Memory of the Future - Parte 2 escrita por chrissie lowe


Capítulo 9
The Great Revelation


Notas iniciais do capítulo

Oie! Desculpem o sumiço, estive em viagem no fim de semana e ainda não havia terminado esse capítulo. Mas posso garantir que esse capítulo está +qd+ heuheuheuhu. Espero que gostem!



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— Vai mesmo fazer isso a todo instante? – Perguntou Clara sem acreditar que estava sendo capturada pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas.

— Quer melhor maneira de descobrir as informações que precisa? – Perguntou o Doutor convencido de seu plano.

Ela apenas bufou em resposta. Não lhe agradava nada a sensação de déjà vu que sentia nesse momento.

Os guardas-ciborgues levaram o Doutor e Clara pelos salões amplos e iluminados do edifício. Vários outros ciborgues andavam pelos arredores focados em seus afazeres, sem parecer reparar, ou se importar, nos dois desconhecidos sendo carregados pelos guardas. O grupo, em seguida, entrou em um elevador de vidro e foram até o último andar. Lá, os dois foram levados até uma sala no final de um corredor.

Assim que entraram, os dois viram que se tratava de um escritório. As paredes eram brancas, assim como a mobília. A parede do fundo era uma enorme janela envidraçada, sendo possível observar o lado de fora. Todavia, apesar da imensidão que podia ser vista naquela janela, não era possível ver além dos limites da Cidade. Uma espécie de neblina cobria tudo que não fazia parte dela e era impossível ver o céu cinzento e as ruínas que os dois viram momentos atrás.

E olhando para a janela, um homem encontrava-se parado no fundo da sala, de costas para os visitantes.

— Deixem-os aí. – Disse o homem. – Podem voltar a suas posições. 

Nisso, os guardas soltaram o Doutor e Clara e marcharam para fora da sala a passos lentos e leves.

O homem ficou um tempo fitando a paisagem, até que finalmente se virou para ver os invasores. Seus olhos eram grandes e escuros e pareciam poder enxergar a alma dos dois. Seus cabelos, levemente enrolados, eram tão negros quanto os olhos e caíam sobre o seu rosto fino e pálido. Era um homem alto. Não deveria medir menos do que 1,85m. Vestia um blazer preto com uma camisa branca por baixo, calças também pretas e coturnos de couro cinza. 

— Espero que meus seguranças não tenham sido rudes com vocês. – Disse ele educadamente. – Posso saber quem são?

— Eu sou o Doutor, e esta é Clara, minha… Cuidadora. – Respondeu o Doutor se sentando em uma das cadeiras de metal.

Algo na expressão do homem pareceu mudar ao ouvir a resposta do Doutor, mas ele conteve qualquer reação o máximo que pode.

— Muito prazer. – Disse ele indo na direção dos dois, especialmente na direção de Clara. – Eu sou Alec.

Nisso, ele pegou a mão de Clara e a beijou. A moça sentiu-se desconcertada com a atitude do rapaz e rapidamente recolheu a mão.

— Bom, agora que já nos apresentamos, por que não nos explica sobre este lugar? Sabe como é, estávamos viajando e acabamos nos deparando com essa incrível infraestrutura e ficamos bastante admirados com isso. – Disse o Doutor.

— Digamos que esse é o fruto de anos de trabalho. –  Respondeu ele. –  Sejam bem vindos ao… Futuro.

O Doutor olhou para o homem sem se impressionar com suas palavras.

— Bom, e poderia nos explicar sobre o que se trata esse tal futuro? Porquê, sabe como é, o futuro pode ter várias formas.

Alec olhou impaciente para o Doutor. Ele sabia que o Senhor do Tempo estava zombando da cara dele e ele se segurava para manter a compostura.

Clara apenas observava o possível debate entre o Doutor e Alec. Ela sabia que o Doutor conseguia ser maluco de vez em quando, ou na maioria das vezes, mas ela tinha que admitir que ele era realmente bom em obter as respostas que queria.

— Isso tudo que está vendo é o progresso em sua melhor forma. – Respondeu Alec. – As pessoas que viram são o ápice do desenvolvimento humano. Mais fortes, mais inteligentes, imunes a qualquer tipo de enfermidade e a qualquer tipo de… Dor. Nada pode destruí-los, nada pode machucá-los! O que está vendo aqui, Doutor, é a civilização perfeita! – Dizia Alec maravilhado.

Clara arqueou uma sobrancelha ao ouvir aquilo. 

— Tá, tá. – Disse ele ainda sem se surpreender. –  Mas tem uma coisa que ainda não entendi. Se apoia tanto a atualização da raça humana e acha isso tão perfeito… Por quê ainda continua com todas as suas partes orgânicas?

Alec não respondeu e apenas fitou o Doutor com uma expressão séria.

— É porque tem medo, não é? – Completou o Doutor. – É fácil ver os outros sendo submetidos à atualização, mesmo que contra a vontade. Mas por trás de toda essa sua polidez e postura excessiva e esse discurso pronto, você não se sente pronto pra submeter a si mesmo a isso, não é?

Alec engoliu em seco. As palavras do Doutor pareciam soar como um soco em seu estômago, mas ele manteve-se firme. Alec transformou sua insegurança em crueldade.

— Bom, Doutor. Este é o progresso e ele chegará para todos cedo ou tarde. E os que tentarem me impedir pagarão caro por isso. – Disse ele em tom provocador. – E não há que você e nem ninguém possa fazer para impedi-lo. 

