TERESA

Duas semanas depois...

Todos me olhavam com desconfiança, especialmente Minho, e eu entendia seu desprezo por mim, mas tudo que fiz foi para salvar Thomas, C.R.U.E.L o queria .Em consequência dos últimos acontecimentos a maioria de nós tínhamos pesadelos durante a noite,na ultima noite Tom acordou aos berros, insistindo que havia homens do C.R.U.E.L ali.Eu sonhei por duas noites seguidas com uma pilha de concreto desabando sobre mim. Quando abri os olhos Tom estava lá, ele me olhava como se estivesse analisando meu rosto com cuidado. Respirei aliviada por tudo não ter passado de um pesadelo terrível.

–Ei, tudo bem? –Ele perguntou-

Assenti com a cabeça e sentei. Segurei sua mão e apertei.

–Você está aqui, então estou bem. –Sorri de leve-

–Tem sonhado com o CRUEL?

Fechei os olhos suspirando.

–Tenho labirinto, verdugos, o deserto, cranks e o prédio desabando sobre mim. -Pensei um pouco- Tom?

–Sim?

– O CRUEL não é tão mal quanto você pensa. –Temi a reação de Thomas-

–De novo com essa historia? Já falamos sobre isso inúmeras vezes.

Thomas sempre ficava agressivo quando eu tentava expressar-me sobre o Cruel.

–Thomas pelo amor de Deus. –Franzi o cenho – Você não me ouve, nunca, nunca mesmo.

–Você disse que o CRUEL ainda nos quer. –Ele bufou- Agora me diga como alguém que persegue pessoas inocentes é bom? Explique-me isso Teresa.

–Disse, mas isso não quer dizer que suas intenções sejam totalmente erradas. -Segurei o rosto dele para que me olhasse- Eu pedi para confiar em mim, porque não confiou?Eu estava tentando te manter a salvo e você beijou a Brenda quando eu provavelmente estava morta Thomas.

Com um movimento brusco Thomas virou o rosto.

–Esqueceu-se do Aries? Você fez aquilo na minha frente, eu vi.

Por impulso desferi uma tapa no rosto de Thomas.

–Foi por você. - A raiva era tanta que respirava ofegante – Eu fiz para salvar você seu merda, ou se você preferi Plong.Você é egoísta Tom, você a beijou porque quis. –cuspia as palavras em seu rosto- O tempo todo ela estava do lado do Cruel e você a perdoou.

–Pare de gritar Teresa. –Ele levantou-se- Sabe que eu odeio Ava Paige e todos que trabalham para o Cruel .

–Acha que só você sabe das coisas? Você não lembra nem da metade do que eu lembro Thomas, fique aí odiando Ava Paige e o Cruel,e você não vai chegar a lugar nenhum - parei de frente a ele- Use a cabeça Tom, você é mais que isso.

Thomas suspirou como se estivesse acalmando-se, então virou saindo. Já haviam se passado horas desde minha ultima conversa com Thomas, era quase noite e o calor provocado pelos clarões solares estavam cessando, Minho e os outros faziam uma fogueira na frente do galpão, algumas crianças corriam,eram poucas, mas suas risadas ecoavam no ambiente. Olhei em volta na tentativa de achar Tom, ele estava lá, e conversava com Brenda, desejei poder ouvir o que falavam. Espera aí Teresa, sua estúpida, cabeça de mertila, deixe o babaca do Thomas fazer o que quiser , ele é apenas seu amigo.Revirei os olhos enojada com a ceninha que Brenda fazia,era como se estivesse atirando-se para cima dele.Calma,disse para mim mesma.O vento bagunçava meu cabelo,era bom ,eu me sentia livre,e desejei que meus amigos estivessem ali, Chunk Alby,Newt ,todos que perdemos,desejei um lar e a minha família de volta.Alguém sentou-se junto de mim,era Brenda e eu quis socar a cara dela até não aguentar mais o ardor de meus punhos.Ótimo.pensei.

–E aí garota cabeça de concreto. –Ela olhava para o nada-

–Oi. –respondi com indiferença-

–Sabe... Tom gosta de você.

Dei de ombro.

–E ama você.

–O quê? Teresa, não, é claro que não, ele te ama.

Porque Brenda estava falando aquilo? Ela o quer, ela faz tudo para tê-lo.

–Sabe Brenda, eu realmente não entendo você.

–É eu sei, mas eu te entendo.

–Até parece. - Resmunguei-

Ela silenciou, ficamos um do lado da outra sem trocar nenhuma palavra por um bom tempo.

–Em quê está pensando? –Perguntou ela-

–Em como vou achar a cura e destruir a organização do Cruel.

–Trabalhei para eles, eu posso ajudar. –Ela cogitou-

Mas que puta de merda, não vou trabalhar com essa garota. O tempo todo ela mentiu para Tom só para salvar a própria pele. Cretina. E ele a perdoou. Oh Brenda meu docinho eu te perdoou. Piranha maldita.

– Mas nem fudendo eu trabalho com você. –gargalhei- Sai fora.

–Acha mesmo que consegue sozinha? –Ironizou ela- que bosta.

Coloquei o dedo na boca insinuando que iria vomitar.

–Se quer me ajudar mantenha a boca fechada, não quero que Thomas fique sabendo.

–Qual é? Acha mesmo que vou ficar fora disso? –Ela riu- Acho que podemos esquecer um pouco o Thomas e nos unir.

Por um segundo cogitei a ideia dela.

–Qual é seu plano para manter Tom fora disso? –Perguntei quase cedendo –

–Eu fico com a boca fechada e você também. - Sorriu satisfeita – Então...?

– Tudo bem. – cedi –

–Agora me diga, qual é o seu plano Teresa?

–Eu ainda não tenho um. – Suspirei – Vamos com calma tá legal?

–Demorou garota cabeça de concreto.

Aquela conversa me fazia querer rir, eu e Brenda, nós duas trabalhando juntas. Plong! Puts a fixa caiu. Brenda, a cretina? Hunf. Tudo bem vou tentar esquecer o quão nojenta ela é.

–Pra começo de conversa, não me chame assim, ou serei obrigada a te chamar de algo não muito legal. –bufei. Vadia. É era disso que eu queria chama-la-

–Relaxa Teresa!

Thomas, mas que droga, a barra sujou. Tentei parecer o mais normal possível, quero dizer, eu tentei não demonstrar nervosismo. Percebi que Brenda era tão boa na arte de atuar que nem precisava de curso.

–OI. –Ele disse- O que está acontecendo?

Olhei de soslaio.

– ué, nada. Só estávamos tentando conviver em paz.

Brenda, que nojinho.

–É o que Brenda lhe disse Tom. – Concordei-

–Bom preciso de um banho.

Brenda e Thomas pareciam se comunicar com expressões faciais, arqueei a sobrancelha, não sei se estava curiosa, com ciúmes ou com vontade de socar a cara dos dois. Respira Teresa, respira. Eu não sei o que esta acontecendo comigo, cada dia que se passa tenho mais acessos de raiva, eu não sou assim, essa não sou eu. Ela saiu Brenda finalmente calou a porcaria que chama de boca.

– O que está acontecendo? –Tom indagou-

– Nada, e eu também preciso de um banho.

– Teresa...

Ele disse quando virei para sair.

–Sim? –Eu ainda estava de costas-

–perdoe-me por não ter confiado em você como me pediu.

Eu ouvia seu respirar mesmo não estando próxima a ele.

– Eu não me arrependo.

–Por quê?

– O amor é isso Tom, o amor é sacrifício.

Então sai...