Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 30
Capitulo 30


Notas iniciais do capítulo

OIIE GENTE
FELIZ PÁSCOA PARA TODOS!



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       POV YAN

     Fiquei na festa mais uma hora aproximadamente, então enquanto eu contava para Yuri e a cunhadinha o que tinha acontecido, Rapha jogou o bolinho de chuva dela em mim e disse para ir atrás da Elaine.

    E foi o que eu fiz.

    Chamei um táxi, e fui na direção da sua casa.

    Quando cheguei em frente ao seu prédio notei que teria que arrumar um plano para entrar sem que sua mãe ou a Sof acordasse. Tinha uma árvore e sua janela, e ela estava aberta.

    Agradeci por ela sempre deixar a janela aberta e me aproximei da árvore. Bom, se eu caísse, só quebraria uma perna ou um braço, ou as duas pernas, mas não passaria disso. Não corria o risco de paralisia ou quebrar o pescoço, era só saber cair.

    Era isso que eu pensava enquanto subia a árvore. Tive o erro de olhar para baixo e fiquei tonto, em que merda eu estava me metendo agora, meu Senhor? Subi até estar perto o bastante da janela, agora era só tentar entrar.

    Joguei uma perna primeiro, segurando com força, e sem pensar nos ossos quebrados ou morte, me joguei com tudo. Fez mais barulho do que eu pensava, e Elaine quase teve um ataque cardíaco.

   Levantei as mãos para alto.

— Sou eu – falei

— O que está fazendo aqui? – perguntou com a mão no peito – Está bêbado por acaso?

— Talvez, mas eu precisava de um pouco de coragem – respondi

   Parei quando ouvi passos e me joguei embaixo da cama.

— Elly? É você? – perguntou sua mãe

— Sim – respondeu – Desculpe pelo barulho, volte a dormir. Amanhã o dia será longo.

— Tudo bem, boa noite, amor – falou e ouvi os passos voltando

   Sai debaixo da cama pensando nas aranhas e me contorci tentando tirar os insetos imaginários de mim. Elaine riu um pouco de mim e eu parei com minha paranoia.

— Acho melhor ter uma boa razão para invadir minha casa de madrugada – falou me olhando

— Eu... – comecei e a olhei – Não sei, eu vim por impulso, não queria perder você novamente. Eu nunca deixei de amar você, notei isso quando te beijei, e pelo que notei não é só eu.

    Ela apenas me encarava parada perto da janela. O vento balançava o seu cabelo curto ao redor do seu rosto angelical e notei que ela já usava um short curto e roxo de dormir com uma camiseta branca de mangas.

— Ver você indo embora foi como acordar novamente na casa daquela desconhecida e uma parte de mim ir fugir pela porta da frente. E eu fiz o que devia ter feito à um ano atrás, ter ido atrás de você e provado que aquilo foi só uma noite. Mas isso que nós temos – eu gesticulei entre nós dois – Ou já tivemos não pode acabar assim. Eu sou Yan e você é Yin. Nós nos... completamos.

    Ela ainda me encarava.

— Vai dizer alguma coisa ou vou ter que continuar o discurso? – perguntei nervoso

   Ela me encarava com seus olhos escuros e indiferentes, me julgando e eu sentia que ela podia ver todas minhas mentiras e todos os pecados.

— Você é horrível com trocadilhos – falou na lata

   Eu ri com vergonha.

— Na minha cabeça soou melhor, eu juro – falei – Então nós não temos volta mesmo?

   Ela negou com a cabeça e murchei.

— Como eu queria dizer sim – ela disse

— Ah?

— Como eu queria por um ponto final nisso – repetiu – Mas eu não consigo. O amor é uma bosta.

    Não consegui segurar meu sorriso e me aproximei dela aos poucos, com medo que qualquer movimento brusco fizesse esse momento se desfazer. Abracei seu pequeno corpo e juntando nossos corpos.

— Só me promete nunca mais fazer aquilo comigo – falou se afastando e me encarando

— Nem se me drogarem ou me torturarem – respondi a puxando para mim

    Ela me empurrou para atrás até que nós caíssemos em sua cama.

POV ELIZABETH

    Não lembro de muita coisa, apenas que estava muito tonta e com uma vontade desesperada de vomitar. Tropecei entre as pessoas até bater de frente com um muro, pelo menos era o que parecia para minha mente bêbada.

— Oh, merda, o que aconteceu com você? – perguntou uma voz mais que conhecida

   Tentei focar meu olhar no rosto de Thomas. Não era assim que eu queria que ele me visse.

— Carter – falei o olhando com raiva que eu não sabia de onde tinha saído – Não te interessa!

— Agora eu sou o Carter? – perguntou

— Desde que fugiu – respondi e tentei me soltar dos seus braços fortes

— Caralho, você está péssima – falou e me guiou entre a multidão

   Jura? Eu sei, por isso estou fugindo de você! Tentei me soltar do seu braço no meu ombro me forçando a andar do seu lado. Fomos para o lado de fora da festa, e todo o conteúdo do meu estômago veio conhecer o mundo.

— Vamos, vou te levar para casa – falou me ajudando a levantar

— Estou na casa do meu pai – consegui dizer

— Estou dizendo da minha – falou – Consegue andar?

