A Ascensão dos Gêmeos — Laços de Sangue (HIATUS) escrita por Jean Carlo


Capítulo 5
Capítulo 4 — Depois da aula


Notas iniciais do capítulo

Então meus queridos! Acabei me empolgando de mais neste capítulo, e acabou saindo um pouco grande de mais! Espero que isso não tenha problemas?
A principio era para ser apenas um capítulo simples, no entanto. Acabei tendo uma ideia nova e coloquei em prática.
Boa leitura!



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Depois da aula

Assim que a professora se pronunciou, o vento foi acalmando lentamente até que, por fim, encerrou por completo. Abaixando e depois arrumando os cabelos com a mão, Clarissa correu os olhos por toda a sala, puxou a cadeira que estava junta do móvel, e assim que arrumou o corpo no local voltou a olhar para os alunos. Todos observavam o que a mulher fazia, quando, por fim, ela quebrou o silêncio que pairava sobre o recinto.

— Então foi você, Jeff, que fez isso? — perguntou Clarissa lançando um olharsevero para o menino.

— Por que eu faria uma coisa dessas? — rebateu o garoto com outra pergunta.

— Acho que para chamar atenção! — exclamou a mulher olhando por cima dos óculos. — Já tive a sua idade e sei muito bem que pessoas como você gostam de fazer isso, mas não se preocupe, não vou ficar brava, sua magia foi excelente e quase imperceptível. Se já não tivesse visto, poderia passar despercebida para mim.

— Professora Clarisa, leve ele para a dona Cassandra — disse uma menina próxima à janela.

— Não vou fazer isso — falou. — Não tem motivos para mim, e não quero que a mãe dele fique triste, tenho um carinho enorme por ela. Sarah e Jeff sigam o exemplo da Mei e não do Druh!

Os dois olharam imediatamente um para o outro, e ao mesmo tempo voltaram para a professora.

— Não fiz nada, Clarissa — disse o menino. — Não uso minha magia para qualquer coisa.

Todos os alunos e incluindo Sarah deram algumas risadas discretas e outras nem tanto.

— Foi você, sim — disse a mulher ainda sentada. — Sua aura é semelhante a do Druh sabia?

Assim que citou o nome, foi como se os irmão tivessem levado um tapa no rosto, mas não um simples e sim um bem forte.

— O que sabe a respeito dele? — indagou Sarah.

— Bem, fomos amigos durante anos; para ser mais exata, desde crianças. Quando pequena e até o final da minha adolescência morei nesta cidade — falou a professora, usando uma voz calma e doce. — Mas teve aquele dia onde Druh...

— Basta! — interrompeu Sarah. — O que aconteceu no passado, fica lá.

— Por que quando o assunto é sua família ou alguém ligado a vocês o assunto tem que parar? — perguntou uma menina.

— Caroline! Você não tem nada aver com isso, então não se meta nesse assunto — falou Sarah com uma voz afiada como uma navalha.

— Sua família é cheia de mistério, mas um dia vamos saber de tudo — argumentou a menina.

Quando Sarah encheu os pulmões e acabara de formular uma contra resposta em sua mente, um sinal sonoro ecou pelo corredor e a fez parar bem na hora.

— Bom, pessoal! É só isso por hoje — disse a professora já ereta. — Todos estão dispensados das minhas aulas e dos demais professores.

Alguns alunos tinham pego algumas das folhas que se espalharam por toda a sala, e antes de irem embora foram até a mesa da professora levando alguns dos vários papeis.

— Evy, pode me esperar lá fora? — pediu Sarah com uma voz bem baixa.

— Isaac, você também — replicou Jeff.

Todos os alunos saíram da sala, inclusive os amigos, ficando apenas Sarah, Jeff e Clarisa.

— O que exatamente você sabe sobre o nosso irmão? — perguntou o menino seguindo na direção da professora.

