Nova fase' escrita por HungerGames


Capítulo 7
O grande dia!


Notas iniciais do capítulo

Oii, estou sumida, eu sei, mas é por que estou enrolada, porém, não consigo abandonar vocês.... Então... Capítulo novo, espero que gostem, beijinhos



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Dizer que o dia está parecendo uma loucura seria pouco, por que a verdade é que desde que eu acordei hoje as seis horas da manhã mal consegui parar por mais de dois minutos, passei o dia inteiro correndo atrás de alguma coisa, comprando algo que faltou, buscando e levando pessoas pra todos os lados, sem falar do papai que parece mais nervoso que eu, mal consigo trocar algumas palavras com ele sem que ele se lembre de algo e saia correndo ou me faça correr e é por isso que pra ter pelo menos uns cinco minutos de folga eu me escondo no escritório junto com um prato de biscoitos, um pedaço de bolo de laranja e um copo de suco de uva, mesmo aqui dentro, sentado no chão ainda ouço as vozes e correria pela casa, a porta se abre e mamãe entra parecendo cansada também, ela caminha até a mesa e então me vê sentado no chão.
– O que você está fazendo aí? – ela pergunta e eu jogo a cabeça pra trás.
– Tentando parar por cinco minutos? – ela ri da minha cara de cansaço, se abaixa e senta ao meu lado, pegando um dos biscoitos.
– É uma ótima ideia!
– E você não deveria estar fazendo o cabelo ou a maquiagem ou qualquer uma dessas coisas? – ela ri.
– O dia é seu e não meu! – ela fala dando de ombros.
– Tecnicamente é da Keyse, esse é o sonho dela! – eu falo e ela me olha curiosa.
– Quantas vezes você já sonhou em casar com ela? Em construir uma família? Começarem a vida de vocês?
– Acho que mais vezes que o normal – eu falo e ela sorri.
– Então não é só o sonho da Keyse – ela passa os dedos pelo meu cabelo e me puxa pra mais perto dela beijando minha cabeça – Eu ainda não acredito que você vai se casar hoje! – sua voz é meio sentimental demais e ela me aperta ainda mais nela – Pra mim você ainda é um garotinho!
– E pra mim você ainda é a mulher mais incrível que eu conheço – eu falo me virando pra ela e segurando seu rosto, ela sorri.
– Tenho certeza que você já disse isso pra Keyse!
– Mas isso só por que ela estava com raiva e não queria me beijar!
– Pyter – ela briga me dando um empurrão, mas acaba rindo e volta a me abraçar – Eu vou sentir tanto a sua falta nessa casa!
– Mãe, eu vou me casar e não me mudar pra outro Distrito!
– Eu sei, é só que... Eu te amo tanto!
– Eu também te amo, muito! – eu falo e beijo sua bochecha de um jeito exagerado que a faz rir, ela tenta se esquivar e quase acaba deitada no chão.
– Aí estão vocês – papai fala entrando pelo escritório, mamãe se senta de novo ainda rindo – Por que vocês estão aqui ainda, todo mundo já está se arrumando!
– Pai, todo mundo está se arrumando desde a hora que eu acordei! – eu falo com certa ironia enquanto me levanto e ajudo a mamãe.
– Por que é um casamento, um dia importante! Principalmente pra você – ele fala e me puxa pelo ombro pra um abraço meio de lado – Meu filho se casando, finalmente um pouco de juízo nessa cabeça – ele fala bagunçando meu cabelo.
– Eu sempre tive juízo!
– Também não exagera – mamãe fala rindo e eu tento parecer um pouco ofendido.
– Você lembra aquela vez que ele cismou que iria alimentar os bichos lá no lago, aí ele roubou os pães da cesta e saiu todo orgulhoso, depois voltou correndo por que tinha um monte de pássaros atrás dele – papai relembra rindo.
– Ele jogou os pães pra cima e correu pro nosso meio se sacudindo! – mamãe completa em gargalhadas.
– Eu tinha seis anos! E... Não estava com medo, foi só... Pra gerar uma história engraçada... Viu, deu certo! – eu falo tentando não rir também.
– Como aquela vez que você tentou descer o baú do seu quarto empurrando-o pela escada e acabou rolando junto com ele?
– Eu fiquei com o ombro dolorido por um mês, isso não devia ser engraçado – eu falo e eles só riem ainda mais, acabo rindo junto com eles.
– E quando ele quis te ajudar na padaria e ficou atendendo os clientes...
– Ah, eu me lembro! Ele dizia pra todo mundo que chegava pra comprar pão de queijo que não tinha mais e os fazia comprar outra coisa no lugar, só por que eu disse que os pães de queijo que sobrassem seriam dele!
– Você comeu junto comigo que eu lembro – eu falo apontando pra mamãe que está rindo tanto que saem lagrimas de seus olhos.
– E eu não sei como vocês conseguiram comer tanto!
