P.O.V Damon A dor dilacerante já havia tomado conta do corpo de Damon, ele sentia cada pedaço de vidro, cada pedaço de metal, cada osso despedaçado dentro de seu corpo, se ele não morresse pela perda de sangue tinha certeza de que desmaiaria pela dor terrível sentia, lutar, ele precisava lutar, devia isso a Rosalie, não podia deixa-la, tinha que superar tudo aquilo por ela. Ele puxou uma das pernas das ferragens, a temperatura do local aumentava paulatinamente, ele sabia o que estava para acontecer e então puxou a outra perna, nada do que ele sentira se aproximava a aquela reação, conforme ele puxava a perna o metal retorcido das ferragens dilacerava sua perna. Um estralo soou no ambiente, era o osso da perna de Damon, mais um na lista vasta de ossos quebrados do homem. Damon balançou a cabeça, tentando afastar aqueles flashbacks enquanto terminava de por a gravata, e ao se olhar no espelho, a voz de Rosalie ecoava em sua mente "Já se olhou no espelho Damon? Quem seria capaz de amar isso?! " um aperto tomou conta de seu coração e um nó se formou em sua garganta, se a mulher que jurara ama-lo até a morte o rejeitara, quem o aceitaria? Quem não o temeria? Damon deixou o corpo cair sobre a cadeira, passando as mãos pelos cabelos negros, os bagunçando, era difícil conviver com aquilo, com a certeza de que nunca seria amado. Ele passou a mão pelo rosto, suspirando, estava tão tenso. Ouviu as três batidas na porta e respirou fundo. - Pode entrar Lucinda.- disse e a senhora, com a idade um tanto avançada entrou no lugar. - Precisamos conversar querido. - Os olhos bondosos da senhora repousaram sobre Damon que assentiu levemente com a cabeça. Lucinda sentou-se na poltrona em frente a Damon, segurando as mãos do homem e começando a falar, a princípio Damon não fazia idéia do que era, mas ao passar das palavras ele sentiu um aperto no peito. - O que? - Perguntou incrédulo. - Eu sinto muito querido, Rosalie está morta.- a doce velhinha falou acariciando as mãos dele que se levantou, pondo a mão na testa andando de um lado a outro. - Me deixe sozinho. - Disse numa ordem, socando a parede num misto de emoções. - Eu ainda não terminei querido.- a velhinha se levantou. - Rosalie lhe deixou uma carta.- pôs o papel sobre a cama.- Você é pai meu menino.- o orgulho transbordou em sua voz. - Já estou velha e cansada, começarei a procura por babás, mas lhe deixarei sozinho, precisa por as idéias no lugar.- Completou se retirando do quarto. Uma filha? Rosalie morta? Ele derrubou todas as coisas de cima da cômoda, sentia um misto de emoções, não sabia o que fazer, como agir, era tudo tão... Tão... Ele não sabia ao menos que palavra usar. Queria ter a filha por perto, mas nunca iria aguentar mais um olhar de desprezo e medo, não queria assustar a filha que havia acabado de descobrir... Não queria ser ausente, mas quem aceitaria aquela fera? Damon levou as mãos a cabeça se sentando atônito na cama, tudo estava para mudar.