Monsters escrita por Vlk Moura


Capítulo 12
Capítulo 12




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Brainiac me passou todas as informações que tinha sobre o Arc Reactors. Eu passei a noite lendo tudo que chegava até mim. Tirei um cochilo rápido e levantei a tempo de tomar café. Desde que eu tinha ido treinar com o Professor era a primeira vez que eu reencontrava todo o grupo. Muitos estavam feridos e por sorte poucos estavam em condições péssimas. Eu não vi Bruce em lugar algum.

Brain e levou até o laboratório improvisado que tinham feito. Ligamos os computadores e projetamos as receitas. Eles tinham todos os ingredientes necessários para fazer os dois Arc Reactors. Arrumei uma bancada para mim. Comecei a trabalhar.

Bruce veio até nós horas depois, ele me cumprimentou meio tristonho e informou Brain que estava rastreando July e Clark. Eu fingi não estar os escutando, mas ouvia tudo o que falavam.

Professor veio me ver depois um tempo e me forçou a sair para comer algo, eu não queria parar, eu estava no ritmo de encontrar uma forma estável para os Arcs e parar poderia fazer tudo desandar, mas meu estomago me entregou roncando muito alto.

– Bruce parece meio triste - falei olhando o Professor, a cadeira voltara afazer barulho.

– Você não ficaria se fosse o líder e não pudesse salvar ninguém? - confirmei - E ele está em especial abalado pelo estado do Tony e do Anthony.

– Eles vão ficar bem? - Professor me olhou e deu de ombros.

– A situação deles é muito grave, se você não conseguir montar o Arc Reactor será o fim dos dois.

– Ótimo, trabalharei sem pressão, obrigada.

– Confiamos em você, Agnes. O tempo que ficou presa sua mente foi trabalhada para lidar com essas situações.

– Me criaram para o campo, já entendi isso - falei espreguiçando - Bom, já vou voltar.

Eu sentia que o Arc Reactor estava quase pronto, faltava pouquíssimo para eu conseguir estabilizá-lo. Brain estava ao meu lado o tempo todo e me passando as instruções. Ele se calou poucas vezes e parecia tentar me distrair.

– A July - ele me olhou - Ela estava apagada quando a levaram? - eu o olhei, era a primeira vez que eu encarava aqueles olhos meio robóticos dele.

– Estava.

– E Clark? - voltei a olhar o Arc.

– Não pagado, mas bem fragilizado. - BRain pegou um banquinho para mim - Você devia ir descansar, está há mais de vinte e quatro horas acordada e focada nisso. Sei que é resistente, mas não é um robô como eu.

– Você é mais que um robô, Brain - eu bocejei - E eu preciso acabar isso antes que seja muito tarde. Não quero que eles passem nem mais um segundo sofrendo só porque eu preciso dormir.

– Isso não é saudável.

– Alterar geneticamente as pessoas também não é, mas veja o que temos nessa mansão - ele confirmou - E essa é nossa última chance de trazer os dois de volta. Sem o Anthony e o Senhor Stark não poderemos fazer mais nada.

– Temos o Bruce.

– Eu sei que temos - sorri para o Brain - E acredito muito nele, mas o Anthony parece conseguir controlar todos.

– Todos têm medo dele - Brain falou e me olhou, eu terminava o Arc - Ele é mais forte do que pensamos que ele seja.

– Aquela armadura dele é bem poderosa - ele confirmou - Bruce também é bem forte, mas ainda assim é muito vulnerável. Eles precisam d alguém quase indestrutível em quem acreditar.

– Eles? - confirmei - E você?

– Eu só preciso ter alguém em quem acreditar. - falei e coloquei o Arc na frente do Brain. - O primeiro já foi, use-o no Senhor Stark. Eu vou começar o segundo.

– Você devia ir dormir.

– Não posso perder tempo agora que estou acelerada.

