Pokémon Shining Soul - Derysh escrita por Virants


Capítulo 3
Um passo à sua frente


Notas iniciais do capítulo

Um novo Derysh surge na história. Seguindo o rastro de nossa heroína dos dois capítulos anteriores, ela chega em Goldenrod disposta a correr riscos.



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Terça feira. 6 de Maio de 2014. Entrada norte de Goldenrod. 04:00.

A jovem Derysh finalmente chegava à gigantesca Goldenrod. Foi necessário economizar seu dinheiro e seguir caminhando de Ecruteak até aqui, mas tudo era por um motivo maior, portanto... Valia o sacrifício. As dores nas pernas, nos pés, a sede, assim como também, a fome.

Estava exausta. Seus cabelos, tão negros quanto a noite, balançavam com a brisa gélida da madrugada. Seus olhos, sempre tétricos, deixavam a tristeza de lado apenas um instante, para demonstrar sua exaustão física - e psicológica.

— Estamos atrasados... — falaria para o nada, mas sua mão direita tocava, com a ponta das unhas, três pokébolas no cinto ao mesmo tempo que falava.

Estava muito mais movimentado do que a moça imaginaria para o horário. Eram 4 horas da madrugada. Mas ainda havia muitos carros indo e vindo para a cidade! E, inclusive, um grande trânsito de pessoas. Porém, com um rápido olhar, Legendra Derysh já conseguia ler sutilmente suas intenções através dos olhares que recebiam. Maioria não eram boa gente, ela não poderia demorar demais aqui.

— Cansada, delicinha? Lá em casa tem comida e uma cama pra você dormir comigo, se quiser... — era um sujeito faltando cabelo no topo da cabeça, barba por fazer e uma barriga que sua camisa não conseguia cobrir.

Foi o único comentário que ela escutou antes de acelerar seus passos, mesmo que pernas e pés ou mesmo, todo seu corpo, pedissem por descanso. O sujeito barrigudo a seguiu até algum ponto, mas se perdeu entre uma rua e outra.

O movimento de pessoas diminuiu até ficar somente ela caminhando solitária pelas ruas frias. Talvez ela tenha pego uma rua que não devia, o trânsito de veículos também havia reduzido bastante. Optou por pegar o primeiro ônibus que levasse ao centro, sem pensar duas vezes.

— Uma treinadora impede um estupro no metrô de Goldenrod, nesta sexta feira... Eram dois homens. Um saiu gravemente ferido: baleado e com fraturas no rosto, nariz destruído. O depoimento de um deles... Diz que a treinadora usou um Marowak na luta. É possível que seja Lendara. — ela comentava sentada no assento da janela do ônibus. Em sua mão, as três pokébolas, girando-as, alternando sua posição em sua palma. Elas tremiam sutilmente, como em concordância com o que Legendra dizia.

Legendra e Lendara tinham assuntos importantes a resolver, e a primeira desde algum tempo vem rastreando a segunda. Será que talvez encontrasse Lendara agora? Estava otimista quanto a isso. Mas teria que se arriscar um pouco. Um deles estava hospitalizado e ela não poderia esperar até o horário de visitas para falar com ele. Afinal… Quanto tempo Lendara estaria à sua frente?

— Sim, a opção de perder tempo caminhando foi minha, mas… Eu preciso desse dinheiro para repor algumas coisas e me preparar para quando estiver próxima dela. — era mais uma justificativa para si mesma do que qualquer um ali. Às vezes ela tinha disso de falar sozinha.

Com duas perguntas ou três, em menos de 40 minutos, a moça estaria descendo do ônibus, próxima a um dos hospitais da cidade. Até onde conseguiu perguntar sem parecer estranhamente curiosa, o criminoso estaria ali. Olhou para os lados. Ainda estava escuro, mas havia algumas pessoas perambulando pelas ruas. Seguiu direto para a entrada, buscando a recepção.

