava que fossemos nos ver em uma situação melhor!

–Onde o meu pai está?- Foi a resposta dela.

–Quarto 334.

–Obrigada. Thalia, vou mandar minha mãe levar vocês para minha casa, tudo bem? Acho melhor dormirem aqui essa noite.- A morena assentiu.- Obrigada por tudo meninos. Amiga, não sei nem o que falar...

– E nem precisa! Gosto muito de Frederick, Annie, ele é como um pai para mim!

As duas se abraçaram e Annabeth fez que ia para o quarto do pai, mas alguma coisa se passou pela sua cabeça e ela se virou para mim.

–Pode ficar comigo Percy?- Ela perguntou um pouco envergonhada.

–Claro!