Sairia, A fada da Floresta escrita por Teilian


Capítulo 10
A Prisão da reflexão.


Notas iniciais do capítulo

Neste cápitulo a fada ira relembrar o passado e reencontrar um velho amigo, mas este passado envolve amor e ódio.



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Na ilha os pensamentos de Sairia eram vagos, mas com um único objetivo, salvar a ilha. Não conseguia concentrar os pensamentos mesmo com o perigo iminente, ela carregava um fardo em suas costas.
Quase teve seu corpo consumido pelo o humano, tudo que pregou contra aquela raça, foi se embora em poucos minutos.

Bateu suas asas, voou em meio das árvores e ao encarar cada ser vivo que passava abaixo, viu o medo estampado em seus olhos, estavam preocupados, no fundo sabiam o que estava por vir.

Pousou em volta do cálice, não demorou alguns segundos enquanto encarava seu reflexo na agua, para as lágrimas escorrerem de seu rosto.

'' E o único jeito? Pensou consigo mesma''

Mesmo cercada por seres celestiais e capaz de atravessar portais, A fada da floresta não poderia pedir ajuda o fardo da floresta era somente dela, todos os seres tem suas obrigações, apenas os que fazem parte do ambiente poderiam isso, porem seria demonstrar fraqueza, e ela preferiu tomar uma medida drástica, foi em busca de um ser que não tem obrigações e poderia ajuda-la, um velho amigo.

Uma lágrima caiu na agua do cálice e uma luz azul surgiu na agua, a agua no cálice começou a formar um funil em espiral.

A fada brilhou por alguns segundos e estava pequena, tão pequenina, que caberia em uma caixinha.

Ela pulou dentro do funil, e caiu em uma escuridão, era um portal um acesso restrito para muitos, enquanto caiam no relento raios eram soltados ao redor, com clarões azuis.

E então começou a notar uma luz no fundo, e rapidamente voou em direção à ela, chegando mais rápido.

Assim que atravessou seu tamanho voltou ao normal, estava exausta mesmo parecendo uma pequena viagem exige muito poder.

Estava diante de um salão, com enormes espelhos e pilares de ouro puro, o piso era denso e escuro, um preto que também trazia seu reflexo.

Uma cadeira no fim do salão atrás de uma mesa chama a sua atenção e ela caminha com sua cabeça erguida, não temendo à nada.

Um jovem com cabelos loiros e olhos esverdeados, seu físico era escultural, seu olhar penetrante, esboçava mais que qualquer reação, espelhava soberania.

Seus olhos se cruzaram, ele leu sua alma como ela leu a dele.

–Quanta honra. - Disse levantando

A fada estremeceu, a imagem de destemida e confiante se foram, suas pernas estremeceram e a única coisa que queria ela fez..

Correu para os braços dele, se assustou por alguns instantes, mas se rendeu ao abraço da fada.

As lágrimas não paravam de descer, Ele manteve-se frio mas aquele abraço significava muito, fechou os olhos e encostou seu rosto em seus cabelos e beijou sua testa.

Os olhos azuis, pareciam lacrimejar mas nenhuma lágrima foi derramada, suas vestimenta eram pretas e formais.

–Achei que nunca mais iria receber a sua visita. - Murmurou com ela em seus braços.

–Estou aqui, não estou? - Ela olhou para seus olhos e sorriu.

Ele se afastou.

–Quanto tempo se passaram? - Indagou, sua voz era grave e suave ao mesmo tempo.

–Algumas décadas, creio - Olhou para os lados constantemente como se esperasse algo.

–Não irei tentar nada, não sou um traidor. - A Fitou com um olhar como se manda-se uma indireta à ela.

–Ainda cuidando daquelas plantas inúteis? – Seu humor mudou.

Ela se afastou dele.

–Não fale assim delas. - Voz embargada.

Tudo bem, - Concordou. -Falarei os míseros animais, que não valorizam a fada que tem -

–Não ouse falar mal deles - Caminhou um passo a frente aumentando o tom de voz.

