Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, peço desculpas pela demora. Mas o colégio está mais puxado do que nunca. Espero que gostem do capítulo!



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  O coração dos dois aceleraram, os dois tinham o desejo presente no olhar, porém nenhum se moveu. Thomas odiava sua mãe por faze-lo sair da cidade, ter que cortar seus laços ali e ter que morar com um pai que o abandonou quando criança.

   Elizabeth queria se enterrar, ela se sentia abandonada e traída vendo Williane abraçar o braço de Thomas daquele jeito. Queria ir até ele e beija-lo até não sentir mais os lábios, mas apenas o encarou com a mesma intensidade que ele a encarava.

— Oi, cara – Yuri deu um toque de mãos e logo bateram os ombros

   Yuri se sentia triste, esse era um dos seus melhores amigos e agora ele estava saindo do país sem data de volta. No fundo, ele tinha medo, medo de ficar sozinho e sem ajuda. Mas também sabia que não era o único com aquela sensação, conseguia ver a dor nos olhos do seu gêmeo.

    Thomas se soltou o mais rápido que pode de Williane, que resmungou em resposta e se aproximou de Elizabeth. Ele ainda conseguia se surpreender como ela conseguia ficar bem em uma calça jeans normal e uma blusa de alças.

— Olá – ele disse ficando de frente para ela, encarando aqueles olhos avelãs

— Oi – respondeu – Ainda não acredito que está indo embora. Quem vai tirar minha paciência agora, Imbecil?

— Eu pensei que você nem viesse – encolheu os ombros, ele tinha sumido durante esse tempo de propósito, não queria atrapalhar a vida dela

— Mas eu vim – suspirou o encarando

   Todos ao redor sabiam como eles se sentiam, principalmente Williane, essa que preferia ver até um acidente, mas os dois juntos não. Ela nunca entendeu porque não conseguiu “encantar” Thomas.

— Desculpa por qualquer burrada que tenha feito – ele disse

— Ah, por favor, Carter – Elizabeth se forçou a sorrir – Isso não é uma despedida, isso já fizemos.

— Inesquecível – respondeu rindo baixo e lembrando da noite da despedida

   Elizabeth o abraçou, sentia essa necessidade, jogou os braços ao redor do pescoço do garoto e inspirou aquele perfume, querendo gravar tudo na memória. Mas como ela mesmo disse, não era uma despedida, ou pelo menos queria acreditar nisso.

— Eu te amo – falou baixo o bastante o garoto para que somente ela escutasse – Eu vou dar um jeito de voltar, só... não pare sua vida por mim.

— Ok, também te amo – respondeu no seu ouvido

     Quando se afastaram, não totalmente, apenas o bastante para ver os olhos, para ver a promessa silenciosa entre eles. Os olhos de Thomas caíram para os lábios vermelhos da ex, e o desejo foi maior que ele.

    As pernas de Elizabeth tremeram ao sentir a pressão dos lábios de Thomas contra os dela. Passou as mãos pela nuca do garoto em direção do cabelo macio e rebelde, querendo gravar a macies.

    Os gêmeos se sentiram incomodados vendo a cena e procuraram desviar os olhos, Williane apenas desviou os olhos com raiva, e os amigos mais distantes se ocuparam com qualquer coisa.

— VOO CANADÁ, ÚLTIMA CHAMADA, PLATAFORMA 9 – disse uma voz suave nos alto-falantes

    Thomas se afastou lentamente de Elizabeth com o coração acelerado, pegou sua mão e lhe beijou na testa, indo abraçar uma última vez seus amigos. Olhou para trás apenas uma vez, a tempo de ver os olhos avelãs cheios de lágrimas. Então virou para frente e seguiu seu caminho.

      Yan observou seu melhor amigo ir embora e se virou para a irmã mais nova, que segurava as lágrimas. Passou os braços por cima dos seus ombros e lhe beijou na bochecha.

— Melhor nós irmos, não é? – perguntou

— Sim – respondeu a irmã

   POV THOMAS

   Nem acreditei quando desci do avião no Canadá. Incrivelmente aqui estava mais quente que Londres, tanto que logo tirei meu sobretudo, o dobrando e o carregando no braço esquerdo.

   Vi um homem muito branco, com roupas sociais segurando uma placa com o nome Thomas Carter. Procurei no seu rosto alguma semelhança comigo e não notei nenhuma, até que ele virou os olhos na minha direção. Nós tínhamos os mesmos olhos.

   Parei a sua frente.

— Étinne – falei

— Thomas? – perguntou espantado – Meu Deus, você está... enorme.

