A Ascensão dos Gêmeos — Laços de Sangue (HIATUS) escrita por Jean Carlo


Capítulo 8
Capítulo 7 — Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai apresentar um pouco do passado, mas os fatos presente nele são extremamente importantes para o andamento da história.



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Lembranças

Belkior chegou à delegacia, logo avistou uma sala com algumas cadeiras, onde as pessoas ficavam esperando para visitar alguém ou quando iam tratar de assuntos adversos.

Ao balcão, logo avistou uma mulher de cabelos longos e negros, usava uma camisa vermelha, um pingente de cinco pontas que enfeitava seu pescoço, sua maquiagem era pesada, um batom cor de vinho, rímel escuro e uma sombra roxa.

— Já voltou senhor, Belkior? — perguntou a mulher.

— Acho que sim — respondeu o homem, com um sorriso sombrio. — Não sou um fantasma.

— Nossa! — exclamou a senhorita. — Precisava me dar uma resposta dessas!

— Me desculpe Vick, não foi minha intenção! — se desculpou.

— Tudo bem — disse ela. — Depois dessa, não brinco mais com o senhor.

— Menos drama — pediu Belkior. — Vou para minha sala, e ficarei analisando alguns documentos, então não me incomode por coisas pequenas.

— Sim, estarei tomando conta de tudo aqui — respondeu Vick, enquanto ficava de pé onde revelou uma calça preta com alguns cortes nas coxas e joelhos.

O xerife bateu a mão esquerda na bancada de granito, e depois segui para sua sala que ficava no final do corredor. Com passos lentos e firmes logo Belkior chegou à porta e adentrou em sua sala. Assim que o fez, avistou seu gabinete, a sua mesa no fundo, uma estante de livros ao lado esquerdo do homem e do lado tinha três armários de metal, sendo todos da mesma cor cinza, a janela se encontrava atrás da mesa de trabalho, acima dela um ar-condicionado. Fechou a porta e depois foi até a sua cadeira perto da mesa, com umas das mãos a puxou e se sentou, logo correu os olhos por cima do móvel e visualizou o computador de ultima geração, uma pilha de papeis e pergaminhos. Três quadros de fotografias, sendo o primeiro do casamento dele com a Cassandra, o segundo contendo a imagem do Jeff e Sarah e no último — e o mais velho — tendo um casal de jovens.

— Faz muito tempo que nós três estivemos reunidos — disse o homem, pegando um retrato com a voz baixa. Na imagem via-se um menino e uma menina, que provavelmente irmãos. Uma jovem de cabelos castanhos e a pele um pouco bronzeada, o jovem muito semelhante, mas com os olhos que podia ver sua maldade em vida

Várias imagens inundaram sua mente e depois de alguns instantes estava de volta no passado.

Ano de 1996

Um carro percorria as ruas da cidade de Ironwood, a lua quase chegando ao centro do céu noturno, onde iria em breve chegar a meia-noite, uma nevoa negra cobria tudo, sombras se mexiam por todos os lados.

— Você acha que ele vai abrir o portal por completo? — Perguntou uma mulher.

— Cassandra! — chamou Belkior, enquanto parava o carro. — Quero que fique aqui! Você está grávida e não quero que se machuque.

— Tudo bem meu querido — respondeu a mulher.

Saiu do carro e adentrou no parque, com os passos rápidos logo chegou à curva que dava para a fonte, quando terminou de contorna-la, teve uma visão brutal. Cinco jovens mortas em volta do monumento central, o sangue que saia de seus pescoço. Formavam um pentagrama gigantesco, em cada ponta tinha um corpo, e um jovem estava no centro dele com os olhos fechado recitando algo. Seu cabelos era em um castanho escuro, usando uma camisa branca e uma calça jeans azul.

— Meu Deus! O que o Druh se tornou? — perguntou Belkior. — Espere um momento! Aquela ali é a Clarissa?

Correu até perto da jovem, onde mesmo com a pouca luz, ainda conseguiu ver os cabelos ruivos da menina.

— Clarissa! — chamou Belkior, pegando a nos braços. — Pelo amor de Deus espero que esteja viva!