–Achei que você poderia ter mudado. - Disse inconformada.

–Mudar? suspirou -Mudar... - Disse baixando o tom de voz e caminhando para a mesa, havia uma garrafa de vinho ele se serviu.

–Você anseia por mudança? - Fixou seu olhar frio nela.

Ele estalou os dedos.

–Olhe para você, minha querida. -

As paredes tinham enormes espelhos, e no reflexo de Sairia, seus olhos estavam vermelhos e dois enormes chifres dominavam sua cabeça, ela não acreditava no que via ficou paralisada olhando para a imagem.

–Sairia, A devoradora de almas – Sussurrou em seu ouvido.

Caminhou em passos lentos ao espelho e estendeu sua mão, a imagem era tão real, sua pele estava mais pálida tão branca quanto a neve.
Ajoelhou-se perante seu reflexo.

–Está é a sua mudança - Riu da situação da fada ajoelhada.

–Não - Gritou a fada, seu grito foi continuo e aterrorizante, o som vibrou por todo o salão transformando os vidros em estilhaços espalhados pelo chão. Ela se levantou.

–O único monstro, está diante de mim - Disse encarando ele.

–Dizem que monstros não podem amar - colocou o copo de vinho na mesa e se aproximou dela.

Colocou suas duas mãos em seu pescoço e subiu para os cabelos, ela desviou o olhar -

–Mesmo depois de tudo que você me fez, consigo sentir algo tão intenso que não sei explicar -

–Demónios não amam disse fitando ele com um olhar em fúria. -

Ela recuou.

–Demónios talvez, no entanto Deuses são capazes de amar, e enquanto houver sangue de um em minhas veias, amarei você -

–Por que não ama as pessoas que matou? Aquelas que tiveram seus corpos dilacerados, as crianças que deixou órfãs do mundo exterior, você chegou em minha ilha achando que poderia fazer o mesmo? -

–Todos temos um ritmo, uma musica que sincroniza com nossos pensamentos, a minha melodia e o desespero, o som dos corpos se cortando, as pessoas se ajoelharam perante a escuridão -

Ele se aproximava a cada palavra dela.

–E mesmo assim, a única coisa que mais me deu prazer em toda minha vida, foi admira-la a cada ação sua, você me encantava a cada momento.

–Colocaria o mundo aos seus pés, daria o Olimpo ou quem sabe - Ele sorriu - Poderia tornar você a Imperatriz das fadas -

Sairia olhou no relento lembrando a ultima vez que ouviu isto.

Dois adolescentes brincavam em bosque coberto por flores, uma fada e um menino.

–Está com você - Disse a fada correndo atrás do menino.

Ela bateu asas para cima e ele ficou no chão.

–Não vale voar - Falou resmungando

–Tomas não sabe voar, Tomas não sabe voar - A fada brincava com a cara do garoto e caia na gargalhada.

Apos longos minutos ela sentiu um toque em seus ombros

Virou-se rapidamente sua expressão era de pavor.

O Garoto estava voando, com enormes asas negras eram colossais.

–Quem não pode voar mesmo? Sorriu

Mas algo de diferente mudou no garoto, seu olho esquerdo estava vermelho, mas seus cabelos louros continuavam os mesmos.

A fada perdeu o medo assim que ouviu a doce voz do jovem -

–Só por que conseguiu voar não significa que vai me pegar. -

Ela bateu suas asas rapidamente e adentrou na floresta, era rápida nasceu voando, nunca iria ser pega por ele.

Foi o que pensou.

Olhou para trás em busca de algum sinal, e quando olhou para frente novamente.

–Peguei você - Gritou o garoto

–Ou não - Disse apavorado

Sairia estava rápida demais e não conseguiu parar, acabou trombando com ele, ambos rolaram pelo ar ate se arrastarem no chão.

