Guerreira do Trono - Parte II escrita por NandaHerades


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi! Mais um capítulo!
Sim, eu posto na véspera do Natal kkkk Bjs



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Meus dias no esconderijo estavam mais animados agora que Merl e Arquiel me treinavam, eu já me sentia confiante quanto a me defender, depois de duas semanas de treinamento árduo. E me defender era a minha única preocupação desde que Lukiel aparecera para dizer que a guerra ia de mal a pior para Shamayim, os Anjos estavam se rebelando e indo contra o seu próprio Reino e, o dissimulado do Chefe dos Anjos agia como se tudo estivesse bem.

Era segunda-feira e eu estava deitada em meu quarto quando uma ideia me veio a mente —diga-se de passagem que eu aproveitava o fato de Merl não ouvir meus pensamentos e planejava diversas coisas —, mas desta vez eu estava pronta para fazer meus planos funcionarem. Sai do quarto e abri a porta para dar uma olhada no corredor, Merl ainda estava na biblioteca e permaneceria lá por bastante tempo, voltei e tranquei a porta, fechei as cortinas e coloquei uns travesseiros debaixo do edredom, para o caso de alguém resolver abrir a porta pensar que estou dormindo.

Fechei meus olhos e imaginei a casa de Lavínia, a brisa do mar, o calor do litoral e tudo mais do lugar. Sorri ao perceber que meus pés não estavam mais pousados no piso de meu quarto, eu estava na praia. Abri os olhos e fiquei eufórica. Palmas para mim! Eu havia me transportado! Era tão natural agora, poderia me transportar para qualquer lugar do planeta.

Virei-me e vi a casa de minha tia, caminhei pela areia quente e parei nos degraus da entrada tentando lembrar dos poucos dias que passei ali e de como me sentia em casa. Bati na porta, mas não houve resposta. Bati novamente e Lavínia não apareceu. Que falta de sorte! Pensei onde ela poderia estar... É claro, só pode ser na lanchonete! Corri pela rua e cheguei à loja, contudo, para minha decepção, ela estava fechada. Um papel na porta principal avisava que estava fechada para a visita de fornecedores e que voltaria a funcionar normalmente no dia seguinte.

Suspirei e lamentei. Logo no dia em que resolvo fugir. Comecei a andar pela rua devagar, aproveitando cada segundo longe do meu exílio, em breve deveria voltar para lá e isso me desanimava. Senti uma mão gelada segurar meu braço, parei de andar e me preparei para atacar.

— Sara? — era Aline — Meu Deus! É você!

Ela ficou de frente para mim e me abraçou com força. Retribui e fiquei feliz em encontrar alguém conhecido. Aline parecia menos bronzeada e com uma expressão mais adulta, não conseguia imaginar como ela havia mudado em tão poucas semanas.

— Sinto muito — Aline falou — Lavínia contou o que aconteceu com seus pais.

— Estou melhor — respondi sorrindo — O que mais Lavínia disse? — eu precisava saber até onde os anjos havia mexido na mente de minha tia.

— Que você estava na cidade cuidando das papeladas — ela falou — Está sendo difícil para ela também. Essa é a terceira vez nesse mês que não abrimos a lanchonete, acho que ela está tentando se recuperar das perdas.

— Vim para visita-la, mas não a encontrei — falei desanimada.

— Ela deve voltar à noite, por que não espera?

— Não posso. Preciso voltar ainda hoje para a cidade, muitos papéis para cuidar — eu menti.

— Pelo menos tome um sorvete comigo — ela sorriu — Temos muito o que conversar!

Aceitei.

Fomos para uma sorveteria. A música Hang Me Up To Dry do Cold War Kids tocava na caixa de som. A música embalava os clientes com o seu toque animado, típico do indie rock. Aline e eu parecíamos duas amigas adolescentes, não que eu não fosse amiga dela, mas não tivemos muito tempo de nos conhecermos. Mesmo assim eu sabia que ela era uma boa pessoa.