— Belkior, é você? — perguntou a menina, estando com uma voz muito baixa.

— Sim, sou eu — disse o homem. — O que ele fez com você?

— Isso não importa agora — a menina falou, enquanto saía dos braços do homem. — Belkior o que irei te contar agora tem que ficar entre a gente, eu posso confiar em você?

— Sim pode — respondeu rapidamente.

— Enquanto o Druh tiver canalizando o poder da lua para abrir o portal por completo, vou ter uma chance — iniciou. — Vamos usar um feitiço que eu e minha família desenvolvemos há muitos anos! Usando-o vamos enviá-lo para uma dimensão paralela a nossa. Só para dar uma descontraída, estou grávida.

— Espera! É muita coisa para minha cabeça — disse o homem, tentando absorver todas as infomações. — Como assim você está grávida?

— Sim estou, mas não é hora e nem lugar! — responde Clarissa. — Se vamos fazer, temos que agir agora! — um raio vermelho saiu de dentro da fonte, que agora não saia mais água, os cinco corpos pegaram fogo e o mesmo aconteceu à linha de sangue, formando assim uma estrela de fogo.

— Não podemos perder mais tempo — disse Belkior, com a voz aflita. — O portal está quase aberto por completo! Me diga qual é o encantamento?

— Mesmo estando no transe da magia — explicou a menina —, Druh pode escutar o que está acontecendo a sua volta! Por isso vou falarei em seu ouvido.

O homem abaixou, ficando da mesma altura da jovem, ela rapidamente se aproximou dele e disse as palavras.

— Espere um momento! — exclamou o Belkior. — Vamos precisar de muita magia para fazer isso.

— Sim eu sei disso! — afirmou Clarisa. — Olhe para cima.

Olhando para o céu, avistou a lua, e no exato momento uma voz saiu da fonte.

— Isso mesmo continue assim logo estarei em seu plano — disse a voz, que tinha um tom grave e furioso.

Os dois se colocaram de lado um do outro, e levantaram as mãos para o céu e depois voltaram para a estrela de fogo.

— I, Claudiusintersaecula

Quigraditur in via non potesttenebrisambulatsuper terram.

Etfactusestniger, et anima corpus exedunt.

Sigillomunitum, sigillaque Seal.

Invioperditionemanimaedamnatorum mundo eterne.

Invio anima damnati ad poenam aeternam damnatorum mundo

Iniviodamnatorumanimaedamnatorum mundo ad eterne.

Começou Clarissa e Belkior continuando.

— I, Claudiusintersaecula

Quigraditur in via non potesttenebrisambulatsuper terram.

Etfactusestniger, et anima corpus exedunt.

Sigillomunitum, sigillaqueSeal

Invioperditionemanimaedamnatorum mundo eterne.

Invio anima damnati ad poenam aeternam damnatorum mundo

Iniviodamnatorumanimaedamnatorum mundo ad eterne.

E assim foram um completando a frase do outro, ou citando tudo por inteiro. Por alguns minutos não aconteceu nada, mas alguns minutos o pentagrama de fogo se apagou, o vento que estava calmou começou a se agitar, as luzes da praça começaram a piscar.

As vozes de ambos começaram a ficar mais forte e se intensificando a cada segundo, o menino que estava concentrado no encanto, já não conseguia mais dizer as palavras com clareza. Até que, por fim, caíu no chão.

— DROGA — gritou o menino esperneando no chão. — Por que não consigo ficar de pé? Que dor é essa, que percorre meu corpo?

Com muita dificuldade o menino conseguiu ver quem estava fazendo aquilo.

— Então são vocês que querem me parar — exclamou Druh, com o olho esquerdo fechado. — Undo Incantatores (Desfazer Feitiço) — Por que não funcionou?

— Não funcionou pelo seguinte fato! — disse uma voz. — Eles estão canalizando o poder da lua.

— Finalmente resolveu aparecer, irmã — falou o jovem com a face de agonia. — Me ajude Mei? Impeça o que eles estão fazendo comigo!

— Sim irmão! É para já! — Mei respondeu alegremente. — The signationem porta Daemonum, qui forte nunquam pedem tuum, redire ad saeculum. (Selamento completo do portal dos demônios, aqueles que nunca podem pisar em nossas terras, voltem para seu mundo).

