Monsters escrita por Vlk Moura


Capítulo 13
Capítulo 13




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– Se importa se voltarmos a treinar? - perguntei ao Professor.

Já fazia mais de uma semana que estavamos lá e eu ficava boa parte do tempo só assistindo aos dois e quando Bruce ia descansar eu o substituia.

Eu e o Professor fomos para fora. Começamos como os treinos anteriores, eu me concentrava e começava a me transformar. Os braços, as pernas, eu estava ofegante e preocupada, olhei o Professor, ele me assistia paciente, transformei as costas e no final comecei a sentir complicações. Transformei todas as costas. Fui crescendo, via o Professor lá embaixo, ele não me parou, comecei a transformar o tronco, eu estava perdendo o controle.

– Com calma, você consegue! - olhei para quem falava, Tony estava parado de fora da mansão com a armadura. O Professor o olhou assustado, eu sentia que o controle estava me fugindo.

– Tony, saia daqui! - Professor gritou para ele.

Droga! Volta, volta, Agnes, você não quer machucar nenhum deles. Eu rugi para eles, mas não era um rugido de ameaça e sim um rugido de alivio.

– Agnes! Você consegue!- ele gritou novamente.

Levei as mãos a cabeça, a apertei com força, outros rugidos. Olhei par aos dois, Professor e Tony me assistiam, Bruce e Brain tinham se aproximado da janela para nos observar.

– Ela vai perder o controle - Professor falou - Eu preciso pará-la.

– Não!

Minha mente gritava pela ajuda do Professor. Eu sabia que dentro da minha cabeça ele podia me ouvir. Urrei novamente.

Um assobio. Olhei para baixo. Tony estava ali acenando, afastei alguns passos e olhei o Professor que gritava com Tony para parar. Rugi para Tony, ele não se mexeu.

– Agnes... - ele esticou uma mão.

Abaixei até ele, Tony encostou em meu rosto e sorriu do seu jeito.

– Você pode controlar isso.

Eu senti meu corpo voltando ao normal. Olhei o Professor que parecia tão impressionado quando eu.

O som de tiros. Droga!

Olhei para eles e me virei para o som. Robôs gigantescos vinham na nossa direção.

– Eu cuido deles - falei e olhei Tony - Os tire daqui.

– Agnes!

Já era tarde eu tinha retomado a transformação, mantive em minha mente que não deveria transformar tudo, os braços e pernas já eram suficientes. Avancei sobre o robô e o derrubei, abri um buraco no peito e arranquei fios. Ouvi o som do carro se afastando.

– Tony está te esperando - era a mensagem que o professor deixava.

Fui para cima de um veículo que me tinha na mira, saltei sobre ele e o destruí. Olhei para o alto e pude ver Anthony, fiz um sinal para ele e saltei, no ar fiz minhas pernas e braços voltarem ao normal. Ele me pegou.

– Se você me deixar cair agora eu acabo com você - ele riu e aumentou a potência dos propulsores.

– Como eles acharam vocês? - ele perguntou me colocando no chão depois de pousarmos.

– Devem ter rastreado a localização... - levei a mão até o pescoço - Não faça mais aquilo - ele me olhou desentendido - Não se aproxime de mim quando eu estiver perto de perder o controle.

– Eu só queria ajudar.

– Eu sei - falei e o olhei - Mas eu não quero machucá-lo e a ninguém daqui. Não quero machucar nenhum de vocês e quando eu estou naquele estado não sei quem é inimigo ou amigo. Tudo se divide em apenas duas coisas eu e o resto que deve ser destruído.

Ele ficou me analisando.

– Mas ainda assim, obrigada.

Ele andou para a mansão, eu o segui, o carro de Bruce estava estacionado. A porta da mansão abriu e Bruce veio até nós aliviado. Brain estava logo atrás dele e fez um sinal positivo com a cabeça, o segui. No laboratório os três idosos conversavam em tom baixo.

– Como se sente? - era a voz do Professor em minha cabeça.

– Bem. Mas não hesite nunca mais. - ele confirmou com a cabeça.

– Aquelas coisas - Bruce começou - Foram o que atacaram seu grupo, não foram? - ele olhava o Professor.

– Exatamente. - ele me olhou - Os próximos serão mais resistentes, eles devem ter calculado sua força e as probabilidades, pode ser muito mais perigoso da próxima vez.

