O peregrino deslizava pelas calmas águas do mar aberto, a noite já se aproximava colorindo o céu de púrpura, Caspian estava observando uma ilha ainda distante com a ajuda de uma luneta, ao que tudo indicava teriam que parar.

–Parece desabitada, mas se os fidalgos seguiram o nevoeiro pro leste devem ter parado aqui.- Falava ele olhando para a ilha.
–Pode ser uma armadilha.-Concluiu Drinian que o acompanhava.
–Pode ser... ou pode conter respostas, passaremos a noite na praia, e percorreremos a ilha pela manhã.-Disse o rei decidido entregando a luneta ao capitão.
–Sim majestade.-Drinian deu as ordens aos marujos.

Assim que desceram do navio e rumaram para a praia, os soldados que os acompanhavam começara a arrumar tudo para acamparem ali mesmo como Caspian ordenou.

–Acha que a ilha pode ser perigosa?-Nêssa questionou o rei que caminhava lentamente ao lado dela, sobre a arei branca.
–Sim, e totalmente desabitada, por isso achei melhor a explorarmos pela manhã.
–Por favor Caspian me promete que vai tomar cuidado.- Nêssa assumira um tom melancólico, o rei a abraçou tentando tranquiliza-la.
–Eu prometo.

Durante a noite, todos dormiam e nem se deram conta de passos se aproximando deles, porém as estranhas pegadas continham apenas as marcas de um pé, as pegadas se aproximaram.

–Parece que trouxeram companhia.-Disse uma criatura da qual apenas se ouvia a voz.
–Esta aqui é femea.-Disse outra voz engraçada perto de onde Nêssa dormia com um livro perto de si.- E ela sabe ler.
–Vamos leva-la!- Decretou a voz, e a pegaram, a garota acordou imediatamente, sentia algumas coisa a arrastando para longe porém não via nada, sentia uma mão cobrindo sua boca a impedindo de pedir ajuda, assim que se afastaram da praia, entraram em um bosque e finalmente a soltaram.
–Quem são vocês?- Perguntou a morena assustada, olhando para todas as direções possíveis.
–Somos feras invisiveis horripilantes.- A voz engraçada se pronúnciou novamente.
–É, se pudesse nos ver ficaria apavorada.- Outra voz falou.
–E somos muito grandes.-Completou uma terceira voz.
–Tá e oque vocês querem de mim?
–Você vai fazer oque nós mandarmos.
–Ou?-Desafiou a moça.
–Ou morre.- Um tremor se apossou da garota, não sábia oque era pior estar sem saída, ou ter que enfrentar criaturas invisiveis.
–Mas afinal oque querem?
–Você irá entrar na casa!- Disse a voz dando um empurrão nela que quase caiu.
–Mas que casa?- Olha olhava em volta mas não via nada apenas arbustos a sua frente, foi quando como que por encanto uma porta se abriu no meio do nada revelando uma luz, Nêssa teria achado o truque legal se não estivesse morrendo de medo.
–Lá dentro encontrára o livro de feitiços, recite o feitiço que faz você ver o oculto.-A voz a instruia.
–Porque vocês mesmo não o fazem?- Questionou ela.
–Porque não sabemos ler.
–Esse tipo de coisa só acontece comigo.-Sussurrou ela para si mesma e seguiu em frente já rumo a tal casa, quando entrou porta a dentro o lugar sumiu.

Na praia o dia cabava de amanhecer, Caspian foi o primeiro a acordar e logo notou as estranhas pegadas na areia, as seguiu com os olhos e percebeu que paravam exatamente no lugar onde Nêssa estava dormindo, então se deu conta que a moça já não estava mais ali, e levantou-se num salto só.
–Nêssa! Nêssa!- Chamava ele olhando para as direções a procura dela, porém nem sinal, uma preocupação sem tamanho se apossou dele, não, ela não poderia estar correndo perigo novamente, sem esperar mais acordou todo o exército, todos se colocaram de pé pegando suas espadas e correram na mesma direção que o jovem rei, Caspian não fazia ideia de onde estava indo tudo oque sábia é que a queria devolta.

