~Pov Draco

Entrei na Mansão Malfoy e fui atrás de minha mãe. Eu ainda estava com raiva, afinal ela poderia ter me dito que Hermione havia se casado, ou pelo menos algo que não fosse “você terá que ver com os seus próprios olhos”. Quando a encontrei ela estava na biblioteca tirando vários livros – que eu sabia ser de magia negra – da estante, separando-os em uma pilha.

—Draco, querido eu o esperaria para jantar, mas como você demorou pensei que não viria mais. Posso preparar algo se quiser.

—Não, tudo bem. –Falei. –Por que não me contou que acreditava que eu estava morto e que Hermione se casou com o Weasley?

—Ela falou com você?

—Não. Eu a vi com o Weasley e quando fui falar com Blás e Pansy eles me deram isso. –Respondi sério jogando o jornal em cima da mesa.

—Draco, por favor, entenda que...

—Não mãe, eu não quero entender! Como ela pôde?! Ou melhor, como a senhora pôde acreditar nessa maluquice?! Como todos acreditaram?!

—Draco nós não tínhamos nada que provasse que você estava vivo! –Ela disse com os olhos cheios de lágrimas. –Acha que eu queria acreditar?! Você é o meu filho, acha que foi fácil passar anos acreditando que você estava morto?! FOI A COISA MAIS DIFÍCIL QUE EU JÁ FIZ EM TODA A MINHA VIDA, E O PIOR DE TUDO ERA CONVIVER COM TODAS AQUELAS LEMBRANÇAS!

Eu suspirei cansado e ela colocou o jornal em cima da pilha de livros. Rapidamente fui até ela abraçando-a apertado. “Me desculpa!” ela murmurou depois de um tempo chorando.

—Não me peça desculpas, você sabe que não fez nada de errado. Sou eu quem lhe deve isso, fui grosso, me desculpe.

Eu lhe dei um beijo na testa e a apertei em meus braços. Quando ela me soltou logo se recompôs e secou as lágrimas, como a antiga Narcisa Malfoy faria.

—Vou fazer algo para você comer.

—O que houve com os elfos? –Perguntei descendo as escadas e acompanhando-a até a cozinha.

—Eu os dispensei, não queria que elfos ficassem aqui me vendo definhar.

—Deveria chamá-los de volta.

—Teremos que pagar um salário a eles se voltarem.

—Salário? O que foi que eu perdi?

—Se lembra do FALE? Hermione já deve ter comentado com você.

—É, eu me lembro.

Mesmo com raiva eu tinha que admitir, ela é uma bruxa incrível e havia conseguido realizar o sonho dos direitos para os elfos. Isso quase me fez sorrir imaginando a felicidade dela quando conseguiu.

—O que acha de reformar a mansão? Sei que a empresa ainda dá bons lucros, temos dinheiro suficiente para isso.

—Vai querer assumir a empresa? –Eu balancei a cabeça assentindo e ela sorriu. Era um sonho do meu pai, sonho esse que antes eu recusava apenas para irritá-lo.

—Mas primeiro tenho que tirar a ideia de que eu morri da cabeça das pessoas.

—Vai visitar a Hermione?

—Pansy e eu fizemos um trato, irei amanhã até a casa dela.

~Pov Hermione

—Bom dia meu amor. –Disse Rony sorrindo e me puxando para perto enquanto me beijava.

—Bom dia. –Falei retribuindo o sorriso. –Oh meu Merlin Ronald você está atrasado!

—Não, tudo bem, eu estou de folga hoje. –Eu lhe dei um selinho e suspirei aliviada.

—Vou tomar um banho e fazer o café okay? –Ele balançou a cabeça assentindo e eu me levantei enrolada nos lençóis.

Após tomarmos o café, Rony e eu fomos comprar algo diferente para o almoço. Ele me deixaria em casa e depois pegaria a chave do carro para buscar Scorpius, já que eu não gostava muito de aparatar com ele.

—Se Pan e Blás não se importarem pergunte-os se Hunter pode passar o dia aqui. –Falei enquanto abria a porta e ele assentiu.

Mas ao entrarmos nós tivemos uma surpresa. Sentado no sofá da sala com um copo de Whisky de Fogo nas mãos estava Draco. Rony e eu arregalamos os olhos assustados com o que estávamos vendo e ele deu um sorriso, bebendo o que restava em seu copo e em seguida enchendo-o novamente.

—Bom dia Hermione. Ainda se lembra de mim?