– Espero que não tenha uma próxima vez.- Bruce falou.

Um alarme. Todos na sala nos olhamos assustados. Meu olhar parou sobre o de Brainiac que também me olhava como se pudéssemos nos comunicar.

– Estão se aproximando! - Luke apareceu na porta - Precisamos...

– Precisamos por o plano em ação - Tony falou sério e olhou o avô - Tem de ser agora.

– Mas nem todos sabem - o Senhor Stark falou preocupado.

– Mas um dentro de cada equipe sabe, é só guiarmos para que sigam tudo.

– Do que estão falando? - perguntei para Brain que me analisou, pegou minha mão e me puxou para um canto.

– Meu outro corpo está no porão da mansão do Professor - eu o analisei - Você sabe que posso transferir minhas lembranças para lá, então saiba que esse momento pode estar mais próximo do que gostariamos.

– Por que está me dizendo isso?

– Porque você precisa saber que esse meu corpo não foi feito par ao combate mesmo sendo bem resistente e forte.

– Brain...

– Agnes, por favor, eu só quero que você não se preocupe comigo no campo - eu franzi o cenho sem entender o que ele dizia - Promete? - eu não respondi - Eu não quero que perca o controle por minha causa.

– Brain, eu...

– Rápido me promete.

– Vou tentar.

Ele me abraçou, o abracei de volta. Nos viramos para todos no laboratório. Senhor Wayne analisou toda a situação, olhou o Senhor Stark os dois se comunicavam só com o olhar. Professor se retirou.

– Se cuide, Agnes - foi a última coisa que o ouvi dizer.

– Estou pronta - falei parando ao lado de Bruce.

Tony acionou o dispositivo que logo fez a armadura grudar toda em seu corpo.

– Eu também.

– Eu também - Brain parou ao meu lado e pegou minha mão, apertei a dele de volta, preocupada.

– Me deem cinco minutos - Bruce falou se retirando.

Luke estava com a gente, estava uniformizado e tenso. Abgail logo se juntou, ela tinha um laço ao lado do corpo, a observei curiosa, ela estava muito bonita naquele uniforme.

– Vamos precisar de você como nunca precisamos antes - Senhor Wayne falou parado a minha frente, ele tirou a roupa que usava expondo o uniforme de combate.

– Prometo que não irei decepcioná-los. - falei e ele me abraçou.

Bruce entrou colocando a máscara, nos observou e sorriu.

– Agnes, proteja nossos garotos - Senhor Stark falou abaixando a máscara da armadura, eles sairam, eu fui atrás.

– Senhores! - eles me olharam - Muito obrigada por tudo.

Ele confirmaram com um leve aceno de cabeça, Senhor Stark levantou voo, Senhor Wayne correu.

– Prontos? - olhamos Bruce.

– Prontos - respondemos em coro.

Corremos para o lado de fora.

A mansão já estava cercada, vários robôs gigantes miravam o terreno, veículos prontos para agir a qualquer movimento que fizessemos. Eu estava suando de nervoso. Luke já tinha as garras de fora pronto para agir. Abgail estava com a mão em cima do laço. Brain apenas observava os robôs, provavelmente fazendo seus calculos. Bruce apenas observava o horizonte, eu queria saber o que ele pensava. Tony me olhava assim como eu o olhava, um leve gesto da cabeça dele e eu soube que era o momento para agir.

Olhei para frente, transformei parcialmente e logo rugi, todas as máquinas se viraram para mim.

Eu iria distrair aquelas coisas, eles correriam para salvar Clark e July. Teriam de ser rápidos.

Avancei parcialmente transformada, tiros começaram a vir na minha direção. Eu desviava deles, outros eu bloqueava com o braço. Corria cada vez mais rápido, até eu perceber gritos atrás de mim, quando olhei todos vinham em um tsunami de mutantes. Todos com suas habilidades a postos aguardando o exato momento para poderem usá-las. Cheguei ao primeiro veículo, o levantei e joguei contra alguns outros que explodiram. Desviei de alguns tiros, derrubei alguns homens, chegava perto do primeiro robô. As lembranças do Professor invadiram minha mente, todos aqueles mutantes lutando apenas para se defenderem e depois se entregando. Eles queriam destruir a nós seres mutantes, queriam que sumissemos, ao mesmo instante em que queriam ter nossos genes para o lado deles. Rugi para o robô e usei toda minha força para acertá-lo, ele desequilibrou e caiu, mas não fora furado como o outro. Corri para o outro e o derrubei, e outra. Os mutantes se aproximavam e atacavam os que estavam caídos.

