Perfectly Imperfect escrita por Ana Martins


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Olá genteeee
Boa leituraaa



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/646083/chapter/25

      Passei o dia com Elaine, mandei uma mensagem para Yan avisando onde estava e deixei o tempo passar. Tomei um banho e coloquei uma calça moletom com uma blusa da minha melhor amiga e logo Robson apareceu também.

 - Oh, meu amor – ele me abraçou – Como está?

— Bem – eu respondi

— Liz, vamos fazer lasanha? – perguntou Elaine olhando feio para Robson

— Claro – levantei e fui para a cozinha apertada

— Não pergunta isso para ela, retardado – Ouvi Elaine chiar

    Fizemos a lasanha e logo a mãe da minha amiga chegou.

— Nossa, quanto tempo não vejo todos vocês juntos – ela cumprimentou

— Saudade de você também, tia – falei

— O que você tem? Esta tristinha – ela disse

— Nada de mais – falei e me enfiei novamente na cozinha – Está pronta a lasanha.

— Liz, seu celular está tocando – Robson diz

    Pego o celular e vejo a foto de Thomas, deixo o aparelho sobre a mesa.

— Depois eu retorno à ligação – eu disse, mas acho que meu rosto não estava em uma expressão muito boa, pois meu amigo me encarava com piedade – Então... sobre sua festa.

    Tentei de todo modo mudar o assunto e quando anoiteceu decidi ir para casa. Voltei de bicicleta, e quando cheguei na porta da minha casa reconheci o carro estacionado na frente. Meu coração acelerou de um modo doloroso.

    Quando guardei a bicicleta, ele apareceu.

— Tentei te ligar – ele disse com as mãos no bolso

    Seu cabelo estava despenteado, mas seus olhos verdes ainda acendiam uma chama em mim. O encarei como se fosse a última vez que estivesse vendo-o. talvez seria, ele iria embora do país.

— Não vi a ligação – menti – Estava na casa de Elaine.

    Ele assentiu ainda me olhando, e eu queria tanto que ele parasse com aquilo. Thomas não podia terminar e depois parecer preocupado, ou que me desse tanta atenção. Isso só fazia meu peito doer mais ainda.

— No que posso ajudar? – perguntei

— Vim ver você – ele disse – Não conversamos direito.

— Conversamos sim – contestei – Você vai embora, e não terá mais nada te segurando aqui na Inglaterra.

    Ele se aproximou como uma cobra, rápido e inevitável.

— Claro que terá – Thomas sussurrou

— Não acredito em você – respondi

— Eu queria me despedir de você de um jeito especial – ele tocou meu rosto

— Nós já terminamos, Carter – eu cuspi as palavras

— Mas eu não quero também – rebateu – Eu te amo, caralho. O que mais eu tenho que fazer?

— A questão é o que você não deve fazer – falei lhe encarando

  Thomas fechou os olhos e colou nossas testas, eu sentia sua respiração no meu rosto. Ele segurou meu rosto com as mãos, juntando o corpo ao meu, e só o que eu pensava era: isso sim é o certo, então porque tudo está dando errado?

— Eu não tenho opção, meu amor – disse baixo – Mas eu quero muito te beijar agora. Eu quero lembrar disso.

    Me inclinei para ele automaticamente. Quando nossos lábios se tocaram veio um arrepio pelo meu corpo, e eu me espremi ainda mais contra ele. Thomas me abraçou forte, de um jeito que quem olhasse por fora não saberia quem é quem.

    Coloquei minhas mãos por baixo da sua camiseta, tentando sentir mais dele. Nós nos afastamos com falta de ar, sua boca vermelha, agora meio inchada, me fazendo delirar.

— Vamos subir – falei sem pensar e o puxei pela mão

— Sua mãe está aí – ele disse

— Então não faça barulho – ordenei

  Subimos as escadas e o levei para meu quarto, quando fechei a porta pulei no seu colo lhe beijando novamente. Ele nos girou e pressionou minhas costas na parede, e assim tirou a blusa emprestada de Elaine.

  Tirei também sua roupa. E logo nós estávamos na cama, nos despedindo dignamente desta vez. Seu corpo no meu, aquela seria uma das minhas lembranças que eu nunca esqueceria.

— Elizabeth – ele gemeu ao chegar no ponto – Eu te amo. 

— Também te amo – falei como se me livrasse de um segredo

  Ele se deitou do meu lado, trazendo meu corpo para junto ao seu. E se eu pudesse eternizar algum momento, eternizaria o agora, enquanto minhas pernas estivessem enroladas nas suas, sua respiração quente batesse contra meu pescoço.

   Esse era o momento perfeito.

   E saber que não poderia mais ter isso doía no meu peito.   

   Procurei por qualquer peça de roupa no chão, e encontrei a blusa do Thomas.  Me vesti com ela e voltei para os braços do meu ex. Me aconcheguei ao seu corpo e deixei o cansaço me vencer.