– Seu pão de queijo é o melhor – eu falo dando de ombros e então ele me olha daquele jeito meio bobo que ele tem as vezes.
– A Keyse tem sorte!
– É o que eu digo a ela todo dia – eu falo com um sorriso e ele também sorri, coloca a mão no meu ombro e me puxa pra um abraço, ele me aperta nele, mas não diz nada, apenas fica me abraçando por alguns segundos, quando ele me solta e nos olhamos os olhos dele estão com lagrimas.
– Melhor se arrumar – ele fala apontando a porta atrás dele, eu faço um sinal de continência e saio do escritório deixando eles dois lá, encontro o vovô brigando com Ian no meio da sala.
– O que tá acontecendo aqui? – pergunto me aproximando deles, vovô resmunga algo pro Ian e vem pro meu lado, Ian me olha um pouco sem graça, por que mesmo tendo passado um tempo da nossa “conversa” ele ainda tem um pouco de receio perto de mim e eu o aconselho a continuar assim o resto da vida dele.
– A Pérola pediu pra que eu o fizesse começar a se arrumar! – ele fala um pouco nervoso.
– Eu cuido disso! – aviso e ele concorda sem mais perguntas e sai – E você! – eu aponto pro vovô – Banho! – ele revira os olhos.
– Eu não sou uma criança!
– Então não se comporte como uma!
– Você tá falando igual seu pai! – eu acabo rindo.
– Ah qual é velho, me ajuda vai, se arruma logo... É meu casamento! – ele faz uma careta.
– Com aquelazinha!
– Aquelazinha que eu amo, então... Se arruma – ele resmunga mais alguma coisa e se afasta um pouco arrastando a bengala.
– Haymitch, eu posso saber por que você ainda não está se arrumando? – mamãe pergunta alto e irritada enquanto entra na sala.
– Você consegue ser mais escandalosa que isso? – ele pergunta se virando pra ela.
– Você tem cinco minutos pra começar a se arrumar – ela avisa apontando pra ele – E você também – ela aponta pra mim e eu aproveito a deixa pra correr e subir pro meu quarto, assim que entro no lugar me sinto um pouco estranho, a cama de casal que antes ficava no meio da parede agora não está mais, por que depois de rodar o Distrito inteiro, em todas as lojas de móveis e colchões eu e Keyse entramos em um absoluto acordo que nenhuma delas era tão boa quanto a minha, então levamos para a casa nova, por isso o lugar está vazio, as portas do guarda roupa abertas mostram que também estão vazios, as malas que ainda ficaram por aqui estão no canto separadas, a prateleira com todos os troféus está vazia, o quadro de medalhas não está mais aqui e mesmo que eu não esteja arrependido da minha escolha, confesso que é estranho ver esse lugar assim, foi aqui que eu passei toda minha infância, adolescência e mais alguns bons anos, nesse quarto eu joguei horas de vídeo game com o Ryan, briguei milhares de vezes com a Pérola, paguei as centenas de castigos que papai me colocava, ouvi todos os discursos da mamãe de como eu tinha que me controlar com as pegadinhas, são tantos momentos e tantas histórias que é meio nostálgico saber que não ficarei mais aqui.
– Banho! – mamãe aparece atrás de mim e me dá um leve empurrão pra dentro do quarto, eu me distraio e me viro pra ela – Sua roupa! – ela avisa e anda até o guarda roupa, pendurado em um cabide está minha roupa impecavelmente separada, eu agradeço e vou pro banheiro, tomo o banho mais longo que já devo ter tomado na minha vida e estranhamente saio mais nervoso, a noite já começou a cair e cada segundo está mais perto do grande momento, eu me encaro no espelho e respiro fundo soltando o ar de uma vez só.
– É hoje! – eu falo comigo mesmo e um sorriso consegue aparecer, eu mal posso esperar pra ver a Keyse já que hoje eu não vi e nem falei com ela nem por um minuto, ela está sequestrada na casa da Pérola desde que o sol nasceu e Hannah e Hazel são como dois cães de guarda na frente da casa, eu mal aparecia na porta e elas já estavam me expulsando, o que só me deixa ainda mais ansioso pra vê-la, mesmo sabendo que esteja como estiver ela vai estar linda, como sempre. Eu preciso me distrair desse pensamento pra conseguir continuar a me arrumar, com a toalha enrolada na cintura eu começo a fazer minha barba, incrível com cresce tão rápido, as vezes gostaria de ser como o papai que nunca cresce nem um pelo em seu rosto, ele me disse uma vez que foi por causa de um tratamento na Capital, antes dele ir para os Jogos, eu até fiquei curioso mas não são os tipos de lembranças que eu gosto de tirar dele, então nunca mais perguntei, quando termino a barba, eu passo um pouco do gel no meu cabelo, penteando o pra trás, mesmo não estando nem um pouco acostumado com isso e me achar com cara desses ricos metidos, eu o deixo assim por que já recebi ordens da Pérola pra isso e não me atreveria a aparecer na frente dela com os cabelos bagunçados, por que ela pode ser ainda mais furiosa que a Keyse, e as vezes ela me dá medo, mesmo que eu nunca admita isso pra ela, eu saio do banheiro e vou pegar minha roupa, estava com a mão no cabide quando a porta se abre rápido demais.
