Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece né?
Pois é, desculpem de verdade a demora, não foi querendo. Meu aniversario foi nesse sábado passado, dia 12 e teve festa e não tive tempo. Os outros fins de semana eu estava estudando gente, estou tentando dar um jeito de ajeitar meus horários com minhas histórias, mas tá muuuito difícil. E a psicopedagoga ainda disse para estudar mais 6 matérias em casa além do normal, ou seja, vida eu não tenho.
Então vou fazer assim, vou postar dois capítulos hoje e amanhã se der posto o outro.
Beijinhos e boa leitura!



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           POV THOMAS          

    Acordei e desci as escadas encontrando minha irmã sentada na mesa tomando seu café. Nossos pais tinham viajado e nós deixado sozinhos. Passei por ela e baguncei seu cabelo de propósito.

    Era estranho ter uma irmã mais nova, ela me enchia o saco, empurrava suas amigas na minha direção e me acordava muito cedo no domingo. Mas eu tinha criado um carinho enorme pela chatinha.

— Bom dia – falei

— Bom dia – falou ajeitando o cabelo – Vou sair com Marji e Lucas daqui a pouco.

— Está mesmo saindo com Lucas? – perguntei lhe encarando, o lado protetor aparecendo

— Não que te interesse, caro maninho – disse me lembrando muito uma pessoa, balancei a cabeça voltando ao foco

— Me interessa muito – rebati – Sou seu irmão.

— Bom, não estou saindo com ele – me garantiu – Acho que consegui uma bolça em uma escola bem longe daqui, então, nada de relacionamentos.

— Que escola, Alex? – perguntei agora ainda mais interessado

— Bem – ela pareceu estar em dúvida – Talvez eu vá fazer intercâmbio em Londres. Vou participar da escola de Robótica e se for bem, já tenho minha vaga na faculdade.

    Fiquei impressionado com seus planos, na sua idade eu... bem, eu não fazia nada. Mas meu cérebro não focou nisso, a palavra Londres me prendeu de primeira, me trazendo coisas que eu já tinha esquecido. Minha pele se arrepiou.

— Papai não queria que eu te dissesse – ela continuou – Porque provavelmente vai fazer você ir comigo, e ele ainda está planejando um jeito de te convencer.

    Ela tinha levantado e pegado sua bolsa pendurada no braço da cadeira. Levantei junto e lhe abracei forte, a erguendo do chão e sorrindo como pensei que jamais sorriria novamente.

— Me convencer? Cara, melhor notícia de todas! – falei

    Ela riu.

— Eu... não esperava por isso – falou corando

— Quando? Quando você vai?

— Bom, um mês – respondeu

— E vocês iam me dizer quando?!

— Sei lá – deu ombros – Está feliz pela garota?

   Lhe contei tudo sobre minha vida à um tempo atrás e ela sabia tudo sobre Elizabeth. Cocei minha cabeça, também estava feliz por vê-la novamente, mas estava mais feliz por voltar para casa.

— Não sei – de repente parei de sorrir – Isso me deixa nervoso na verdade. Eu terminei porque sabia que ela merecia mais... e já se foram dois anos, né Alex.

— Então... você superou? – perguntou me olhando

— Olá pessoas – Marjana apareceu sem bater

   Marjana era muito bonita, melhor amiga de Alex, tinha olhos escuros e cabelos castanhos enrolados. Nós tínhamos ficado em uma festa da praia, mas eu me senti tão enjoado depois que nunca mais consegui olhar para ela do mesmo modo.

— Bom dia – voltei a sorrir ao lembrar que tinha que contar pros meus gêmeos endiabrados

— Está de bom humor? – perguntou espantada me beijando na bochecha

— Recebi uma ótima notícia! – respondi já indo para as escadas

— Sério? E o que deixa o tão Thomas Carter animado? – perguntou me olhando de cima a baixo

— Vou voltar para casa! – falei com as bochechas doendo de tanto sorrir, mal vendo a hora de sentir aquele tempo frio contra minhas bochechas novamente

— Mas... para Londres? – perguntou parando de sorrir

— Sim! Eu... tenho que contar para algumas pessoas – falei subindo

— Você vai contar para ela? – Alex perguntou assustada

— Não – diminui o sorriso – Não tenho tanto contato, apenas com os demônios que eu chamo de melhores amigos. Boa sorte no que forem fazer. Tranquem a porta.