—  Você é louco! –  Retrucou Clara. –  Não pode sair por aí atualizando os outros a força! 

—  Engano seu, senhorita Clara. –  Disse ele. –  Não há ninguém que possa me impedir de trazer perfeição a este mundo decadente. Nem vocês e nem ninguém pode parar o progresso.

—  Ora, seu…

— Mas como conseguiu tamanha tecnologia para converter a todos? –  Interrompeu o Doutor. –  Você sozinho seria incapaz de submeter tantas pessoas a tal procedimento.

— Isso não importa. O que importa é que estamos cada vez mais perto de atingir a perfeição. Imagine, Doutor, um mundo onde as pessoas não sentissem dor, raiva, frustração… Quantas guerras seriam evitadas? Quantas mortes desnecessárias deixariam de acontecer? Não há conflito aqui dentro destes portões. Poderíamos todos viver em paz.

O Doutor olhou desgosto para Alec. Ele já ouvira aquele mesmo discurso um monte de vezes, vindo dos mais diversos tipos de indivíduos. O Senhor do Tempo sentiu-se amargurado com tamanha ingenuidade.

— Não posso permitir que continue com isso. – Disse o Doutor em voz baixa. – O que você faz é doentio. 

—  Bom, uma pena que ache isso, Doutor. Achei que fosse mais esperto. E eu realmente não gostaria de fazer isso com uma moça tão bonita quanto Clara. – Disse Alec sarcástico.

Nisso, ele pegou uma espécie de celular no bolso e deu apenas um toque. Em questão de segundos, o Doutor e Clara puderam ouvir milhares de passos metálicos vindo em direção ao escritório.

— O que vai fazer? – Perguntou o Doutor tentando conter a tensão.

— Não posso permitir que coloquem a harmonia desta cidade em risco. – Respondeu Alec. – Serão levados para os campos de trabalho até eu decidir o melhor momento para serem atualizados. 

O Doutor e Clara arregalaram os olhos.

— Não pode fazer isso! – Esbravejou Clara. – Quem pensa que é? Destruindo milhares de vidas inocentes desse jeito? Vivendo aqui na prosperidade enquanto o resto do mundo se transforma em um lixão?!

Alec apenas encarou Clara com uma expressão de fúria. Mas isso não seria capaz de intimidá-la.

— Não vamos permitir que continue com essas atrocidades! – Ameaçou a moça. 

Os passos se aproximavam cada vez mais. O Doutor rodou a sala rapidamente com os olhos em busca de uma alternativa. Não havia outra saída naquela sala a não ser a porta pela qual milhares de guardas entrariam para capturá-los a qualquer instante. Eles não tinham para onde fugir.

Os dois podiam sentir seus corações acelerarem cada vez mais. Gotículas de suor pingavam em suas testas e eles se encolhiam no centro da sala esperando pelo fim.

Mas, de repente, um barulho estrondoso de vidro se quebrando surgiu na sala e o Doutor, Clara e Alec foram jogados para lado oposto da sala.

— Clara! Onde você está? – Perguntou o Doutor se protegendo dos cacos de vidro espalhados pela sala.

— Eu estou bem! Mas o que foi isso? – Perguntou Clara sem entender nada.

Mas antes que os dois pudessem entender o que se passara, eles sentiram algo puxando a gola de suas roupas e eles foram erguidos no ar tão rapidamente que sequer conseguiram ver quem, ou o que, fora responsável por isso.

— Você! – Vociferou Alec ao ver do que aquilo se tratava.

— EU DISSE PARA NÃO VIREM ATÉ AQUI! – Gritou Claire sem desacelerar a moto.

O Doutor e Clara olharam espantados ao perceberem que a destruição da vidraça fora provocada por Claire, que pilotava uma moto gigantesca e parecia prestes a explodir de raiva. 

— Mas como foi que…

— Cale a boca! Temos que sair daqui! – Exclamou ela zangada.

O Doutor fitou a mulher. Ela continuava a pilotar a moto, mas olhava para trás, para Alec. O Doutor não pode deixar de notar que a expressão da mulher se transformara da raiva para o que parecia ser… Remorso?

Em seguida, ele olhou para trás e viu Alec, ainda possesso com a invasão de Claire. Seus olhos grandes e castanho-escuros fervilhavam em fúria, mas para o Doutor, parecia que havia algo mais. Ele passou a notar que aqueles olhos lhe eram estranhamente familiares e, além disso, parecia que o rapaz estava exageradamente desconcertado com a presença de Claire naquele lugar.

Na verdade, algo a mais chamava a atenção do Senhor do Tempo.

Ele não sabia o que era, mas sentia que havia algum detalhe muito importante naquela cena toda que ele deveria enxergar e seu cérebro trabalhava o mais rápido possível para descobrir o que era.

— Vamos, Doutor burro! Pense! – Dizia ele consigo mesmo. 

— O que disse? – Perguntou Clara de olhos cerrados por causa do vento.

— Estamos perdendo alguma coisa, tenho quase certeza. Está aqui bem na nossa frente, mas não sei o que é! – Dizia ele apressadamente.

Então ele olhou novamente para Claire, e então para Alec, repetidamente. Até que, como um lampejo, ele se deu conta da verdade.

Os dois tinham os mesmos olhos.


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Notas finais do capítulo

Uuuuuh, por essa vcs não esperavam, né hehehehe (ou esperavam sei lá). Enfim, não deixem de acompanhar Memory of the Future 2 para mais reviravoltas hehehe