Guerreira do Trono - Parte II escrita por NandaHerades


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi!
Mais um capítulo para vocês, espero que gostem e comentem! Esse é o penúltimo! Em breve teremos "Filha da Eternidade"! Já estou ansiosa ♥



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Shamayim estava do mesmo jeito. Mesmo com a invasão dos demônios há pouco mais de uma semana, nada havia mudado. Quando passei pela entrada do Palácio percebi que os anjos estavam me olhando, como se estivessem curiosos com o que eu faria. Pelo visto eu já estava famosa em Shamayim...

Lukiel estava em silêncio. Acho que ele não imaginava que eu fosse me rebelar tão rápido, eu podia perceber que em seu silêncio havia algo, um incentivo. Lukiel sempre soube o que eu iria fazer, ele disse que confiava em mim. Nesse momento eu precisava da prova de sua confiança.

Estávamos andando pelos corredores do Palácio, Lukiel me levava até Merl. Eu estava louca para vê-la. No entanto, parecia que o quarto dela era um pouco longe, ou seja, ainda tínhamos tempo para uma conversa.

— Lukiel — falei baixo para que só ele escutasse — Preciso falar com o Chefe dos Anjos a sós.

—Isso não será fácil — ele falou entendendo a minha discrição — Os soldados sempre ficam com ele.

— Talvez se você disser que eu quero falar com ele — sugeri pretensiosa.

— O que você vai fazer? — Lukiel me fitou e a única coisa que fiz foi levantar a sobrancelha, nem eu mesma sabia o que iria fazer — Vou dar um jeito.

Ele falou por fim.

Merl estava bem. Ela havia sido resgatada um dia antes de eu parecer e por incrível que pareça os demônios não haviam tocado em um fio de seu cabelo. Ela ainda estava em repouso, mas seu sorriso e o velho tom de preocupação estavam de volta.

— Me desculpe — falei a abraçando ainda na cama.

— Você está viva — ela sorriu — Era isso que eu queria.

Minha anjo da guarda estava bem. Assim eu poderia seguir com o meu plano, o próximo passo consistia em encontrar o Chefe dos Anjos e cobrar dele uma explicação. O colocar contra a parede e, finalmente, o matar...

À noite Lukiel me buscou no quarto. O mesmo quarto em que Ada cuidava de mim há alguns dias. O anjo me levou até o Salão do Palácio. Estávamos na porta e minha mente parecia criar situações diferentes para que eu me livrasse do Chefe dos Anjos.

— Ele está sozinho — Lukiel falou e eu concordei — Boa Sorte, Saraí.

Lukiel voltou pelo corredor. Eu estava sozinha, tomando coragem para entrar naquele Salão e resolver os meus problemas. Passei a mão pelo cós da calça e senti meu punhal. Segundos depois abri a porta e entrei, a primeira coisa que fiz foi desbloquear minha mente. Eu queria que ele soubesse que eu estava ali. Por isso fiz questão de pensar em Irriel me contando a verdade, fora o Chefe dos anjos que mandara matar meus pais e compartilhei também as diversas formas que pensei em mata-lo. Assim ele saberia qual era a minha pretensão.

Andei devagar pelo grande salão e o vi sentado no Trono. Ele já havia percebido minha presença. Seus pés balançavam com impaciência e seus olhos pareciam mais frios que o habitual. Os meus passos estavam mais rápidos, parei quando já estava de frente para o Trono e bloqueei minha mente, para que tudo que eu fizesse a partir daquele momento fosse uma surpresa para ele.

O anjo estava de pé. Ele sabia o que eu iria fazer e nada que ele dissesse me impediria. Eu era poderosa, eu era a Salvadora...

— Você veio me matar — ele pronunciou como se aquilo fosse algo normal — Eu não vou me render.

— Não esperava isso de você — falei ríspida.

— Você é uma criança inocente — o Chefe dos Anjos estava mais próximo de mim.