Depois das palavras da Mei, a fonte explodiu e a voz sumira com a explosão de fogo azul, que saiu de dentro da fonte.

Clarissa e Belkior apresentavam sinal de cansaço, seus corpos estavam trêmulos, de seus narizes saía sangue, dos ouvidos e olhos o mesmo, ficaram com dificuldade para respirar.

— Sua idiota por que fez isso? — indagou Druh, com a voz cheia de raiva? — Atrapalhou meus planos, bem eles também atrapalharam.

— Sabe Druh! — disse Mei. — Você é muito mais forte e inteligente do que eu. Seu coração é cheio de maldade, inveja, ganância e tudo de ruim. Porém, sendo meu irmão, tenho o dever de te impedir!

— Se vocês creem que vão conseguir me parar, podem esquecer — afirmou o menino. — Acham mesmo que não estou preparado?

Depois que terminou de falar fechou os dois olhos, acalmou a respiração, mesmo estando sentido muita dor.

— Seja lá o que vocês estão tentando fazer! Andem logo! — ordenou Mei, enquanto virava para seu pai e a Clarisa. — Tenho um pressentimento muito ruim.

— Quem está tentando selar essa criança? — perguntou uma voz grave e raivosa. — Saiba que não vai conseguir fazer isso.

— Quem disse isso? —Mei perguntou com a voz trêmula. — Se revele! Saia de onde estiver.

Mei se virou para seu irmão quando notou algo de errado, quase toda a pele do corpo estava com marcas negras, seus olhos que estavam fechados agora estando abertos, e negros como a noite sem lua.

— Meu nome é Abiscalon, sou um demônio — apresentou-se com uma voz aguda.

Um pequeno barulho foi projetado atrás da menina, quando virou seu corpo, notou que Clarissa tinha ficado de joelho, mas ainda estava recitando o encanto.

Formou um circulo de fogo azul em volta do Druh, quando nesse exato momento Mei deu dois passos para trás, por causa das chamas, as labaredas foram aumentando até que por fim o menino pegou fogo.

— O que está acontecendo aqui? — perguntou Mei assustada e sem entender nada.

— Tenho que tirar esse demônio do Druh — respondeu uma voz feminina.

— Cassandra o que está fazendo aqui? — Mei quis saber.

Assim que a terminou a pergunta o fogo se apagou, mas o corpo continuou do mesmo jeito, nada foi queimado pelas chamas.

— Pronto! — exclamou Cassandra, ainda se aproximando de todos. — Acho que consegui queimar o demônio que estava dentro dele.

O menino ficou imóvel no chão e depois disso uma luz branca e prata começou a sair do mesmo, de início era bem fraca, mas foi aumentando com o tempo.

— Finalmente eles conseguiram enviar o Druh — comentou Cassandra. — Este tipo de magia demora um tempo para atingir seu poder máximo.

— Agora entendo o porquê dá demora — falou Mei. — Mesmo tudo o que o Druh fez, tenho dó dele e muita pena.

Cassandra não falou nada, só ficou olhando para o menino no chão, por fim a luz ficou forte de mais para as mulheres ficarem olhando, todas as lâmpadas do parque explodiram. O vento ficou forte, relâmpagos cortaram o céu noturno. Num segundo tudo parou, as vozes dos bruxos, o vento, o silêncio reinou por algum tempo, quando as duas voltam a olhar para o menino ele já não estava mais lá.

— Senhor Belkior... Senhor Belkior... Senhor? — chamou Vick, enquanto batia na porta. — Posso entrar?

— Sim pode — respondeu o xerife.

— Pelo visto você viajou para o passado novamente? — veio uma voz, que estava atrás da secretária.

— Pois é! — disse o policial. — Acabei indo novamente para lá.

Vick entrou na sala e seguindo-a veio um homem, suas roupas eram totalmente branca, olhos castanhos escuros, pele clara, cabelo castanho.

— O que você veio fazer aqui Alaric Santine? — perguntou o xerife?


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Notas finais do capítulo

Bem foi isso pessoal! E espero os comentários!!!!!