Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Hello, It´s me



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— Mas que porra? – perguntei olhando meu livro de calculo

   Estava em casa com Elaine, estudando e tentando dar aula de cálculo para minha amiga. Muita coisa tinha mudado dois anos. Primeiro, eu, acredito que tenha mudado muito, não sou a mesma de um ano atrás, muito menos de dois anos atrás.

     Elaine tinha terminado com Yan, bem quando ele terminou o colégio e ficou tão bêbado que acabou dormindo com outra garota. Foi uma confusão, os dois ainda não se falam, e hoje em dia ela não vai mais em minha casa se ele estiver.

   Como agora, ela só estava aqui por duas razões: Ela precisava de nota para se formar, e Yan não estava em casa. Elaine também tinha mudado fisicamente, adquiriu um corpo de dar inveja, que combinava com sua pele escura.

— Está vendo? Isso não é de Deus – ela riu da minha cara

— Não é mesmo – concordei – Mas é fácil até, preste atenção.

     Estudamos até ser bastante tarde. Elaine olhou para minha janela e xingou.

— Merda, já está tarde – disse

— Você pode dormir aqui, e saímos antes dele acordar – falei e ela corou

— Cale a boca, estou falando da minha mãe – respondeu

    Ela estava com um vestido branco com detalhes dourados, sapatilhas normais. Jogou a bolsa por cima do ombro e se virou para mim com a porta meio aberta.

— Hoje o John me chamou para sair, esqueci de te contar – falou

— Caramba! – falei e ri – Vão onde? Se previna, não quero ser tia.

— Idiota – ela disse rindo corada – Não sei, ainda vamos combinar.

    Quando ela abriu a porta deu de cara com Yan com a mão pronta para bater na porta. Eles se encararam, Yan com um olhar surpreso e Elaine com um olhar de desprezo.

— Morgan, se me dar licença eu tenho que ir embora hoje mesmo – falou com a voz dura

    Ele apenas foi para o lado e ela foi embora sem olhar para trás. Yan entrou no meu quarto e me encarou, ele estava envergonhado e nervoso, nunca entenderia esse cara. Ele que fez a burrada, no final das contas.

— Ela nunca vai me perdoar, não é? – perguntou

— Eu não te perdoaria – rolei pela cama – E só te perdoei porque é meu irmão e quem me dá carona.

— Muito obrigada pela consideração – ele tentou me sufocar com uma almofada

    Eu só conseguia rir, o que não ajudava e provavelmente iria morrer sufocada.

— O que você quer, encosto? – perguntei ainda rindo

— O jantar está pronto, obesa – falou saindo correndo

    Desci as escadas e encontrei meu pai, minha mãe e Paul. Estranhei, mas deixei de lado. Dei um beijo estalo na bochecha do meu pai e em Fernanda, cumprimentei Paul com um aceno.

    Minha mãe tinha se casado novamente, o que eu achei ótimo, mas ainda não tinha me habituado muito bem a ele. Ele era moreno, com uma carena brilhosa, nós nos assustamos quando o conhecemos, imagine em um cara de quase dois metros à sua frente. Pois é.

     Mas ele era muito gente boa, fazia as piores piadas de todas, mas ainda sim era divertido. Yan deu um toquinho com Paul e riu quando ele errou. Na verdade todos riram.

— Onde está Yuri? – perguntou Oliver

— Está na casa da namorada – respondeu minha mãe – Raphaela.

— Oh, então tudo bem – Oliver relaxou

   Yuri depois de quase um ano de rolo com Raphaela, finalmente começaram a namorar assumidos. Fiquei feliz pelo meu irmão, e minha cunhada era muito legal, muito louca, mas divertida.

— Bem, gente, sabem – Fernanda começou a dizer – Eu me casei, mas não tive uma lua de mel digna.

   Meu irmão estava com um olhar espantado como o meu, uma coisa que eu não queria saber era disso. Muito menos, muito menos, os detalhes dessa ocasião.