Saltei e recebi um tiro, olhei para quem o tinha lançado. Uma menina, ela desviava e derrubava alguns dos meus companheiros, ela tinha muita habilidade. Desviei de alguns de seus golpes e tentei acertá-la, ela caiu. Ouvi um barulho pelas árvores, algo grande me atingiu, eu rolei até a parte aberta do terreno. Me levantei tonta e tive tempo de desviar e um soco.

– Agnes! - olhei o Senhor Wayne, levei outro soco - Agnes!

– Eu ajudo! - Senhor Stark falou.

– Não! - eu urrei, o ser pegou meu pé e me jogou contra um dos robôs gigantes que se espatifou no chão comigo sobre ele.

Levantei tonta e ia receber outro soco, parei a mão da pessoa. Era claramente um homem, ele tinha uma forma grande bizarra, sua pele parecia que estouraria de tão grande e nojenta, o rosto desfigurado. Ele tentou outro soco, também parei, forcei meus músculos e o empurrei. Ele me encarou e eu o encarei de volta. Ele era enorme.

O homem se preparou para me atacar o acertei com um soco, ele voou um pouco e caiu ao chão, saltei até ele, o analisei, os olhos abriram me afastei, ele olhou na direção do Senhor Wayne e começou a correr, eu fui atrás, ele era rápido considerando o seu tamanho.

– Wayne! - eu grunhi, Senhor Wayne olhou a tempo de ver o bicho se aproximando e o lançando para o alto, saltei.

Peguei o senhor Wayne no ar, ele me olhou aterrorizado, eu sabia o que ele pensava, aquele homem era mais forte do que eu e isso era claro. Quando atingi o chão um buraco se abriu abaixo dos meus pés. Coloquei o Senhor Wayne no chão quando um soco me atingiu. Tentei grunhir para que o Senhor Wayne corresse, mas isso ficou muito claro para ele. Ele usou o comunicador.

Me levantei, o homem se aproximou para outro soco, o parei, meus pés se arrastaram pela grama a destruindo. Quando parei, puxei a mão do homem e o acertei uma cabeçada, também senti a pancada forte, o afastei o empurrando.

Ele começou a se contorcer, me olhou assustado e correu. Eu tentei ir atrás, mas um soco me atingiu, não fora forte, apenas fora o suficiente para me distrair. Olhei, era menina que eu tinha ido atrás a principio. Ela me acertou novamente, a observei com as tentativas de me ferir. Acertei um soco, o corpo caiu desacordado a metros de distância.

Senhor Stark pousou a minha frente.

– Precisam de você, quer carona?

Confirmei, voltei a minha forma humana, eu estava cansada. Agradeci a carona para poder pegar um pouco de ar.

– Vou te deixar daqui do alto. - confirmei - Agnes, cuidado.

– Pode deixar.

Saltei dos seus braços, eu o via se afastar e o chão se aproximar, transformei minhas pernas e pousei de forma delicada e silenciosa que fez acionar todas as armas na minha direção e vários alarmes serem acionados, atém de algumas barricadas cairem. Olhei em volta buscando um abrigo, voltei as pernas ao normal e corri pelo terreno. Tudo estava muito quieto para um grupo que precisava da minha ajuda. Corpos estavam espalhados pelo chão, destroços, o cenário de uma grande batalha. Avancei e quando o fiz, vários homens surgiram com suas armas apontadas para mim, outros tinham Luke, Abgail, Brain, Bruce e até Tony como reféns, eles me olharam assustados. De dentro do prédio um homem puxava os corpos de Clark que nos olhou surpreso e de July que estava desacordada.

– Ora, ora, nos encontramos novamente - eu me transformei só pelo tom de voz, a risada.

– Agnes, fuja! - Bruce gritou.

– Não, ela não vai fugir, ela não vai deixar os amiguinhos para trás. - busquei de onde a voz vinha.

Assim que detectei avancei, sobre o homem, vários tiros, minhas costas me protegeram. Peguei um homem e tirei o capacete, não era ele. O riso se espalhou, droga, ele estava escondido, logico que não sairia para campo novamente.

Olhei o grupo.