— E eu vim te matar — falei com confiança e dei um sorriso amargo.

O anjo me observava com interesse. Seus olhos brancos brilhavam por me ver, ele me odiava e eu o odiava.

— Não será tão fácil — ele disse e eu pude sentir algo acertar meu corpo.

Não era sólido, era como uma onda de sensações ruins que fazia meu corpo se contorcer, como a loucura. Eu gritei ajoelhada no chão, minhas mãos tampavam meus ouvidos, porque eu podia ouvir vozes me chamando.

Saraí! Sara! Eram meus pais, eles me chamavam como se suplicassem por ajuda. Eu queria ajudar, mas não podia porque as vozes mudaram. De repente eu podia ver Merl e Irriel sendo torturados, os dois gritavam meu nome como se eu fosse a única que pudesse ajuda-los. O sangue dos dois escorria como um rio de dor e as súplicas aumentavam... Por favor! Ajude-nos!

Tudo mudou.

Seja uma boa menina! Você merece isso, foi ruim! Imagens do orfanato voltavam a minha mente, era tão real que eu podia sentir a mãos daqueles homens em mim. O nojo fazia com que eu tivesse ânsia de vômito. Aos poucos percebi as lágrimas se formarem... Eu estava revivendo os piores momentos da minha vida.

O Chefe dos Anjos estava do meu lado, eu caída no chão e ele de pé, me observando. Vendo que eu me contorcia no chão.

Eu vou te matar! Era a voz de Irriel. Eu via seu rosto repleto de ódio me observando. Era tão real que eu poderia jurar que ele estava me ameaçando... Mas não era ele! Aquilo tudo era mentira! Eu precisava resistir, porque nada daquilo era de verdade!

— Anjos nem sempre são bons — Chefe dos Anjos falou com um tom maligno.

Depois deu um chute em minha barriga, tão forte que eu fui empurrada para o outro lado do Salão, senti quando uma costela se quebrou.

— Você me desafiou — ele gritou enquanto se aproximava de mim — Achou que eu fosse me esquivar? Eu não me importo com profecia! Você é uma tola!

Ele estava perto de mim novamente. Sua voz era alta e seu tom revelava o ódio que estava escondido por tanto tempo. Mas eu não me daria por vencida.

—Eu tentei te livrar disso, Saraí — ele falou em um tom que poderia ser gentil — Mas você resolveu seguir o lado mais difícil!

Eu continuei deitada no chão. Minha mão tateava o cós da minha calça a procura do punhal, e por sorte o Chefe dos Anjos não reparou minha movimentação.

— Agora vou me livrar de você — Chefe dos Anjos falou como se fosse ser fácil acabar comigo, ele não sabia que eu era imortal.

Encontrei meu punhal e o segurei com habilidade. Para disfarçar continuei com a cabeça abaixada, mas não demorou muito para que eu enfiasse o objeto no pé direito do anjo, que grunhiu de dor. Aproveitei a distração do meu oponente e corri para pegar uma espada em uma das armaduras medievais que enfeitavam o Salão.

Chefe dos Anjos parecia surpreendido com minha atitude, porém ele também sabia se defender. Antes que eu me desse conta, ele já estava com uma espada, pronto para me atacar. Primeiro ele tentou me desarmar, mas eu era muito boa com espadas e isso era quase impossível. Movimentei-me com rapidez com o objetivo de deixa-lo cansado. Nossas espadas se chocavam com um barulho estridente e a cada baque eu sentia que meu oponente ficava mais desarmado, o fato era que as centenas de anos apenas sendo defendido por soldados fizeram com que o Chefe se tornasse um sedentário. Por isso, com um chute bem planejado eu consegui jogar o anjo no chão e desarmá-lo. Eu estava com o Chefe dos Anjos na ponta da minha espada.

— Eu vou me livrar de você — falei com um sorriso de vitória.

— Acho que não faria isso — ele duvidou de minha coragem.