— Bem! Sou a melhor amiga de sua irmã, Mei — disse a mulher. — Sei muito bem que ela precisa se fundir com ele quando sair daquela dimensão. Sei que os dois são filhos só do seu pai, que foi casado com outra mulher. Cassandra é a bruxa mais forte de sua família, sei também que só um Malcon pode fazer esse encanto novamente, que no caso precisaria de um evento astral, natural ou espiritual. Tanto eu e o pai de vocês selamos o Druh na prisão.

— Pelo visto, sabe muita coisa a nosso respeito — disse Sarah trazendo as últimas folhas. — Como sabemos tão pouco sobre seu caráter e você sabe muita coisa da gente?

— Isso é muito simples de te responder — falou Clarissa pegando algo dentro da bolsa. — Sou uma bruxa arquivista, ou seja, somos amantes das palavras, segredos e outras coisas. Ajudei a desenvolver aquele lugar, devo admitir, foi o meu maior projeto da minha vida. E pelo visto, não prestou a atenção, sou a melhor amiga de sua irmã!

— Sinto muito que vocês vão ter que se fundir no final do ano —continuou, enquanto olhava para os irmãos. — Mas não precisam necessariamente fazer isso, sabiam?

— O que quer dizer com isso? — perguntou Jeff.

— Na hora certa, os dois vão saber o que isso significa, mas por hora fiquem mais fortes para o grande dia — falava a mulher, enquanto pegava seu material que estava sobre a mesa.

— Só me responda uma coisa, Clarissa — pediu Sarah. — Se tiver algo que impeça um de nos morrer, me fale.

— Tudo tem seu tempo, mas não se preocupem. Vai acabar tudo dando certo de alguma forma — disse, passando pelos dois e saindo da sala.

Só ficaram os dois irmãos dentro da sala, por um tempo um não olhouno rosto do outro, mas depois voltaram seus olhares até que se cruzassem e ficaram se encarando por alguns segundos.

Sarah foi a primeira a sair da sala com sua bolsa nas costas, e logo em seguida veio seu irmão, Isaac estava encostado em umas das paredes do corredor e ao seu lado esquerdo encontrava Evy.

— Vamos sair logo desse lugar? — perguntou Sarah, assim que ficou em frente dos amigos.

— Sim, não vejo a hora ter liberdade — exclamou o menino de cabelos negros.

Os quatro serpentearam pelos corredores até que chegaram à porta de entrada, assim que passaram por ela e desceram os degraus foram na direção da calçada que fica a quase um metro ou dois da entrada. Pararam em formato de cruz, onde Isaac ficou de costa para a escola, em sua frente estava Sarah e ao lado esquerdo dela se encontrava Jeff e na frente ficou Evy.

— O que vamos fazer? — perguntou Evy.

— Tenho alguns assuntos para resolver, então vou indo nessa — disse Jeff virando as costas e seguindo pela rua.

— Bem, sabe, tenho algo para fazer — falou Isaac seguindo o irmão da Sarah.

— Como sempre sobramos, amiga — disse a jovem. — O que acha de irmos tomar um sorvete?

— Uma ótima ideia — afirmou a outra menina.

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Um jovem seguia em direção à floresta que ficava aos arredores da cidade, quando faltava menos de dez passos para chegar ao final da rua. Ouviu um barulho muito estranho, que o fez ficar em estado de alerta, olhando para os lados, mas só via árvores e algumas lixeiras.

Movimentou mais um pouco, e novamente escutou o ruído, no entanto, desta vez aparentava estar próximo. Seu coração acelerou, sua respiração ficou mais rápida num ritmo anormal, logo em seguida jogou a bolsa no chão, só que próxima dele.

O lugar não tinha tanta luz solar, já que tanto as árvores e casas faziam sombras, foi quando uma fumaça cinza surgiu do nada. Notava que não era normal, pois sua densidade fugia completamente das fumaças normais, ficando muito rente ao chão e não subia para o alto, o cheiro extremamente desagradável. Um pequeno tornado se formou a frente do menino, antes a fumaça que estivera calma, agora se agitava em uma velocidade frenética.