– Ó o noivo!!!!!!! – Ryan entra animado quase pulando em cima de mim – Ai que bonitinho, até penteou o cabelo – ele fala e tenta passar a mão, mas eu empurro e me esquivo dele rindo – Ah Vem cá, deixa eu te ver – ele pede tentando me alcançar rindo.
– Achei que você fosse direto pro salão – eu falo e ele para me olhando sério.
– Eu sou o padrinho, tenho que ficar do seu lado... O tempo todo – ele fala a ultima frase quase sussurrado como uma sentença dramática.
– Dispenso – ele finge uma cara de dor, então dá de ombros.
– Então... Estou ou não estou elegante? – ele pergunta ficando em pé de forma reta e com a mão no bolso, ele está com a roupa escolhida por Keyse, um terno cinza escuro, assim como a calça, camisa branca, gravata cinza mais claro e sapatos preto, o cabelo também está penteado mas como geralmente ele usa assim não faz muita diferença.
– Tá parecendo um daqueles caras do Edifício da Justiça – eu falo implicando e rindo, ele também ri.
– Eu disse pra Keyse que essa cor não destaca os meus olhos! Mas minha vingança é que no dia do meu casamento eu posso escolher o seu terno!
– Foi a Keyse que escolheu e não eu!
– Mas depois de hoje a decisão de um, será dos dois, então... – ele sorri vitorioso, eu tento explicar que a decisão do terno veio antes portanto me livra de qualquer vingança mas ele não aceita nenhuma das minhas defesas e enquanto eu me visto ele conta como estão as coisas, a correria que parece maior quanto mais perto fica e ele confessa que já viu a Keyse com o vestido, eu tento fazer ele me contar mas ele se recusa, dizendo que jurou para todas as meninas que não iria dizer nenhuma palavra, mas me olhou com um sorriso misterioso, colocou a mão no meu ombro e falou.
– Você soube escolher muito bem! Já está na hora de ir pro salão e Pietro insiste que só vai ser for no mesmo carro que eu, ele está lindo com o terno preto e gravata borboleta, o lance do cabelo penteado não deu certo com ele por que toda vez que alguém conserta ele mesmo bagunça, no fim desistimos.
– Ele vem comigo! Tem espaço aqui – eu falo e ele pula comemorando, Pietro pula no banco animado, Ryan se posiciona no banco do motorista, eu no carona, vovô vai atrás com Pietro e saímos para o salão, os convidados ainda não chegaram e eu aproveito pra dar uma volta verificando se tudo está do jeito que planejamos, o lugar é grande e está sendo usado para um casamento pela primeira vez, é um salão novo que por ser caro ninguém ainda tinha alugado, mas não me arrependo, as mesas estão espalhadas com as toalhas branca e azul claro assim como Keyse exigiu, as flores e os vasos impecavelmente trabalhados estão distribuídos de forma elegante e não muito exagerada, o tapete vermelho está impecável, nas laterais já estão as luzes que irão se acender quando ela fizer a entrada, o altar está enfeitado com flores e galhos secos que realmente o deixam impressionantes, luminárias pequenas e brilhantes estão espalhadas pelo teto do lugar dando a impressão de pequenas estrelas, os garçons estão se organizando aos fundos do lugar, toda a parte de som foi testada e eu já estava satisfeito até ver Ryan vindo na minha direção com uma cara nada boa.
– Tem três equipes de filmagem lá fora e estão tentando entrar – eu fecho meu sorriso e vou até lá com Ryan, os seguranças na porta me deixam passar e logo se posicionam atrás de mim.
– Qual é pessoal, achei que tínhamos um acordo – eu falo e eles começam a reclamar todos juntos, eu levanto a mão pedindo silêncio – Nós tínhamos um acordo de uma equipe entrar, vocês foram responsáveis por escolher qual seria, a escolhida ia ter uma credencial e então poderiam tirar todas as fotos que quisessem, sem filmagens, só foto! A credencial deve estar com... – eu olho ao redor procurando então Ryan tira de dentro do bolso os crachás e me entrega – Aqui! Bom... Pharrel? – chamo e o homem magrelo com um chapéu engraçado e uma roupa colorida levanta a mão, eu entrego o crachá pra ele – Berlin?! Noah... E... Valentin – entrego os crachás pra cada um deles – São vocês que entrarão, quanto ao resto, espero que cumpram nosso acordo e não tentem estragar a minha festa, ok? E quanto a vocês, só fotos, nada de vídeos, os seguranças vão se certificar disso e então vocês poderão entrar – aviso e sinalizo para os seguranças cuidarem disso, eu nunca tive problemas com câmeras, fotos e toda essa agitação que eles fazem mas eu sei que a mamãe ainda não suporta isso e Keyse concordou comigo que seria melhor diminuir essa exposição o máximo possível, eu sabia que não conseguiria evitar tudo por isso a ideia de liberar uma das equipes para fotografar, assim eles terão o que querem e eu ainda consigo controlar toda essa confusão que eles sempre fazem, entro no salão de novo e Pietro vem correndo querendo comer o chocolate que ele viu na mesa, mas mamãe aparece e diz que ele só pode comer depois, ele choraminga mas Ryan distrai ele.