— Ei… Um rapaz, nariz destruído, rosto acabado. Deu entrada entre sexta e sábado. Onde ele está? — a voz de Legendra era suave, apoiaria os cotovelos no balcão, quase passando por cima dele para checar os dados ela mesma.

A recepcionista, de meia idade, expressão fechada, suspirava. Seria obrigada a parar sua conversa pelo computador para dar atenção a um visitante que com toda a certeza sabe estar fora do horário.

— Você diz o filho da puta do metrô? É, ele está aqui. Mas você não pode ir lá, visitas apenas depois das 14 horas.

— Ele é meu irmão. Vim de longe e só cheguei agora. E não tenho onde ficar também. Tem como dar uma ajudinha? Só dar uma olhada rápida nele, sabe… — Legendra forçava um sorriso, com uma nuance triste, talvez convencesse.

— Ah, aquele maldito tem uma irmã? Isso não constava nos dados.

— Somos de pais diferentes, e mudei meu sobrenome depois de brigarmos pra não ser encontrada. Mas… Você sabe como essas coisas são. Qual o quarto dele?

— É o 301. Mas, como eu disse, você só…

— Eu sei. Só depois das 14 horas. Mas eu vou agora mesmo, tá bom? — já havia perdido mais tempo do que o planejado com a moça. Estendeu o braço num movimento rápido e a moça apagou imediatamente após tomar aquele soco.

Legendra segurou a cabeça da moça para não cair de uma vez, ajeitando-a confortavelmente na cadeira. Notava um fio de sangue escorrendo por uma das narinas e precisou inclinar um pouco a cabeça. Era o preço a pagar por não permitir sua entrada, um nariz sutilmente entortado.

— Hinn… Cuidou das câmeras? — Legendra se afastava do balcão, olhando para a câmera logo acima da entrada do hospital. Um sombra surgia no local, criando forma, revelando a imagem de um Haunter. O pokémon fazia um gesto positivo com a cabeça. Legendra saltava o balcão e abria um dos olhos da recepcionista, encarando-o. Seus próprios olhos exibiram um brilho prateado durante uma fração de segundo. Tratou de fechar os olhos da mulher e correr por um dos corredores.

Até o momento, nenhum acesso limitado por seguranças, era a área de trânsito livre do hospital. Quando achasse um acesso em específico, Hinn atrairia a atenção do guarda enquanto ela passaria sem ser notada. Não tinha gente para ser atendida, ninguém para dedurar a ação, e Legendra possuía passos silenciosos como a queda de plumas.

— As pessoas deviam ser mais atentas. Sorte minha que não são. — Comentaria em um sussurro, após driblar alguns enfermeiros e médicos escondendo-se com mais facilidade do que podia imaginar.

O quarto 301 ficava no terceiro andar e Legendra subiu pela escada de incêndio. Uma vez no quarto, sempre com Hinn bloqueando a visão das câmeras, ela poderia respirar um pouco. Lá estava, um rapaz de 22 a 27 anos, a cabeça quase toda enfaixada, os olhos fechados e sonolentos. Hinn murmuraria algo assim que entrassem no quarto, fazendo a moça sorrir e se aproximar do rapaz adormecido.

— Acorde. — o tom não era mais simpático como foi para a recepcionista. O tom neutro e tétrico havia retornado. O rapaz se mexeu um pouco, mas não despertou. Legendra tocou em seu ombro e o sacudiu um pouco.

— Mas que porr…..— ele havia aberto os olhos com calma e se assustou com a Derysh. Levantou o tom de voz de uma vez, mas a mão de Legendra pairou sobre sua boca. Ele abafou um gemido de dor, o rosto inteiro doía e aquilo não foi como um afago.

— Uma garota, aparência inofensiva, rostinho angelical. Um Marowak. Se recorda? — o tom era firme, soava como uma ordem.

O rapaz ficaria quieto, encarando-a com alguma raiva. Raiva do quê? Ele sabia ainda ser madrugada, ela não era uma enfermeira ou médica… Alguém invadiu o hospital. Ele não era tão burro quanto talvez aparentasse.

