Alien Panic escrita por Metal_Will


Capítulo 105
Crise 105 - O Plano de Vitor


Notas iniciais do capítulo

Isso aí, gente. Mais um capítulo. O ano começou bem, né? Boa leitura!



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Dessa vez estávamos bem encrencados. O vilão da vez não apenas nos prendeu como confiscou o Portal Gun das mãos de Estrela. Ele nos deixou ali presos, enquanto foi buscar algo para nos controlar.

—Reconheço que deixei a guarda aberta – explicou ela – Agora precisamos pensar em outro jeito de sair daqui.

—Sim. Isso é um trabalho para o Esquilo Voador – disse Bartô, lembrando-se de sua antiga identidade de super-herói. É uma pena que ele havia perdido seus poderes.

—Esqueça isso – disse Estrela – Além do mais, a Vingadora Galáctica seria muito mais eficiente nesse momento.

—O Esquilo Voador poderia usar seus poderes de vento para levantar a gaiola – disse Bartô.

—Mas a Vingadora Galáctica poderia se teletransportar para fora da jaula facilmente – retrucou Estrela.

—Gente! Não é hora de ficarmos discutindo sobre qual herói é mais forte! - reclamei – Precisamos sair daqui por nós mesmos.

—Mas como? - lamentou Bartô, escorregando desanimadamente pelas grades – Estamos totalmente presos nisso aqui.

—Isso parece... - Estrela tocava as barras da jaula com os dedos – É. Não dá para simplesmente quebrar as barras. São feitas de titânio.

É. Nós ali não tínhamos muita opção. Tudo que podíamos fazer era aguardar algum plano. Ou então...é, talvez isso funcionasse.

—Muito bem! - disse Salin, voltando algum tempo depois com outras pílulas de controle da mente – Agora vocês vão ficar bonzinhos e tomar essas pílulas da obediência.

—Vai sonhando – retrucou Estrela.

—Vocês é quem sabem – disse ele – Enquanto não tomarem as pílulas, ficarão presos aí...sem comida.

—Sem comida? - disse Bartô – Você não pode ser tão cruel!

—Ah, achou ruim? - falou Salin – E não é isso. Ligarei essa televisão nesse canal de leilão de gado e deixarei ela ligada 24 horas por dia.

—Seu...monstro! - acusou Bartô – Só falta dizer que irá comer na nossa frente enquanto estamos com fome?

—Olha, não é que é uma boa ideia? - disse Salin – É isso. Vou comer o macarrão instantâneo em copo que acabei de preparar.

Ele pegou o macarrão e começou a comer na nossa frente. Bartô já parecia estar se rendendo.

—Pare, por favor! Eu não aguento mais...tudo bem...eu tomo a pílula! - disse ele.

—Bartô! Você vai virar um escravo mental dele! - retruquei.

—Mas eu vim para cá sem almoçar. Estou morrendo de fome – justificou Bartô.

—Aguente mais – falei – Ele retira o que disse!

—Ora... - Salin mudou para uma expressão séria – Só estou fazendo isso para manter meu meio de vida. Sempre gostei de arte, mas nunca tive talento. Minha professora de artes no jardim de infância vivia criticando minhas obras originais de pintura com os dedos e esculturas de massa de modelar.

—Deve ter sido triste – comentei.

—Cale-se! Do que você sabe? - reclamou Salin, quase chorando – Você não entende a dor de uma pobre criança que tem seus sonhos de artista lançados no ralo.

—Sim, eu sei. Também não recebia o crédito merecido pelas histórias de quadrinhos que eu inventava, ou pelos bonecos palito que eu desenhava ou...mesmo pela colagem com folhas e todos aqueles trabalhos de arte. Mas sabe de uma coisa? Isso me fez aprender uma lição: não é possível ser bom em tudo. Eu posso ser ruim em artes, mas pelo menos sou...sou...

Tentava achar alguma coisa em que era bom, mas não me ocorria nada. Bem, não vivi muito, né?

—Bem, sou bom jogando Street Fighter – falei.

—Vitor – comentou Estrela – Sabe que sua irmã sempre ganha de você nesse jogo, não sabe?

—Sei – respondi, lamentando. Poxa, assim ela não ajudava.

—Vocês realmente não entendem! - continuava Salin – Mas não tem problema. Se não reconhecem o meu talento, reconhecem o talento de outros. E usarei o talento desses artistas que controlo para ganhar meu dinheiro. É isso. É isso que ganham por não me reconhecerem.

—Você já tentou...treinar mais suas habilidades artísticas? - perguntou Estrela.

—É claro! Fazia um desenho de boneco palito por semana! - disse Salin – Vai me dizer que sou preguiçoso?

—Foi só uma curiosidade – disse Estrela.

—Cale-se! Agora vocês estão debaixo do meu comando e nada vai conseguir me impedir! - gritou ele.

—Tem certeza? - perguntei, assim que ouvi um barulho que foi ficando cada vez mais alto até a porta da frente ser derrubada.

—Parado! - disse Kevin, com um reforço de agentes da CICE armados atrás dele – Salin Galenberg, você está preso por seus crimes por roubo de obras de arte e manutenção de cárcere privado!

—O quê?! - Salin não sabia o que estava havendo. Bartô também estava boquiaberto e Estrela com uma expressão confusa.