Aos poucos os convidados vão chegando e tomando seus lugares nas mesas, meu nervosismo cresce ainda mais e quando olho no relógio Keyse já está quase quarenta minutos atrasada, eu vou até a mamãe.
– Você disse que ela já estava quase pronta!
– E estava, mas ela é a noiva, você precisa se acalmar!
– Me acalmar? Ela tá se arrumando desde cedo e até agora não está pronta – eu falo realmente nervoso.
– Ah olha... Hazel e Pérola! Ela já deve tá vindo – ela aponta e eu vou na direção delas deixando mamãe pra trás.
– Cadê a Keyse?
– HUUUM, alguém está nervoso – Hazel fala implicando comigo.
– Por favor, me diz que ela já está vindo, eu não aguento mais esperar! – eu peço olhando pra Pérola, ela abre um sorriso e se aproxima de mim.
– Ela já está vindo e você vai ver que valeu a pena cada segundo – ela garante enquanto endireita minha gravata, então me dá uma olhada demorada – Você tá ótimo, tão lindo – eu acabo sorrindo e ela também, então endireita mais alguma coisa no meu terno, estou com um smoking perfeitamente costurado, com aqueles coletes e até a gravata borboleta que eu odeio.
– Tá um gato – Hazel acrescenta e me pisca um dos olhos.
– Chegamos!!! – Hannah fala quando chega até nós, sinto meu coração acelerar, então começamos a nos posicionar pra entrada, mamãe também está nervosa, quando encaixa o braço no meu ela me olha com um sorriso ansioso e beija minha bochecha, por um segundo me impressiono com a beleza dela, mesmo com todos os anos, mesmo depois de três filhos, ainda assim ela é uma das mulheres mais lindas que eu conheço, a maquiagem é leve e os olhos cinzentos brilham com uma emoção que me comove, os cabelos estão presos em duas tranças laterais e o vestido azul consegue deixar ela ainda mais bonita, ela sorri e eu beijo sua testa então entramos sob os olhares de todos os convidados, depois papai e tia Grace entram juntos, ela está radiante, um vestido vermelho muito bonito, e o papai com um terno azul escuro quase preto, depois Ryan e Nathy entram como meus padrinhos e em seguida, Hannah e Pedro, como padrinhos da Keyse, mas é quando os músicos que nós contratamos começam a tocar a musica da entrada dela que meu coração paralisa, as luzes principais são desligadas, o caminho de luzes nas laterais do tapete se acendem, as luzes do teto parecem ainda mais fascinantes deixando um visual realmente lindo, mas quando a porta se abre e ela aparece é que tudo fica ainda mais perfeito, Keyse está simplesmente fantástica, meus olhos estão fixos nela e nada nunca vai me deixar tão sem folego quanto a visão dela me olhando de volta e sorrindo, o vestido é longo todo bordado e justo deixando a curva do seu corpo perfeita, ele não tem alças e mais ou menos na altura da sua coxa ele é um pouco mais rodado e liso, ela usa uma luva branca que está presa ao se dedo, segura um buquê de flores brancas e azul claro, seu cabelo está com uma coroa de pedras brilhantes e um véu escorre pelas costas dela, a cada passo que ela dá eu me sinto ainda mais ansioso, quando ela me alcança tudo que eu posso pensar é em como ela está linda e em como eu tenho sorte, tio Benny aperta minha mão e diz alguma coisa que eu não entendo por que minha atenção está toda nela, eu seguro sua mão e ela está sorrindo ansiosa, eu beijo sua mão e só quando o homem nos chama que eu desvio meus olhos dela, nós ficamos lado a lado e eu mal consigo parar de olhar pra ela, seus olhos estão destacados e aquele castanho escuro me diz tanta coisa que me fascina ainda mais, a cerimonia segue, vejo mamãe enxugando uma lagrima, papai tentando disfarçar, tia Grace sorrindo alegre e eu também estou sorrindo tanto que mal ouço quando ele faz a pergunta, Keyse é quem me dá um leve cutucão.
– Pyter Everdeen Mellark, você aceita Keyse Miller como sua esposa? – o sorriso no meu rosto aumenta ainda mais.
– Sim! Com certeza sim – ela também sorri satisfeita.
– Keyse Miller você aceita Pyter Everdeen Mellark como seu esposo? – os olhos dela se fixam ao meu e um sorriso doce aparece na sua boca.