— Não me responda e você vai desejar que ela tivesse te matado… — Legendra falava um pouco mais alto, aproximando mais seu rosto do dele. Nesse meio tempo havia puxado uma pequena faca da cintura e deixado evidente para o jovem. Ele alternava o olhar surpreso para os olhos da moça e a lâmina.

— Tá, tá. É. Foi isso sim. A guria nem parecia que era capaz de algo, e aí foi, jogou aquele pokémon do capeta, e me atacou. — ele não queria demonstrar medo, mas o tom de voz estava um pouco mais agudo do que deveria, e a garganta… seca.

— Ela não quis te matar, quis? — a moça fazia acrobacias com a lâmina entre os dedos, o que chamava toda a atenção do jovem para ela.

— Sei lá. Ela chamou a ambulância pra gente antes de tudo começar, isso eu lembro. Era bem arrogante a filha da puta. Se eu encontrar com ela, vai ter troco. E…

— Tá, tá. Que seja. Agora volte a dormir. — Legendra virou-se de uma vez pro rapaz e ia para a porta, quando ele pigarreou alto.

— Olha… Eu posso dar um grito, ou posso avisar pro pessoal que alguém esteve aqui, e falar como você é… — talvez ele tivesse medo, mas ainda era esperto - ou talvez muito burro. Ele não sabia quem era Legendra, e pior, quem eram os Derysh, para fazer uma ameaça, por menor que seja.

Legendra parou de caminhar, voltando até perto dele. A expressão dela era vazia, quase morta, o que o fez engolir a saliva, mesmo sem tê-la. Ela abaixou-se um pouco, rostos pareados, olhos na mesma altura. Havia algo neles… Algo muito estranho e que o jovem não sabia dizer o que era. Pareciam guardar algo… E então veio aquele brilho prateado rápido.

— Peter Johson… Não fale de mim, ou eu voltarei aqui. E você vai morrer. Mor-rer. Entendido? — Legendra não gostava de intimidações do gênero. Era perda de tempo, exigia um pouco de concentração para usar de suas habilidades e, ainda pior: não era seu estilo, mas sim, o de Lendara. Mas era necessário.

O rapaz ficou pálido, principalmente ao notar que os olhos de Legendra enegreceram por completo durante alguns segundos. Foi o tempo que ela pensava em algo, lamentando-se pela intimidação, mas foi assustador para ele, o suficiente para comprar seu silêncio.

— Olha, moça… Ameaça é crime, sabia? Larga a faca no chão. Mãos ao alto, por favor, e as coisas talvez, eu disse “talvez”, fiquem boas pra você. — a voz era masculina, de alguém que tinha um ego que bateria fácil no teto do último andar do hospital.

Legendra suspirou. Os olhos retornariam ao normal. Ela lamentava novamente. Não queria que alguém fosse ferido além, claro, da recepcionista, mas não era algo grave. Ela lamentava por ferimentos ainda piores, já que, pela voz, sabia que seja lá quem estivesse ali, iria lutar para impedir sua fuga. Largava a faca, o estalido da lâmina contra o chão soou mais alto que o esperando. Virou-se para o homem com as mãos levantadas até a altura dos ombros.

— Pois bem… A misteriosa garota do Marowak. Você a conhece? Interessante. Conte-me sobre ela e talvez eu não te leve em cana, guria. — o rapaz preparava o cão, um sonoro clique, apontando para a moça.

— Hinn, faça-o adormecer. — falaria baixo, mas mesmo assim todos escutariam, o ambiente era de um silêncio profundo.

O Haunter da moça se materializou atrás da cabeça do homem, as mãos espectrais indo direto contra sua cabeça, mas ele teve reflexos para se lançar ao lado, escapar da investida do Haunter e manter a mira na moça.

— Mas que por….. — não, ele não manteve a mira na moça. Ela havia sumido da posição de antes.