— Finalmente decidiu aparecer? — perguntou o jovem.

Uma risada muito alta e aguda saiu de dentro do fenômeno, que subia alto no céu, onde ficou quase que do tamanho de uma casa de dois andares. O garoto começou a sorrir, nem mesmo o vento que começará a ficar forte o assustava.

Argh! — resmungou a voz. — Como descobriu que iria surgir aqui?

Nem ligando para a pergunta, logo estalou os dedos, onde toda a movimentação começou a desaparecer, o tornado que girava ferozmente, começou a ficar fraco, onde revelava o dono da voz. Uma criatura de pele verde, olhos negros e uma estatura relativamente baixa, sem cabelos, com orelhas pontudas e longas ao mesmo tempo, estava parada na sua frente.

Vou te matar. — disse o ser. — Finalmente o portal ficou fraco suficiente para a minha passagem!

Ainda prestando atenção em todos os detalhes do monstro que surgiu, o jovem começou a sorrir e estalou os dedos novamente. O monstro imediatamente ficou suspenso no ar, depois foi lançado contra uma casa, o menino ainda sorria alegremente, já o ser estava grunhindo de dor ao chão.

— Acha mesmo que vai conseguir me matar? — perguntou. — Não sou um bruxo qualquer!

— Não me importa quem você seja! Mas decididamente irei arrancar a sua cabeça! — gritou o monstro, enquanto partia na direção do menino.

A criatura corria com passos firmes, que por onde passava uma pequena quantidade de terra levantava e era possível ver as marcas das patas de cabras. Mas, antes de chegar perto do menino uma terceira sombra surgiu do nada entre eles, e também um brilho metálico.

Um movimento rápido feito pela terceira pessoa fez o monstro parar no local, por alguns instantes ninguém se moveu, mas um grito de dor veio logo em seguida. O ser levou as duas mãos na direção do estômago e quando voltou para olhar, ambas as mãos estavam sujas de um líquido verde-escuro.

— Você me cortou!— gritou o monstro.

As duas pessoas sorriram.

— Sinceramente? — perguntou a segunda pessoa.— Demorou de mais para tira-lo do tornado de bruma, Isaac!

— Vossa senhoria! — retrucou Isaac. — Para aparecer!

Enquanto os dois jovens terminavam o pequeno diálogo, o ser disse algumas palavras.

— O que! — gritou um dos jovens.

Os dois foram jogados um para a esquerda e outro para direita, um deles acabou batendo a cabeça em uma porta, onde o impacto fez a madeira se quebrar. Enquanto se levantava, pode ver o seu amigo que tinha caído perto de uma lixeira na cor verde, mas o que chamou a atenção dele foi a cor vermelha em meio ao cabelo loiro, fazendo uma brincadeira entre as cores, o líquido escorria pelo rosto e manchando a camisa.

— Você está bem, Jeff? — perguntou Isaac, mas antes de obtivesse a resposta. Viu o ser se movendo na direção do amigo, seus movimentos eram lentos de mais. — Olha para frente!

— Pelo menos consegui parar os movimentos dele! — exclamou Jeff, enquanto olhava para onde Isaac indicava. — Agora temos que acerta o coração dele!

Quando tentou levantar do lugar que estava, acabou notando algo de errado com sua perna esquerda, pois uma dor muito grande subia por ela e o fez voltar para o chão.

— Acho que quebrei a minha perna,Isaac! — gritou o menino. — Me de cobertura, antes que aquele demônio consiga chegar muito próximo de mim! Irei fazer um feitiço de cura!

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As duas atravessaram a rua, e ficaram de frente de uma loja de roupas de grife, seguiram seguiram adiante, onde foram ao oposto dos dois amigos. Desceram dois quarteirões e depois viraram para a esquerda, passaram por muitas lojas até que chegaram numa sorveteria que se encontrava naquela rua e ao final estava o parque.

