Sairia estava confusa, estaria sendo traida pela Sereia?

Por ser de uma classe superiora Sairia conseguia respirar dentro da água mas não por muito tempo.

Sereias começaram a gargalhar da cena da Fada da Floresta acorrentada no mar.

–Hoje o banquete será delicioso - Disse apontando o tridente para Sairia. - Você vai amar o prato principal - Fadinha espetada - Gargalhou.

Sairia começa a clarear a situação em sua cabeça.

–O humano... no lago....

–Ilusão. - Interrompeu Jasmin.

–Você e fraca o suficiente para se apaixonar por um humano -

–Temos uma aliança, Jasmin, não importa o que fizer irá sofrer as consequências. -

–OH! Vou adorar sofrer, mas não será mais grandioso do que sua morte.

–Cansamos das suas ameaças fada. - Disse uma das sereias rosnando os dentes.

–Calma minha sereia - Aproximou-se alisando o rosto da sereia na multidão.

–Logo não teremos com o que nos preocupar. -

–Pode ter certeza, a não ser que tenham mais preocupações apos a morte. - Disse Sairia com os olhos brilhando

O tridente ecoou e atravessou Sairia.

Ela gritou de dor enquanto seu sangue saia de seu corpo indo a superfície.

–Você... V-você fala demais fadinha -

–Vou emplacar mais uma fada para minha coleção -

–Então... e você... - Disse com dificuldades.

–Você desonra a nossa divindade, se apaixonando por um humano. Alem do mais em miseros dois dias -

–Não entenderá, nunca vai saber, mas eu não sei como, mas faz mais de dois dias, de semanas, meses. anos. -

–Minha energia - Murmurou a fada.

–As correntes da vingança, quanto mais poderosa o sentimento de odio, mais poderosa são, função? Neutralizar poderes. -

–Por que tanto odio? Indagou Sairia perdendo o folego, sem seus poderes não poderia ficar muito tempo na agua, e então começou a cogitar, esse seria realmente o fim?

–Vocês fadas, são a desgraça do mundo, Deuses se curvam perante a beleza de vocês, e nós sereias? sempre jogadas de lado.

–Então estamos falando de inveja? Riu com dificuldade.

Jasmin apareceu em um piscar de olhos segurando o tridente, era rápida demais.

E o apertou mais ainda contra o corpo da fada, e atravessava seu corpo vagarosamente.

A dor era algo surreal para Sairia e logo caiu em devaneios sua visão a cegou as vozes das sereias foram sumindo aos poucos e aparecendo novas, aquele momento de dor trouxe algo novo para sua mente, uma ,embrança surgiu.

Varios alunos em uma sala.

–Todos fizeram a lição?

–Samanta?

–Claro que fiz professora. - Sorriu

Olhou para o menino com cabelos pretos ao lado dela e piscou.

–Sei.. - Disse a professora terminando a aula.

O sinal tocou.

Todos na sala saíram, Samanta e o garoto ficaram sozinhos.

–Não vai sair? Disse ela levantando

–Talvez, mas ate quando vai copiar as minhas tarefas ? - Brincou.

–Estava ocupada, prometo que na próxima vez farei. -

–O que anda desenhando dessa vez? Sentou-se na mesa dele.

–Nada, dessa vez nada -

–Nada? Você passa a aula toda desenhando, como não pode ter nada?

–Eu quero ver. - Disse fazendo cocegas nele.

–Mostre ou não irei parar.–

–Por favor pare - gargalhava com lagrimas nos olhos de tanto rir.

Aproveitou o momento certo e arrancou o desenho da sua mochila e correu ao fundo da sala.

–Não - Gritou ele.

O silêncio era inevitável

–Sairia A Rainha da floresta. -

–Sairia que lindo nome, ela se parece comigo, pera sou eu? Indagou ela

–Por que está me desenhando?

–E apenas um desenho não seja complexada -

–Claro, um desenho idêntico a mim -

–Paranoica - Brincou ele tomando o desenho da mão dela.

–A garota do desenho é mais bonita -

–Floresta... Andas me seguindo? Disse mudando o tom da sua voz.

Ela recordou que sentiu alguém a seguindo enquanto cuidava dos animais.

–Acorde – Uma voz misteriosa ecoou no fundo do lago.

Os olhos de Sairia abriram vagarosamente, o que era aquilo que ela acabou de ter, o humano e ela juntos? que lugar era aquele?

–Quando a imagem de sua visão ficou nítida, a água estava avermelhada, rubro sangue.

As correntes haviam se quebrado e o tridente não estava em seu corpo, ela juntou suas pequenas forças e começou a nadar.

Quando notou os corpos decapitados das sereias no fundo do lago. Perplexa continuou a nadar mais rápido.

Assim que chegou a superfície topou com o sapo.

–Perdão minha Fada, fui forçado a fazer aquilo - Os olhos dela minavam ódio, mas a dor falou mais forte ela se rastejou à beira do lago não havia mais forças.

'' O que aconteceu? O que está acontecendo, as sereias estão mortas? Estou viva? '' Pensou

Algo começou a rolar até ela, ao olhar o graveto estava ao seu lado, olhou para cima e não conseguiu ver mais nada.

O graveto brilhou e sua visão escureceu e caiu novamente naquele sonho.

