Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 104
Crise 104 - O que você entende de arte?


Notas iniciais do capítulo

Sim. Estreamos 2018 com um capítulo novo de Alien Panic. Seguiremos firme nessa fic!

Boa leitura.



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Entramos no misterioso local que Salin, um alienígena que Estrela identificou, levou nosso colega Bartô. Parecia uma grande amostra artística maior por dentro do que por fora. Mas não demorou muito para o próprio Salin nos encontrar. E ele estava bem atrás de mim.

—Estou esperando – disse ele – Não lembro de ter convidado vocês.

—Ah! Estrela! Vitor! Vieram conferir as obras que o Salin tem? - perguntou ele – Viram só esse lugar? É fantástico! Nunca vi obras de arte desse jeito! E esse local...parece até que é maior por dentro do que por fora. Esses artistas estão cada vez mais excêntricos!

—Meu local de trabalho é apenas para convidados – disse Salin – Vocês são penetras aqui. Como entraram pelo sistema de segurança?

—Digamos...que eu tenha uma tecnologia mais avançada que a sua – explicou Estrela – Não precisa mais esconder. Sabemos quem você é!

—O quê? - Salin se assustou e quase caiu para trás – Não. Não vou deixar que levem minhas queridas obras de arte.

—Não queremos roubar nada – falei, agitando os braços em desespero. Estrela apenas cruzou os braços.

—O Salin é um negociante de artes. Mas nunca pensei que ele tivesse obras tão incríveis – falou Bartô – Olhem só esse quadro aqui.

Virei para a direção que Bartô apontou e vi o quadro da paisagem de algum local estranho com folhagem roxa (provavelmente algum planeta distante). Alguém poderia dizer que era um vídeo ou um gif animado. Mas o efeito era 3D e realmente dava a impressão de que estávamos olhando pela janela.

—Incrível, né? - comentou Bartô – Como será que o artista fez para produzir esse efeito 3D sem precisarmos de óculos?

—Essa é uma tecnologia óptica avançada para a Terra – disse Estrela, com a mão no queixo – Sem dúvida, é obra alienígena.

—Obra alienígena? - falou Bartô – É...talvez tenha se inspirado em alguma temática de ficção científica. Mas seria muito bom para ser verdade encontrar alienígenas facilmente por aí.

—Se você soubesse... - balbuciou Estrela.

—E olhem aquela escultura ali? - falou Bartô – Ela muda quando nós a tocamos.

Era uma figura abstrata que mudava de forma conforme era tocada.

—Tecnologia realmente ajuda na arte, não acha? - comentou Estrela.

—E olhem só essa caixa de música! - mostrou Bartô, pressionando o botão de um dispositivo que tocava uma única nota em curtos intervalos de tempo.

—Mas isso é só uma nota tocando sem parar – disse Vitor.

—Não é demais! Esses músicos de hoje pensam em cada coisa! - disse Bartô, impressionado.

—Na verdade – comentou Estrela com Vitor em voz baixa – Alguns lugares consideram isso música.

Vitor realmente não podia acreditar em tudo aquilo.

—Não parece óbvio que isso não é coisa desse mundo, Bartô? - perguntei.

—Ah, Vitor. Eu estudo ufologia. Você acha que coisas alienígenas são encontradas em qualquer esquina assim? - disse Bartô, cético.

—Mas... - nessa hora, fui interrompido por Salin, que não parecia muito feliz.

—Escutem. Esse é o meu reino pessoal. Não vou deixar que o estraguem.

—Afinal, o que você quer com o Bartô? - perguntei.

—Ah, vocês não vão acreditar – respondeu o próprio Bartô – Ele quer que eu faça novamente o desenho da quadra e venda como obra de arte. Isso vai render uma grana enorme!

—Mesmo? - perguntei.

—É. Está até no contrato – disse ele, entregando um pedaço de papel para nós. Com sua leitura dinâmica, Estrela leu tudo rapidamente.

—Aqui está dizendo que você só vai receber 0,5% dos lucros – disse ela.

—Ah, mas dinheiro não é tudo – retrucou ele – O importante é ser reconhecido pelo meu talento!

—Exato – falou Salin – Bartô será um dos maiores nomes que irei empresariar.

—Tem também aquele cara ali, não tem? - falou Bartô, apontando para o que parecia um homem...que estava...pelado? Estamos em uma fic de classificação livre, então pelo menos havia uma tarja cobrindo as piores partes.

—Ah, sim. Esse foi um dos artistas que venho empresariando – disse Salin.

