Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 58
Crise 58 - Perseguição na Escola


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez saiu no domingo. Hehe.

Boa leitura :)



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  Correr não é uma das minhas atividades preferidas, principalmente correr atrás de um fugitivo espacial. Sim, a pessoa que havia assaltado um planeta estava refugiada em nossa querida Terra, mais precisamente no nosso colégio, trabalhando de faxineiro. Como ele conseguiu um emprego tão rápido? Bem, isso não importa. Era um pirata espacial perigoso e Estrela o identificou graças ao Portal Gun. Agora estávamos ali, perseguindo o meliante que corria pelo pátio como se não houvesse amanhã.

 

— Não dá para ir mais devagar? - reclamei.

 

— Não podemos deixá-lo escapar - falou Estrela sem parar de correr - É um criminoso perigoso.

 

— Se é tão perigoso, por que está fugindo ao invés de nos atacar? - questionei.

 

— Não posso responder todas as perguntas, né? - respondeu ela.

 

 Enquanto corríamos, quase trombamos em nossa não muito confiável representante de classe Bruna, que, como se de propósito, fez questão de nos interromper.

 

— Ei, qual é a pressa? Posso saber? - disse ela, acompanhada de sua fiel escudeira Priscila (embora ela nunca parecesse muito contente). Parecia estar entregando panfletos sobre o festival cultural que só ocorreria dali alguns meses.

 

— Temos um assunto importante para tratar - falei.

 

— Correr pela escola é perigoso - disse ela - Como representante não posso permitir que fiquem correndo por aí sem uma boa razão! Expliquem-se!

 

 Na verdade, ela só queria saber por curiosidade e fofoca, é claro. Mas enquanto eu pensava, Estrela já tinha uma resposta pronta.

 

— Vitor e eu ficamos com vontade de ir ao banheiro ao mesmo tempo - disse ela - Não podemos esperar muito.

 

— Sério? - disse Bruna, com uma cara de desagrado - Bem, o que vocês andam comendo?  Vão, vão logo, não quero constrangimentos para o meu lado.

 

 A própria desculpa já foi bem constrangedora.

 

— Banheiro? Sério? - falei.

 

— Mas ela nos deixou em paz, não? - disse Estrela, que logo voltou a correr, sem tirar os olhos do pirata que já havia ido para bem longe - Onde está ele? Onde está? Droga, será que perdemos.

 

 Na verdade, ele havia parado para descansar por achar que estava livre de nós. Ainda bem que Estrela tinha olhos de águia e logo o viu perto de uma árvore, com as mãos nos joelhos e ofegante.

 

— Ali! - disse ela.

 

— Ah, para! Essa menina não cansa, não? - perguntou ele, claramente se mostrando uma pessoa extremamente sedentária.

 

— Vamos logo, Vitor. Atrás dele - continuou ela, mas eu também não estava muito em forma, sabe como é, né? Não posso falar muito sobre o sedentarismo dos outros.

 

— Eu...também tô cansado. Espera um pouco - reclamei.

 

— Vocês terráqueos deviam ser mais resistentes - retrucou ela - Que seja, eu vou atrás dele.

 

— Oh, droga. Sebo nas canelas de novo! - exclamou o pirata faxineiro. Nessa hora, uma figura conhecida se aproximou de nós, todo sorridente com uma mochila e uma lancheira. Era nosso velho amigo Veterano Caio chegando na escola.

 

— Ei, estão brincando de quê? - perguntou ele.

 

— Não estou brincando de nada. Pelo contrário, o assunto é serio - respondi - E..isso é uma lancheira?

 

— Sim. É boa para levar seu lanche - disse ele.

 

— Achei que ninguém mais usasse isso no colegial - reparei.

 

— Mas se bem que eu uso para levar minha marmita - disse ele - Nos dias que preciso almoçar na escola, sabe?

 

— Marmita?

 

— É. Trouxe aqueles macarrões instantâneos em potinho. Você coloca água quente por três minutos e...

 

— Ah, ele tá vindo - apontei para frente. O pirata acabou voltando e não reparou que estava vindo na minha direção.

 

— Vitor! - gritou Estrela - Pega ele!

 

— Eu?! - exclamei, sem saber o que fazer.

 

— ...você espera por três minutos e ele fica pronto - continuava o Veterano Caio, ignorando tudo que estava acontecendo - O de sabor carne é o melhor.

 

— O que eu faço? O que eu faço? - olhava para os lados sem saber o que fazer.

 

— Você não acha que carne é o melhor? - continuou o Veterano.

 

— Não é isso. Preciso pegá-lo e...

 

— Ah, você tá brincando de pega-pega? - indagou Caio, inocentemente. Nisso, tive uma ideia absurda, mas acho que funcionaria.

