Moments escrita por Marih Yoshida


Capítulo 8
VIII


Notas iniciais do capítulo

Hey amores!
Tivemos poucos comentários no capítulo anterior, mas as pessoinhas que comentaram foram tão amorzinhos que eu nem me preocupei desta vez :3
Fico feliz que tenham gostado da Brianna, e que estejam curiosos sobre a Megan.
Algo me diz que todos vocês gostarão muito deste capítulo ♥ Em alguma parte dele há uma música cujo link eu vou deixar para vocês, recomendo que ouçam e leiam a tradução ♥
Leiam :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646154/chapter/8

Parou de andar e tirou os óculos de sol. Seus olhos, azuis tão escuros que eram facilmente confundidos com pretos, vagueavam por todo o local, procurando por um rosto conhecido. O cabelo tingido de vermelho caindo em cachos largos até um pouco acima da metade de suas costas, as curvas perfeitas de seu corpo, coberto por roupas importadas, e seu rosto angelical faziam com que muitos a achassem uma mulher rica ou famosa.

Depois de alguns segundos procurando, finalmente os encontrou. Os três irmãos a esperavam alguns metros de onde estava, mas ainda não a tinham visto. Apenas depois de alguns passos a mulher entrou no campo de visão deles. Enquanto eles andavam em sua direção, pôde perceber que não eram apenas os três ali. Uma mulher baixa com cabelo castanho claro tinha suas mãos entrelaçadas às do mais velho. Katie Gardiner, lembrou-se. E havia também uma pequena garota de cabelo claro e olhos verdes tão cintilantes que pareciam pedras preciosas, encantadora, e tão charmosa quanto a ruiva, embora tivesse apenas nove anos de idade. A mulher sabia a quem pertenciam aqueles olhos de longe.

Pousou seu olhar nos três irmãos. Em apenas um ano, mudaram bastante. Travis Stoll não se parecia tanto com seu irmão mais novo mais, ele tinha aquele ar adulto e responsável, embora seus olhos não perdessem o brilho divertido. Connor Stoll crescera, sempre fora alto, mas agora ultrapassava o irmão mais velho e estava da mesma altura de Travis. Ele parecia ao menos dois anos mais novo do que realmente era, mas, com a pequena garotinha no colo, a mulher pôde visualizá-lo perfeitamente como um pai amoroso. Luke Castellan, de longe, era o mais diferente dos três, mas podia ver algumas semelhanças entre ele e os irmãos, como o andar despreocupado e o sorriso travesso. O olhar da mulher passou mais tempo do que deveria no irmão do meio, que andava à frente dos irmãos para alcança-la mas rápido

Luke fora o primeiro a chegar. Parou alguns metros da mulher e abriu os braços, seu sorriso se esticando ainda mais, como sempre fazia.

– Bem vinda de volta, Meg! – Exclamou, claramente convidando-a para um abraço. Sem pensar duas vezes, a mulher deixou a alça de sua mala e correu até o quente dos braços de Luke, sem deixar de devolver o sorriso grande.

Ficaram abraçados daquela maneira, sem mais nenhuma palavra, até que os outros chegaram. Então, um a um, Megan abraçou a todos, inclusive à pequena Brianna, que pulava animada por ela estar de volta. Seu coração se encheu de um calor gostoso. Era exatamente por isso que valia a pena voltar para lá, porque sua família a esperava sempre. Não importando o que acontecesse, ela sempre voltaria para eles.

~^~

– Você não ia sair com Luke hoje? – A loira perguntou, fazendo a cadeira giratória dar voltas em torno de si mesma, num gesto infantil, enquanto batia a caneta em seu descanso de braço, numa clara demonstração de nervosismo. Estava assim desde a conversa do dia anterior, Thalia notara, e não sabia muito bem se era pela volta de Percy ou se pela chance de encontrarem Nico na próxima semana.

– Megan está voltando hoje. – Deu de ombros. – Ele e os irmãos pretendem passar o dia inteiro com ela, como comemoração à sua volta.

A loira molhou os lábios, ainda girando a cadeira, pensando no dia anterior. Não via Percy há pelo menos seis meses, e foi apenas porque ele tinha negócios a tratar na cidade. Ele costumava ficar sempre, mas foi há muito tempo, quando os di Ângelo ainda moravam lá. Pouco tempo depois de os gêmeos se mudarem, o pai de Percy retornou da Austrália com uma proposta de trabalho para ele, mesmo sendo muito novo. Isso, somado ao fato de que poderia passar mais tempo com o homem que fazia o possível para ser um bom pai, fez com que ele deixasse toda sua vida e fosse morar na Austrália. Porém, ele quase nunca ficava em sua casa, porque sempre viajava junto com o homem para outros países. Sempre que voltava, geralmente de dez em dez meses, trazia lembranças para a mãe e para as amigas.