    Terminei de falar no andar de cima e deixei elas cochichando sozinhas. Entrei no meu quarto e chutei as roupas jogadas no chão. Chamei o Yan no Skype e logo ele apareceu na tela abraçando um pote de sorvete.

— E aí, traíra – falou

— Oi, baitola – respondi

— Porque tá com essa cara de bobo? – perguntou – Não que você não tenha cara de bobo, mas hoje tá pior.

— Não perde uma chance né?

— Claro que não. Não teria graça ser seu amigo.

    Revirei meus olhos.

— Como você tá?

— Está normal, a mesma rotina de sempre.

— Que pena – respondi – Tenho uma boa notícia.

— Pode falar – ele disse – MAS, antes vou te mostrar a garota que to pegando.

    Revirei meus olhos novamente. Yan tinha terminado o namoro a pouco tempo e estava na fase de “querer pegar geral” para disfarçar o sofrimento. Ele me mostrou uma loira de olhos azuis e grandes peitos.

— Bonita, cara – respondi – Então, o que eu tenho pra dizer é importante.

— Fala então, seu mimado -  respondeu olhando pro próprio celular sem prestar atenção

    Abri a boca para falar, mas a porta se abriu e eu vi uma silhueta feminina, meu coração acelerou, meu estômago se revirando fechando ligeiramente minha garganta. Eu não falei nada, apenas observei a irmã do meu melhor amigo como um idiota.

— Desculpa, não sabia que estava conversando – ela disse corando – Mamãe está lhe chamando, Yan.

    Yan revirou os olhos.

— Eu vou dizer que você está ocupado – ela disse se virando

— É melhor eu ir logo – ele levantou – Já volto, Thomthom.

    Eu ri e fiquei sozinho com Liz.

— Oi, Liz – falei tentando lhe observar melhor

— Oi, Carter – falou – Você está diferente.

    Ignorei o fato dela ter me chamado de Carter e abri o melhor sorriso.

— Você também – respondi – Está malhando as pernas?

     Ela revirou os olhos e amarrou o cabelo.

— Você continua idiota – resmungou

— Lembre-se que teve uma época que não me achou tão idiota assim – falei brincando querendo ver sua reação

— E no final notei que era mais idiota do que imaginava – respondeu na lata, doeu, mas era bom ouvir ela me respondendo

— Não...

— Ou eu fui idiota – me cortou – O Yan está demorando.

— Desculpa, eu estava... brincando apenas, Liz.

    Ela focou em algo atrás da tela do computador.

— Ahram, desculpa também – disse – E como vai aí?

— É, bem, aqui é legal... mas sei lá, não é tanto.

— Entendi, lugar que passaria as férias.

— Mas não moraria aqui – completei com ela e ela me encarou por um momento

— Mamãe agora precisa da sua ajuda – Yan entrou no quarto

    Elizabeth me olhou novamente.

— Tchau, Carter – falou antes de sair

— O que vocês conversaram? – perguntou curioso

— Nada – respondi e passei as mãos pelo rosto – Eu tenho que fazer o almoço, falo contigo depois?

— Claro, mas você tinha que me contar uma coisa importante.

— Não era tão importante – gesticulei como se não fosse nada – Até mais.

— Até – respondeu e eu fechei a chamada

   Passei novamente as mãos pelo meu rosto e decidi que era melhor fazer uma caminhada para esvaziar minha cabeça. Eu conhecia a vizinhança, ao que parecia meu pai era muito conhecido na cidade. E logo ele havia me apresentado como seu filho a todos que conhecia.

   Caminhei até que senti como se a carne das minhas coxas estivessem se partindo, então decidi dar meia volta e voltar para casa. Chegando em casa, notei que Alex ainda estava fora.

     Olhei para o sol ainda alto através da janela e imaginei o clima frio. Fechei os olhos tentando me materializar na minha casa, com Madalena fazendo panquecas cheirosas toda manhã. Mas logo uma dor veio ao meu coração.

      Madalena tinha falecido. Um ano atrás, de ataque cardíaco. Para mim foi como uma perda de uma mãe, já que ela praticamente substituiu minha mãe de verdade. Ela tinha visto minhas crises de criancisses, e de raiva, e participou das maiorias das minhas lembranças.

      Talvez se eu tivesse brigado com meus pais pelo que eu queria um pouco mais eu poderia ter tido um futuro diferente. Talvez teria convivido com ela muito mais antes que a maldita hora chegado.

     Comecei a preparar o almoço sozinho me lembrando de quantas vezes fiz junto com minha governanta.


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