– Se eu me render, você os solta? - Todos começaram a gritar em protesto, apagaram Bruce e Abgail. - Sem machucá-los!

– Claro, prometo.

Eu fui até o centro do lugar, me ajoelhei e levei as mãos atrás da cabeça. Os que estavam acordados ainda protestaram.

– Matem-nos. - foi a ordem que dada.

– Você prometeu.

– Eu não vou machucá-los, meus soldados vão.

Eu me transformei, Brain acertou o homem que o segurava o derrubando, Tony ligou os propulsores, se soltou do homem que fez a viagem de volta a Terra em queda livre. Luke acertou uma cabeçada no homem e depois enfiou as garras nele. Derrubou o que segurava Abgail, enquanto Brain derrubava o que segurava Bruce.

Eu derrubava alguns homens enquanto tentava me aproximar de July e Clark, mas para minha surpresa, July abriu os olhos e derrubou o homem que a segurava e em seguida derrubou o que segurava Clark, entrou o carregando e tirando dele tudo que era verde e brilhante.

– Mas que droga é essa?

Eu rugi e ri quando Brain e Tony se aproximaram.

Fomos para dentro do prédio, Clark estava encostado em uma porta e July estava dentro da sala buscando pelo escudo que assim que achou deu um gritinho animado.

– Eu os carrego - Falei pegando os corpos de Abgail e Bruce - Como caímos daqui?

Luke passou a apoiar Clark que nos observava sorridente.

– Me sigam - July falou.

Ela foi para as escadas, começou a subir rápido demais, eu tinha que parar em alguns momentos para pegar fôlego. Tony vinha atrás de mim e derrubava os homens que ainda nos seguiam. Teve um momento que eu parei para poder descansar, ele veio até mim e me observou.

– Você está machucada? - ele perguntou preocupado e derrubando mais um homem.

– Vamos, precisamos alcançar os outros.

Um grunhido, olhei para o corpo de Abgail, ela abriu os olhos e esperneou, a sentei em um degrau, não te dei muito tempo para retomar a consciência, comecei a empurrá-la escada acima.

– Por aqui vamos poder sair - July falou quando nos juntamos todos. - Prontos?

Eu transformei minhas pernas e braços e confirmei.

Ela abriu a porta. Passamos e travamos.

Bruce acordou, Tony o ajudou a ficar de pé.

– Pensaram mesmo que iam conseguir fugir? - era aquela voz, Bruce se endireitou. - Eu estou de olho em tudo sempre.

Olhei o homem ao lado do que falava, aqueles traços me eram familiares, ele me fuzilava. Atrás deles um dos robôs nos mirava.

Clark veio até mim.

– Eu fico com o robô - ele falou - Você pega o grandão.

Confirmei já imaginando o que iria acontecer. Eu o olhei, ele me analisava. Clark apertou minha mão. Corremos, ele voou. O homem bebeu algo que logo o fez crescer, Clark me olhou do alto, eu saltei ele pousou, eu ia acertar o robô quando um raio me atingiu e eu fui jogada contra os outros que abaixaram para não serem atingidos.

Clark e o homem grande lutavam quase que de igual para igual. Bruce e Abgail tinham avançado par ao homem do riso estranho. Tony e July tentavam encontrar uma forma de sairmos dali, Luke me ajudou a ficar de pé. Um corpo foi lançado contra nós. Eu o amparei, Clark desceu dos meus braços e me encarou.

– Foi ele quem fez isso em vocês? - ele perguntou.

– foi.

– Vamos vingá-la - Luke falou.

Os dois avançaram para o homem grande. Mirei o robô, corri e saltei, dessa vez mirei abaixo da linha dos olhos, assim que o atingi percebi que mais alguém estava ali comigo. Brain tentava se conectar ao sistema da máquina. Ele fez um sinal para eu tentar destruir a estrutura e ele cuidaria do sistema.

Comecei a dar vários socos seguidos e a estrutura não se rompia. Olhei em volta, a cidade era pura destruição, mas outros como esse tinham caído, porém muitos ainda estavam de pé. Uma mão agarrou meu pé e me puxou para baixo com força. O homem grande estava me segurando, ele me jogou ao chão, paramos no andar de baixo. Eu o observava muito surpresa.

– Agnes! - Clark voou até nós e arremessou o homem para fora do prédio.

– Obrigada.

