Chegamos à casa rapidinho, a casa da minha avó era bastante grande, e bem no centro da pequena, porem, agitada cidade, e quando entrei logo vi de longe o balanço onde “brincávamos”. Dean e a mãe Mary moravam junto com ela, desde a morte do nosso avô, e logo fui recepcionada pela minha tia Mary que não parava de me abraçar e dizer repetir “você esta grande” “como esta linda” “que saudade” o tempo inteiro enquanto me levava ate o quarto que ela compartilhava com o filho, que era enorme cabia uns três quartos dentro, e lá eles colocaram tudo que pessoas normais tem como o computador tv a cabo, dvd e coisas do tipo já que minha avó abomina ate mesmo aparelhos celulares.

Os outros cômodos da casa estavam exatamente do mesmo jeito de três anos atrás, as mudanças foram apenas no quarto maior, onde os pôsteres de super heróis do Dean davam lugar aos pôsteres de bandas como Rolling Stones, Beatles e coisas do tipo, porem cada canto daquela casa me trazia boas lembranças da infância, tive meu momento nostálgico enquanto ia a cozinha cumprimentar minha avó que apesar de antiquada eu sempre fui bastante apegada, e após o almoço fiquei no quarto grande com Dean vendo filmes.

–Como nos velhos tempos filme de terror? – brincava ele.

–Com certeza, só que agora não tenho mais medo. – Falei rindo olhando pra ele enquanto nós dois deitávamos cada um em uma cama que ficava paralela e no meio mais a frente à tv.

–Não tenho mais a desculpa de pegar na sua mão. – falou rindo lembrando-se de quando éramos criança.

–Desde criança você já era bastante espertinho em!

Ficamos deitados a mais o menos um metro de distancia de uma cama para a outra e visivelmente não prestamos muita atenção no filme, sempre que eu olhava a tela sentia os olhos dele em mim, e sempre que percebia que ele olhava para a tv não resistia e fixava meus olhos nele, havia uma clara tensão sexual naquele quarto, estávamos a ponto de explodir quando minha tia entrou anunciando que estava na hora dele ir ver o pai que morava lá próximo. Afinal logo mais íamos para a casa da minha tia que ficava nos arredores da cidade.

Comecei a me arrumar às 8 horas já atrasada, e Dean ainda não havia chegado da casa do pai, fiquei pensando nele o tempo inteiro enquanto me arrumava apressadamente sentada na cama dele, coloquei uma blusa branca fininha, e uma saia preta, calcei o saltinho básico e fui pra maquiagem (look: http://www.dosedeilusao.com/wp-content/uploads/2012/12/look51.jpg ), quando ele chegou à porta, olhou para mim e para mãe dele (que estava completamente linda) e ficou olhando e dando um sorrisinho de canto da boca pra mim, quando perguntei.

–O que foi? – Num tom debochado.

Ele respondeu sem mudar as feições – Não precisa ficar tão bonita pra ir à casa de tia – desviei meus olhos dos dele e fiquei calada, enquanto a mãe dele respondia concentrada em fechar o sapato.

–Claro que precisa nunca se sabe quando vai encontrar o príncipe encantado não e Anna?

Príncipe encantado e? Pensei, mas, balancei a cabeça sorrindo.

Logo acabamos de nos arrumar e minha avó apressada foi entrando no carro deixando eu e Dean no banco de trás enquanto minha tia dirigia, e por algum motivo naquele carro, durante os olhares e sorrisos do Dean, percebi que de alguma maneira aquela noite marcaria minha vida. Chegamos à casa da minha tia, e muitos dos nossos primos já estavam lá, e fora às chatices dos velhinhos o todo ate que foi legal, conversamos e rimos das piadas bestas do meu primo mais velho Boby, eu e Dean sentamos juntos e ficamos a noite inteira, colados, e a cada toque sem querer sentia nossos corpos clamarem para estar juntos, era incrível como eu queria estar cada vez mais perto dele, e sentia no olhar dele que ele também queria aquilo, e seria logo estaria num ponto que sentar perto só não iria satisfazer nossa “atração” por assim dizer. Ao decorrer da noite já era quase meia noite e estávamos sentados no safa da sala enquanto os outros iam a cozinha se encher de mais comidas, e ele sussurrou.