– Sim! – eu sorrio e então o homem nos diz que chegou a hora das alianças, Pietro entra trazendo as alianças e todos se derretem por ele e riem quando ele se recusa a entregar as alianças para o homem e só a entrega pra mim, eu agradeço e ele sai orgulhoso indo pra junto do papai.
– Nós fizemos nossos votos – ela avisa ao homem e ele sorri concordando.
– Keyse... – o homem indica que ela fale primeiro.
– Ah não, primeiro ele! – ela fala e me olha sorrindo, eu sorrio concordando, então o lugar fica ainda mais silencioso do que já estava, eu seguro sua mão, olho nos olhos dela e as palavras saem naturalmente.
– Eu tinha uns treze anos quando fiz minha primeira viagem, eu fui visitar minha vó no Distrito 4... E durante a viagem eu acabei vendo uma coleção de conchas do mar que ela tinha, eram dezenas delas, dentro de garrafas, potes, espalhadas pelos móveis, eu nunca tinha visto nada assim, elas eram lindas e se você as encostasse na orelha ainda ouvia o som do mar, eram realmente incríveis, eu fiquei fascinado com aquilo e ela me mostrou todas que tinha, então me disse que eu poderia escolher qualquer uma, a que eu quisesse eu teria... Eu levei um tempo olhando cada uma, tentando fazer uma escolha, mas eram muitas opções e isso tornou todo o processo um pouco complicado, até que eu vi uma em cima da estante, eu a peguei e comecei a olhar com mais cuidado, ela era diferente de todas as outras, ela era maior, tinha várias lascas, como se fossem rachaduras, uma parte dela era um pouco áspera então eu meio que me arranhei quando passei o dedo nela, mas o outro lado era extremamente liso, ela também era um pouco torta, não tinha todos os traços perfeitos como algumas tinham, minha vó disse que aquela concha poderia ser complicada por que era mais frágil e poderia quebrar na viagem, então me disse que eu poderia escolher alguma outra e se não achasse eu poderia ir até a praia e procurar, e caso assim mesmo eu não achasse poderíamos ir até o outro lado da praia até acharmos a concha perfeita, por que aquela que eu estava segurando não era a concha mais perfeita, só que... Quando eu aproximei a concha da minha orelha, ela se encaixou perfeitamente, nunca em nenhuma das outras o som do mar foi tão claro, tão nítido, tão real quanto foi com aquela concha, então não me importava mais o que minha vó achava, o que qualquer outra pessoa pudesse pensar, por que eu tinha acabado de achar a que era perfeita pra mim e eu tive certeza naquele momento que em nenhuma parte da praia ou de qualquer outro lugar existiria outra como aquela... – Keyse está me olhando fixamente e parece emocionada, uma lagrima ameaça sair dos seus olhos e então eu toco seu rosto com a ponta dos meus dedos – Não importa onde eu pudesse procurar ou o quanto eu procurasse, eu soube, no momento que você sorriu pra mim pela primeira vez que jamais haveria outra como você! Por que é você quem eu escolhi e quem eu sempre vou escolher! E é por isso que eu te entrego esse anel, como prova do meu principal objetivo, te fazer a mulher mais feliz do mundo... – eu seguro sua mão e deslizo o anel pelo seu dedo, ela enxuga a lagrima com a outra mão mas quando me olha está sorrindo, eu tiro o lenço do bolso e enxugo suas lagrimas, ela sorri e respira fundo.
– Foi só um cisco... Nem foi tão bonito assim – ela fala fingindo indiferença olhando para as pessoas que nos olham e todos riem, então ela volta a me olhar, segura a aliança e segura minha mão – Teve uma vez, logo depois de uma briga que nós tivemos... O que não é nenhuma novidade – ela brinca e eu acabo rindo – Que eu jurei que tinha acabado, que eu não ia mais voltar nosso namoro e que aquilo era um ponto final, eu falei isso o dia inteiro na verdade, até que minha mãe se saturou e disse que se eu realmente quisesse acabar eu deveria sair, ir atrás de você e então terminar, eu me enchi de certeza e sai, era dia de treino e você estava na quadra com as crianças, quando eu cheguei lá vocês ainda estavam praticando então eu fiquei no canto observando e montando exatamente o que eu ia falar, o plano era simples, falar e sair, só que... No meio da quadra tinha um grupo de crianças animadas, rindo, falante e completamente fixadas no treinador, cada palavra que ele falava era um sorriso a mais que surgia, então ele se ajoelhou no meio delas e foi chamando uma a uma pra poder ensinar, mas não de um jeito apenas técnico, ele brincava com elas, rolava no chão, e deixava elas acertarem o golpe, elas riam, ele gargalhava, todas queriam repetir, de novo e de novo, e ele? Bom, ele repetia e as fazia rir com uma facilidade e paciência tão grande que quando