– Ele tem de beber o líquido estranho - Luke caiu ao meu lado - Para se manter assim, quanto mais beber, mais forte fica. Eu li sobre um tal Doutor Jekyll que fazia o mesmo.

– Ele ficou mais forte - falei - Desde a última vez que nos encontramos. Ele deve ter bebido mais disso.

– Mas onde ele carrega esse tal líquido milagroso? - Clark nos olhou curioso.

Tentei me lembrar das roupas dele.

– A pochete - eles me olharam - É a única coisa que ainda é igual de algumas horas antes.

– Então, vamos pegar a pochete - Luke falou e no mesmo instante o monstro surgiu me atingindo, mais forte do qualquer outra vez anterior.

Clark tentou acertá-lo, Luke se aproximou e conseguiu o atingir na lateral cortando o suporte da pochete, o homem o acertou com só um soco que o fez voar e parar usando as garras no chão.

– Agnes!

Eu me transformei até bem próximo do limite, corri até o monstro e o acertei. Ele tentou me parar, mas eu o empurrava com toda a força que eu tinha, logo Clark se juntou a mim, aos poucos dava para sentir a força dele reduzindo até que ele era apenas um homem. Eu parei. Luke destruiu todo o líquido.

Olhamos aquele homem que agora estava cansado demais para conseguir dizer qualquer coisa, ele nos olhava com ódio. Clark nos levou para cima. O robô ainda estava de pé.

Um assobio. Eu buscava Brain pelo enorme Sentinela, não devia ser dificil ver um ponto verde naquela enorme coisa.

O assobio.

Olhei na direção, sangrando e ainda sorrindo estava o mesmo homem das outras vezes, ele segurava algo para baixo. Analisei o que ele segurava.

– Brain!

– Ops! - ele soltou o corpo.

Eu corri, ouvi um grito, Clark caiu.

Olhei em volta, poucos dos nossos estavam de pé. Saltei e mergulhei. Eu estava quase tocando o Brain.

– Brain! - eu gritava e nada. Ele tinha apagado, algo aconteceu.

O agarrei, o virei e transformei minhas costas, ele não respondia. Caí, com o baque senti tontura. Deitei o corpo de Brain na cratera que tinhamos aberto com a queda.

– Não! Não! Não! - olhei em volta, outros de nós tinham ido até ali e estavam abatidos - Não!

Eu sentia meu sangue ferver. Ele corria rápido demais em minhas veias, queimava. Comecei a me transformar, mas dessa vez eu ia passar o meu limite. Rugi e saltei sobre o robô, ele envergou, arranquei-lhe a cabeça, caí e encarei o homem que antes nos ameaçara e jogara Brain, ele me encarou e pela primeira vez ele tinha medo nos olhos, eu o acertei, ele caiu do prédio.

Droga! Eu estou perdendo completamente o controle. Um rugido. Olhei na direção dele e outro ser verde enorme estava ali, ele me encarava, nós dois rugimos um para o outro, ele avançou par ame acertar, segurei seu braço e devolvi a força. Nos encarávamos, eramos idênticos, coma diferença de que claramente ele era um homem. O empurrei, ele correi na minha direção e um grito nos parou.

Não desviamos o olhar.

– Vocês não podem se bater - olhamos o Senhor Wayne.

– Primeiro destruiriam o mundo - Senhor Stark, comecei a sentir minha consciência se perder.

Eu me afastei. Fui avançando até cair do prédio. Pousei ruidosamente e sem precisão. Comecei a apertar minha cabeça, eu perdi o controle, não vou voltar a menos que o Professor me pare. Olhei o corpo de Brain, rugi.

– Agnes! - olhei Tony - Agnes, calma, você é quem está no controle.

Minha visão sobre ele estava mudando, agora ele parecia fazer parte do segundo grupo que não era eu, o grupo que deveria ser destruído. Rugi. Ele não se mexeu, por que aquele pedaço de carne não corria de mim e tornava tudo mais fácil, eu vou acabar com você.

Outros surgiram, mas ele fez um sinal para que parassem. Eu ia atacá-lo, mas algo me fez parar, era alguma lembrança. Ele mexeu os lábios falando algo, algo que me lembrava alguma coisa... Uma porta se fechando e aquele mesmo pedaço de carne...

Ele estava tirando aquela armadura.