Ele se retirou levando o Arc Reactor em mãos. O ouvi conversando com Bruce e o Senhor Wayne, todos correram a enfermaria.

O segundo estava me dando mais trabalho, estava instável, eu precisava normalizar as substâncias para depois aplicá-la. Olhei novamente qual era o processo de criação. Me pergunte se meu pai teria conseguido fazer aquilo, eu gostei da resposta de que sim, mas a resposta de que não já me faria mais forte do que ele e isso me motivava. Lembrei da filmagem do meu pai e da minha mãe, as coisas que me falavam, parei de montar o Arc por alguns instantes e senti lágrimas correndo dos meus olhos. Eu não pude ajudar meus pais, pelo contrário, eu só os atrapalhei, eu não pude ajudar na primeira invasão nem na segunda e na terceira eu estava distante. O que raios eu estava fazendo? Eu poderia ter ficado com eles ao invés de ter inventado de tentar melhorar meus poderes, eu poderia ter salvado July e Clark, eu poderia ter salvado Tony e o Senhor Stark, eu poderia...

Soltei um urro, respirei ofegante. Dei um soco na bancada, ela se quebrou levando os materiais ao chão, agradeci por ter estabilizado as substâncias. Mudei de bancada.

Ouvi passos rápidos pelo corredor. Senhor Stark, Senhor Wayne, Bruce, Brain e o Professor surgiram na entrada do laboratório, olharam para a bancada quebrada e algumas ferramentas caídas. Me olharam mais afastada e ainda tentando conter as lágrimas, eu não conseguia mais mexer nas ferramentas direito.

– Agnes... - olhie Bruce, ele estava parado a minha frente - Tudo bem? - confirmei e ele riu, era tão estranho quanto ver o Senhor Wayne sorrindo.

Bruce deu a volta na bancada e abraçou minha cabeça contra seu peito, ele apertou bem forte, não pude conter fechar meus olhos.

Professor olhava o menino e eu sentia que também vasculhava minha mente, ele vira o que eu tinha pensado.

– Vá descansar um pouco - ele falou, eu o olhei, tinha parado de chorar. Limpei as últimas lágrimas que molhavam minha bochecha - Você está quase que 48 horas acordada, isso não é bom. Eu te ajudo a chegar até o quarto.

– Não, eu... Eu estou bem. Preciso terminar isso. - falei apontando para o Arc.

– Eu posso assumir - olhei o Senhor Stark - Afinal, fui eu quem ajudei a desenvolver isso - ele bateu no objeto brilhando no centro do seu peito e sorriu.

– Tem certeza? Eu posso continuar - falei ainda tentando mexer, mas vendo que naquele estado eu não conseguiria.

– Claro que tenho - ele sorriu - E você já ajudou o bastante, muito obrigado por salvar a minha vida - ele sorriu largamente, sorri de volta e me levantei com a ajuda de Bruce.

Ele me guiou pelos corredores. Abriu uma porta que não era a do meu quarto. Eu o olhei tentando entneder.

– Tem uma banheira, acho que precisa relaxar um pouco.

Agradeci.

Ele preparou o banho para mim, eu fiquei deitada em sua cama observando o teto. Era uma estrutura velha, talvez tão velha quanto o tal Alfred que entrou no quarto e me cumprimentou sério, foi até Bruce, falou algo com ele.

– Termine de arrumar o banho para ela, eu cuido disso. - Bruce falou.

– Algum problema?

– Não se preocupe, Agnes, apenas descanse.

– Se precisar de ajuda pode me chamar. - ele confirmou.

Alfred me informou quando o banho estava pronto. Entrei na banheira, a água quente abraçou meus músculos tensos e beijou minha mente pesada, o vapor me relaxava. Alfre ligou o que chamou de hidromassagem, aquilo foi a melhor coisa. Aos poucos meus olhos foram pesando.

– Agnes. - abri os olhos sonolenta, eu ainda estava na banheira, olhei a pessoa que me chamava.

