Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 38
Crise 38 - O Colégio Conexão é uma conexão com outros mundos?


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, gente. Boa leitura!



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Crise 38 - O Colégio Conexão é uma conexão com outros mundos?

 

 Kevin, o novo aluno da nossa classe, se revelou como um agente que trabalhava para uma organização secreta especializada em investigar casos alienígenas em nosso planeta, a CICE. Ele contou que estava ciente dos buracos de minhoca que vinham aparecendo na cidade e, assim como Estrela, tinha a missão de averiguar a origem deles. Mas a nossa maior surpresa foi que o nosso próprio colégio, o Conexão, parecia ser a fonte de todos esses males.

 

— Exatamente - prosseguiu Kevin em sua explicação - Nossa maior suspeita recai sobre esse colégio e foi justamente por isso que a CICE enviou seu agente mais jovem para cumprir essa missão. Um rapaz de 14 anos pode se infiltrar facilmente em um colégio particular.

 

Ele parecia orgulhoso da própria juventude.

 

— Entendo, então você é um jovem gênio que já se tornou um agente com tão pouca idade - ponderou Eduardo, com a mão no queixo e pensativo.

 

— Ei, a questão não é essa - interrompeu Mabi - O problema é que nosso próprio colégio é que tem causado todas essas crises que vocês tem passado. Mas por que vocês acham isso?

 

— Bom, já que todos vocês estão envolvidos nisso, não creio que haverá problema em contar. É muito simples - disse Kevin, fazendo uma pausa para abrir algum aplicativo avançado em seu celular - Nós da CICE monitoramos perturbações suspeitas de espaço-tempo por detecção de ondas gravitacionais. Fazendo um gráfico no mapa da cidade seguindo o padrão de aparições dos buracos de minhoca que temos registrado, vimos que os buracos mais antigos ocorreram em regiões próximas desse colégio. Percebemos também que os buracos tem aparecido em um padrão de ampliação circular, cujo raio vem aumentando cada vez mais nos últimos dias. A conclusão mais lógica é que este colégio é o centro do círculo previsto em nossa teoria.

 

Eu juro que prestei atenção e queria muito ter entendido alguma coisa. Por sorte, Mabi era muito melhor em fazer perguntas do que eu.

 

— Como é que é? - perguntou ela.

 

— Basicamente...parece que os buracos de minhoca começaram a surgir em uma região mais isolada da cidade que é justamente a região da nossa escola - explicou Eduardo.

 

Nada como um bom resumo. Mas Estrela não parecia muito convencida.

 

— Como vocês podem ter tanta convicção disso? - perguntou ela - Tenho feito pesquisas sobre esses buracos de minhoca desde que cheguei na Terra e ainda não percebi esse padrão.

 

— Imagino que você ainda não tenha dados o bastante - explicou Kevin - A CICE tem percebido essas aparições há muitos meses, mas sempre que nos aproximávamos, os buracos sempre fechavam. Temos caçado vários alienígenas ilegais nessa região e todos eles afirmam que simplesmente usaram os buracos de minhoca como portões de fuga e acabaram caindo no planeta sem querer. Temos enviado a maioria deles para seus planetas de origem, onde pagarão por seus crimes lá.

 

— É, também tenho encontrado algumas espécies invasoras e mandado elas para seu habitat natural - disse Estrela.

 

 De um lado, uma ecologista que vê alienígenas como espécies de um habitat, de outro, um agente que vê alienígenas invasores como criminosos que ameaçam a segurança pública. E, no fim, ambos estão fazendo a mesma coisa.

 

— Só agora a CICE chegou num consenso sobre a origem dos buracos do minhoca estar nessa escola. Se não for aqui, no mínimo deve haver alguma pista sobre eles aqui, neste lugar - disse ele.

 

— Então, você tem alguma ideia do que pode ser essa pista? - perguntou Mabi.

 

— Ainda não e é por isso que estou investigando - respondeu ele - Cumprirei com esse dever custe o que custar.

 

 E, justamente nessa hora, o sinal de fim do intervalo toca.