O lugar tinha uma porta de vidro que estava totalmente aberta, duas grandes janelas eacima delas se encontrava uma placa onde estava escrito: SORVETES MÍSTICOS. Ao entrar avistaram várias mesas circulares por todo o recinto, em volta de cada uma tinha cerca de quatro ou cinco cadeiras. Não estando muito lotado, só tinha algumas pessoas conversando sobre assuntos diversos.

— Vamos sentar naquela ali — apontou Evy para uma mesa perto da janela.

Seguiram até o local indicado e depois se sentaram, ambas colocaram as bolsas em cima do móvel, e rapidamente um garçom chegou para anotar o pedido.

— O que as gatas vão querer? — perguntou o homem de cabelos loiros, olhos verdes e uma altura mediana e o corpo bem definido.

— Vamos querer o de sempre, Federico — disse Sarah, enquanto olhava para o celular.

— Dois milkshake de morango e limão saindo rapidinho. — falou e depois saiu.

— Então como anda sua magia? — perguntou Evy.

— Pergunta se sou mais forte que meu irmão que fica mais fácil — exclamou Sarah, ainda olhando para o aparelho.

— Como sabia que iria perguntar isso?

— Amiga falamos disso na sala!Sei que quer saber quem de nós é mais forte, e o outro vai morrer na fusão — falou Sarah, abaixando o celular.

— Ainda sou mais fraca que o Jeff, se tivesse que fazer a fusão nesse exato momento com certeza ele venceria. — disse a menina, olhando fixamente para a outra.

— Mas você vai conseguir o poder necessário para ganhar dele. Bem não quero que os dois tenham que morrer, tirando o Isaac não tenho amizade com ninguém mais e muito menos com outras meninas — disse, com uma voz falha.

— Fazer o que! — exclamou Sarah. — Quem sabe aja um jeito disso não acontecer.

Um silêncio gritante recaiu sobre as duas, aquela antes com o celular, começou olhar para o lado de fora, e outra ficou analisando as pessoas dentro do estabelecimento.

Sarah viu atrás da janela um menino estranho, do outro lado da rua, usava uma jaqueta vermelha, calça jeans na cor azul clara, um tênis preto, que não conseguiu descobrir qual era. Quando estava bem em frente da soverteria, o mesmo olhou para Sarah e depois desapareceu no ar.

Logo depois que viu a pessoa desaparecer, mas por algum motivo não se preocupou, os milk shake chegaram sendo trazidos por uma bandeja flutuando, quando ficou totalmente em cima da mesa, começou a abaixar até ficar sobre o móvel, depois os dois copos ficaram suspensos e a bandeja saiu em direção da cozinha e por fim eles baixaram.

Ambas iniciaram um bate papo de mulher e ficaram algum tempo conversando. Só notaram que já havia se passado três horas a agitação da hora do almoço começou

— Pelo amor de deus! Tenho que ir embora agora — disse Evy se levantando da mesa e colocando o dinheiro do lado do copo.— Se não estiver em menos de cinco minutos, na minha casa meu pai me mata — falou a menina, enquanto saia pela porta.

— Federico — chamou Sarah.

O homem encontrava-se do outro lado do salão veio rapidamente e ficou do lado esquerdo da menina.

— Está aqui o dinheiro — Sarah esticou a mão e entregou. — Minha amiga teve que sair mais cedo por causa da família dela.

— Tudo bem e muito obrigado — disse Federico, agradecendo.

===|||===

Raios azuis cortavam o céu, vários focos de incêndios de fogo verde se via por todos os lados. Os dois jovens agora estavam atrás de uma lixeira e o demônio na lateral de uma casa de cor amarela.

— Se tu não terminar de se curar agora, bem, pode ter certeza que irei arrancar a sua perna! — afirmou Isaac com a voz áspera. — Sábia que iríamos enfrentar um demônio e acaba se descuidando— disse e depois lançou um raio.