Apertei a espada na garganta dele. Com certeza eu faria aquilo!

O anjo me fitou com raiva e seus olhos ficaram mais brancos. Um chiado irrompeu meus ouvidos, logo percebi que meus braços estavam queimados e a dor repentina fez com que eu largasse a espada. Maldito!

Mais rápido do que eu esperava, o anjo maligno me arrastou para a parede. Senti quando suas mãos envolveram meu pescoço e impediram que o ar chegasse aos meus pulmões. Fiz de tudo para me desvencilhar, mas ele era mais forte do que eu.

A porta ornamentada do Salão fora aberta e de soslaio vi quando alguém entrou. O Chefe dos Anjos continuou a me sufocar, como se ninguém pudesse impedi-lo daquilo.

— Solte-a — era Merl — Deixe-a em paz! Só ela pode nos salvar!

Minha anjo da guarda vinha em minha direção.

O Chefe me jogou no chão com força e pisou no meu pé esquerdo, quebrando-o. A dor era tão forte que eu não conseguia ouvir o que acontecia ao meu redor.

— Assista ao show — o anjo gritou para mim e eu podia imaginar o que ele iria fazer.

—Ahh — gemi de dor — Fuja, Merl!

Ela não me ouviu.

Concentrei em ignorar a dor que me imobilizava. Meu corpo estava se regenerando, mas nem mesmo com essa habilidade eu conseguia salvar minha anjo da guarda. Tentei levantar, contudo meu corpo não estava forte o suficiente para isso. Minha audição voltava e pude ouvir Merl gritando de desespero... Foi aí que a adrenalina tomou conta de meus vasos sanguíneos.

Fiquei invisível e peguei a espada que usara antes. Meu pé me fazia mancar, todavia eu não era visível e isso era uma vantagem. Arrastei-me para perto do Chefe dos Anjos, ele atacava Merl, mas eu estava longe demais para intervir, não havia solução. O anjo a jogou no chão e com o único golpe atingiu o coração dela...

—Não — gritei exasperada, as lágrimas se misturavam com minha raiva.

Chefe dos Anjos olhou pelo Salão, mas não me viu. Eu tinha essa vantagem e iria me aproveitar dela. Eu o mataria, nem que isso fosse a última coisa que fizesse na vida. Segurei a espada com mais força e me posicionei, meu pé quebrado dava sinal de vida e isso permitiu que eu andasse mais rápido.

O anjo assassino perambulava, ele não me via, mas eu podia o ver.

Levantei minha espada. O anjo estava de costas a minha frente. Com sua asa majestosa aberta. Dei um sorriso quando abaixei a espada e cortei as asas daquele ser desprezível. Ele gritou e caiu. Agora não havia mais jeito, pois asas não nascem novamente. Eu estava pronta para matar o assassino dos meus pais e da minha anjo da guarda.

Voltei a ficar visível e ele não se assustou quando viu a espada apontada para o peito dele. Mesmo próximo da morte ele agia como um filho da mãe.

—Você queimará no fogo eterno — falei lembrando o que ele disse a Irriel centenas de anos antes, naquele mesmo Salão.

Dessa vez não pestanejei. Enfiei a espada em seu coração e vi exatamente a hora em que a vida deixara de iluminar seus olhos.

Eu matei o Chefe dos Anjos e agora minha família havia sido vingada.


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Notas finais do capítulo

Lágrimas saíram de mim quando escrevi isso. Criei a Merl inspirada em minha cachorrinha. A Mel (minha dog) não morreu, GRAÇAS A DEUS, mas acho que o tempo da anjo da guarda Merl já estava no fim! Mas a moral da história é que ela morreu tentando salvar a Saraí... Não fiquem tristes!
Me digam o que acharam... Falta pouco para acabar!

PS: vou postar o último capítulo na semana que vem, provavelmente no domingo (24/01)

♥♥♥



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