 

— Fim do intervalo - disse ele - Precisamos retornar à sala. Continuaremos essa conversa depois.

 

— Por que essa pressa? - indaguei.

 

— No momento, também sou um aluno dessa escola. Preciso cumprir as regras - respondeu Kevin, de modo bastante convicto.

 

— Ele leva mesmo a sério questões de disciplina - comentou Mabi, enquanto Kevin caminhava rapidamente em retorno à nossa sala.

 

— Será que ele falou a verdade? - perguntei - Quer dizer, será que nossa escola é mesmo a origem dos buracos?

 

— Não vejo motivos para duvidar - disse Eduardo - Talvez essa escola guarde muitos mistérios mesmo. Lembrem-se de que foi na sala de informática dessa escola que entramos naquele jogo de realidade virtual.

 

— O que você acha, Estrela? - perguntei para ela.

 

— Acho que ainda é cedo para afirmar qualquer coisa - respondeu ela - Precisamos investigar mais. Não levem um simples agente tão a sério assim.

 

— O que foi? Está brava? - reparei.

 

— Claro que não! Por que estaria? - respondeu ela, mas para alguém que raramente expressa suas frustrações, o tom de voz de Estrela estava bem mudado.

 

— Será que...você ficou com inveja pelo Kevin ter descoberto a causa do problema dos buracos antes de você? - perguntei, meio assustado, mas ao mesmo tempo não resistindo em provocá-la um pouquinho. Que ironia, não? A solução ser encontrada por um planeta tão atrasado como a Terra.

 

— Não diga tolices - disse ela - O importante é que esse problema seja resolvido, independente de como ele se resolva. Além disso, duvido muito que ele tenha conseguido isso só com tecnologia terráquea. Essa CICE deve ter acesso a muito conhecimento alienígena, portanto, tudo que ele consegue também deve à ajuda extraterrestre!

 

 E foi tudo que ela disse, antes de se virar e retornar à classe. Sim, ela certamente devia estar frustrada. Mas, apesar do orgulho ferido, ela era profissional e precisava cumprir sua missão. Assim que a aula terminou, Estrela se dirigiu a Kevin na mesma hora (e, claro, me puxando junto com ela. Bem ou mal, estava tão envolvido com isso que também fazia parte da missão).

 

— Muito bem - disse ela - Precisamos investigar essa escola. Por onde começamos?

 

— Parece empolgada. Isso é bom - respondeu Kevin, com um sorriso de satisfação - Muitas pessoas frequentam esse prédio, entre alunos, professores e funcionários. Qualquer um deles pode ser um forte candidato à mente por trás dos buracos de minhoca.

 

— Alguma sugestão de onde devemos começar a procurar? - perguntou Estrela.

 

— Sim - disse ele - No portão de entrada do colégio.

 

 E foi para lá que nos dirigimos. Em poucos instantes, estávamos na entrada, onde Kevin comprava um hot dog do tio que vendia lanches na porta da escola.

 

— Acho que vou pedir mais um - disse ele.

 

— Por acaso você só sugeriu começarmos do portão do colégio para comer? - perguntou Estrela.

 

— O que posso fazer? - respondeu ele - Na sede da CICE, onde moro e trabalho, não tem lanches assim. Gosto de aproveitar a gastronomia dos locais onde estou em missão.

 

 Muito embora o dogão do tio do portão do colégio não seja algo que eu chame de alta gastronomia...

 

— Olá, pessoal - disse Eduardo chegando juntamente com Mabi - Conseguiram mais alguma informação?

 

— Espero que sim, assim que o Kevin terminar de comer - disse Estrela - E então? Já acabou?

 

— Já falei que vou pedir mais um - disse ele - Acho que agora com um pouco de cheddar.

 

— Ele parece gostar de cachorro quente, né? - falou Mabi.

 

— Até demais - completou Estrela.

 

 Nisso, de repente, tanto o celular de Estrela quanto o de Kevin começaram a apitar. E quando isso acontecia, só havia um motivo: seres alienígenas por perto. 

 

— Justo na hora que eu iria pedir outro hot dog - reclamou Kevin.