— Cale a boca, Isaac!— gritou o outro menino, enquanto segurava a perna ferida com a mão direita, onde dela saía uma luz muito clara, mas podia-se ver um tom azulado. — Estou terminando!

Uma coluna de fogo verde se ergueu na frente dos dois, algumas chamas foram na direção das casas e as outras para a floresta.

— Temos que impedir esse fogo! — disse Jeff se levantando, pois tinha terminado de se curar. — Não podemos deixar marcas da nossa luta aqui, ou nossos pais vão nos matar.

Bloquios (Bloqueio) — disse Isaac, se colocando rapidamente na direção do amigo, quando lanças de fogo foram direcionadas para o menino, mas antes que o atingisse uma pequena barreira se formou. Só um dos projéteis furou o bloqueio e acabou acertando o pescoço do jovem de cabelos loiros.

— Ah! — gritou o menino, levanto as duas mãos no local do ferimento e se ajoelhando. — Está doendo!

O outro levou a mão direita para trás, onde ela ficou ao lado do leito dele e a esquerda deixou esticada na frente.

Prision Lacrus (Prisão Lacrada)— disse Isaac, e depois uma esfera de energia se formou a volta do demônio. Podia ser ver inscrições na esfera, enquanto terminava de se fechar por completo. O demônio tentava se libertar, mas tudo que utilizava acabava voltando para ele.

Se levantando novamente do chão, mas a mão direita permanecia no ferimento, e se podia ver o sangue saindo pelos dedos. A camisa que mal tinha se secado do ferimento anterior, agora estava recebendo uma nova camada de vermelho. Os olhos azuis do menino, agora estavam furiosos, sua respiração também tinha se acelerado.

— Você me machucou pela última vez! — resmungou Jeff. — Agora sentira meu verdadeiro pode!

Andou até onde estava a criatura, e retirou a mão do ferimento, onde pode ver um corte levemente profundo e o sangue ainda saía em grande quantidade.

— Queime no fogo do Inferno! — exclamou Jeff, fazendo movimentos circulares com ambas as mãos. — Incendia Auros (Incendio da Alma).

Com as palavras do menino, o demônio começou a pegar fogo dentro da esfera. Ambos os meninos se sentaram no chão, enquanto escutavam a criatura gritar de dor por causa das chamas. Por fim, a prisão começou a desaparecer e só restaram cinzas no local.

— Aquele brilho de quando você chegou. Por acaso era sua lança? — inquiriu o menino.

— Sim era— respondeu o garoto. — Ela simplesmente desapareceu depois que encostou no demônio!

— Pode me explicar o que está acontecendo com você, Jeff? — perguntou Isaac, olhando para os estragos da luta. Vendo vários lugares queimados pela chama do ser, mas também alguns desse estragos foram feitos pelos seus prórprios raios, pois ele reconhecia os danos que fez.

— Sinceramente? — respondeu Jeff com outra pergunta. — Estou preocupado com a minha irmã!

A resposta do amigo fez com que ele imaginasse o que faria se tive que destruir uma pessoa, ainda mais se esta fosse sua irmã. Saindo do pequeno devaneio, o mesmo voltou seu olhar para o pescoço do menino, já que ainda saia uma grande quantidade de sangue.

— Ei! — chamou Isaac, notando que o amigo tinha-se perdido nos pensamentos e seu rosto estava começando a ficar pálido de mais. — Me deixe te ajudar! — colocou a mão no ferimento.

Jeff sentiu a mão quente de Isaac em seu pescoço, mas depois do primeiro contato, o simples aquecimento do corpo do jovem aumentou, e onde mantinha o contato, algumas faíscas começaram a sair.

— O estrago foi um pouco grande! — exclamou o de cabelo negro. — Vou curar o que posso, só que mesmo assim ainda iria ficar uma pequena marca! Use uma magia de ocultação até que sua pele volte completamente ao normal, Okay?