    Rolei pela cama na manhã seguinte procurando por um outro corpo, mas encontrei apenas lençóis frios. Abri os olhos e eu estava sozinha no quarto, me levantei com a sensação de ter sido usada, mas me lembrei que fui eu que quis aquilo.

    Levantei e fui até a janela, olhando a rua ensolarada. Então alguém entrou no quarto, me virei e vi os olhos de Thomas em mim.

— Aí está minha blusa – ele disse

— Hum, me desculpe – falei – Eu já devolvo.

   Fiz menção de tirar a blusa ali mesmo.

— Não precisa! – ele disse – Eu pego uma dos seus irmãos.

— Ué, porque? – perguntei corando, não era como se ele não tivesse me visto nua

— Se você tirar a blusa é provável que eu não consiga sair daqui à tempo de arrumar as malas – ele me disse com um sorriso

— Idiota – retruquei – Melhor não se atrasar né?

  Ele deu ombros.

— Eu tenho que ir, mas sua mãe decidiu não acorda-la hoje de manhã – respondeu corando – Quando entrou no quarto.

   Meus olhos ficaram o dobro do tamanho normal.

— Ela não ficou com raiva, apenas conversamos, ela deixou esse remédio aqui – ele me entregou – Já que não usamos preservativos.

— Oh, merda – falei pegando o remédio e engolindo sem água mesmo

   Nós nos encaramos.

— Eu tenho que ir – ele disse colocando as mãos nos bolsos

— Até qualquer dia – falei

— Qualquer dia – ele assentiu e se virou para sair

  Foi a pior parte, nós realmente tínhamos acabado, não restava mais esperanças. Thomas abriu a porta e olhou para mim, logo desviando os olhos e indo embora. Tive vontade de gritar de ódio.

   Ódio por ele não ter a opção de ficar.

    Ódio por amar tanto que chega a doer.

    Tomei um banho e deitei na cama. Passei o dia no quarto, não tinha vontade de sair, e quando minha mãe chegou do trabalho abriu a porta e colocou a cabeça dentro do quarto.

— Tomou o remédio? – perguntou

— Sim, obrigada mãe – falei corando

    Ela entrou.

— Querida, tem que se proteger – ela disse – Sabe, ter filhos nessa idade não é recomendado. Pode atrapalhar todo seu futuro planejado.

— Vou tomar mais cuidado – falei – E não é como se tivesse uma vida sexual superativa.

— Foi sua primeira vez? – perguntou se sentando do meu lado

— Não – corei horrores – Mas foi com Thomas.

— Devia ter me contado, eu não sou tão antiquada – ela brincou – Você vai sobreviver a isso tudo.

— Tenho certeza que vou – respondi 

— E acho melhor se alimentar – relembrou – Se eu tiver que te levar para seu pai você irá ver comigo!

  Eu ri um pouco.                               

— Eu só to cansada sabe, quero dormir, mas juro que amanhã vou tomar café direitinho – falei – E não acredito que faltei aula.  

— Eu não queria atrapalhar – minha mãe me olhou de um jeito que as mães não deviam olhar para as filhas

— Meu Deus, mãe – eu ri colocando uma almofada no rosto – Vou morrer de vergonha.

— Pelo menos nós podemos conversar sobre isso também – ele riu comigo

— Ai caramba, por favor, não.

— Vou até dormir depois dessa – ela levantou e eu comecei a negar – Não, meu amor, eu vou dormir mesmo. Estou morta. Boa noite, anjinho.

— Boa noite.

                                                       O0O

    Eu me surpreendi ao notar que Thomas não iria mais para a escola. Já tinha pedido a transferência, mas eu o vi, de longe, falando com meus irmãos e seus amigos na portaria.

    Eu nunca mais fiquei na hora da saída no estacionamento.

    Saia por trás e a semana se arrastou assim e eu me convenci que era para ser assim. Era melhor ficar desse jeito, nós não combinávamos, erámos totalmente opostos. Como poderia dar certo?

    Mas foi em um dia de quarta-feira, quando eu estava cercada com meus livros de cálculo no tapete da sala, que meus irmãos chegaram. Yan e Yuri estavam com o rosto triste, vestidos com jeans e blusas polo.

— Você vai ir conosco se despedir de Thomas? – perguntou Yuri

— Oh, vai ser hoje? – perguntei com cara de boba e de repente me sentindo mal

— Estamos indo agora – Yan respondeu – Vai ir ou não?

— Só me espera um minuto – subi correndo as escadas

    Depois que me arrumei dignamente, fomos para o aeroporto. Encontramos Thomas cercado por um grupo de amigos, Williane estava agarrada ao seu braço, e várias pessoas falando com ele ao mesmo tempo.

    Nós nos aproximamos devagar, e meu mundo pareceu girar em um tempo próprio quando seus olhos verdes encontraram com os meus, fazendo todos os pelos do meu braço se eriçarem.

     Não tinha como dar certo, mas como eu queria que tivesse dado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem pessoal, sem fantasminhas! Obrigada a todos que comentaram



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perfectly Imperfect" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.