eu percebi eu mesma estava rindo... O treino acabou, elas não gostaram muito mais a promessa do dia seguinte fez elas saírem ainda sorrindo, então o cara me olhou, sorriu meio sem graça e andou na minha direção e foi ali, naquele momento exato enquanto ele se aproximava que eu me lembrei o por que eu era completamente apaixonada por ele, por que além de ser o cara mais lindo que eu já vi, ele tem a alma mais doce e alegre que eu conheci... E eu só confirmei o que eu já sabia... Que eu nunca saberia viver sem isso, sem toda a energia que ele me passava, sem toda alegria que ele sempre conseguia despertar em mim, por que mesmo quando eu ficava extremamente irritada com ele, ainda assim, ele é o único que me faz sorrir e algumas vezes me assusta a maneira como ele sempre sabe o que eu preciso, o que eu sinto, o que eu penso e as vezes o que nem eu mesma sei que quero, ele sabe, e foi por isso que eu esqueci qualquer irritação de antes e me joguei nos braços dele antes de qualquer palavra ser dita, por que eu soube, assim como sei agora... Na verdade eu tenho absoluta certeza que o meu lugar sempre será nos braços dele... Nos seus braços! – ela fala e aperta levemente minha mão – Eu não posso prometer ser mais fácil, não posso prometer que tudo será simples e nunca teremos problemas, mas eu posso e eu te prometo que eu nunca vou esquecer o homem por quem eu sou completamente apaixonada, aquele que tem minha mente, meu corpo e todo o meu amor! E é por isso que eu te entrego esse anel, como prova de que aconteça o que acontecer, eu sempre estarei do seu lado, admirando o homem maravilhoso que você é! – ela desliza o anel no meu dedo e então sem conseguir esperar nem mais um segundo eu a puxo e a beijo com todo amor que tem dentro de mim, os gritos e palmas nos fazem rir e quando o beijo para e eu olho o sorriso no rosto dela sei que nenhum momento irá conseguir ser tão perfeito quanto esse.
– A partir de agora, vocês estão casados! Eu vos declaro, marido e mulher – o homem fala e ela sorri ainda mais – Pode beijar a noiva... de novo – a risada de todos retorna e dessa vez quando eu a beijo a deito pro lado, o que causa ainda mais agitação, os aplausos são altos e Keyse ri enquanto se segura em meu braços.
Nós ainda assinamos aos papéis e então a cerimonia se encerra, a festa começa e várias pessoas vem nos cumprimentar, a primeira que me abraça é mamãe, ela está com os olhos vermelhos e me beija tantas vezes que eu perco as contas, papai também está emocionado e me abraça forte, tia Grace é uma das pessoas mais animadas do lugar conseguindo animar até o tio Benny que ainda estava sofrendo por casar a única filha, nossos amigos também vem nos parabenizar e tenho que aguentar Ryan me zoando por que agora estou “amarrado” mas bastou eu lembrar que logo será ele e a brincadeira acabou, Pérola ainda estava chorando emocionada quando me abraçou e Ian me deu um abraço mas não demorou muito, mas foi quando vovô nos alcançou que eu me preparei pra ouvir alguma ironia, ao invés disso ele parou na frente da Keyse, olhou bem pra ela e deu de ombros.
– Você tá muito bonita – ela abre um sorriso um pouco surpresa, mas coloca a mão na cintura e dá uma voltinha.
– Eu tô, não tô? – ele faz uma careta.
– Não precisa ficar se mostrando – ele fala e ela ri.
– Você também fica muito bonito quando tá arrumado – ele a encara e quando eu acho que ele irá dar uma resposta mal humorada, ele simplesmente a abraça, ela me olha por cima do ombro dele e abre a boca fingindo surpresa, eu sorrio e ela o abraça de volta, ele diz algo pra ela que sorri concordando, então ele se vira pra mim, me olha e então abre os braços, não preciso pensar duas vezes e o abraço, ele passa a mão pelo meu cabelo e beija minha bochecha.
– Você merece!
– Obrigado! – ele sorri e sai antes que eu diga mais alguma coisa.
– Então... Isso realmente aconteceu? – Keyse me pergunta com ironia.
– Agora você faz parte da família – eu falo dando de ombros, ela sorri e então passa os braços em volta do meu pescoço.
– A gente casou – ela fala sorrindo animada, eu também sorrio e a beijo rapidamente.
– É, você conseguiu! Fisgou o melhor partido da cidade – ela ri e me dá um tapa na cabeça, mas eu a beijo e ela logo corresponde, o beijo avança um pouco e ela abre um sorriso.
– O mais gostoso também – ela sussurra e nós rimos.
– A dança! A dança – Hannah aparece nos apressando pra primeira dança, a banda já está posicionada e então as luzes são abaixadas de novo, todos nos cercam e então começamos a dançar, uma musica inteira e sem desviar os olhos um do outro, quando acaba nos beijamos e todos aplaudem.