O pedaço de carne falava a mesma coisa que na minha memória, ele se aproximou de mim, esticou a mão na minha direção, por alguma razão eu não queria destruí-lo, abaixei até ficar com minha cabeça na altura da sua. Ele se aproximou e... Que maluco, ele está... ele está...

Tony... ele está...

Meu corpo foi voltando ao estado normal, ele me segurou, eu estava cansada, mas ele ainda estava me beijando.

– Se seu neto continuar beijando minha filha juro que vou socar a cara dele - nós dois olhamos na direção da voz.

Um homem mais baixo que o Senhor Stark, um sorriso alegre, apenas de frio, olhos firmes, cabelo castanho bagunçado, ele não era muito forte e usava apenas uma bermuda.

Eu tentei me afastar, mas minhas pernas estavam muito instáveis. Eu quase caí e Tony me segurou, eu o olhei, ele analisava o avô.

– Vamos logo! - Luke falou com o corpo de Brain nos braços.

July carregava Abgail que estava manca, Clark carregava outros três corpos. Bruce se equilibrava no avô. Outros que ainda se aguentavam carregavam outros corpos, tinha sido uma chacina.

Andamos até a mansão do Professor. Tony usava a armadura e carregava dois corpos, assim como o avô, eu estava muito mole, mas peguei um dos companheiros e o levei para a mansão. Professor tinha deixado alguns quartos prontos, me assustei ao ver o robô cinza e de voz mal programada junto dele.

– Olá, Agnes. - ele falou.

– Brain...? - ele confirmou e tomou o corpo que eu já tinha acostumado, quase caí, o mesmo robô me amparou - Você precisa voltar para o outro corpo, esse é horrível.

Um barulho estranho, ele se afastou e começou a ajudar os outros. Fui para fora com um kit de primeiros socorros, sentei no meio da área destruída e comecei a limpar meus machucados, meu rosto devia estar horrível.

– Eu te ajudo - olhei Clark. - Ele te pegou de jeito, não foi?

– E como, ele era muito forte - ele encostou em um machucado, encolhi com a dor - Mas você não parece muito melhor do que eu. - ele deu de ombros.

– Agnes - nós olhamos o homem que até agora eu não tinha muita certeza de quem era.

– Vou deixá-los. - Clark se levantou.

– Seu avô está muito orgulhoso, garoto - Clark confirmou e continuou andando.

O homem se aproximou, eu o observava, ele sorriu.

– Prazer, Agnes, sou Bruce Banner - eu levantei muito rápido e senti tontura, o encarei.

– Bruce Banner está morto - falei com a voz trêmula - Bruce Banner foi pego por eles e criaram a mim, ou melhor, acham que criaram.

– Pois bem, estou bem aqui, Agnes Banner.

– Não! Não! Não! - olhei bem nos olhos dele - Não pode ser verdade... Se você realmente é o Bruce, é meu pai, por que não esteve lá quando eu precisei de você?

– Ouch! - ele se sentou ao meu lado.

– Eu fui usada como um animal nos laboratórios, me criaram como um bicho e você estava vivo, por que não apareceu e me arrancou d elá, quero dizer, você é o Hulk, o verdadeiro, por que me deixou lá?

– Eu não estava bem. - ele suspirou - Quando me capturaram fizeram testes horríveis comigo também, na verdade eu nem acreditava que você pudesse estar viva, não tinha como eu acreditar nisso depois de tudo o que fizeram com sua mãe. Quando eu consegui sair fui para longe, o mais distante possível, eu precisava me isolar, não podia me envolver mais com essa coisa de herói e muito menos mostrar meus poderes.

– Por que agora?

– Porque eu te vi no noticiário, eu te vi quando você fugiu deles e eu soube que era você. Soube que era minha filha, o que me restou de família. Assim como eu muito também fugiram e agora resolveram se juntar a resistência, todos estavam se recuperando e muitos estavam com medo.

– De serem pegos novamente? - ele confirmou - Mas nós podiamos lutar?

– Vocês incentivaram os antigos - eu ri - Parece engraçado, mas é sério. Vocês nos influenciaram, quando os vimos nos noticiarios foi incrível. Tinhamos de vir e ajudar.

Observamos mansão, muita confusão por causa dos feridos.

– Desculpa, Bruce... pai - ele sorriu - Mas teremos de nos acertar depois, agora eles precisam de nós.

Fomos ajudar os feridos.


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