Agora ela estava ao lado dele, acertando seu braço, a arma voando para o canto da sala, ela tentando derrubá-lo com um chute atrás do joelho. Ele tinha reflexos, girou um pouco o corpo, tornando o chute completamente inútil, recuou dois passos escapando de um segundo, na altura das costelas e, ainda pior, precisou se jogar para trás de uma vez, batendo as costas na parede, para escapar de uma faca que passaria de uma bochecha à outra num só golpe. Grunhiu com a pancada forte nas costas e recuperou o equilíbrio. Mas a moça havia aproveitado a esquiva forçada, que criou espaço entre eles, para sair do quarto.

— Você não vai fugir de mim, guria, não mesmo! — o rapaz falava num tom alto, parecendo irritado.

Legendra já descia novamente pelas escadas de incêndio. Precisou diminuir o ritmo ao sentir as pernas doerem de cansaço. Respirou alguns segundos, descendo com calma. Pararia no primeiro andar e escaparia por uma janela. Era a maneira mais fácil. Saberia por qual pular, já que a recepcionista tinha bastante conhecimento dos corredores do local. Porém, tropeçou em algo entre um lance e outro de escadas, desequilibrando e batendo com o ombro direito na parede. Teve tempo apenas de desviar de um pokémon cinza que tentou acertar um chute em seu rosto. Ele não ligou de acertar a parede, já girando, ainda no ar, para outro golpe. Hinn, porém, materializava-se entre os dois e seus olhos brilhavam em vermelho. Sua energia era liberada numa pequena rajada roxa, anelar, de energia, lançando o atacante para os degraus. A dor seria suficiente para atordoar o Tyrogue alguns instantes.

— Pro seu bem, pequeno, é bom que fique aí mesmo. — Legendra estava irritada dessa vez. E essa foi a primeira ameaça verdadeira da noite. Ela detestava, mas foi necessário. E, ignorando dores e cansaço, tornou a correr.

Em menos de 3 minutos já estaria saltando a janela, descendo pela lateral com alguma escalada básica, se lançando para cima de alguns sacos de lixo. Aterrisagem perfeita e indolor. Estava nos fundos do hospital e rezava para que aquele fosse o lixo comum. Bateria na roupa para tirar o excesso, Hinn visível ao seu lado, resmungando baixo.

— Sim, foi arriscado. Mas agora eu tenho certeza que Lendara passou por aqui, e ainda melhor, tenho uma noção quase precisa de onde ela estará. Poderemos nos adiantar a ela. — se permitia um sorriso, raro, de orgulho. A passagem por Goldenrod não foi tão inútil quanto havia imaginado.

— Eu falei que se ficasse de boas, não teríamos problema… Você não me escutou… — a arma era engatilhada novamente e ali, de algum ponto mau iluminado do beco, o rapaz que a encontrou no quarto a colocava sob mira da arma novamente. — Sage, faça uma leitura. Ao menor movimento, ataque para incapacitar. — ele falava para o vento, mas Legendra conseguia compreender totalmente a mensagem.

— Você não devia fazer isso… detetive… — comentava encarando-o nos olhos. Ficou um instante em silêncio, esperando uma reação dele e, com isso, a brecha para fugir.

— Tu é uma dessas com poderes sobrenaturais, né? Tô ligado, mas não vai funcionar comigo. Mas eu juro que te deixo ir embora se me responder quem é a garota dona do Marowak.

Legendra conseguia entender agora. O detetive estava muito mais preocupado com Lendara do que com ela ali, invadindo hospitais. E com isso conseguia ligar os fatos. Por pura ironia do destino, eles invadiram o hospital quase ao mesmo tempo, buscando a mesma coisa. Ela conseguiu o que queria, e ele deu a sorte de encontrar a pessoa que mais sabia sobre “a garota do Marowak”. O destino costuma ser irônico e zombeteiro, às vezes. Mas, infelizmente, o detetive sairia sem uma única informação de sua irmã.

— É o seu trabalho descobrir, não o meu de explicar.

Um disparo. Foi alto, principalmente naquele beco.