A festa continua, todos estão se divertindo, a equipe tira várias fotos, de todos e nossas também, é claro, nós comemos um pouco, dançamos, conversamos, recebemos mais abraços, Pietro dança com a Keyse, eu danço com a tia Grace, tudo está incrível, as horas continuam passando, o jantar é servido, a sobremesa, o bolo de chocolate com nozes que eu faço questão de comer dois pedaços, tudo maravilhoso, mas quando arrasto Keyse pro canto eu já tenho algo em mente.
– Vamos? – pergunto e ela me olha ansiosa.
– Só temos que nos despedir!
– Não, não... Se a gente for se despedir vai demorar mais uma hora e você conhece o seu pai, ele vai me passar toda a lista de novo – eu falo e ela ri concordando.
– Mas nem um “até logo”?
– Eu já cuidei disso – eu falo e enfio a mão por dentro do terno, puxo o envelope branco e ela me olha curiosa então eu aceno pra um dos garçons que passam perto de nós – Conta cinco minutos depois que nós sairmos e entrega isso pra aquele cara ali ó... O de terno preto com a de vestido vermelho!
– O pai da noiva? – eu o olho e ele dá de ombros – Eu assisti o casamento – eu sorrio concordando e entrego o envelope pra ele.
– Pronto! Já nos despedimos – Keyse me olha impressionada e me beija antes de concordar, nós saímos pela porta dos fundos e damos de cara com uma das equipes do lado de fora, eles tiram algumas fotos, mas eu não me importo, abro a porta do carro pra Keyse e assumo o volante, saio direto pro nosso destino, mas quando paro o carro ela me olha confusa.
– A gente não tinha que ir pra estação? – eu sorrio com certo mistério, desço e abro a porta pra ela, nós estamos no lugar de onde saem os aerodeslizadores, ela me olha e seu sorriso é um tanto quanto animado.
– A gente vai de aerodeslizador? – como resposta eu lhe ofereço meu braço, ela encaixa o dela e então logo um homem uniformizado se aproxima de nós.
– Senhores, antes de tudo, parabéns aos noivos! Me acompanhem – ele fala e ela quase dá um saltinho de animação, nós o seguimos e ele nos guia até o aerodeslizador que já nos aguarda, esse é ainda maior que os outros, são os mais novos e modernos que o país tem, e é uma linha geralmente bem particular, Keyse me olha com surpresa mas não pensa duas vezes ao subir as escadas para dentro do lugar e assim que entramos até eu me impressiono, o lugar é realmente moderno, espaçoso e surpreendente, por um segundo você esquece que está dentro de uma maquina, uma espécie de sala nos recebe, ela tem duas poltronas brancas que parecem muito confortáveis, uma tv grande e fina está a frente delas, no meio uma mesinha com algumas revistas, uma musica suave toca no lugar, atrás da sala está uma mesa de jantar com quatro lugares, um arranjo de flores está enfeitando-a, Keyse me olha e parece realmente impressionada.
– Nós saímos em 2 minutos – o homem avisa enquanto fecha a porta e vai se posicionar, uma mulher aparece sorrindo.
– Vocês desejam algo pra beber? – ela pergunta e Keyse ainda parece não entender.
– Champanhe, mas só depois que estivermos no ar – eu falo e a mulher sorri concordando.
– A minha mala! – Keyse lembra e parece preocupada.
– Eu já cuidei disso! – ela sorri.
– É claro que já – ela se aproxima e eu passo meus braços por volta da cintura dela – Eu tenho uma duvida...
– Qual?
– Esse não é um dos novos modelos, super caros, particular e que são exclusivos pro governo ou então pessoas muito, muito importantes? – ela me olha curiosa.
– Mas você é, muito... Muito... Muito importante – eu falo enquanto sinto o perfume pelo seu pescoço, ela sorri apertando levemente meu cabelo.
– E foi só você pedir e te deixaram usar?
– Digamos que eu cobrei um favor – ela afasta o rosto do meu e me olha curiosa.
– Você pediu pro Ian e como ele não é louco de te negar nada...
– Pelo menos ele provou que é esperto – ela sorri.
– Ai que marido mais bravo que eu tenho – ela fala segurando meu rosto entre suas mãos, eu sorrio ainda mais.
– Que o quê? – ela também sorri.
– Marido! O mais bravo, mais lindo, mais exagerado... – ela fala rindo e apertando minha bochecha, eu balanço minha cabeça pra me livrar dela e quando ela para eu a beijo, o barulho que me faz parar, uma espécie de auto falante na cabine soa com a voz do piloto, ele nos pede pra sentarmos e colocarmos o cinto, eu reviro os olhos e Keyse faz uma careta, mas obedecemos, Keyse aperta minha mão um pouco nervosa quando começamos a subir, eu abro a janela e ela se distrai olhando as luzes cada vez mais distantes, então antes que ela conseguisse me furar com suas unhas somos liberados do assento e do cinto.