— Relaxem e deixem de ser bobos – ela recriminou e os dois homens mais velhos riram – Estou anunciando que sairei em viagem com Paul por 2 meses. E vocês, eu não sou louca ainda de deixa-los à sós, vão passar esse tempo na casa do pai.

— Mas mãe, sou maior de idade e eu já cuidei da Liz – ele disse – Muitas vezes.

— Eu sei querido – ela disse – Mas você acha que eu também não sei das festas?

— A senhora Wing é muito fofoqueira – resmungou

— Ela é minha cumplice, querido – riu e eu a acompanhei

— Quando vão ir? – falei já atacando a comida

— Nesse fim de semana, Beth – falou Paul

— Mas... – falei parando o garfo no meio do caminho – Hoje é quinta-feira!

— Nós sabemos – minha mãe disse – Só que eu queria falar com Oliver presente, mas ele estava ou ocupado ou de plantão.

— Me desculpe – corou Oliver – Sou o culpado desta vez.

— Eu também sou obrigado a ir? – perguntou Yan – Sou maior de idade.

— Cale a boca – falei – Isso só vale para as leis.

— Do governo, porque nas minhas leis vocês sempre vão ser menores – minha mãe riu

— Toma descuidado – ri baixo e ele me chutou – Caramba, Yan, doeu!

— Toma descuidada – repetiu

    Eu ri enquanto gemia de dor.

— Então sábado vocês irão para minha casa, tudo bem? – perguntou Oliver terminado de comer

— Por mim, claro – e limpei minha boca – Pessoal, eu tenho uma prova amanhã e está muito difícil, tenho que subir e estudar.

— Vá lá, garota – Paul disse sorrindo

   Subi para meu quarto e olhei com desprezo para os livros. Joguei tudo no chão mexi no computador, apenas vendo o que as pessoas compartilhavam, então recebi uma chamada no Skipy.

— Oi, amor! – Robson apareceu na tela

— Oi, baby! – sorri alegremente

— Como está aí? Tudo bem? Que saudade.

— Aqui está ótimo, tirando, lógico, as últimas provas.

— Eu sei, aqui está assim também. Está uma bosta!

— Que triste, baby. E como está Rodrigo?

— Nem me fale dele! Brigamos e eu estou sem falar com ele.

— Ah, por favor – eu disse revirando os olhos – É a terceira briga nesse mês. Se ajeitem logo.

— Não sei... as vezes acho que ele também gosta de mulheres e está...

— Me poupe, Robson.

— Não sei, amiga – ele disse – Boa notícia! Vou para Londres quando acabar as aulas, passei em uma faculdade pertinho.

— Oh, meu Deus. Jura? Quando suas aulas acabam?

— Em duas semanas, estou morto de saudade!

— Eu também, querido – falei – Mas tenho que estudar, nos falamos depois?

— Lógico, também tenho que estudar – ele disse e deu o dedo para alguma coisa do seu lado – Tchau, meu amor!

   Me joguei no chão e voltei a estudar. Acabei dormindo no chão e acordei com dores no corpo, tomei um banho rápido, colocando uma roupa para ir ao colégio e descendo correndo.

— Onde está Yan? – perguntei ao Paul

— Dormindo, escutei ele ficar no celular até tarde – falou – Acho que era aquele amigo do Canadá.

— Hum – ignorei a segunda parte – Se ele perguntar, peguei o carro dele.

   Sai dirigindo o carro e entrei no colégio quase correndo. Esbarrei em Maycon. Ele era negro, mas tinha uma aparência de índio, cabelos lisos, pele marrom, mas seus olhos eram um castanho bem claro.

— Calma, Beth – ele riu da minha cara – É só uma prova.

— Essa prova garante ou não minha vaga em Havard, May – eu respondi ajeitando o cabelo

— Sua vaga já está mais que garantida – ele me acompanhou até a classe

— Sonha – respondi rindo, vi a Elaine já no seu lugar – Boa aula, May.

— Para você também – ele beijou minha bochecha

    Fui para perto da minha amiga.

— Acho que não é só eu que vai desencalhar aqui, né? – perguntou sorrindo

— Já estava mais que na hora – ri comigo mesma


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