— Me conte, como vão as coisas? —perguntei depois de colocar uma colherada do meu sorvete de chocomenta na boca.

— Muito trabalho — ela falou sorrindo — Mas você já sabe disso. A novidade é que o João sumiu depois da festa de Scarlet, ninguém sabe o por quê. Alguns dizem que ele voltou para o lugar misterioso, mas deve ter voltado para a faculdade. As aulas começam em breve... E a Scarlet não dá as caras faz um tempinho também.

— E você? — perguntei, já que saber da vida dos irmãos Ferreira Melo não fazia meu dia mais feliz.

— Estou saindo com um carinha que conheci em um lual na semana passada. Um gato que faz direito, no duplo sentido da palavra — ela caiu na gargalhada — Mas sério, ele estuda direito... Um amor!

— Que maravilha, você merece um cara legal... — falei contente por ela está se acertando na vida — E Lavínia?

— Ela está se arrastando por aí — Aline falou e eu já fiquei preocupada— Desculpe, não quero te assustar. O irmão dela até veio uns dias aqui para colocar as coisas em dia, mas parece que os dois brigam mais que haters e fãs no twitter.

— Tio Michael é muito certinho com sua lanchonete, conheço-o muito bem!

— Pois bem, sua tia está se distraindo. Hoje nos deu folga e foi para algum lugar desconhecido por nós. Ela vai se recuperar — Aline segurou minha mão como se quisesse me confortar — Você pode esperar por ela lá em casa.

— Ah não! Preciso voltar correndo! — falei em alerta olhando para o relógio, estava fazendo meia hora que estava fora dos cuidados de Merl.

— Que pena! Eu senti sua falta!

— Eu também, você é uma ótima amiga! Prometo que venho te visitar mais vezes — me levantei para abraça-la — Não diga a Lavínia que estive aqui... Ela pode ficar mais preocupada.

— Não direi — Aline sorriu.

Andei por alguns metros fingindo que estava indo para a estação de ônibus. Quando perdi Aline de vista me enfiei em um beco e comecei a imaginar meu quarto. Em segundos eu estava de volta ao meu aposento sombrio na casa de Merl. Suspirei aliviada, parecia que ninguém havia me procurado.

É claro que passei o resto do dia presa em meu quarto. Merl não saia da biblioteca, nem para ver se eu estava viva. Peguei meu mp3 e coloquei a playlist mais triste que eu encontrasse. A minha anjo da guarda, minha única companhia, não falava comigo. Fiquei escutando música até escurecer, quando resolvi sair do quarto e procurar Merl, talvez ela estivesse precisando de alguma coisa.

Sai e bati na porta da biblioteca que estivera fechada o dia todo. Ninguém respondeu. Bati novamente e coloquei a orelha na porta de madeira para ouvir alguma coisa, contudo o silêncio tomava conta de tudo.

— Merl? — eu abri a porta devagar, na esperança de que a anjo me impedisse. Só que o cômodo estava vazio. Eu estava sozinha em casa. Era como se um holofote gigantesco estivesse apontando para a casa. “Hey demônios, venham me pegar! Estou sozinha nessa casa assustadora!”.

Desci as escadas e vasculhei todos os cômodos, eu estava mesmo sozinha. Mas que droga era aquela? Eu ficaria mesmo ali, no meio do nada, sozinha?

Então a ideia me veio à mente. Merl só poderia estar em um lugar. Em sua própria casa, em Shamayim. Voltei para meu quarto e me concentrei em Shamayim, em tudo que eu lembrava. O cheiro doce no ar, o chão que me fazia flutuar, as centenas de anjos voando... Sim, eu podia sentir tudo aquilo! Meus pés não tocavam mais o chão do quarto, senti o calafrio mais forte que já senti na vida, pensei que fosse desmaiar. Não era como me transportar pela Terra, eu estava mudando de dimensão. Assim que me dei conta não estava mais acordada.


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Notas finais do capítulo

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