Quando tudo acabou ela estava em cima dele, ambos trocaram olhar por alguns segundos e começaram a gargalhar.

Mas tudo ficou tão silencioso e ambos marinhavam em seus olhares, por um estante sequer, haveria acontecido alguma coisa ali, mas algo os interrompeu. Algo como uma desculpa da fada.

–Está na hora de voltar ao trabalho - Disse saindo de cima dele.

–Espere? Disse segurando em seu braço.

–Ela parou e o observou aguardando.

–Você não tem medo de mim? Disse sem jeito.

–Por que teria medo de você? Se a floresta o aceitou, também aceitarei-

Os olhos do garoto lacrimejaram e a abraçaram, ambos ficaram naquele abraço por longos segundos

–Além dos animais, você e meu único amigo igual a mim - sussurrou em seu ouvido

–Amigo? - Olhou nos olhos dela.

Ela o beijou no rosto.

–Tenho que ir -

Bateu suas e foi rumo ao horizonte ele observou ate não poder vê-la mais.

A noite caiu na floresta a fada estava na árvore colossal da floresta, a maior de todas.

E conversava com uma senhora em cima dela.

–Você está corada minha querida -

–Corada? Perguntou

–Sinto o seu coração batendo, está acelerado, está apaixonada. -

–Não estou - Riu baixo.

–Tome cuidado, nem tudo e o que parece - O olhar da senhora ficou tenebroso.

–Você pode clarear a escuridão, mas tome cuidado para que ela não transforme a sua luz em um abismo -

–A floresta o aceitou - Disse com os olhos brilhando

–Aceitamos o que não podemos enfrentar, temos que se adaptar para sobrevivermos -

–Acha que ele e um risco? Disse preocupada

As próximas palavras da senhora foram interrompidas com um feixe de escuridão denso que a atravessou, ela desapareceu em segundos, o rastro do feixe atravessava toda a ilha, um rastro de destruição.

Tomas saiu em meios as folhas

A fada estava sem palavras, sem expressão, suas lágrimas desciam de seu rosto.

–O que você fez?

–Ela estava tentando me difamar, - Ele chorava em soluços.

–Não podia deixar isto acontecer -

Um olhar maligno formou no rosto de Sairia, minava fúria.

–Ninguém, machuca meus amigos - Levantou-se

E olhou para as árvores que sumiram com tal poder, era absurdo alguém ter tanto. Estremeceu perante ele e a voz da senhora ecoou em sua cabeça

''Aceitamos o que não podemos enfrentar, temos que se adaptar para sobrevivermos''

Ela caminhou vagarosamente e colocou suas mãos no rosto de Tomas e limpou suas lágrimas.

Seu olho esquerdo estava vermelho.

E então o abraço, aquilo doía seu coração, se viu dividida.

Os olhos dele voltaram ao normal.

Segurou as mãos de Sairia.

–Fique comigo, posso torna-la tudo que sonhar -

–Não sonho com mais nada, há não ser está floresta. -

Virou-se de costas para ele ainda duvidando do estrago feito.

–Imperatriz das fadas? Gritou ele.

Sairia arrepiou com este nome e virou perplexa, como saberia da existência da Imperatriz? Apenas as fadas e Deuses sabiam.

Era a maior colocação das fadas possuía poderes inimagináveis, as lendas contam que poderiam igualar a de um Deus, no entanto Sairia nunca à viu, sabe que antes de ser escolhida para ser a fada da Floresta ela à aprovou, mas não lembra de nada.

Mas a primeira coisa que veio a sua cabeça apos isso foi.

–Quem é você? O encarou.

–Sou Tomas -

–Um Deus? Disse já sabendo.

–Sim - murmurou, ele olhou para baixo, como se esconde-se algo.

–Como veio parar aqui? Aproximou-se dele queria fazer questão de olhar em seus olhos.

–Viajei entre mundos, entre dimensões, atravessei quase todos os portais e nunca encontrei um lugar para ser aceito.