''A floresta estava escura neste dia, a lua cheia me encantava como sempre, as nuvens carregadas com chuvas trazendo trovões só me faziam caminhar mais rápido.
Ontem havia encontrado filhotes de guaxinins perdidos da mãe, e resolvi cuidar deles, alem do mais tenho que olhar minhas plantas.
Mas mesmo com tantas coisas para pensar, não consigo tirar Joseph da minha cabeça, ele me desenhou? Serio? Se ele soube-se o que sinto por ele, talvez..''

Um barulho ecoou pela floresta, um simples graveto se quebrou ao passo de alguém.

–Você realmente não sabe perseguir alguém - Sorriu

–Apareça Joseph - Gritou

Ninguém respondeu, e aquele lugar que ela visitava e amava começou a lhe dar medo, os trovões ficaram mais fortes e a luz da lua parecia intensa como a do sol.

Naquele momento ela escutou passos em todos os lugares, ela olhava para todos os lados e via vultos passando ao seu redor.

–Quem está ai?

O vento intensificou-se por alguns estantes e parou, o silêncio era algo que dava medo para Samanta.

–Você foi escolhida -

Uma voz feminina, suave e doce ecoou pelas penumbras da floresta.

–Apareça, quero ver você, rosto a rosto, não se esconda -

–Audaciosa - Ecoou novamente

Os passos começaram a ficar fortes uma mulher apareceu perante a escuridão com os cabelos brancos vestia um vestido azul enorme mal ver os seus pés, estava descalça.

–Tenho uma missão para você, Samanta -

–Quem é você? Recuou a passos lentos.

Ela caí

Em um piscar de olhos a mulher estava ajoelhada diante dela, a luz da lua parecia transpassar aquela mulher, serem unicamente uma única luz.

–Você vai precisar ser forte - Acariciou o rosto de Samanta que mal conseguia se mover a entidade em sua frente transmitia uma graça hipnotizante, em seus olhos era como uma Deusa.

Um arco marcava a mulher em suas costas era dourado.

Panteras, Leões, lobos, tigres, cães selvagens, apareceram diante a escuridão em uma quantidade absurda.

–Sou a caça, o chão que você pisa, a árvore que você planta, sou a mata que queima, sou o mundo pedindo por socorro. - Você minha querida, foi escolhida, a luz brilha em você -

–Estou sonhando? Murmurou pensando estar delirando

–Em breve, esquecerás dessa vida. nascerás novamente, mais bela mais poderosa. - Disse a mulher caminhando em passos retos para o horizonte.

–Mas antes, você vai sentir uma leve dorzinha - Sorriu.

Ela apontou o arco com a flecha para Samanta.

Samanta gritou e em um ato de desespero tentou correr, mas as raízes das árvores a seguravam.

–Eu disse, sou a caça, não há como fugir -

O Zumbido a barreira quebrada, a flecha azul iluminou o seu trajeto até Samanta.

–Não - Gritou Joseph pulando na frente da flecha.

Os olhos da mulher arregalaram-se.

–Samanta gritou sua voz saiu da alma trazendo a dor daquela cena, ''Joseph foi acertado por uma flecha? Aquilo era real? '' As raízes pararam de segurar seu corpo e suas mãos estavam segurando ele, ensanguentado em seus braços. -

–Por favor, não. - As lágrimas descem de seu rosto a todo instante,

Os olhos dele olhavam unicamente para os dela, e com seu ultimo folego e com uma voz silenciosa.

–Eu amo v.. -

Ela tocou seus lábios no dele, o beijo do amor verdadeiro, o único e ultimo beijo naquela vida, quando buscou os olhos dele novamente, estavam no horizonte a vida naquele corpo havia viajado.

–O que você fez? Indagou Samanta com os olhos minando fúria.

–Realmente, não esperava isto, aquela flecha havia uma viagem para o mesmo mundo que você vai , e isso não podia acontecer, será um escravo, filho de pobres. Terá uma vida de angustia, para que nunca se cruze novamente com ele.

–Você é um monstro -

–Sou Artemis A Deusa da Caça, e você tem uma missão para realizar.

A Flecha disparou e acertou o peito de Samanta. Não conseguiu sentir dor, pois a dor maior havia sentido a segundos atrás.

E então fez a viajem junto de Joseph assim que sua visão escureceu.

Sairia acordou do sonho.

''Não sinto mais tanta dor em meu corpo, alguém está cantando essa melodia?
Quem? '

Os olhos de Sairia abriram, Ao olhar para o lado vê um vestido azul uma luz forte vindo da lua, e naquele momento teve certeza.

–Deusa Artemis - murmurou. Você fez aquilo?

–Com as sereias? Não precisa agradecer.

–Apenas continue com suas funções, sua missão ainda tem um longo prazo minha querida.

Ela pegou Sairia em seus braços e colocou sua cabeça em seu colo e continuou a cantar.Alisando seus cabelos.

E assim ficou por um longo tempo, ela ainda estava confusa da visão que teve, mas se caso foi real, Artemis saber não era a melhor coisa naquele momento. A cada melodia que Artemis cantava as feridas de Sairia curavam-se.

Sentiu um leve beijo em sua testa, e quando abriu seus olhos ela havia sumido e junto com suas feridas.