A Ascensão dos Gêmeos — Laços de Sangue (HIATUS) escrita por Jean Carlo


Capítulo 6
Capítulo 5 — Famílias responsáveis


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso!!! Por motivos de acontecimentos pessoais, acabei me atrasando para postar o capítulos de sábado.
Fiquem ligados, já que esta parte vai ter algo muito importante para o entendimento de toda a história.



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Famílias responsáveis

Saindo do parque Sarah, seguiu diretamente para sua casa, que fica cerca de quatro quarteirões de onde estava. Sua pressa era tanta que não prestou atençãoàs lojas que encontrou pelo caminho, atravessou várias ruas sem olhar para os lados, algumas avenidas tinham carros passando, e mesmo isso não a impediu.

Já caminhando por cerca de vinte minutos, finalmente chegou na frente da sua casa, avistou o carro de sua mãe ao lado de fora da garagem e o do seu pai. Assim que abriu a porta da entrada, logo viu a escada que levava para o segundo andar, embaixo dela encontrava-se uma mesinha onde continha dois molhos de chaves, um pertencendo ao carro de Cassandra e o outro à Belkior.

Seguiu diretamente para a cozinha onde viu sua mãe perto do fogão, e seu pai já sentado a mesa, colocou sua bolsa no balcão do armário que fica do lado da porta e depois foi até a geladeira e pegou uma jarra de água.

— Preciso falar algo com vocês! — exclamou Sarah, enquanto pegava um copo.

— Pode falar querida — falou Cassandra, estando de costa.

— Bem, quando estava vindo embora pra casa, passei pelo parque como de costume — falou a menina, colocandoáguano copo e levando a boca. — Coloquei a água da fonte em meu rosto, quando notei que tinha algo de estranho nela — disse enquanto abaixava o recipiente. — E usei um feitiço de visão e vi que a barreira está muito fraca.

Os adultos não mostraram nenhuma surpresa com as palavras da menina.

— Hmm. — resmungou Belkior. — Já estamos sabendo disso, Sarah.

— Isso não é nenhuma novidade para nós — afirmou Cassandra com uma voz calma, e virando a cabeça para ver a filha. — Isso já estava previsto.

— Como os dois conseguem falar com essa calma toda? — perguntou Sarah, com uma voz séria. — Se a barreira mística for desfeitas, os demônios vão conseguir entrar em nosso plano. E digo mais, aquilo que o Druh tentou invocar pode finalmente conseguir o que queria.

— Pelo simples fato que a cada dez anos a barreira se enfraquece — Belkior começou falar. — Se você acha que vou deixar um Primário entrar nesse plano, pode esquecer. Conseguimos duas coisas ao mesmo tempo, selar o Druh, e impedir a entrada dos Gengornis.

— Pai pode-me falar mais deles, fazendo um favor? — pediu Sarah, enquanto sentava-se a mesa. — O senhor, quase não fala a respeito deles.

— Sim, posso — respondeu o homem. — São seres vindo do Abismos! Houve um tempo que a nossa cidade vivia em guerra, as ruas eram cheia de sangues e corpos, tudo isso por causa do ferro que está presente em nossas terras. Quase todos queriam ficar rico com o minério.

— Em meio às mortes os demônios começaram ganhar força, pois estavam usando a energia dos mortos para se alimentarem,utilizando as que ainda tinham vida para matar as outras.Algumas famílias eram dotadas de magia, por isso não se envolveram na guerra civil, mas quando perceberam o que estava por trás, logo entraram para impedi-los, conseguiram mandar todos para o mundo inferior novamente, sendo a família Malcon, Santine, Klentor e Lavitos responsáveis, por tudo. Só que isso aconteceu há mais de cem anos atrás!

— Espere um momento! — exclamou Sarah. — Mas os parentes da mamãe não foram embora depois da guerra?

— Sim foram, mas nem todos querida — disse Cassandra. — Minha ancestral não quis ir embora, e foi abandonada pelo marido só que ele não sabia que ela estava grávida.

— Entendi — disse Sarah. — Santine é o sobre do nome da família da Evy e Klentor do Isaac.

— Isso mesmo — falou Belkior. — O pai da Evy é um ótimo bruxo, mas odeia seus poderes acima de tudo nessa vida, mas acabou usando seus dons para o bem, se tornando o único médico da cidade. — Os Klentor,são os responsáveis pela barreira, que protege a cidade contra pessoas normais e outros bruxos. E nós os Malcons somos encarregados de proteger o portal, os Santine além de seres os curandeiros são também responsáveis pelos arquivos mágicos da cidade.

— Chega dessa conversa, o almoço está pronto — anunciou Cassandra. — Sarah, onde está seu irmão?