—D-Draco...? –Murmurei já com os olhos cheios de lágrimas sem acreditar no que estava diante de mim.

—Você ainda lembra o meu nome! –Ele se levantou com o copo na mão. –É um avanço.

—Como você...? –Começou Rony.

—Como estou vivo? Está surpreso Weasley? Achou que eu não suportaria Azkaban? Eu aguentei mais maldições do que você consegue contar, não sou fraco a ponto de morrer naquele lugar imundo!

—Então não era coisa da minha cabeça quando o vi ontem. –Falei baixo, mas pelo sorriso em seus lábios vi que ele tinha escutado.

—Não, não era. Aliás, parabéns pelo casamento. Pra quem disse que me esperaria você até que seguiu em frente rápido.

Minhas lágrimas não paravam de cair. Ele estava vivo, bem e eu sabia que estava com ódio de mim, isso estava doendo. Eu queria ir até ele e abraçá-lo, dizer que o amava e que nunca o tinha esquecido. Só queria fazê-lo prometer que jamais me deixaria novamente, mas agora as coisas eram diferentes.

—Como entrou na casa? –Rony cruzou os braços parecendo se recuperar do choque e Draco sorriu com escárnio.

—Jamais subestime um Ex-Comensal da Morte. Posso conversar a sós com ela ou você não confia na sua esposa?

Rony pegou minha mão e eu balancei a cabeça dizendo que tudo bem se ele nos deixasse sozinhos. Draco podia ser impulsivo e até insano, principalmente quando estava com raiva, mas eu sabia que ele jamais me faria mal.

—Posso buscar o Scorpius? –Eu assenti e Rony pegou a chave do carro, saindo e me deixando sozinha com o loiro.

—Scorpius? Tiveram um filho juntos? Espera... Blásio e Pansy são padrinhos do seu filho com o pobretão?! A cada minuto você me surpreende mais!

—Draco, por favor, me escuta! –Implorei.

—Não! Eu não quero ouvir uma palavra! Você prometeu que me esperaria e eu me agarrei a isso enquanto estive lá! Eu aguentei cada segundo em Azkaban só pra quando voltasse ter a chance de ver você, de pedir desculpas por ter te trancado naquele quarto no dia do julgamento e dizer o quanto eu te amo, mas acho que você não sente mais o mesmo. Pensei que ficaríamos juntos, mas pelo visto eu estava errado.

—EU ACHEI QUE VOCÊ TINHA MORRIDO!

—TODOS ACHARAM! DIZ LOGO QUE VOCÊ SÓ QUERIA SE LIVRAR DE MIM!

—EU NUNCA QUIS ISSO! POR FAVOR, ME ESCUTA!

—HERMIONE VOCÊ TEVE UM FILHO COM OUTRO CARA! ERA ELE QUE VOCÊ QUERIA DESDE O INÍCIO?!

—NÃO DRACO, ELE NÃO É FILHO DO RONY! ME ESCUTA!

Foi quando a porta se abriu e Rony entrou. Atrás dele estava Scorp, que me olhava curioso e preocupado por eu estar chorando. Draco arregalou os olhos encarando-o fixamente, ficando cada vez mais pálido se é que é possível. Agora eu finalmente havia entendido o que Pansy quis dizer ontem com aquela frase.

—O que aconteceu mãe? Está tudo bem? –Ele me perguntou após me abraçar olhando de mim para Draco.

—Está. –Eu sequei as lágrimas e lhe dei um beijo no rosto. –Hunter não quis vir?

—Ele vai passar o dia com os avós. –Eu balancei a cabeça concordando e o soltou. –Tem certeza que está tudo bem? –O loiro perguntou olhando para Draco franzindo a sobrancelha. –Eu conheço você?

—Meu amor eu preciso que espere no seu quarto, tudo bem?

Ele balançou a cabeça e subiu as escadas resmungando em direção ao quarto. Draco abriu a boca várias vezes, mas não emitiu nenhum som. Rony parou ao meu lado e segurou minha mão me acalmando um pouco. O loiro então olhou em meus olhos e finalmente conseguiu dizer alguma coisa.

—Tem mais alguma coisa que eu deva saber? –Eu balancei a cabeça negando e então ele aparatou.

Hey Garota
Ele é tudo o que você queria em um homem?
Você sabe que eu te dei o mundo
Você me teve na palma da sua mão
Então, por que seu amor acabou?
Eu simplesmente não consigo entender
Pensei que era eu e você, baby
Eu e você até o fim
Mas eu acho que eu estava errado