Caminhei até o homem,mas ele não parava no lugar.Suas longas pernas o levavam por ruas estreitas,seu cheiro apetitoso atrás dele.Estava irritada,obviamente.Eu estava com sede e pretendia me alimentar.

Ele dobrou mais uma rua,seu perfil me mostrando um pequeno sorriso saindo de seus lábios.Me senti irritada por um momento.Parei minha perseguição silenciosa e apoiei minhas mãos na cintura,batendo a ponta do meu pé no chão.

O homem parou instantaneamente,como se soubesse ou sentisse que eu tinha  parado.Pude observar por debaixo da luz fraca da lâmpada do poste suas feições pela primeira vez e me impressionei com o que vi.

Ele parecia ter algo como a idade de Carlisle,ou um pouco mais velho.Teria seus trinta anos,seu eu fosse chutar.Seus olhos eram de um azul indiscutível e sua boca estava em um sorriso discreto.Seu cabelo era cortado rente ao couro cabeludo,loiro e brilhante,como um mariner.Seus ombros eram largos e os músculos saltavam debaixo da blusa preta de uma banda qualquer. Podia notar um maravilhoso par de pernas na calça jeans azul Diesel.

“Você vai ficar me seguindo a noite inteira?”ele perguntou com uma voz perfeita demais para um mero humano.

“Na verdade,eu planejava jantar.”disse me aproximando do belo homem.A cada passo que eu dava eu podia sentir o doce cheiro do seu sangue que fazia a minha boca salivar loucamente.

“E o que você planeja jantar?”ele perguntou,cruzando os braços musculosos sobre o peito definido.Podia ver uma barba cerrada loira nascendo em sua pele e algo me enviou um arrepio.

Eu já estava muito próxima dele,podendo sentir como um motor de avião o batimento cardíaco extremamente rápido.Então...por baixo de toda aquela frieza tem um medroso?

“Bem...Na verdade,estava pensando...em jantar você.”respondi,tentando sentir seus pensamentos e decisões através de seu cheiro apetitoso.Mas nada aparecia.E ele também não saiu correndo como a maioria das minhas pressa depois de um bom jogo emocional.Ele apenas balançou a cabeça,abrindo mais o sorriso e virando aqueles olhos azuis topázio para mim.

“Que coincidência...!Eu também!”ele exclamou,me jogando contra a parede de pedra e travando sua boca na minha.

Ai...Meu...Pai...Do...Céu!

O que esta acontecendo aqui?Era para eu beber o sangue dele!Não me atracar com ele!

Qual é o meu problema?

Me virei rapidamente,prendendo a face dele contra o muro de pedra,usando toda a minha força pela primeira vez na minha existência vampírica.Eu o deixei assim até ele parar de se contorcer tanto.Ele suspirou pesadamente,tentando olhar para mim.

“Ok,pode me soltar?”

“Acho que não colega.”respondi. “Antes da mais nada,quem é você?”

Ele tentou se mexer,mas eu mantinha o braço firme em volta dele.

“Você não vai me soltar mesmo,não é?”ele perguntou,sua voz abafada pela parede.

“Não.”

O suspiro dele foi alto e cansativo,como se tivesse corrido quilômetros.

“Ok...Meu nome é Nicolai  Vladmir Tepes,mas uso o nome de Nicolas Taylor.Nasci em 1800 na Transilvania,uma região da Romênia.Em 1810 fui forçado a me mudar com minha mãe e meu para a Inglaterra,fugindo de uma perseguição contra a minha raça. Fugimos de novo para o Canadá,indo em direção ao Alasca.No Canadá minha mãe encontrou antigos amigos que tomaram conta de mim,enquanto ela tentava evitar sua eminente morte,que ocorreu dois anos depois.”

“Vivi no Canadá ate meus 15 anos quando fomos atacados pelo exercito Volturi.Eu consegui me salvar.Minha família não.Me escondi entre as arvores por cinco anos,fugindo até entrar em um ancorado que iria para a Russia.Em Moscou conheci grandes escritores e me interessei pelas artes.Fiquei 8 anos lá,aprendendo e me virando,tentando aparentar um ser humano normal.No meu aniversário de 28 anos me transmutei pela primeira vez.E nunca mais envelheci.”

“Saí da Russia e fui em direção à Grécia.Fiquei lá por um bom período de cinco anos e fui para a Turquia.Entrei em um navio mercante que foi parar na India.Apaixonei-me pelas maravilhas da Ásia e fiquei mais de cinqüenta anos lá,minha maior temporada em todos esses anos.Fui em direção à Bulgária que tinha acabado de se tornar independente.Fiquei pouco tempo lá.Fui para Paris em 1880.Eu fiquei amigo de muitos boêmios daquela época e fui inspiração para Rodin em ‘O Pensador’.Fique bem claro que eu não posei nu,ok?”ele me olhou,dando um sorriso.