–Esta quente aqui, não quer ir um pouco lá fora tomar um ar?

Levantei com calma sem falar nada, e ele me acompanhou, sentei na calçada próxima a rua e admirei a noite, e logo ele sentou-se do meu lado.

–Desculpa – disse ele - isso esta uma chatice ne?

–Nem tanto, o boby e engraçado, e eu estava com saudades de vocês, além do mais em casa eu ainda estaria em prisão domiciliar então, aqui esta o paraíso – brinquei enquanto ainda olhava a noite.

–Estou feliz que você planejou fugir e deu errado - Falou sorrindo olhando pra mim, o que me fez rir e dizer;

–Ah que legal você feliz com meus planos frustrados.

–E que assim você pode vim pra cá, pra esse castigo horrível – Falou rindo abrindo os braços como se apresentasse a rua.

–Para, eu estou feliz de estar aqui – Falei com um sorriso nos lábio desta vez encarando ele, e senti ele se aproximar.

Mas logo ouvi barulhos de salto alto se aproximando e me afastei rapidamente; o que deixou ele meio surpreso.

–O que estão fazendo aqui? Já e quase meia noite, vamos! – falava tia Mary com um sorriso no rosto como quem entendera o que estava a acontecer. Confesso que fiquei meio constrangia e entrei rapidamente.

Ao romper da meia noite ele veio ate mim passando pela barreira de parentes fazendo festa, e me abraçou ainda mais apertado que na rodoviária e sussurrou um feliz ano novo na minha orelha que fez meu corpo estremecer, e ele ao perceber deu um sorriso de satisfação ao se distanciar do meu corpo;

–Então e isso? – falava ele meio indignado ao entramos no carro apenas as duas da manhã, tendo como resposta o silencio durante o caminho todo. Ao entramos na cidade minha avó já estava cochilando no banco da frente quando passamos em frente à casa superlotada de um amigo do Dean que estava rolando uma festa, e ele logo fez a mãe parar desesperadamente e pediu pra que nós ficássemos.

–Mãe, por favor, não são nem três horas deixa eu e a Anna ficar eu prometo que voltamos antes das cinco! Vaaaaai!!!

Depois de uns 5 minutos nessa, ela deixou, e eu nem abri a boca apenas observava negociação deles comigo no meio e ria. Descemos do carro e ao entramos na casa a maioria dos amigos dele, que eram todos bem mais velhos, estavam todos bêbados, alguns me olhavam de um jeito estranho como se tivesse uma placa em cima de mim escrita “carne nova na área”, mas foi engraçado ver a cara do Dean de raiva enquanto varias pessoas viam cumprimenta-lo desejando feliz ano novo e ele tentava afastar os amigos de mim, quando de repente um bêbado, que é maior gato por sinal, veio em cima de mim e perguntou na cara dura se estávamos ficando.

–Não, claro que não. – falei meio nervosa então o bêbado que logo mais eu conheci como Lucas, puxou meu braço e disse;

–Então vem cá! - E colocou a outra mão na minha cintura, muito rápido, depois disso não vi muita coisa só Dean dando um soco no amigo, e senti um puxão no outro lado da cintura, e Dean colando o corpo no meu, me beijando de uma maneira totalmente urgente, como se o mundo dependesse do nosso beijo, colocando todo o desejo que sentimos desde o momento em que nos abraçamos na rodoviária, e me abraçava como se me protegesse de todos que estavam ali, e quando nos separamos um pouco me dei conta do amigo dele xingando-o atrás de mim, o que não quebrou nem um pouco o clima, ele sussurrou no meu ouvido já que a musica estava alta, algo como ir lá fora, e foi me guiando.