 

— É, isso mesmo. É tipo um pega-pega ao contrário. Todo mundo tem que pegar esse cara! - exclamei, apontando para o fugitivo.

 

— Sério? Legal! Posso tentar?

 

— Vá em frente - respondi a ele.

 

 Veterano Caio simplesmente agarrou o faxineiro pelas pernas e o derrubou no chão, como se fosse um golpe de luta livre. É, eu devia saber que ele era bom nessas coisas.

 

— Ei, foi mais fácil do que eu pensava - disse ele.

 

 O pirata fugitivo foi pego de surpresa. Estrela finalmente podia diminuir seus passos.

 

— Bom trabalho, garoto - uma voz se aproximou de nós, era o Kevin, atraído pela confusão por causa de seu próprio identificador de alienígenas - Esse homem é um alienígena. Meu detector de aliens nunca falha.

 

— Kevin - exclamei.

 

— Ah, não. Você já se envolveu? - falou Estrela, ao se aproximar de nós. Nessa hora, todos já estavam olhando para nós. Tive que dar uma desculpa rápida.

 

— Ah, vocês tão indo bem no ensaio da nossa peça, heim, gente? Tá todo mundo olhando. Será que vai sair boa? Afinal, queremos uma peça bem educativa - falei, com ênfase no educativa.

 

— Educativa? - alguém repetiu.

 

— Ah, que saco - outra pessoa comentou - Até tava pensando em continuar a ver..

 

 Alunos. Sempre fogem de qualquer coisa educativa. Agora podíamos conversar em paz. O tal pirata finalmente havia se rendido.

 

— Você também quer entrar no pega-pega? - perguntou o Veterano Caio.

 

— Não, só quero fazer algumas perguntas, caro colega - disse Kevin rapidamente, voltando-se mais rapidamente ainda para o nosso fugitivo  - Mas, afinal, que tipo de alienígena é você?

 

— É um pirata espacial - explicou Estrela, se aproximando com sua postura calma e nem um pouco cansada apesar de tudo que correu - Corre bastante, aliás, embora se canse rápido.

 

— Pirata espacial? - repetiu Kevin - Então você é um criminoso?

 

— Não, não sou! - disse ele - Quer dizer...eu até era...mas aqui na Terra eu não sou.

 

— Crimes espaciais devem ser levados à Polícia Intergaláctica - explicou Kevin - Você vem comigo.

 

— Pode ser - disse ele - No momento, só estou querendo fugir mesmo.

 

— Fugir? Na polícia? - estranhei.

 

— Preso estarei a salvo dela - disse o pirata - Só vim para esse planeta porque achei que em um lugar tão atrasado ninguém me reconheceria, mas como eu ia saber que vocês tinham identificadores de alienígenas.

 

— Mas, afinal, do que você está fugindo? - perguntou Estrela.

 

— Eu só roubei aquele planeta para conseguir uma graninha e poder refazer a minha vida. Só isso - disse o pirata (ou já devo dizer ex-pirata?) - Quero recomeçar e abandonar a vida de pirata.

 

— Alguém que quer se reerguer, heim? - disse Kevin - Isso é louvável, mas deve pagar pelos seus crimes primeiro.

 

— Mas vocês conseguem me levar direto para a polícia intergaláctica? - perguntou ele - Se me levarem de nave, corro o risco de me encontrar com ela.

 

— Mas afinal de quem você está falando? De quem está fugindo? Detesto quando não respondem minhas perguntas! - reclamou Estrela.

 

— Estou fugindo da Coração Negro, de quem mais seria? - respondeu ele, em um tom relativamente desesperado.

 

 Coração Negro? De quem seria esse nome?

 

— Esse nome...não me é estranho - disse Kevin.

 

— Ah, então é aqui que você está - uma outra voz desconhecida ecoou no local. Olhamos para onde ela vinha e eis que vemos dois caras mal-encarados em cima do muro da escola. Pareciam humanos. Os dois deviam ter mais ou menos a mesma idade, eu diria por volta dos vinte anos ou mais, não muito diferente do pirata que acabamos de pegar. Um deles era loiro sem barba e o outro era ruivo com barba e com um lenço na cabeça. Suas roupas pareciam comuns comparadas com a da Terra, mas o apito que vinha tanto do detector de Estrela quanto do detector de Kevin já denunciavam que não era o caso.

 

— Ah, não! Vocês já chegaram aqui? - nosso fugitivo parecia desesperado.

 

— Capitã Coração Negro estava te procurando, Grawer - disse o ruivo. Pelo visto, eles eram os piratas espaciais do bando dele. E o nome dele era Grawer? Parece que as coisas iriam complicar a partir dali...


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Notas finais do capítulo

Explicações no próximo capítulo. Até lá! :)