Professora Clarissa

Os jovens seguiram até a outra menina, que usava calça jeans preta e camiseta cinza. Os cabelos castanhosestando preso como um rabo de cavalo, onde os olhos verde-escuros dando contraste com a leve maquiagem.

Isaac seguiu na frente dos irmãos, quando Sarah segurou o braço do dele impedindo-o de andar, olhou de cima a baixo.

— Você usou o portal de novo? — perguntou Sarah, enquanto o encarava com os olhos azuis.

— Sim, usei, por quê? — respondeu o garoto, se livrando da mão da irmã. — Até onde sei posso usa-lo livremente.

— Verdade — afirmou a menina. — Mas precisa usar todo o tempo?

— Os meus poderes dizem respeito a minha pessoa e não a vossa!— retrucou o garoto.

— Obrigada! Seu sem educação — disse Sarah com um olhar furioso. — Faça o que bem entender, e depois se der algo errado não venha me pedir ajuda!

Nem tinha terminado de falar quando saiu em direção aos os outros dois amigos, seu irmão ficou para trás, pois olhava duas meninas que passavam na sua frente.

— Vão entrar ou ficar parados aí na porta? — perguntava Sarah, passando por Isaac e Evy.

Entrou na sala de aula, na sua frente tinha uma mesa de madeira na cor marrom escuro, do lado direito tinha umalousa verde, que se estendiapela metade da parede. Na esquerda estavam as carteiras, sendo dispostas em cinco fileiras muito bem alinhadas. Sarah seguiu para o fundo da sala, e se sentou no último lugar na fila da parede, colocando a bolsa em cima da mesa, Isaac e Evy vieram logo em seguida, Jeff veio por último cumprimentando alguns dos seus colegas.

Os dois que chegaram perto de Sarah começaram se empurrar, estavam disputando o lugar vazio. Depois de muitos empurrões, Evy saiu vitoriosa, pois conseguiu acertar um chute entre as penas do garoto, que provavelmente estava com dor.

— Sarah, meu pai me deu um novo livro de magia — falava a menina, enquanto se sentava na cadeira azul. — Depois te mostro, tem tanta coisa nova nele.

— Nossa, ele dando livro para você e ainda sendo de magia? — perguntou Sarah, enquanto se encostando à parede. — Nunca o vi te dando nada.

— Estranhei um pouco também — rebateu a outra menina.

Isaac foi para o último lugar da fileira ao lado e sentou.Logo em seguida Jeff veio e pegou o lugar na frente do menino.

— Que cara é essa? — perguntou o irmão de Sarah. — Até parece que levou um chute.

— Levei sim, Jeff, foi a Evy — disse Isaac. — Sabe, ela me deu um golpe nos países baixo.

— Ui!Essa deve ter doído muito, ou melhor, ainda pode estar doendo — rebateu o menino com uma face perversa.

— Sei que está louco para rir da minha cara — falou Isaac enquanto colocava a bolsa no chão. — Para você o que mais importa é o sofrimento das pessoas.

— Isso não é verdade, pois só uma pessoa vale a minha preocupação. — disse Jeff.

— Você mesmo? — perguntou Sarah. — Sua arrogância é o que mais odeio.

— Isso mesmo, minha querida irmã, só me importo comigo mesmo e mais ninguém — disse o menino dando uma piscadela para ela.

Mais alunos foram entrando na sala de aula, depois de algum tempo quase todos os lugares foram preenchidos, menos na frente do Jeff. Os quatro começaram uma conversa de como foram as férias de cada um. Isaacfalou que tinha ido para a casa dos tios que ficava do outro lado da cidade de Ironwood, Evy disse que passou todos os dias treinando sua magia. Os gêmeos começaram a falar ao mesmo tempo, mas Sarah parou e deixou o irmão contar, falou que finalmente conseguiu fazer o portal dimensional, Sarah leu muitos livros para passar o tempo e treinou mais sua magia.

— Que pena que nossos pais não deixam a gente treinar juntos — disse Isaac.

— Verdade! Nos conhecemos desde quando nascemos — disse Evy. — Só porque as nossas famílias são responsáveis pela guarda da fronteira mística.

— Não é bem assim — advertiu Sarah. — Não podemos treinar juntos este ano. Para nós é um ano muito importante, para vocês significa que finalmente vão poder ajudar a proteger as fronteiras.

— Nossa, é verdade! — exclamou Evy. — Este ano você dois, como a gente, completam dezoito anos, não é mesmo?