   Me apoiei nele, mas ele me jogou no colo, passando os braços pelos meus joelhos e me carregando para seu Volvo. Não olhei para as ruas, me mantive imóvel todo o caminho e deixei que ele me pegasse no colo novamente e me levasse para dentro.

   Apenas me movi quando ele me colocou no chão frio e senti o zíper do meu vestido sendo aberto. Nos encaramos, eu me sentia pequena e criança perto dele.

— Melhor tirar o vestido, senão vai molhar – falou me olhando se explicando

   Tirei o vestido ficando de roupas intimas, eu sentia seu olhar em mim o tempo inteiro. Deixei a água gelada cair sobre minha cabeça e relaxei, ficando mais desperta. Só desliguei quando Thomas voltou com uma toalha e uma blusa de mangas.

   Me enxuguei em silêncio e eu sentei na sua cama penteando o cabelo com os dedos. Sua presença causava diferentes sensações em mim, eu queria ao mesmo tempo lhe bater, como também lhe agarrar. Vai entender, sou meio bipolar.

— Obrigada pela ajuda, e desculpe por vomitar na sua frente – falei envergonhada, com as bochechas queimando – Não sei o que deu em mim, só não estava preparada para... quando voltou?

— Faz três dias – respondeu, senti uma pontada de magoa por encontrar acidentalmente ele em uma festa – Não fui falar com você ou os gêmeos porque estava ocupado com a mudança.

   Assenti envergonhada. Thomas e eu nos falamos muito pouco durante esses dois anos, duvidava muito dessa desculpa dele. Mas não deixei tão na cara, procurei na minha bolsa o celular.

— Eu sabia que você iria a essa festa, eu fui para te encontrar – disse no silêncio daquele quarto

   Parei de digitar o número do Yuri.

— O que? – perguntei

— Eu fui atrás de você, mas bem, você fugiu quando me viu – falou me encarando

   Ele não podia fazer isso, não quando sua barba estava crescendo de modo tão sexy, não quando ele me encarava daquele jeito, fazendo algo no meu estômago se revirar e as malditas borboletas começarem a endoidarem novamente.

    Eu estava crendo que tinha esquecido aqueles olhos, tinha esquecido da sensação e do sentimento. Mas ali, de frente para ele novamente, depois de longos dois anos, notei que não mudou nada.

— Eu não estava preparada para te ver – falei – Não sabia o que fazer. Me desesperei um pouco, e agi errado como sempre.

— Eu esperava uma reação diferente, eu admito – ele riu – Mas estamos agora, falando um com outro. Liz...

   Thomas se aproximou de mim, parecia hesitante.

— Hum? – perguntei

— Você está tão diferente – falou – Está mais bonita ainda.

    Corei e cocei minha testa desviando os olhos. Se ele soubesse dos meus pensamentos sobre ele provavelmente me chamaria de tarada, ou coisa pior, mas estava difícil ignorar tudo aquilo na minha frente.

— Você também está, Thomas – respondi voltando meus olhos para os dele

— Melhor ir dormir, não é? – perguntou se afastando e se deitando na cama – Relaxe, não vou fazer nada com você.

     Que pena. Me repreendi pelos meus próprios pensamentos  

     Me deitei do seu lado e dormi automaticamente. Acordei com braços fortes ao meu redor, uma respiração pesada na minha bochecha. Abri os olhos e vi Thomas, me lembrei da noite passada.

— Bom dia – falou abrindo os olhos, estávamos tão perto, era só me inclinar um pouco mais e nós logo nos beijaríamos

— Bom dia, ou tarde – falei olhando o despertador

— O que? Que horas são? – ele me soltou e levantou – Merda, Alex deve estar uma fera!

   Alex?

— Você tem namorada e me trouxe para sua casa? – perguntei – Ela vai me matar!

— Meu Deus, nunca mais fale isso – falou com cara de espantado – Ela é minha meia-irmã. Ela dormiu na casa de uma amiga e era para eu busca-la as 8:00h.

    Corei horrores. Me levantei e olhei para meu vestido jogado no chão, depois para a blusa que serviu de pijama naquela noite. Bati na minha testa: Porque diabos eu saí de casa? Deu tudo errado! Coloquei meu vestido não me importando com os olhares nada inocentes de Thomas em mim.

— Melhor eu ir embora – falei

— Quer carona? – perguntou levantando, neguei

— Meus irmãos já vão me matar, não precisam te matar junto – falei

— Eu não me importaria sabe? – ele disse

— É bom te ver de novo, Carter – falei e lhe abracei rapidamente

— Liz... eu quero falar com...

   Não deixei ele terminar, sai do quarto às pressas e abri a porta da frente, tinha uma garota da minha idade com aparência asiática. Ela me analisou de cima a baixo.

— Me desculpe – falei e comecei a gaguejar – Não é nada do que está pensando... Eu... Merda, eu tenho que ir.

    Olhei para trás a tempo de ver Thomas descendo as escadas, olhando para a garota em minha frente. Sai de lá e olhei em volta tentando me localizar e notei a casa do meu pai ao lado da casa do Thomas. Me virei com um sorriso.

— Nem acredito nisso! – falei e ele me olhou sem entender

   Dei as costas e corri para minha casa.


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Notas finais do capítulo

Gente, já sabem, comentem e recomendem a história
Beijoos



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