Guerreira do Trono - Parte II escrita por NandaHerades


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oi!!
Outro capítulo para vocês, lembrando que Guerreira do Trono está quaaase acabando, faltam dois capítulos! ♥



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A noite anterior pairava em minha mente. A ideia de me apaixonar nunca fez parte da minha vida, porque eu sempre tive medo de qualquer contato íntimo, mas Irriel retirou isso de mim. Como se ele fosse meu antídoto, a cura para minhas enfermidades... E de alguma forma eu também era a cura dele.

Agora eu estava na sala de estar da mansão. Aquele era o dia em que finalmente salvaríamos Merl.

Irriel e Arghaus explicavam os detalhes para os Caídos que estavam na sala e outros em videoconferência, pelo visto existiam muitos espalhados pelo mundo. O plano começaria com Irriel me levando para o esconderijo, nós dois despistaríamos os demônios enquanto os Caídos que moram perto do cativeiro atacariam. Durante a luta, eu encontraria Merl e a libertaria e assim a levaria para um lugar seguro.

Todos sabiam que apenas planejar não servia para nada. Eu estava ciente de que nosso plano não era o melhor do mundo, mas pelo menos já era algo em que me apoiar.

Antes do almoço, Irriel e eu já estávamos nos preparando. Ele não estava nervoso, parecia mais tranquilo que o normal. Contudo, eu podia sentir que ele escondia algo de mim, como se a todo o momento ele quisesse me contar alguma coisa, mas se receasse. Estávamos no quarto e ele escondia um punhal e um revólver na calça. Eu já havia feito isso.

— Hoje, quando você resgatar Merl, terá que voltar para Shamayim — ele disse olhando para mim, agora eu podia ver um pouco de sofrimento em seus olhos —Mesmo com os Caídos do lado de Shamayim, eu duvido que vão me aceitar.

— Eu posso resolver isso — falei.

— Não sabemos — ele continuou com seu olhar — Talvez seja a última vez que te vejo...

— Ah! Claro que não — me aproximei e segurei seus braços — Eu já te falei que posso resolver isso!

—Saraí, me escute —ele estava sério —Eu preciso te contar. Deveria ter feito isso há mais tempo, mas não queria te deixar triste.

— O que foi? — eu sabia que ele me escondia algo.

—Lembra quando o Chefe dos Anjos ficou sozinho comigo na cela? — ele perguntou e eu assenti — Ele me contou algo. Uma coisa horrível... E você precisa saber.

— Fala logo! — eu quase gritei, nunca fui boa com suspense.

— Não foram os demônios que mataram seus pais — ele falou e esperou minha reação — O Chefe dos Anjos armou tudo, ele sabia que se você achasse que fosse os demônios escolheria Shamayim!

Eu caí sentada na cama. Minha raiva, que o tempo todo fora direcionada para os demônios, havia mudado de alvo: o Chefe dos Anjos. Eu já o odiava por ter me privado da minha missão, mas isso era a gota d’água. Eu não poderia ter clemência por um ser tão desprezível! Ele devia estar cuidando dos anjos e da paz, contudo ele apenas se preocupava em se manter no poder.

—Os outros não sabem — Irriel se referia a Lukiel e Merl.

— Eu quero acabar com ele — esbravejei.

— Pense bem no que fará — ele me advertiu.

Eu sabia o que faria, porque eu sempre soube o que faria com os responsáveis pela morte dos meus pais. O Chefe dos Anjos não estava do meu lado na guerra e isso deixava bem claro: ou eu ou ele, não podíamos ficar no mesmo lado.

Ao meio-dia, Irriel e eu estávamos em frente ao cativeiro em que Merl estava. O lugar era asqueroso e o cheiro de podridão e queimado afastaria até um humano. Os anjos caídos estavam escondidos esperando o momento certo para atacar, o Pacto de Sangue se mostrou muito eficaz, visto que até o momento todos os Caídos estavam sendo fiéis ao plano.

Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e o meu punhal estava preso no cós da minha calça. Irriel vinha logo atrás de mim, como se me escoltasse, em suas mãos o revólver apontava para todos os lados. Os meus passos eram firmes e a cada metro andado eu me aproximava mais da porta do prédio abandonado, que ficava bem perto da minha antiga cidade. Por ser meio-dia, o sol invadia cada canto do lugar e me fazia suar.

Eu esperava uma recepção mais calorosa dos demônios, mas até o momento nenhum havia aparecido. Por isso eu estava mais apreensiva, aquilo podia ser uma emboscada. Irriel parecia achar a mesma coisa, mas não paramos por causa disso. Abri a porta de madeira que caía aos pedaços e adentrei o prédio. Meu estômago quase deu um pulo quando senti o cheiro do lugar.

Havia um elevador quebrado, não havia porta, mas apenas escombros do que um dia aquele prédio fora. Irriel andou até a escada e eu fui atrás.

— A sala da tortura é lá em cima — ele falou, talvez se lembrasse de seus dias ali.

Subimos e logo estávamos no quarto andar do prédio empoeirado. Meus pulmões repeliam aquele ar contaminado e a cada passo que dava, mais horripilante ficava aquele lugar, qualquer pessoa diria que um filme de terror havia sido gravado ali. De frente para o buraco onde deveria estar o elevador, uma sala se destacava... Escura e úmida. O cheiro de sangue sobressaia ao cheiro de queimado, mas um odor em especial se destacava: o adocicado de um anjo.