—Como...como ele chegou aqui? - perguntou ela.

—Eu explico – falei – Salin pegou seu Portal Gun, mas não pegou o meu celular. Mandei uma mensagem para Kevin falando sobre a nossa situação e pedindo que usasse a tecnologia da CICE para nos encontrar. Foi fácil. Nessas horas é bom não chamar muito a atenção. Ele nem lembrou de confiscar o meu celular!

—Esse Salin é um criminoso procurado por várias partes do universo – explicou Kevin – Não vamos deixá-lo fugir. Homens. Podem atirar.

Os agentes atiram raios em Salin que o deixam paralisado. Rapidamente, o negociante de artes é detido e algemado.

—Não! Não! Eu estava indo tão bem! - lamentou Salin.

—O crime nunca termina bem, Salin – disse Kevin, virando-se em seguida para nós – Muito bem, Vitor. Graças à sua mensagem, podemos localizar o esconderijo desse criminoso.

—Espera – disse Bartô – Você não é o Kevin da nossa escola? Você é um agente secreto.

—Err...mais ou menos – falou ele, meio incomodado.

—Que demais! Sabia que você não era normal. Ninguém pode ser tão babaca sem um motivo por trás – falou Bartô, provavelmente não ouvindo muito bem as próprias palavras.

—Acho que isso foi um elogio – disse ele.

—Será que pode nos tirar daqui? - falou Estrela.

—Como? Acho que não ouvi as palavrinhas mágicas... - falou Kevin, em forma provocativa – Não sei se você conhece...aquele “por” seguido por um “favor”. Aliás, você também não me disse uma outra palavrinha por ter salvado sua pele, sabe, aquela que começa com “obri” e termina com “gado”.

—Vou me lembrar disso quando me pedir para cuidar do Morgan de novo nas férias – respondeu Estrela.

—Tá. Tudo bem. Estou te devendo uma mesmo – disse ele – Mas reconheça pelo menos que minha equipe sabe lidar com essas situações.

—Apenas pegue o meu Portal Gun de volta – falou Estrela, apontando para onde Salin havia colocado o aparelho.

Kevin fez isso e ativou a abertura da jaula. Bartô parecia bem feliz.

—Ah, finalmente! O doce sabor da liberdade! Foi difícil aguentar todos esses anos preso! - disse ele.

—Não ficamos aí nem por uma hora – falou Estrela.

—Para mim foram anos – disse Bartô. Depois disso, ele pegou o contrato que assinou com Salin em cima de uma das mesas e rasgou na frente do criminoso.

—Nunca mais quero me meter com essa coisa de arte – falou ele – Voltarei ao meu objetivo de procurar contato com minha alma gêmea de outro planeta.

—Ele...não sabe quem você é? - perguntou Kevin baixinho para Estrela.

—Não e é melhor que continue assim – respondeu ela.

—Agente Kevin – disse um dos homens que estava com ele – Achamos esse cara pelado na cozinha.

—O que você está fazendo aqui? - perguntou Kevin ao peladão.

—Sou apenas um artista. As pessoas podem tocar meu corpo nu e interagir com um corpo humano objeto – explicou ele.

—Em que lugar do universo isso é arte? Levem ele para a CICE, vamos tirá-lo dessa lavagem cerebral – falou Kevin.

E assim escapamos de mais um problema com alienígenas. Sabe que já estou até me acostumando?

—Escute, Vitor – disse Estrela, enquanto voltávamos para casa depois de tudo ser solucionado – Por que não me contou seu plano?

—Achei que você acharia muito bobo. Acho que você já devia estar pensando em alguma coisa – falei.

—É. De fato, estava pensando em pegar uma barra de plástico em uma obra perto da jaula e atirá-lo de um jeito que derrubasse o Portal Gun próximo de nós e me permitisse alcançá-lo. Faria isso assim que Salin saísse da sala, mas...o seu plano acabou sendo mais garantido. Apesar de...eu não gostar nada de depender do Kevin.

—Fiz mal? - perguntei.

—Não, na verdade...acho que às vezes é melhor mesmo pedir ajuda.

—Sério? É raro ver esse lado mais humilde – comentei.

—Bom, não sou forte o tempo todo – admitiu Estrela – Mas toda essa história me fez perceber uma coisa...

—O quê?

—Realmente você é a pessoa em que posso confiar – disse Estrela, olhando bem nos meus olhos.

—Claro. Pode sempre confiar em mim – falei, embora tenha estranhado essa expressão tão séria.

Voltamos para casa e, enfim, sobrevivemos a mais um dia. Apenas para, dois depois dias, encontrarmos Bartô, livre de sua suspensão, sentado na parte aberta do pátio com uma chaveiro laser.

—O que está fazendo agora? - perguntei.

—Ah, amigo Vitor – disse ele – Estou emitindo sinais para o espaço. Tenho certeza que em algum momento, um alienígena interpretará isso como mensagem.

—É por isso que ninguém fora da Terra respeita vocês, Vitor – disse Estrela baixinho para mim.

Pobre Bartô...


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Notas finais do capítulo

É isso aí. No próximo capítulo começaremos um novo arco, mas pode ser que demore um pouco para sair, já que ainda preciso pensar mais detalhadamente sobre ele.

Até lá e, desde já, obrigado por ler! :)