Dentro da misteriosa casa tudo oque se ouvia eram os passos da garota, que andava com cautela, passando os olhos por tudo, avistou uma sala a sua frente e adentrou um pouco receosa, porém deu de cara com um livro de letras embaralhadas, caminhou até ele e tentou o abrir porém não conseguiu.
–Anda porcaria, abre.-Dizia ela tentando ainda abrir o livro sem sucesso, o livro tinha uma capa verde meia empoeirada, e sem ao menos pensar Nêssa o assoprou para desperçar a poeira porém as letras da capa se organizaram formando a frase ´´o livro de feitiços´´.- Como eu não pensei nisso antes.-Sorriu ela, agora sim conseguindo abrir o livro, ela virava as páginas que continham os mais váriados feitiços para tudo, até para dor de dente, porém ao virar para a próxima página uma névoa verde tomou conta do lugar assustando a garota, e ela novamente voltou seus olhos para o livro.- A mais bela.- Leu o nome do feitiço e derepente viu a si mesma empressa na página daquele livro, quase como se estivesse olhando num espelho.-Sou eu, mas..... como?- Ao virar novamente a página encontrou oque procurava.- Até que enfim.

Caspian e os demais andavam pela ilha, e nem sinal da garota, o rei só conseguia pensar que algo de muito ruim tivesse aconteciado a ela, foi quando foram atacados por lanças, vindas de não se sabe onde, todos ficaram apavorado e começaram a tentar desviar do ataque.

–Parados aí ou vão morrer.- Uma voz falou chamando a atenção de todos, Caspian desembanhou sua espada e tomou uma pose de ataque porém na mesma hora sua espada vôôu de suas mãos e caiu longe.

–Como P em óptica, o H em histórica, tinta invisivel e verdade teológica, o feitiço se completa agora tudo está visivel.-Lia ela, e derepente notou a presença de um homem ali, que antes não hávia notado, assim que homem percebeu que estava visivel voltou seus olhos para a bela garota assustada a sua frente.

–Que tipo de criatura são vocês?- Caspian perguntou ao desconhecido.
–Enormes, com cabeça de tigre e corpo de.....
–Um tigre diferente.-Completou a outra voz, e logo suas imagens começaram a aparecer, Caspian sorriu ao ver que eles não passavam de pequenas criaturas, de uma perna só, bem diferente doque se diziam ser.
–Onde está a garota?-Caspian perguntou agora sério.
–Calma.-Disse um deles.
–Responda.
–Na mansão.
–Mansão?- Caspian olhou nas direções e viu mansão alguma, até que para sua surpresa a mansão também ficou visivel diante de seus olhos, ele iria avançar para a mansão quando a viu se aproximar, Nêssa estava vindo ao seu encontro acompanhada de um homem velho que usava uma capa, ambos pararam diante dele, e o rei enfim pode respirar aliviado pois pelo belo sorriso que ela trazia nos lábios, parecia que nada de ruim hávia lhe acontecido.
–Majestade.-Disse o senhor se curvando diante de Caspian.
–Caspian este é Coriaquin dono desta ilha.- Apresentou a garota.
–É oque ele pensa.-Disse uma das criaturas.
–Você nos enganou mago.- Disse outra.
–Eu não enganei vocês, apenas os deixei invisiveis para sua própria proteção.-Falava ele se aproximando das criaturas, Caspian caminhou até Nêssa e sussurrou para ela.
–Eu fiquei preocupado.- Ela sorriu.
–Eu estou bem.
–Agora vão embora!- Disse o mago tirando algo branco do bolso e jogando contra as criaturas que fugiram pulando por entre as arvores.
–Oque era aquilo?- Nêssa questionou curiosa.
–Algodão, mas não conte a eles.- o Homem piscou descontraído para a moça.
–E porque o senhor disse que os deixou invisivel para sua própria proteção?- Ela perguntou novamente.
–Pareceu o jeito mais fácil de proteje-los do mal.-Respondeu o senhor os guiando para dentro da mansão.
–Do nevoeiro?- A pergunta da moça resultou num silêncio total.