Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins
Notas iniciais do capítulo
Hello, It´s me
— Mas que porra? – perguntei olhando meu livro de calculo
Estava em casa com Elaine, estudando e tentando dar aula de cálculo para minha amiga. Muita coisa tinha mudado dois anos. Primeiro, eu, acredito que tenha mudado muito, não sou a mesma de um ano atrás, muito menos de dois anos atrás.
Elaine tinha terminado com Yan, bem quando ele terminou o colégio e ficou tão bêbado que acabou dormindo com outra garota. Foi uma confusão, os dois ainda não se falam, e hoje em dia ela não vai mais em minha casa se ele estiver.
Como agora, ela só estava aqui por duas razões: Ela precisava de nota para se formar, e Yan não estava em casa. Elaine também tinha mudado fisicamente, adquiriu um corpo de dar inveja, que combinava com sua pele escura.
— Está vendo? Isso não é de Deus – ela riu da minha cara
— Não é mesmo – concordei – Mas é fácil até, preste atenção.
Estudamos até ser bastante tarde. Elaine olhou para minha janela e xingou.
— Merda, já está tarde – disse
— Você pode dormir aqui, e saímos antes dele acordar – falei e ela corou
— Cale a boca, estou falando da minha mãe – respondeu
Ela estava com um vestido branco com detalhes dourados, sapatilhas normais. Jogou a bolsa por cima do ombro e se virou para mim com a porta meio aberta.
— Hoje o John me chamou para sair, esqueci de te contar – falou
— Caramba! – falei e ri – Vão onde? Se previna, não quero ser tia.
— Idiota – ela disse rindo corada – Não sei, ainda vamos combinar.
Quando ela abriu a porta deu de cara com Yan com a mão pronta para bater na porta. Eles se encararam, Yan com um olhar surpreso e Elaine com um olhar de desprezo.
— Morgan, se me dar licença eu tenho que ir embora hoje mesmo – falou com a voz dura
Ele apenas foi para o lado e ela foi embora sem olhar para trás. Yan entrou no meu quarto e me encarou, ele estava envergonhado e nervoso, nunca entenderia esse cara. Ele que fez a burrada, no final das contas.
— Ela nunca vai me perdoar, não é? – perguntou
— Eu não te perdoaria – rolei pela cama – E só te perdoei porque é meu irmão e quem me dá carona.
— Muito obrigada pela consideração – ele tentou me sufocar com uma almofada
Eu só conseguia rir, o que não ajudava e provavelmente iria morrer sufocada.
— O que você quer, encosto? – perguntei ainda rindo
— O jantar está pronto, obesa – falou saindo correndo
Desci as escadas e encontrei meu pai, minha mãe e Paul. Estranhei, mas deixei de lado. Dei um beijo estalo na bochecha do meu pai e em Fernanda, cumprimentei Paul com um aceno.
Minha mãe tinha se casado novamente, o que eu achei ótimo, mas ainda não tinha me habituado muito bem a ele. Ele era moreno, com uma carena brilhosa, nós nos assustamos quando o conhecemos, imagine em um cara de quase dois metros à sua frente. Pois é.
Mas ele era muito gente boa, fazia as piores piadas de todas, mas ainda sim era divertido. Yan deu um toquinho com Paul e riu quando ele errou. Na verdade todos riram.
— Onde está Yuri? – perguntou Oliver
— Está na casa da namorada – respondeu minha mãe – Raphaela.
— Oh, então tudo bem – Oliver relaxou
Yuri depois de quase um ano de rolo com Raphaela, finalmente começaram a namorar assumidos. Fiquei feliz pelo meu irmão, e minha cunhada era muito legal, muito louca, mas divertida.
— Bem, gente, sabem – Fernanda começou a dizer – Eu me casei, mas não tive uma lua de mel digna.
Meu irmão estava com um olhar espantado como o meu, uma coisa que eu não queria saber era disso. Muito menos, muito menos, os detalhes dessa ocasião.