Annabeth sempre o achou incrível, e mais ainda depois que ele começou a trabalhar. Lembrava-se da primeira vez que o vira, o garoto com sotaque australiano que viera morar com a mãe. Aquele bronzeado e o sorriso travesso fizeram o coração da loira bater um pouquinho mais rápido, e ainda faziam.

No dia anterior, ele trouxe os presentes que comprara nos diferentes países que visitara, e disse que iria ficar mais tempo do que as outras vezes, por saudade da mãe, e porque não havia muito a fazer na empresa àquela época do ano. As mulheres o convidaram para a festa de aniversário de Luke, e ele aceitou com um grande sorriso que fazia suas covinhas aparecerem.

– Eu acho que vou dar uma volta. – Thalia se levantou, andando até o guarda roupa. – Vem comigo?

– Não, eu tenho que terminar três planilhas hoje. – Respondeu. – E vou aproveitar que Percy está aqui e pedir sua ajuda. A empresa é de seu pai mesmo.

– Tudo bem. – A morena vestiu o casaco. – Só tome cuidado para não agarrá-lo enquanto termina planilhas.

Saiu e fechou a porta do quarto antes que fosse acertada pela almofada que a loira jogou. Riu baixo enquanto andava até o elevador. Não demorou para que estivesse na rua, com o vento frio batendo em seu rosto. Resolveu que iria andar até o S&C, o lugar mais próximo e barato que havia de seu apartamento.

(Música)

Quinze minutos, aproximadamente, foi o que levou para chegar ao local. Sorriu ao entrar e sentir o ar quente e o cheiro de café. Subiu até o segundo andar, já quase sentindo o gosto do cappuccino quente que pediria. Apenas parou quando encontrou uma figura conhecida a poucos metros de si. Nico tomava o seu café tranquilamente, desenhando distraído no guardanapo. Pensou alguns segundos se deveria ou não falar com ele, mas não concluiu o pensamento, porque o homem a avistou e acenou para que ela fosse até ele.

Um pouco hesitante e com o coração batendo mais rápido, realizou o pedido silencioso do garoto, com um pequeno sorriso no rosto.

– Está esperando alguém? – Ele perguntou quando a mulher estava próxima o suficiente para que o ouvisse sem que precisasse gritar. Thalia negou com a cabeça, surpresa. – Sente-se, então. – Ele parou para pensar no que acabara de propor. – Eu vou entender se não quiser.

– Não, está tudo bem. – Ela abriu um pouco mais seu sorriso enquanto se sentava na cadeira à frente do homem. Ele chamou gentilmente uma garçonete, e esperou que Thalia fizesse o pedido. Então, ficaram algum tempo em silêncio, enquanto ele terminava o desenho que antes estava fazendo e ela observava admirada.

– Eu estive pensando, acho que fui muito grosso com você desde que cheguei. – Começou a falar, ainda sem olhar para ela. – Eu estava com medo de te reencontrar, porque há uma parte no meu passado que você está que eu não gosto. E com certeza não é você.

Ele finalmente tirou os olhos do desenho e seus olhos encontraram-se com os de Thalia.

– Eu quero te explicar tudo. – Anunciou. – Acho que eu nunca poderia continuar normalmente com a minha vida sem te dizer tudo.

Thalia sustentou o olhar, quase ofegando. Ela provavelmente teria todas as respostas que queria ali, tão fácil. Quase sentia vontade de rir quando pensou nas noites sem dormir pensando no que realmente acontecera para que ele a deixasse.

– Primeiramente, eu quero que você saiba que eu te amava. Te amava tanto que ás vezes eu mesmo me pergunto se era real. – Ele molhou os lábios, a mesma mania de Thalia. –Eu aceitei o convite de estudar na Inglaterra por sua causa, porque eu sabia que eu te fazia mal. E não te contei que estava indo porque sabia que se você me pedisse para ficar, eu não pensaria duas vezes.

Thalia abaixou os olhos. Dentre todos os motivos que pensara, o único verdadeiro não estava em sua lista. Ela nunca pensou que ele poderia ter ido por sua causa, pelo menos não da maneira que realmente foi.

– E eu pensei em te ligar muitas vezes. Me senti culpado por muito tempo. Eu não tive nenhuma namorada até dois anos depois que te deixei porque eu comparava todas as garotas com você. – Ele soltou uma risadinha e Thalia o acompanhou. – Não tinha muitos amigos porque todos me achavam estranho, porque eu sem você não era aquele que chegava fazendo barulho. Eu sem você era alguém triste que não gostava muito de falar. Até hoje, meus únicos amigos são as que faziam a equipe das líderes de torcida e alguns jogadores de futebol, por causa de Bianca.

– Bianca se tornou líder de torcida. – Arregalou os olhos, fazendo o homem rir.

– E namorou mais da metade do time de futebol. – Acrescentou divertido, o que fez Thalia rir. – O que eu quero te dizer é que você foi uma pessoa muito importante para mim, e, sendo sincero, ainda é. Eu tentei fingir que não, mas você é. Eu não quero que fique aquele clima estranho entre nós, como ontem.