— Verdade, tem quantos anos mesmo que você não me vê? Espere, vamos fazer as contas, você foi embora quando eu tinha 3 anos e hoje eu tenho...

— Thomas, desculpe, minhas sinceras desculpas – ele disse – Esse tempo que irá passar comigo é para nós nos reconciliarmos, não vamos começar brigando. Eu reconheço que estava errado.

    Respirei fundo e me lembrei do que disse aos meus melhores amigos. Vamos, Thomas, sem hipocrisia.

— Essa reconciliação não poderia ser por telefone? – perguntei antes que pudesse me conter

— Deve ser muito difícil sair do próprio país, mas vamos – ele disse e pegou minha mala – Canadá é um paraíso!

   Apenas assenti. Fomos em direção da sua casa e tudo que eu pensava era: Aqui era tudo diferente, nunca vou me habituar. Seu prédio era luxuoso, me espantei, esperava algo mais humilde.

— Minha esposa está muito ansiosa pela sua chegada, não se assuste se ela... exagerar um pouco – Étinne diz entrando no elevador – Seu quarto será do lado de Alex, filha dela, sei como isso vai soar estranho, mas não quero que role mais do que amizade entre vocês.

   Tive vontade de rir, se fosse no ano passado provavelmente pegaria essa “irmã”, já que não teríamos nada de sangue e eu não iria tão longe mesmo. Mas agora eu tive que reprimir um “eu tenho namorada” mesmo completamente apaixonado por Elizabeth.

— Não se preocupe – falei – Terminei algo recentemente e se eu for me envolver com alguém, não será minha meia irmã.

— Hum, sua mãe falou algo disso – ele disse seguindo pelo corredor e abriu a porta – Bem-vindo ao novo lar.

    Ignorei a sensação ruim e entrei na casa.

    Era de espaço médio, neste andar tinham apenas dois cômodos: Sala e cozinha. Mas a cozinha tinha uma parede inteiramente de vidro, dando uma visão da cidade iluminada. Eu poderia ter apreciado mais a visão, porém tinha quatro olhos me encarando.

— Me desculpe interromper – falei e a garota ao lado da mulher mais velha riu

— Caramba, olha o sotaque dele! – cochichou, corei sem entender

— Filha, por favor! – a mulher disse – Você deve ser Thomas. Eu me chamo Elina, e essa é minha filha Alex. Estávamos muito ansiosas em lhe conhecer!

   E ela me abraçou. Ela tinha aparência asiática. Cabelos lisos e negros, olhos puxados e a pele um pouco escura, em comparação a mim e a meu pai. Elina aparentava ter seus 45 anos.

    Alex, puxou a mãe, com cabelos negros e olhos escuros como a noite, uma pele cor de oliva. Ela me olhava com curiosidade, na verdade todos me olhavam, talvez esperassem que eu fizesse algo espantoso, tipo virar a mesa de madeira.

— Obrigada pela recepção – falei

— Quer jantar, filho? – perguntou Étinne

— Me desculpe, já jantei – falei querendo me livrar desses olhos – Estou cansado, apenas. Uma viagem muito longa de Londres para Quebec.

— Oh claro – disse a mulher – Bom, pode subir, seu quarto é o segundo a esquerda. Tem toalhas e o que precisar lá.

— Obrigada, foi um prazer conhecer a senhora – falei e apertei sua mão e passei para sua filha – Boa noite.

    Subi as escadas sentindo o olhar delas em mim, entrei no quarto e suspirei alto.

— Merda – xinguei, olhei meu celular e liguei para meus amigos – Oi, seus maricas.

— Wow, seu avião não caiu – disse Yan – Que pena, o mundo continua com mais um idiota.

— Vão se ferrar – caminhei até a sacada e sentei no chão vendo a cidade

— Como é aí? – perguntou Yuri

— Estou no viva-voz? – perguntei rindo – É quente. Estou suando como um porco.

— Isso é porque você é um porco – Yan riu

— E você é um bisão – respondi rindo

— Isso vai soar muito gay, mas cara, hoje vai ter uma festa na casa da Kelly e não vai ter graça sem você.

   Coloquei no viva voz e tirei o casaco.

— Hum, mas ele nem participava das festas... só ficava com a Liz – Yuri disse cortando

— Ela vai a festa da Kelly, digo da Liz? – perguntei com ciúmes e curioso

— Elaine está tentando convence-la – responde Yan – Tudo bem para você né? Já que, bem, vocês terminaram.

— É, nós terminamos – falei como um robô – Ei, seus maricas, tenho que desligar, boa festa.

— Nos ligue depois – Yuri disse antes de desligar

    Passei as mãos pelo cabelo e fui tomar um banho. Tinha que aceitar minha nova vida.


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