Ela alisou sua mão em seu rosto.

Ele tocou nelas e às apertou suavemente.

–Ambos ficaram próximos o suficientes para um beijo, ambos queriam aquilo, mas Sairia guardava um sentimento de odio em seu peito e recuou.

Sairia acordou rapidamente da lembrança.

–Imperatriz, Imperatriz - Disse repetidamente.

–Nunca quis está posição, apenas quero a paz em minha vida, pois e nela que abrigo a floresta e enquanto viver farei de tudo por ela.

–Sou uma tola, os mundos, as dimensões que você visitou, foram aniquiladas, como era ingénua -

–Continua sendo - Interrompeu.

O encarou em buscas de respostas da indireta.

–Novamente a floresta aceita alguém e comete o mesmo erro.

–Ele e puro, sinto isto -

Tomas riu alto.

–Sei porque está aqui, com meu poder consigo observar cada ação sua, cada momento, e continua sendo a mesma burra de sempre.

–Burra? disse rosnando os dentes.

–Os piratas apenas atravessaram a barreira magica, pois a conexão do humano entre eles era poderosa demais, conviveram a vida toda juntos, mesmo o sentimento seja o odio, ainda estão ligados.

A fada olhou para o relento sabendo que existia verdade em suas palavras.

O silêncio dominou o lugar e ele aproximou-se dela.

–Tenho inveja dele, como nunca tive de algo - Disse com a voz embargada.

Começou a se afastar dele mas foi encurralada contra a parede.

Passou as mãos no cabelo da fada, colocando o atrás da orelha.

–Entregou-se à ele na primeira oportunidade. - Provocou.

–Fraca, Fraca, rendeu-se ao humano à um humano- aumentou a voz.

–O que ele tem que não tenho? -

–Corpo?

Colocou as mãos da fada em seu peitoral, puxou o corpo dela para perto do seu com força.

–Beleza? A fitou com seus olhos azulados.

–Bondade - murmurou a fada.

–Bondade? Ele gargalhou caçoando dela.

–Permiti a existência daquela ilha, não tem bondade maior?

Ela desviou o olhar.

–Além do mais, está aqui pois necessita da minha ajuda, quer que destrua os navios? Aniquile os piratas? - O sorriso em seu rosto era assustador -

–Pedi alguma coisa? Disse a fada com sua voz soando em um tom superior.

–Precisa? Está estampando em sua cara.

–Me responda uma pergunta -

A fada tentava ficar de cabeça baixa mas ele levantava ele queria olhar em seus olhos.

–Não consegui ver ate o final, você se entregou totalmente a aquele humano?

Balançou a cabeça negativamente.

E murmurou com o rosto colado no dela.

–Farei, destruirei os navios, protegerei sua ilha -

Os olhos da fada brilharam, mas durou pouco

–Com uma condição - pausou por um estante - Me liberte.

Aquelas palavras a arrepiaram.

Estava sem palavras, mas já esperava está proposta.

–Essa condição, não e considerável -

–Diferente de você, tenho piedade, dos lugares além da ilha, além dos portais, tenho piedades das almas que vivem nos mundos. -

–As almas não me interessam -

Ela o encarou

–A única coisa que quero, está aqui -

Ele roubou um beijo dela a apertando contra a parede, tentou impedir o empurrando mas segurou suas mãos, sentia odio mas lá dentro havia o sentimento que vivenciou, ela desejava aquilo há décadas, mas não poderia, nunca. pensou consigo mesma

Com suas forças conseguiu empurra-lo e jogou partículas amareladas nele o paralisando, mas sabia que iria durar pouco tempo.

Um cálice surgiu diante dela aproximou-se dele e antes de partir olhou para ele e uma voz percorreu sua mente.

–Sempre desejei este beijo, e sei que você também, pense com carinho -

Mesmo paralisado ele sorriu diante dela.

Ela fez a viagem.


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Notas finais do capítulo

Comeeenteeem, :3



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