— Sua amiguinha, eu sei lá o que seja, atacou Whitney, a Gym Leader local. Sem contar no criminoso hospitalizado. Entenda, pivete: não é como se ela fosse só mais uma entre tantos loucos desse mundo. Ela é perigosa, e seria inteligente da sua parte ajudar com isso.

Ela ficou calada. O disparo produziu uma onda de calafrios pelo corpo. Foi perigosamente próximo da coxa esquerda. E ela sabia que ele errou de propósito, obviamente. Mas ela conseguia ler, com dificuldades, suas emoções. Ele tinha uma mente forte, mas ainda possuía aberturas. Um psíquico não o leria, mas um poder místico… Ele não se defendia com tanto êxito. Ele não ia atirar nela e, assim como ela, ele não estava ameaçando, mas sim, blefando. Um blefe muito ruim.

— Hinn, me acoberte, ataque psíquico chegando pelo norte! — falava alto, já sacando duas facas da cintura e lançando contra o detetive.

O Noctowl do detetive, escondido na escuridão das janelas do segundo andar, lançaria uma onda psíquica mediana para tentar derrubá-la ou ao menos desestabilizá-la. Mas Hinn usaria a mesma técnica para protegê-la. Mas não havia ninguém para proteger o homem que a ameaçava.

A primeira faca, ele se mostrou muito habilidoso, foi desviada da altura do coração com um disparo rápido, mas a segunda - Legendra era esperta e ele tinha reflexos, mas não previu aquilo - o atingiu na coxa direita. Ele grunhiu, aprimorou a base para não cair ajoelhado e fez mira novamente contra a moça, mas ela fez como naquele momento no quarto, já estava longe.

— Vagabunda, filha da puta! — disparou mais duas vezes vendo Legendra virar a esquina, mas nenhum deles acertou.

Legendra estava em um motel de beira de estrada, ao sul de Goldenrod. Já era algo próximo das 8 da manhã. Gastou dinheiro com ônibus, com a estadia de algumas horas ali, e com comida. E gastaria com outro ônibus, por garantia. Se tudo desse certo, em menos de uma semana (talvez três dias), encontrasse com a irmã.

— Aquele detetive… Deve estar tendo problemas com a polícia agora. E Lendara… Ela previu que eu estaria em Ecruteak ou no caminho para lá. Desviou o caminho… E temos a Floresta Ilex mais ao sul… E as Ruínas Alph como um futuro ponto a ser visitado. — estava deitada na hidromassagem, aproveitando, ao menos um pouco, um momento de paz e descanso - e conforto.

Seus pokémons, um Haunter, um Gligar e um Sneasel; Hinn, Grinarl e Reinardt, respectivamente, estavam assistindo TV e comendo. Pareciam se divertir, rir uma vez ou outra, e não percebiam sua dona e amiga na banheira, chorando em silêncio, as lágrimas vermelhas escorrendo pelo rosto e misturando-se com a água.

— Ela atacou Whitney. E quase matou aquele jovem. Deve fazer o mesmo com outros Líderes. Ela vai passar em Ilex, em Azalea, e vai para as Ruínas. Ela não sabe o que eu sei daquele lugar, mas sabe o suficiente para querer dar uma olhadinha…

Talvez os pokémons escutassem ela falando sozinha, mas já estavam habituados. E falar assim, era muitas vezes, utilizado para desviar o foco dela. Eles não a notariam chorando, desde que ela falasse sozinha e disfarçasse o tom de choro. O sofrimento era dela, ninguém precisava compartilhar isso. A culpa era dela também, então nada mais justo que chorasse sem um ombro para se apoiar.

— Eu vou te parar, Lendara… Custe o que custar. Eu vou te impedir, vou… Eu vou…

As lágrimas sairiam com mais frequência e mais quentes. Afundaria um pouco na água, passaria as mãos limpando as lágrimas rubras do rosto, e sorria. Era bom sentir a água quente relaxando os músculos.





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