— Relaxem e deixem de ser bobos – ela recriminou e os dois homens mais velhos riram – Estou anunciando que sairei em viagem com Paul por 2 meses. E vocês, eu não sou louca ainda de deixa-los à sós, vão passar esse tempo na casa do pai.
— Mas mãe, sou maior de idade e eu já cuidei da Liz – ele disse – Muitas vezes.
— Eu sei querido – ela disse – Mas você acha que eu também não sei das festas?
— A senhora Wing é muito fofoqueira – resmungou
— Ela é minha cumplice, querido – riu e eu a acompanhei
— Quando vão ir? – falei já atacando a comida
— Nesse fim de semana, Beth – falou Paul
— Mas... – falei parando o garfo no meio do caminho – Hoje é quinta-feira!
— Nós sabemos – minha mãe disse – Só que eu queria falar com Oliver presente, mas ele estava ou ocupado ou de plantão.
— Me desculpe – corou Oliver – Sou o culpado desta vez.
— Eu também sou obrigado a ir? – perguntou Yan – Sou maior de idade.
— Cale a boca – falei – Isso só vale para as leis.
— Do governo, porque nas minhas leis vocês sempre vão ser menores – minha mãe riu
— Toma descuidado – ri baixo e ele me chutou – Caramba, Yan, doeu!
— Toma descuidada – repetiu
Eu ri enquanto gemia de dor.
— Então sábado vocês irão para minha casa, tudo bem? – perguntou Oliver terminado de comer
— Por mim, claro – e limpei minha boca – Pessoal, eu tenho uma prova amanhã e está muito difícil, tenho que subir e estudar.
— Vá lá, garota – Paul disse sorrindo
Subi para meu quarto e olhei com desprezo para os livros. Joguei tudo no chão mexi no computador, apenas vendo o que as pessoas compartilhavam, então recebi uma chamada no Skipy.
— Oi, amor! – Robson apareceu na tela
— Oi, baby! – sorri alegremente
— Como está aí? Tudo bem? Que saudade.
— Aqui está ótimo, tirando, lógico, as últimas provas.
— Eu sei, aqui está assim também. Está uma bosta!
— Que triste, baby. E como está Rodrigo?
— Nem me fale dele! Brigamos e eu estou sem falar com ele.
— Ah, por favor – eu disse revirando os olhos – É a terceira briga nesse mês. Se ajeitem logo.
— Não sei... as vezes acho que ele também gosta de mulheres e está...
— Me poupe, Robson.
— Não sei, amiga – ele disse – Boa notícia! Vou para Londres quando acabar as aulas, passei em uma faculdade pertinho.
— Oh, meu Deus. Jura? Quando suas aulas acabam?
— Em duas semanas, estou morto de saudade!
— Eu também, querido – falei – Mas tenho que estudar, nos falamos depois?
— Lógico, também tenho que estudar – ele disse e deu o dedo para alguma coisa do seu lado – Tchau, meu amor!
Me joguei no chão e voltei a estudar. Acabei dormindo no chão e acordei com dores no corpo, tomei um banho rápido, colocando uma roupa para ir ao colégio e descendo correndo.
— Onde está Yan? – perguntei ao Paul
— Dormindo, escutei ele ficar no celular até tarde – falou – Acho que era aquele amigo do Canadá.
— Hum – ignorei a segunda parte – Se ele perguntar, peguei o carro dele.
Sai dirigindo o carro e entrei no colégio quase correndo. Esbarrei em Maycon. Ele era negro, mas tinha uma aparência de índio, cabelos lisos, pele marrom, mas seus olhos eram um castanho bem claro.
— Calma, Beth – ele riu da minha cara – É só uma prova.
— Essa prova garante ou não minha vaga em Havard, May – eu respondi ajeitando o cabelo
— Sua vaga já está mais que garantida – ele me acompanhou até a classe
— Sonha – respondi rindo, vi a Elaine já no seu lugar – Boa aula, May.
— Para você também – ele beijou minha bochecha
Fui para perto da minha amiga.
— Acho que não é só eu que vai desencalhar aqui, né? – perguntou sorrindo
— Já estava mais que na hora – ri comigo mesma
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