— Depois que sai da escola, fui para a sorveteria com a Evy, e ele me disse que tinha algo para resolver — falou a menina, enquanto ficava de pé e seguia até o fogão.

No mesmo instante a porta da frente da casa se abriu, passos começaram e se propagar pelo corredor da entrada, logo a pessoa que acabará de chegar, entrou na cozinha.

— Olá, família — disse Jeff, enquanto se encostava à lateral da porta.

— Por onde você andou? — perguntava Sarah, colocando um pouco de comida, que sua mãe acabará de preparar.

— Andei por ai resolvendo umas paradas — responde o garoto, com uma voz afiada.

— Se não quer falar não fale — comentou Belkior. — Mas espero que não esteja se metendo em confusão.

— Pode deixar pai — afirmou o menino. — Só fui andar pela cidade e mais nada.

Sarah e Cassandra que acabaram de colocar a comida foram sentar-se à mesa, que era quadrada com seis lugares, quando chegaram Belkior se levantou e foi na direção do fogão.

— Você vai ficar ai segurando a porta? — perguntou Cassandra, já sentada à mesa.

— Vou não mãe! — respondeu. — Estou esperando o pai terminar de tirar a comida dele e depois vou colocar a minha.

Belkior terminou e voltou para mesa, se sentando ao lado de Cassandra e ficando de costa para o fogão que ficava do lado direito da cozinha, Sarah estava sentada de frente para a mãe e de costa para janela, onde dava para a rua, Jeff ainda estando na porta do lado direito de sua irmã.

Enquanto passava lentamente por de trás dos pais e na frente dajovem, foi quando ela notou algo de diferente em seu pescoço, mas guardou para si o que acabará de ver. Chegando até a pia onde lavou as mãos, depois pegou um prato que estava sobre ela, colocou um pouco de comida e seguiu até a mesa e sentou-se ao lado da mãe.

— Querida! Sua sopa de legumes está maravilhosa — comentou Belkior.

— Verdade papai, essa é sua especialidade. — completou Sarah.

— Obrigado, foi só isso que consegui fazer as pressas, pois tenho que voltar logo para o colégio — disse Cassandra.

— Quem de vocês vai ficar em casa essa tarde? — perguntou a mãe.

Jeff e Sarah se entre olharam e depois rapidamente voltaram seus olhares para Cassandra.

— Combinei de sair hoje à tarde com o Isaac e alguns colegas — falou Jeff, depois repousou a colher sobre o prato. — Então acho que você vai ter que ficar hoje em casa Sarah.

— Vou ficar em casa hoje mãe e treinar mais minha magia — respondeu a menina.

— Não adianta treinar sua magia, pois nunca vai conseguir me vencer — debochou o irmão.

— Você pode ser mais forte agora, mas vou encontrar um jeito de te vencer — disse Sarah, com uma voz afiada.

— Minha irmã, fique bem claro uma coisa — disse Jeff, com um gosto metálico em sua boca. — Te amo mais que tudo nessa vida! Só que não vou morrer e deixar você continuar com a sua vida.

— Você pensa que vou perder tão facilmente assim, pode esquecer! — afirmou Sarah.

— Pararem os dois agora! — gritou Belkior, com uma voz séria e sombria ao mesmo tempo. — Isso não e assunto de se falar na hora do almoço.

— Nessa casa todos gostam de falar esse tipo de coisa à mesa — resmungou Cassandra.

— Parem com isso, já sabemos que um vai ter que morrer, mas não precisam ficar falando disso o tempo todo — disse a mãe, se levantando da mesa e levando o prato até a pia. — Vocês acham que isso é fácil para a gente?

— Isso mesmo crianças, sei que isso vem da minha família, se não fundirem um com o outro, com o tempo ambos vão perder a magia — falou o pai enquanto seguia até Cassandra.

Os dois irmãos terminaram de comer ao mesmo tempo, enquanto Sarah entrou num pensamento profundo, Jeff saiu da cozinha e seguiu até seu quarto.

— Sarah... Sarah... Sarah? — chamou Cassandra. — Terra chamando, Sarah?

— Ah, desculpe mãe — disse a menina, saindo dos seus pensamentos.

— Pode me trazer os pratos que ficaram em cima da mesa, fazendo um favor. — pediu a mulher.

— Querida já estou indo — disse Belkior. — Tenho que voltar mais cedo para a delegacia hoje.

— Tudo bem amor — rebateu carinhosamente a Cassandra.

Depois das palavras o homem deu um delicado selinho nos lábios de sua esposa, passando por Sarah, chegando à mesa de centro onde pegou seu molho de chaves e saiu pela porta a fora.