– Tony! - senti minhas bochechas corarem - Anthony! - ele sorriu, estava com alguns machucados pelo rosto. - Como você está? - eu me levantei assustada. E lembrei estar nua, mergulhei na água novamente, ele corou tanto quanto eu, agradeci de ainda ter espumas.

– Estou bem - ele falou meio envergonhado - E você?

– Bem, com sono, mas bem - ele sorriu, olhei par ao peito dele, o Arc estava vivo, não pude conter um sorriso.

– Obrigado - ele bateu no Arc Reactor - Se você não tivesse feito eu isso eu e meu vô teriamos...

– Não diga isso! - ele me analisou - Era o minimo que eu podia fazer por causar tantos problemas a vocês - ele riu.

– Ahm... Vou te deixar terminando o banho e depois nos falamos.

Ele se retirou.

Não fiquei muito mais tempo no banho. Me levantei e enrolei na grossa toalha. Eu não tinha nenhuma outra roupa ali, Alfred abriu a porta e me entregou uma calça jeans, uma camiseta mais folgadinha, agradeci e vesti tudo. Saí par ao quarto e encontrei Bruce dormindo na cama.

– Agradeça a ele depois, por favor - Alfred se curvou o que me fez ter a impressão que ele ia envergar até não aguentar mais.

Caminhei para o meu quarto, eu esperava conseguir dormir bastante eu precisava dormir bastante. Era mais necessidade do que vontade.

Sobre a minha cama tinha um bilhete, o que eu achei estranho considerando que normalmente mandamos mensagens eletrônicas. Talvez quem quisesse se comunicar soubesse que eu ão iria ligar nada até eu conseguir dormir o suficiente.

No pequeno papel uma letra bem desenhada dizia "Conseguimos rastreá-los"

Larguei o papel ali mesmo e corri par ao laboratório. Senhor Wayne, Senhor Stark e Brain me olharam assustados.

– Onde eles estão?

– Bem, encontramos uma possível localização - Brain projetou - Mas não temos nada certo. Mandamos Luke e Abgial para averiguarem.

– Quando tiverem novas informações, por favor, me avisem.

– Tony estava te procurando - Senhor Wayne falou.

– Já nos... encontramos.

– Seu pai estaria orgulhoso, Agnes - olhei Senhor Stark - Por tudo o que você fez.

Sorri agradecida e fui descansar um pouco no meu quarto.

Acordei me sentindo bem melhor. Fui direto na cozinha pegar qualquer coisa para comer. Preparei um sanduíche e saí comendo, eu não tinha nada para fazer, pensei em treinar, mas eu não arriscaria em fazer isso sozinha. Andei pela mansão buscando pelo Professor.

– Agnes! - parei de comer, olhei para quem me chamou. - Encontramos - eu quase deixei meu sanduíche cair. - Estamos planejando a invasão.

Segui Luke, ele entrou no laboratório. Bruce, Abgail, Brain, Senhor Wayne, Senhor Stark e Tony estavam ali. Eles nos olharam e pareceram surpresos em me ver ali e encararam meu sanduíche.

– Desculpa, acordei com fome. - terminei de comer.

Sentei em um banquinho e observei as imagens que mostravam parecia o prédio que estavam antes.

– Isso daí não é o nosso... - olhei todos na sala e confirmaram em uma forma bizarra de sincronia.

– O Governo o tomou depois que evacuamos - Senhor Stark explicou - Agora usam como prisão.

– Vai ser fácil entrar e tirar os dois de lá - Bruce falou - Conhecemos os corredores e eles não tiveram tempo para mudar muita coisa.

– Mas o sistema de segurança mudou - Brain falou - Eles me derrubaram daquela vez e agora estão bem mais fortes, eu vou levar um tempo para conseguir hackear e deixar tudo livre para nós.