– Eu entendo. –Ela sorriu. – Por muito tempo eu fiquei triste por que você tinha ido, então eu fiquei com raiva quando percebi que você tinha ido por livre e espontânea vontade, mas depois eu descobri que não fazia nenhuma diferença como eu me sentia, porque você tinha ido. E quando eu te vi aqui de novo, depois de tantos anos, eu me senti feliz por saber que estava bem, e todas aquelas perguntas sobre tudo voltaram, mas não teria sentido em fazê-las porque era passado. De qualquer forma, eu me sinto mais leve agora. Você ainda é uma pessoa muito importante para mim Nico, e não importa o que aconteça, ou quanto tempo passe, você sempre vai continuar sendo. Eu fico feliz que você também esteja disposto a recomeçar, porque agora, conversando assim com você, nada parece mais natural e correto.

Nico sorriu quando Thalia terminou de falar. Ele olhou colocou a mão no bolso, tirando um papel de lá.

– Eu encontrei isto há alguns dias. – Entregou para Thalia. Ela sorriu ao ver o que era: uma foto da última noite que passaram juntos, quando Nico a levou para a casa de madeira que havia construído e ficava escondida em um pequeno bosque. Ele colocara luzes penduradas em árvores e preparara um jantar a dois ali. Pensando agora, a mulher finalmente entendeu que aquela fora o modo que Nico encontrara de dizer adeus.

– Você planejou aquela noite de propósito, não foi? – Perguntou. Nico sorriu minimamente.

– Eu queria que você tivesse uma memória boa de mim antes que eu fosse embora para sempre. – Seus olhos se encontraram novamente. – E eu queria que fosse a mais especial de todas elas. E acabou sendo melhor do que eu pretendia.

– Sim. – Ela sorriu minimamente.

Continuaram conversando, contando sobre tudo o que fora suas vidas desde que se separaram. Nico aproveitou para contar a ela sobre as aventuras de Bianca e quando a irmã o arrastava para festas. Thalia contou o que aconteceu também, sobre como todos se separaram depois que os irmãos foram embora e só sobraram ela e Annabeth.

Em certo momento, o celular de Thalia tocou. Ela o atendeu sem tirar os olhos de Nico, e ele se sentiu triste por perceber que ela provavelmente precisava ir embora. Mas não estava preparado para as palavras que saíram da boca da mulher: Annie, eu estou com um amigo, irei demorar um pouco para chegar, não se preocupe.

Ele provavelmente deveria ter disfarçado sua alegria, mas não conseguiu. Aproveitou para chamar a garçonete pela terceira vez nos últimos trinta minutos, e, dessa vez, pedir um vinho. Descobrira a pouco tempo que havia a bebida ali, e se sentiu feliz por descobrir aquilo.

– Se Annabeth continua como eu me lembro, você vai precisar de um pouco de álcool no sangue quando chegar em casa. – Ele sorriu enquanto eram servidos. Thalia riu alto, concordando com o homem. Conversaram um pouco mais, e Nico já havia gasto mais da metade dos guardanapos desenhando.

– Se você é um professor tão bom de música, porque não canta algo seu? – Ela o desafiou. Nico sorriu, pensando por um momento.

– You wanna steal a piece of time? You can sing the melody to me; And I can write a couple of lines. – Cantou. Thalia sorriu abertamente quando ouviu as palavras saindo suavemente da boca do homem.

– Isso não vale, não foi você que criou. – Ela apoiou a cabeça nas mãos. Nico devolveu o sorriso.

– Bon Jovi costumava ser sua banda preferida. – Lembrou.

– Ainda é. – Ela sorriu. Se encararam por alguns segundos, sorrindo um para o outro. Talvez felizes por conversarem normalmente depois de tantos anos, talvez aliviados por finalmente serem sinceros, talvez apenas sentindo o amor adormecido voltar. Mas, qualquer dessas razões, parecia apenas certo estar ali, sorrindo para o outro, com taças de vinho pela metade, desenhos espalhados pela mesa e uma foto dos dois de anos antes, enquanto uma melodia agradável da banda que tocava naquele dia soava por seus ouvidos.

No momento, nada parecia tão correto para os dois.

If you don't know if you should stay
If you don't say what's on your mind
Baby just breathe
there's nowhere else tonight we should be


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu amo essa música, e é tão essa fanfic :3
Essa ainda não foi a aparição oficial da Megan, apenas algo para deixá-los um pouco curiosos sobre ela.
Gostaram do capítulo? E desse recomeço Thalico, colocando todas as cartas da mesa e tirando as armaduras?
Sobre a noite que eles comentaram, a última noite, só tenho algo a dizer: teremos dois flashbacks no próximo capítulo, ela pode ou não ser um deles. Façam suas apostas :3
Comentem amores, eu realmente quero saber o que estão achando da fanfic.
Tiau :3