–Desculpa por ter te trazido aqui, mas se fossemos para casa eu não ia ter chance de conversar com você melhor. – falou com a expressão seria, e ao mesmo tempo calma.

–Conversar o que? – falei sorrindo pra quebrar o clima meio tenso.

–Nada, agora não, agora eu só quero fazer a coisa direito. – Falou olhando nos meus olhos envolvendo os braços na minha cintura, enquanto eu colocava as mãos na nuca dele, fazendo-o se arrepiar ao meu toquei, e nossos rostos se juntaram calmamente sentindo tudo lentamente, e um turbilhão de sensações estavam me invadindo, desta vez não havia urgência no nosso beijo, só algo como ternura, como cuidado, ele parecia cuidar de mim, foi diferente de tudo que eu já senti.

–Esperei por isso a noite inteira – falou mantendo uma pequena distancia dos meus lábios, ficamos naquilo algum tempo, e poderíamos ficar a noite inteira, eu nem me dava conta mais do meu namorado nem que ele era meu primo, nada, só conseguia ficar perto dele e sentir o cheiro dele em mim, ficamos sentados na calçada admirando um ao outro sem palavras, que nem eram necessárias. Ate um dos amigos dele, acho que um dos mais sóbrios, foi nos chamar para entrar um pouco, Dean olhou para ele com cara de “seu idiota esta atrapalhando”, mas eu falei que íamos entrar sim. Não queria ser chata.

–Eu não vou te soltar, esta cheio de urubu aqui. – falou Dean serio sem soltar minha cintura, e umas amigas dele vieram falar conosco, no inicio desconfie dessas “amigas”, mas depois percebi que eram só amigas mesmo, que as que eu deveria ficar de olho estavam perto do som me observando como quem deseja atirar em alguém, então perguntei as meninas que me deixaram super a vontade, Nay e Ruby, enquanto Dean falava com um amigo do nosso lado.

–Então meninas, quem e aquela garota simpática que parece que vai me fulminar ali no canto?

–A ignora e um das Ex do Dean, a mais recente na verdade, e as que estão perto são as amiguinhas dela, se você olhar bem pra todos aqui vai perceber muitas te olhando assim, Dean já ficou com a maioria das meninas da cidade – falou Nay rindo.

–Mas não se preocupe que comigo ele nunca ficou, deus me livre – falou Ruby rindo – Eu Dean, Nay, Lucas somos amigos desde o jardim da infância, cá entre nós passo quase o tempo inteiro tentando colocar juízo na cabeça desses três;

Ficamos conversando e Ruby me contado historias hilárias deles quando eram mais novos, ate que as horas se passaram bem rápido e precisávamos voltar pra casa.

–Temos que ir pessoal, minha cinderela aqui não vira gata borralheira à meia noite, mas tem que estar em casa antes do amanhecer, se não minha mãe me mata! – falou Dean rindo e me dando um beijo, segurando minha mão;

–Tchau meninas, vejo vocês em breve quem sabe.

–Quando você vai embora? – perguntou Nay

– Na verdade hoje à noite, mas quem sabe eu não volte ne.

Despedimos-nos das meninas e ao sair da festa Dean me olhou serio enquanto caminhávamos para a casa e disse.

–Você não me disse que ia embora à noite! – falou com uma expressão seria.

–Desculpa, na verdade eu já tinha esquecido meu pai já comprou o bilhete de volta, pego o ônibus no fim da tarde. – ele desviou o olhar com se estivesse chateado – ainda tenho o dia inteiro pra te perturbar, só preciso de um cochilo;

–Tudo bem, e que... – olhou mais uma vez nos meus olhos como se tomasse coragem pra dizer algo e baixou a cabeça novamente.

–O que? - Perguntei curiosa

–Nada, depois conversamos – falou já que estávamos quase na porta de casa – mas antes.

Ele me parou antes que chegássemos ao portão e me abraçou me beijando, lentamente, era como se o mundo parasse, a rua estava deserta o sol já estava quase nascendo, e eu só conseguira beija-lo, como nunca havia beijando outro, a verdade e que nenhum dos dois queria largar, nenhum queria abrir o portão e ter que dormir em camas separadas, mas as horas corriam, e uma leve chuva começou a cair, o que fez com que fossemos forçados a entrar.

– Queria que essa noite nunca acabasse – sussurrou no meu ouvido ao me deixar na porta do quarto dele.

–Eu também – falei baixinho dando um beijo de leve nele, e entrando no quarto, enquanto ele ia para o sofá da sala. Tirei os sapatos e deitei na cama pensando em tudo que aconteceu, ainda sem acreditar, e acabei pegando no sono, e lembro-me de ter sonhado com ele, e acordar sorrindo.

Levante depois de umas poucas três horinhas de sono, porem me sentindo nova, e fui ao banheiro tomar um banho e me peguei pensando “será que ele seria o príncipe encantado perfeito?” tentava lembrar o quanto isso era bobagem e continuar meu banho, mas a verdade e que eu não conseguia parar de sorrir.