– Quanto tempo? - perguntei, el eme olhou e deu de ombros - Se eu te ajudar e o Bruce também - olhei o menino que confirmou - Você acha que pode ir mais rápido?

– Talvez, não sei. Eu nem tentei me aproximar muito. Eles podem nos hackear e descobrir onde estamos.

– E se forem para um local destruído e que provavelmente não está notificado? - olhamos o Professor - Minha mansão não está no sistema do Governo, deram como um local totalmente destruído. Podemos ir até lá e vocês trabalharem. - ele me olhou - E você já é de casa.

Confirmei.

– Podemos levar algumas máquinas daqui para termos melhor suporte - Bruce falou - Por mim tudo bem.

– Por mim também. - Brain respondeu - Eu vou deixar o programa de segurança já pré-programado para vocês, então vão precisar só selecionar o que é mais importante vigiar e o programa o fará - ele olhava Tony que confirmou seguro.

Fomos nos preparar. Eu não tinha muita coisa, em minutos eu estava pronta. Bruce carregava uma mala de mão e algumas peças de computador. Brain carregava apenas peças. Senhor Wayne nos levou até o carro, abriu o porta-malas, ajudou os meninos com as peças, eu entrei e os aguardei um pouco nervosa. Eu tinha trabalhado além do que eu achava possível nos últimos dias, eu tinha me posto no meu limite tanto dos poderes quanto intelectual, eu não tinha certeza se conseguiria hackear o sistema do Governo.

– Eu vou com vocês - Professor parou a cadeira ao lado da minha janela - Vocês precisam de alguém responsável para tomar conta de vocês.

Eu ri para ele. Senhor Wayne o ajudou a entrar no carro.

O caminho parecia ser menor dessa vez. Senhor Wayne entrou com o carro até bem próximo da mansão. Descarregamos o carro e começamos a montar os computadores. Arrumamos tudo do jeito melhor para trabalharmos simultaneamente.

– Vou deixar o carro com vocês caso precisem - Senhor Wayne entregou a chave para Bruce que o olhou desconfiado - Não me olhe assim, sei que sempre quis dirigir o carro.

– Estou te olhando assim para ter certeza de que não é uma pegadinha sua.

– Eu não brinco, Bruce.

Senhor Wayne foi até o carro, acionou um botão e meu queixo caiu, uma moto saiu de dentro do carro, não era das grandes como me lembro de ter visto nas imagens dele mais novo, mas ainda assim era uma boa moto, ele montou, acenou para nós e se distanciou.

– Vou preparar algo para comerem - Professor falou.

Sentamos os três e começamos a deixar o sistema da melhor forma possível. Brain trabalhava absurdamente rápido assim como Bruce, eu estava bem mais lenta que os dois e isso me fez questionar se seria uma boa ideia ficar entre eles.

– Vamos precisar de um suporte - Brain falou sem desgrudar os olhos da tela- Alguém que esteja pronto par anos resgatar quando algo der errado.

– Eu posso sê-lo - falei e eles me olharam - Vocês trabalham mais rápido do que eu, prefiro ficar apenas os auxiliando do que por minha velocidade em cheque.

Eles confirmaram e começaram.

Eles avançavam muito rápido, duas vezes precisei arrancá-los de problemas, mas comparado ao tanto que avançaram não parecia ser muita coisa.

Professor nos serviu o almoço e o jantar. Depois da última refeição falei para os dois que eu iria dormir, eles pareceram não me dar ouvidos.

Quando levantei os dois ainda estavam avançando, Professor me contou que ficaram acordados a noite toda programando e invadindo, eu sabia que aquilo não era saudável por uma experiência própria de dois dias antes. Sentei em meu lugar e esperei que precisassem de mim. Mas não ocorreu.

Bruce foi dormir e eu assumi seu lugar, o avanço era bem desacelerado comigo ali, mas pelo menos não paravamos.

July e Clark vão ter de esperar bem mais.


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