— Mãe pode ir se arrumar, deixa que termino de lavar a louça — ofereceu a menina.

— Você termina mesmo? — perguntou Cassandra.

— Sim, termino mamãe — respondeu Sarah.

A mulher enxugou as mãos em um guardanapo que estava sobre a pia, depois saiu e seguiu até seu quarto. Sarah lavou os dois últimos pratos que estavam sujos, guardou as panelas que estavam em cima do fogão na geladeira, e por fim arrumou a mesa, onde voltou o vaso para o centro da mesa, pois sua mãe tinha retirado antes dela chegar da escola.

— Tudo limpo — disse Sarah, olhando por toda a cozinha, sastifeita.

Saindo da cozinha, encontrou sua mãe descendo as escadas, notou que tinha trocado de roupa, usava uma camisa de mangas curta na cor azul claro, uma saia preta com detalhes em dourado, seus cabelos tinham sido escovados, passou mais uma vez o batom rosa claro em seus lábios.

— Nossa mãe! — exclamou Sarah. — Já está voltando para o colégio?

— Sim tenho que ir mais cedo, pois vou ter que passar em alguns lugares antes de chegar à escola — responde a mulher, enquanto terminava de descer os degraus.

— A senhora vai demorar chegar hoje? — perguntou a filha.

— Não sei queria, vamos ter uma pequena reunião com todos os professores depois das aulas da tarde — responde Cassandra, enquanto pegava o molho de chaves.

— Assim, entendi — disse Sarah.

— Quando seu irmão sair para a rua tranque a porta — ordenou a diretora, seguindo até a saída da casa.

— Mãe — chamou a menina. — Você sabe que não tenho mais dez anos né?

— Para mim vai continuar sendo um bebê — rebateu a mulher, saindo pela porta.

Depois que a porta se fechou por completou, Sarah seguiu até o quarto do irmão, que ficava ao lado direito da porta do seu.

— Jeff pode entrar? — pediu a menina.

— Sim entra — respondeu uma voz abafada.

Quando abriu a porta notou como estava em ordem, mais que o seu, bem a frente dela estava o irmão deitado na cama, do lado esquerdo encontrava o guarda roupa, onde as portas e por toda a extensão dele tinha pôster de bandas de rock e homens musculosos.

— Posso saber que marca é essa em seu pescoço? — perguntou secamente.

— Então você conseguiu ver! — exclamou o menino, levando a mão ao pescoço. — Sabia que conseguiria esconder do pai e da mãe, mas não de você.

— Isso mesmo — advertiu Sarah. — Posso ver atrás dos seus feitiços de ocultação.

— Quem fez? — perguntou a menina.

— Nunca vou te contar — disse Jeff, extremamente calmo.

— Irmão nunca teve segredos um para com o outro, por que agora vai esconder isso de mim? — perguntou a irmã, ainda na porta.

— Isso é verdade — responde o menino, enquanto se sentava na cama.— Nunca escondemos nada um do outro, mas dessa vez não vou poder de contar.Creio que daqui para frente, vamos ter que nos afastar um pouco.

Jeff estava sem camisa e usava só uma calça jeans azul clara, tinha retirado o tênis e as meias, seus músculos eram bem definidos, com uma barriga tanquinho com seis saliências.

— Isso vai ser o certo para nós dois —disse, seguindo até a irmã. — Não vou contar meus segredos para ninguém! Pelo menos ainda não.

— Se não quer contar não conte — respondeu Sarah, com uma voz séria. — Só quero ver se vai conseguir ficar com esse feitiço até a marca desaparecer.

— Só preciso usar quando a mamãe e o papai estiverem perto — respondeu o irmão.

— Só para deixar as coisas mais interessantes, vou ficar te atrapalhando — falou a menina, com um sorriso maligno no rosto.

— Se vai querer mesmo uma guerra? — perguntou o irmão.

—Sim, vou — respondeu Sarah, enquanto dava um passo para trás.

— Então depois não vai chorar para a mãe— alfinetou Jeff.

— Pode deixar querido — respondeu Sarah, expressando um sorriso malicioso em seus lábios.

Sarah saiu do quarto e foi para o seu que era bem ao lado, assim que entrou avistou sua cama desarrumada e suas coisas onde tinha deixando. Começou arrumar suas coisas, primeiro foi sua cama, depois o guarda roupas e por fim sua mesa de estudos e acabou achando seu notebook embaixo da cama.

— Está explicado por que não estava encontrando ele — resmungou a menina.

Escutou quando a porta ao lado da sua abriu e fechou rapidamente, e depois começou a ouvir passos pelo corredor e a porta da frente se abrir e fechar.

— Finalmente estou só em casa — disse para si mesma.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam da história!!!