 

— Acho que agora não temos como escapar, não é? - falou Estrela - Tem alguma entidade alienígena nas proximidades.

 

— Como eles sabem disso? - perguntou Mabi para mim.

 

— Os aparelhos deles conseguem detectar...eu acho - falei.

 

— No fundo, apenas usamos uma tecnologia que consegue interpretar padrões de radiação muito delicados emitidos por moléculas de DNA. Usando um banco de dados avançado, o programa reconhece se o DNA pertence a um ser vivo da Terra ou não. Se não, ele começa a apitar. Essa tecnologia vai demorar bastante tempo para ser liberada, mas quando acontecer os exames de DNA baseados em testes sanguíneos ficarão no passado - explicou Kevin.

 

— Muito interessante - reparou Eduardo - Gostaria de saber mais sobre isso.

 

 Uma conversa entre aqueles dois certamente seria longa. Mas não era hora de falar sobre isso, certo, Estrela?

 

— Não é hora de falar sobre isso - reclamou Estrela - Vamos logo ver o que está acontecendo!

 

— Calma, o sinal está em frequência constante - disse Kevin - O alienígena deve estar em um local fixo.

 

— Não precisa me lembrar do que eu já sei - reclamou ela.

 

 Os dois não pareciam se dar muito bem, mas, apesar das faíscas, ambos encontraram a fonte do sinal vindo de uma lata de lixo, no muro de trás do colégio.

 

— Tem alguma coisa no lixo? - perguntou Mabi - Que tipo de alienígena seria esse?

 

— É o que vamos descobrir - falou Kevin, se aproximando e abrindo a lata ao mesmo tempo de Estrela (é, ela não deixaria ele agir sozinho).

 

— E então? - perguntei. Antes que alguém me desse alguma resposta, ouço um grito e um bicho peludo praticamente pulando em cima da gente. Ele quase escapa, mas Estrela o pega pelo rabo. A criatura lembrava...um rato? Na verdade, acho que já vi aquela figura em outra ocasião. Não era o...

 

— Ei, já vi vocês antes, não vi? - disse o ratinho, ainda segurado pela causa por Estrela. 

 

— Você é o...o... - não conseguia lembrar o nome dele, apesar de saber que não existiam muitos ratos usando gravata borboleta por aí.

 

— Morgan! Meu nome é Morgan! - ele se apressou em dizer.

 

— Ah, sim. Morgan. Você o rato que encontramos na casa do Veterano Caio - falei, agora relembrando do que aconteceu. Quando a casa do veterano havia atingido um grau de entropia o suficiente para ser considerada um lixão por uma empresa de lixo do espaço, o espaço do quarto dele foi ampliado para recolher lixo de várias partes do universo e, no meio dessa confusão, encontramos essa criatura fora do comum.

 

— Ai, um rato! - disse Mabi, já se apoiando em Eduardo para que a protegesse.

 

— Então também existem ratos em outros planetas? - disse Eduardo - E um falante ainda!

 

— Eu não sou um rato! Já disse, sou um mousiano! - corrigiu Morgan - Droga...mas nunca pensei que fosse ficar feliz de finalmente encontrar alguém que me entenda.

 

— Como assim? - perguntei. 

 

— Não importa - disse Estrela - Já que o encontrei, vou aproveitar para mandá-lo de volta para o seu planeta.

 

— Tudo bem, agora eu nem ligo - disse o rato, digo, mousiano, praticamente chorando - Acho que depois de tudo que passei nesse planeta, será melhor voltar para a minha vida de dívidas no meu planeta de origem. Nem sei como fiquei tanto tempo nessa escola aí sem ser percebido.

 

— Nessa escola... - repetiu Kevin - Espere, talvez ele possa nos dar alguma pista. Você...viu algo de estranho nessa escola?

 

— Sim - disse ele - Aliás, vi muita coisa nesses últimos dias.

 

O que Morgan teria a nos contar?


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Notas finais do capítulo

Não falei que esse carinha iria voltar? Mas o que ele sabe de importante?

Aguardem o próximo capítulo. Até lá!