“Fui para os Estados Unidos pela primeira vez em 1889.Conheci Thomas Edison,um grande amigo.Tomei Coca-Cola por estar doente.Vou para a Inglaterra em 1900.Em 1907 fui para Portugal, a caminho da Itália.Cheguei na Itália em 1912.Em 1914 partia para a Alemanha junto com as primeiras tropas da 1ª Guerra Mundial. Cheguei de volta a Itália em 1918 e parti logo em seguida para a Espanha.Saí de lá em 1922 e fui para minha cidade Natal na Romenia.Saí da Romenia em direção à Polonia.Fui para a Dinamarca então em 1932 e,logo em seguida, à trabalho voltei para Nova York.Fiquei pouco tempo até entrar em mais um navio a caminho da 2ª Guerra Mundial.”

“Voltei em 1945 para Nova York,mas saí de lá e voltei à Paris.Fiquei lá até 1950 e depois fui para o Brasil e a Argentina.Fui para Londres em 1958.Em 1962 voltava aos Estados Unidos, na cidade de Jackson no Mississipi.Em 1964 fui para San Francisco e vi o ultimo show dos Beatles em 1966.Em 1969 vou para Bethel,no estado de Nova York para curtir Woodstock.Em 1972 fui para o Havaí e vi Elvis Presley se apresentando em 1973.”

“Em 1976 fui para Albuquerque no Novo México.Em 1981 me mudo para Denver no Colorado e comprei o videogame Odyssei.Talvez você nunca tenha ouvido falar.Era o que havia de melhor naquela época.De qualquer forma, em 1987 me mudo para Phoenix no Arizona e começo a dar aulas em uma escola local.Em 1991 vou para Dallas,no Texas.Fico lá até 1996 quando vou para Miami,na Flórida.Um saco sair só de noite,mas fazer o que.Saio de lá em 1997 e vou para Jamestown na Dakota do Norte.Em 2002 vou para Great Falls em Montana.Não eu não vi a Hannah Montana.”

Ele parou de falar,esperando minha reação à piada.Pressionei mais forte a sua cara contra o muro.

“Ok,você não é de rir muito.Bem em 2006 vou para Colorado Springs,no Colorado.Em 2010 chego em Boise,no estado de Idaho.E agora estamos aqui.Eu,você,um tesão irrefreável...e uma pergunta.”

Fiquei calada,absorvendo tudo o que ele tinha dito.Tirei-o da parede,mas evitei largá-lo.O cheiro de sangue doce e quente que saía de sua boca me fez lamber os lábios.

“Então você tem uma tara por sangue ou é uma vampira.Considerando que eu estou preso que nem um porco assado contra essa parede,vou considerar a ultima opção.”ele parou,lambendo o sangue doce e vermelho no canto da sua boca,que cicatrizava em um ritmo louco. “Então,você não é uma vampira normal,claramente.Eu sinto o cheiro do seu sangue.O que você é,ou melhor,quem você é?”

“Parei de olhar nos seus lábios e fechei a cara.

“Por que eu te contaria?Você pode me matar agora.”

Ele sorriu um sorriso safado.

“Só se eu te matasse de tanto meter...”

Interrompi.

“Ok,eu vou te soltar contanto que você pare com isso.”

Ele sorriu concordando.Soltei devagar,esperando uma reação,mas ele só se levantou e ficou olhando para mim.

“Então,nome e sobrenome,por favor?”ele pediu.

Suspirei e falei me poucas linhas minha vida.

“Meu nome é Amanda Cullen.Sou casada com Edward Anthony Masen Cullen,um vampiro e tenho uma filha,Rosemarie Cullen. Moro em Forks com minha família,tenho 18 anos e estou terminando o colegial.Sou uma vampira transmorfa.”

Nicolai continuou me observando por algum tempo até que soltou.

“Casada é?Hot.”

Revirei os olhos e ele lançou um belo sorriso.

“Pelo visto eu não sou o ultimo da minha espécie.E é bom saber que conhecidos meus ainda habitam as redondezas.”

Coloquei a mão na cintura,bufando.Que cara chato.

“Conhecidos?Quem?”perguntei seca.

“Creio que Carlisle Cullen seja o pai de seu marido.”ele supôs,andando com passos leves até mim.

“Sim.Você o conhece de onde?”perguntei,mas algo estava fazendo meu crebro encaixar as coisas lentamente.

“Era um grande amigo do meu pai,Vlad.”ele sorriu,os caninos aparecendo debaixo dos lábios.”Ou melhor,Drácula.”