— É mesmo, ou seja, vamos ter que fazer a fusão — falou Sarah com um olhar vago para o teto da sala.

— Provavelmente um de nós não vai mais estar vivo para o próximo ano — disse Jeff com uma voz afiada como navalha.

— Não vamos pensar nisso agora — disse Isaac.

Uma mulher alta e jovem entrou pela porta da sala, usando uma camisa de seda na cor rosa claro, uma saia social que chegava até os joelhos. Seu rosto ligeiramente quadrado, os cabelos num tom ruivo de verdade, os olhos castanhos claros estava atrás de um óculo de moldura branca e preta. Colocou sua bolsa em cima da mesa marrom e depois uma pasta cheia de papéis ao lado, e retirou os óculos.

Todos ficaram em silêncio, mas o quarteto nem notou a presença da mulher e continuou conversando como se a sala ainda estivesse sem professor, a mulher olhou para o fundo.

— Vocês pode prestar atenção em mim um minuto? — pediu a mulher.

— Nossa, já tem uma professora! — exclamou Jeff.

— O nome dela é ClarisaPenchit — disse Sarah. — Formou-se em 2014 na matéria de História, só não me lembro do nome da faculdade.

— Qual seu nome? — perguntou a mulher.

— Me chamo Sarah Stormyong Malcon, mas só me chame de Sarah — respondeu a menina.

— Por acaso, você é alguma coisa da diretora Cassandra Lavit Malcon? — perguntou novamente a mulher.

— Somos filhos dela — disse Jeff, mas não olhou para Clarissa.

— E você quem é meu jovem? — perguntou a professora.

— Sou Jeff Elias Malcon e irmão gêmeo de Sarah — respondeu o jovem. — Acho que chega de apresentações, mas se quiser pode ir em frente.

— Não, já entendi agora como ela sabe meu nome — disse Clarissa.

Deu dois passos para trás e encostou a costa no quadro, onde ela sentiu o frio da parede passando pela camisa extremamente fina.

Clarissa começou contar como foram seus anos de estudo na faculdade, depois contou seus gostos dentre outras coisas, começou a andar pela sala perguntando o nome de todos os alunos. Explicou como seria sua forma de aplicar a matéria, o tempo foi passando rapidamente, minutos após minutos, quando uma mulher chegou à porta da sala e a chamou para conversar.

— Turma! Vai ter uma palestra de início de ano — falou a professora ainda na porta, com a segunda mulher ao seu lado. — Vão até o salão o auditório.

Todos os alunos se levantaram e seguiram pela porta junto das duas mulheres, mas os quatro não foram juntos e sim ficaram na sala.

— Mais uma palestra chata de começo de ano — disse Isaac, enquanto se sentava em cima da carteira.

— E como todos os outros anos, vamos ficar aqui dentro da sala! Ainda bem que essa professora não sabe muito da gente, vamos poder brincar muito com ela — falou Evy passando a mão em seus cabelos.

— Alguém sentiu algo? — perguntou Sarah. — Estou suspeitando que seja uma humana comum.

— Como essas palestras são sempre bem rápidas, vamos fazer uma surpresa para ela — disse Jeff com um sorriso diabólico.

Todos ficaram conversando sobre assuntos diversos, quando alguns alunos voltaram e depois todos e finalmente a professora.

— Posso saber por que vocês não foram? — perguntou Clarissa.

— Sabe professora, não gostamos desse tipo de coisa — respondeu o menino de cabelos negros.

— Tudo bem, vai passar dessa vez — falou a professora, pegando a pasta e abrindo-a.

Todas as janelas da sala estavam abertas, o brilho do sol entrava e banhava as duas fileiras de carteiras que estavam próximas.

Jeff olhou para lado avistando sua irmã e depois se arrumou em seu lugar, colocou a mão esquerda na boca e disse.

— Ventus.

Uma grande ventania se formou dentro da sala de aula, alguns alunos se assustaram, já outros nem ligaram. Os papéis de dentro da pasta foram levadospor toda a sala de aula.

— Que está acontecendo aqui? — perguntou Clarissa, segurando os cabelos.

Uma porcentagem dos alunos começou a rir da cara a professora, deixando ela um pouco envergonhada.

— UndoIncantatores (Desfazer Feitiço)— disse a mulher com uma das mãos para cima.

— Espera! Você é uma bruxa? — perguntou Jeff.