Corri para a sala e havia algo caído no fundo da sala, preso a correntes. Eu não poderia acreditar que era Merl. Irriel ficou atrás de mim enquanto eu olhava para a criatura encolhida no chão, com certeza não estava mais vivo. Não podia ser Merl...

— Merl? — eu chamei, mas a escuridão me impedia de ver — Não pode ser...

Falei horrorizada quando abaixei para virar o corpo. De perto eu vi os olhos que não eram de Merl... Olhos brancos, típicos de soldados de Shamayim. Aquela não era Merl! Mas havia algo muito errado ali...

— Sara — Irriel me puxou para cima — Vamos sair daqui!

Eu me virei para sair da sala, mas fomos impedidos assim que algo quebrou a única janela da sala. Centenas de bichos voadores, como morcegos, encurralavam Irriel e eu. Eu não via quase nada, apenas sentia a mão de Irriel me segurando.

— Saia daqui — ele gritou para mim.

— Não — falei tentando puxá-lo.

— É uma armadilha! — ele disse, a cada segundo mais bichos invadiam a sala e envolviam Irriel e eu — Eu vou ficar bem, mas um de nós deve ficar, ou eles vão perceber...

Soltei a mão de Irriel e me desvencilhei dos bichos que gruíam como animais raivosos. Saí da sala sem fôlego e olhei para trás, Irriel se balançava para evitar que os bichos o bicassem. Minha vontade era de voltar para ajuda-lo, mas eu não podia. Porque nos poucos segundos que parei para recuperar o fôlego os demônios apareceram, subindo a escada.

Meu coração acelerou. Os gritos de Irriel invadiam o prédio e os demônios sorriam para mim, com seus dentes amarelos e seus olhos vermelhos.

— Bem vinda — um dos demônios falou.

Comecei a dar passos para trás. Havia quatro demônios parados a minha frente e mais subiam pela escada. Eu não teria chance de lutar contra eles e Irriel continuava sua guerra com os bichos assassinos. Olhei sorrateiramente para o poço do elevador, aquela seria minha única solução... Quatro andares não me fariam mal.

Não pensei, apenas pulei.

Pousei no primeiro andar com um barulho estrondoso, mas ao menos não estava sentido dor. Saí do buraco do elevador e consegui alcançar à porta que dava acesso a rua. Minhas roupas estavam sujas e assim que saí, toda descabelada, gritei para os caídos que estavam de tocaia.

— Ataquem — gritei e cai sentada no chão.

As dezenas de anjos caídos entraram no prédio e atacaram os demônios que saiam à minha procura. Na janela do quarto andar eu pude ver os bichos voadores assassinos abandonarem o prédio, fiquei aliviada.

Ameno – Era

Levantei-me e corri de volta para o prédio, porém fui impedida por uma voz que já era minha conhecida.

—Saraí — era Lukiel.

Virei-me e vi o soldado se aproximando de mim. Atrás dele eu vi Arquiel e Miles, o soldado que me protegeu quando fugi para Shamayim. Eles estavam a minha frente.

—Lukiel — falei o encarando —Onde está Merl?

— Em Shamayim — ele respondeu — E você deve vir conosco.

Eu sabia que deveria voltar, mas antes eu precisava falar com Irriel.

Os Caídos que atacaram os demônios estavam de volta. Era óbvio que eles iriam ganhar, pois eles estavam em maior quantidade. Passaram por mim, alguns me cumprimentaram e outros mandaram olhares furtivos para os anjos. Lukiel ficou parado sem entender o que estava acontecendo.

—Não ataque eles — falei para Lukiel — São nossos aliados.

— O quê? — ele parecia descrente.

— Fiz um Pacto de Sangue — eu disse e os três anjos se assustaram.

—Você o quê? Fez um Pacto de Sangue com traidores? —Lukiel falou irritado.

— Foram esses traidores que acabaram de me salvar — falei com um tom soberano. Pela visão periférica eu via Irriel se aproximando.

— Saraí, temos que ir para Shamayim. Você tem muito que fazer lá — Lukiel continuou a falar.

—Lukiel, não é você quem dá ordens aqui —falei tentando não ser grosseira — E nem o Chefe dos Anjos.

— Ela está certa — Irriel apareceu machucado, mas bem.

— Vou para Shamayim, mas não para obedecer ao Chefe dos Anjos. Eu vou porque tenho muitas questões para resolver com ele — falei.

Os anjos ficaram em silêncio. No fundo eu sabia que Lukiel estava orgulhoso, eu via isso no rosto dele, mas Arquiel e Miles pareciam surpreendidos.

Virei para Irriel e o abracei rapidamente. Eu não queria uma despedida...

—Obrigada por me salvar — sussurrei em seu ouvido.

Ele me deu um beijo rápido.

Andei em direção a Lukiel e falei:

— Vamos ver o Chefe dos Anjos.

Lukiel segurou minha mão e se preparou para o transporte. Minha mente planejava cada detalhe do meu encontro com o anjo mais poderoso de Shamayim... O último encontro.


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Notas finais do capítulo

OHOHOH
Deixe um comentário.
Quero saber o que acham dessa fic. Quais são suas expectativas quanto ao final da segunda parte e se estão ansiosos para a última parte.
Agora chega kkkk Pareço uma escritora doida!



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