—Chefe. Posso almoçar? - perguntou ele.

—Mas você já ensaiou o bastante? - falou Salin.

—Estou deitado ali a manhã todo – explicou o peladão.

—Esse cara tá pelado! - exclamei.

—Obviamente – disse Salin – Em locais onde o nu é um tabu, exibir um homem deitado que pode ser tocado por qualquer um que esteja vendo a exposição gera um choque de grande valor artístico.

—O que ele faz? - perguntei.

—Não ouviu? O contexto da obra é que ele deite e espere os visitantes tocá-lo.

—Que nojo. Por que alguém faria isso? O que tem de arte nisso? - insisti.

—Você não entende nada de arte – falou Salin.

—Bom, já ouvi falar que isso fez sucesso em um planeta por aí – Estrela me disse – Mas era um local onde os habitantes tinham um quociente de inteligência quase nulo. A exposição só durou um dia.

—Tá bom, tá bom, vai almoçar, vai – Salin disse para o peladão que, por sua vez, se retirou da cena com uma cara de cansado – De fato, ele não tem me dado tanto lucro quanto no começo. Por isso preciso de um artista mais inovador. Bartô. Você é o homem certo para isso.

—Já posso sentir o cheiro do sucesso – falou Bartô – Com a grana que vou ganhar poderei conseguir desenvolver minha própria agência de pesquisas ufológicas e procurar a alienígena que estou destinado a conhecer.

—Sim, sim, como quiser – disse Salin – Você só precisa de mais uma coisa para fecharmos negócio.

—Ah, é. A tal pílula que você estava falando, né? - disse ele empolgado.

—Sim. A pílula da veia artística. Todos meus novos empregados a tomam. Isso aumentará sua criatividade absurdamente – disse ele, entregando uma pílula e um copo de água para Bartô.

—Puxa vida. Minha mãe sempre me disse para não aceitar medicamentos de uma pessoa estranha – falou Bartô – Mas ainda bem que somos amigos, né?

Depois dessa demonstração clara de cuidado (só que não), Bartô estava prestes a tomar aquilo. Mas Estrela foi mais rápida. Ela tomou a cápsula das mãos de Bartô e usou um aplicativo de análise química do Portal Gun para ver a composição daquilo.

—Como eu suspeitava – disse Estrela – Bem que eu achei aquele cara nu com uma cara estranha. Essa cápsula tem uma substância de controle mental. Se tomar, se tornará escravo dele.

Salin ficou claramente espantado.

—Ah, Estrela. Deixa de brincadeira – falou Bartô – Você não faria algo assim, faria?

—Ora, é claro que não – Salin tentou disfarçar, desviando o olhar.

—Mesmo? - disse Estrela – Então por que alguém precisaria tomar uma pílula para trabalhar para você?

—Faz parte do contrato – disse ele.

—Ah, sim. Diz aqui no contrato que você concordou em tomar essa pílula – falou Estrela – É. Como você assinou, acho que não tem muito jeito.

—Vai desistir assim mesmo? - reclamei com ela.

Bartô parecia assustado.

—Espera...você não planeja mesmo me tornar um escravo mental, planeja?

—Bom, eu...

—Diz logo, Salin! - gritou Bartô.

—Eu não queria fazer isso! - disse ele, apertando um botão e ativando uma gaiola gigante que caiu em cima de nós. Estávamos presos.

—O que houve? - falei assustado.

—Tá. Tudo bem. Vou abrir o jogo. Negocio com grandes artistas pelo universo, mas faço todos eles trabalharem forçadamente para mim. Cada uma dessas obras é feita por um artista sob o meu controle. O contrato é só uma fachada – disse ele.

—Como você foi capaz disso, Salin? - reclamou Bartô – Bem que eu estava achando 0,5% demais.

Mas o que é uma prisão para nós? Tínhamos o Portal Gun, não tínhamos?

—Eu fico com isso – falou Salin, arrancando o celular de Estrela antes que ela ativasse qualquer coisa – Não sei quem você é, garota. Mas não vou deixar que use seus truques comigo de novo.

—O que vai fazer com a gente? - perguntei.

—Ainda não sei – disse ele – Talvez...o ideal seja transformar todos vocês em meus escravos. É. É isso. Usarei o Bartô como artista e vocês dois como faxineiros. Estou precisando mesmo de gente para limpar a poeira das obras.

—Oh...que triste sina para um grande artista como eu – lamentou Bartô – Viver para a arte é mesmo perigoso.

E agora? Como saímos dessa?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, veremos como isso vai terminar.

Até lá! :)