P.O.V Elena
Ela suspirou aliviada olhando a mala, estava pronta e bem em tempo, pensou ao ver o carro estacionar em frente à sua casa, ela fechou as cortinas, fitando todo aquele lugar, seria realmente capaz de deixar tudo para trás? Elena pegou a fotografia em cima do criado mudo, a bela e miss Elena Gilbert, por minutos continuo fitando o retrato, imagem da época que ela achava que era feliz, tempo onde sua coroa e sua beleza era o que atraia as pessoas, os terríveis dias em que não estava só mais sentia a solidão. A lágrima intrusa desceu pelo rosto da morena que logo a limpou se recompondo. "Eu sou Elena Gilbert e vou ficar bem" mentalizou descendo as escadas com a mala na mão.
Ela fitou os pais na sala, ignorando sua existência como sempre, até pensou em se despedir mas precisava ter o mínimo de orgulho. Elena caminhou até a porta e mais uma vez sentiu o choro vir, mas dessa vez não pôde evitar, eram seus irmãos, Jeremy que havia completado dezessete na última semana e a pequena Margareth de apenas oito anos. Jeremy era parecido com Elena, tinha os mesmo cabelos castanhos, tinha os olhos um pouco mais escuros e tinha um tom de pele pálido, Margareth por sua vez havia puxado a avó, tinha cabelos louros e lisos, exceto pelos grandes cachos que se formavam nas pontas dos cabelos da pequenina, os olhos tinham cor de âmbar e transmitiam uma alegria contagiante.
Elena se sentiu ser abraçada por Jeremy e Margot agarrou as pernas da irmã, passaram algum tempo assim e então ouviu o motorista coçar a garganta.
– Desculpe senhora, temos que ir, o patrão não gosta de atrasos.- o homem avisou e ela assentiu com a cabeça, depositando um beijo na testa de seus irmãos.
– Eu amo vocês, lembrem-se de cuidar um do outro. - Disse saindo pela porta, sendo conduzida até o carro e entrando no mesmo, seria uma longa viagem.
P.O.V Damon
Ele caminhava de um lado a outro, estava nervoso, e quem não estaria? Após anos de isolamento havia aberto a porta para duas pessoas, sua filha e a babá. Ele continuou assim por certo tempo até que ouviu as batidas de Lucinda na porta.
– Pode entrar. - Murmurou e a senhora entrou no quarto.
– Lianna, sua filha, chegou, mas a babá ainda não e Stefan não retorna minhas ligações senhor.- Lucinda avisou.
– Que droga!- disse nervoso. - Mande Caroline tentar falar com o marido, peça para que Bonnie ou Eileen olhem Lianna, pagarei a mais por isso.- Sentou na ponta da cama passando as mãos no rosto como fazia enquanto estava nervoso.
– Damon.- a velhinha pegou a mão do homem. - Ela é sua filha, precisa do pai mais que nunca.- a candura transbordou em seu falar, deixando-o sem palavras por alguns longos segundos.
–Só obedeça minhas ordens Lucinda, já pode ir.- Respondeu duro e a velhinha assentiu.
– Sim senhor.- Lucinda falou antes de sair apressada.
Damon se levantou, como se odiava por não poder descer aquelas malditas escadas e abraçar a pobre filha. Ele jogou todas as coisas de cima da cômoda ao chão, gritando num misto de raiva e frustração, maldita e injusta vida.