Jeff, nem mesmo olhou para ver o amigo, pois estava com o olhar fixo no chão. Isaac movimentou a mão centímentros para o lado, já que seu trabalho estava quase terminando.

— Sabe? — iniciou o jovem de cabelos loiros. — Amo minha irmã e não quero ter que mata-la, e também não quero morrer! Odeio ter nascido sobre essa maldição, mesmo brigando com ela todo o tempo. Ainda assim, tenho um amor muito grande. Por isso acabei ficando daquele jeito na luta...

— Pronto, acabei! — interrompeu Isaac, enquanto retirava a mão.

O garoto levou uma das mãos ao pescoço e notou que não tinha mais o ferimento, no entanto, realmente ficou uma marca, e ele também pode sentir a ondulação de onde era o corte.

— Não se preocupe com isso — falou Isaac. — Aproveite o tempo que ainda lhe resta. Faça tudo que tiver vontade.

Não ouve resposta do outro e um silêncio se formou por alguns minutos. Jeff se levantou, limpou a poeira da sua calça e só naquele momento reaparou o quanto tinha se sujado. Mas depois de um estalar de dedos, toda a roupa voltou ao estado anterior, o mesmo aconteceu com o local, já que toda a bagunça desapareceu. Ficando apenas um lugar totalmente limpo e organizado.

— Obrigado! — agradeceu Isaac.— Não iria conseguir limpar tudo isso! Ainda mais depois da grande quantidade de magia que tive que usar. Aliás, até a minha roupa— olhou para seu corpo.

— Agora vamos! — chamou Jeff. — Temos que ir embora daqui. E não comente nada do que te falei!

— Pode deixar— respondeu o amigo.

Os meninos voltaram por uma das ruas, até que desapareceram em pleno o ar.

===|||===

Sarah seguiu até a porta e ficou bem em frente, foi seguindo caminho até o parque. As palmeiras imperiais estavam presentes por todos os lados e o que dava uma pequena modificada eram os pinheiros. Ela adorava caminhar por lá, pois conseguia se desligar do mundo, quando chegou bem no centro, logo avistou a fonte.

Como de costume colocou a mão dentro da água, passou-a no rosto, mas acabou sentindo uma energia muito grande na água.

— Isso parece ser energia de demônio — disse Sarah. — Só que por mais de cem anos, nenhum ser desses pisou dentro de Ironwood. A não ser que a fronteira mística esteja enfraquecendo.

Deu dois passos para trás, colocou a bolsa no chão e se certificou que não tinha muitas pessoas olhando para ela.

— Mesmo com humanos aqui, não gosto de usar a minha magia na frente deles — falou consigo mesma. — Tenho que verificar se é mesmo energia de demônio.

O vento soprava uma leve brisa naquele sol de meio dia, fazendo com que as folhas das árvores ficassem um pouco agitadas, alguns fios de cabelos se levantaram e foram parar no seu rosto.

Enquanto retirava os cabelos da face foi se sentando de frente com a fonte onde ficou com as pernas cruzadas, colocando uma mão em cada joelho e respirando bem fundo para depois liberar o ar delicadamente,seus olhos permanecendo fechados.

Aurea Perceptio (Percepção de áurea) — disse a menina com a cabeça baixa.

Quando voltou sua cabeça para o eixo de costume e abriu os olhos, estavam envoltos por uma membrana branca, e ela pode ver várias fontes de energias saindo do jarro de bronze, os fechando novamente eles voltaram a ser azuis como o céu.

— Como estava suspeitando a fronteira mística está começando a baixar — disse Sarah, com uma voz de preocupação. — Tenho que avisar meu pai!


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Notas finais do capítulo

O que acharam deste singelo capítulo? Pessoal deixem seus comentários!!!!
Acho que acabou tendo um pouco de emoção hehehehe