– Desejam o champanhe agora? – a mulher pergunta e eu concordo, ela se afasta e volta com um balde cinza com gelo, a garrafa e duas taças.
– Sabe se já tem tudo que eu pedi lá dentro?
– Já está tudo pronto!
– Obrigado – eu sorrio pra Keyse e ela traz as taças e eu o balde com a garrafa, no fundo a porta está fechada, eu abro e seguro pra que ela entre primeiro.
– Oh... Meu... Deus! – assim que ela fala sorrio satisfeito, ela para no meio do lugar, que é na verdade um quarto, eu também entro e coloco o que estava segurando na mesa redonda que tem no canto, eu vou até ela e pego as taças da sua mão enquanto ela ainda olha encantada, o quarto está todo enfeitado com pétalas de rosa vermelha, em cima da cama, no chão, sobre a mesa, em todo lugar, além de várias luminárias espalhadas, minha ideia eram velas mas seriam impossível fogo aqui dentro então Pérola me ajudou e escolhemos essas pequenas luminárias redondas e delicadas, eu paro atrás da Keyse e passo meu braço ao redor dela.
– E então? Gostou? – pergunto e ela se vira pra mim.
– Se eu gostei? Pyter, eu amei! Isso é... Perfeito! Incrivel! Maravilhoso! Fascinante...
– Ei, ei, espera... Você está falando do quarto ou de mim? – pergunto fingindo confusão, ela ri e passa o braço atrás do meu pescoço, aproxima a boca da minha e me olha nos olhos com um sorriso sedutor.
– Dos dois!
– Garota esperta – eu falo antes de quebrar nosso espaço e a beijar, dessa vez sem reservas, com toda paixão e desejo que eu tenho por ela, seus dedos se enrolam no meu cabelo, eu aperto ainda mais sua cintura e ela solta um som engasgado, o que me deixa ainda mais desesperado por ela, mas então ela diminui o beijo quase sem ar, nossas testas encostadas e quando eu a olho sinto que nunca vou me cansar disso.
– A viagem até lá demora menos de uma hora de aerodeslizador – ela fala fazendo uma conta rápida.
– Relaxa, nós temos tempo – eu volto a beijar ela, mas ela se afasta de novo.
– São quarenta minutos! – eu sorrio.
– Na verdade, podem ser 3 horas! – ela me olha confusa.
– 3 horas?
– É o tempo que essa viagem vai demorar!
– Como assim?
– Eu posso ter incluído isso no meu pedido! Eu não queria ser interrompido e nem ter que apressar nada, se é que você me entende – eu falo com um sorriso irônico e ela me olha surpresa, mas sorri quando entende.
– Então nós vamos simplesmente ficar voando por três horas? – eu sorrio e dou de ombros – Eu não acredito que você fez tudo isso.
– Eu ainda posso fazer muito mais – eu falo e tento beijá-la de novo, mas ela desvia rindo.
– É, eu sei que pode! – ela fala com certo mistério.
– Não gosto desse olhar – falo e ela sorri e me empurra levemente, dando um passo pra trás também, então me olha bem devagar de baixo pra cima.
– Já que nós temos bastante tempo...
– Não é nem tanto tempo assim – eu falo e ela ri.
– Ah é bastaaante tempo – ela se afasta mais um pouco e se senta na beirada da cama me olhando com mistério.
– Seja lá o que você tá pensando, você não vai desistir né? – ela ri.
– Nenhuma chance! – eu faço uma careta.
– Ok, fala logo! – ela faz uma pausa e morde o lábio levemente o que me faz quase pular em cima dela, mas me controlo.
– Lembra aquela vez que nós fomos pro Delphic e você ficou dançou e eu tive quase que agarrar o cabelo daquela garota que ficou te olhando? – ela pergunta e eu acabo rindo me lembrando da cena – Então... Você tava tão... Tão... Tão... Gostoso! – ela fala fechando os olhos e então volta a me olhar – E você assim, com essa roupa, nesse quarto...
– Ah nem vem! Sem chance! Eu tava quase bêbado! – ela faz uma carinha triste, fazendo beicinho.
– Mas você disse que faria qualquer coisa pra me fazer a mulher mais feliz do mundo... – ela fala com aquele sorriso vitorioso – Isso vai me fazer muito feliz!
– Você joga sujo!
– Aprendi com o melhor... – ela pisca um dos olhos e então se arrasta para cima da cama, encostando na cabeceira, ela encontra um controle na cômoda ao lado e aperta alguns botões, uma musica um pouco agitada começa a tocar – Estou esperando! – ela fala se divertindo, eu acabo rindo.
– Ok, se é isso que você quer...
– Ah eu quero, quero muito! – ela fala e volta a morder a boca, eu balanço a cabeça me livrando da vontade de subir na cama e esquecer qualquer pedido, mas ao invés disso eu começo a me movimentar no ritmo da música – Para – ela fala apressada.
– Mas eu tava entrando no clima – ela ri.
– Eu quero minha taça cheia! – ela aponta pra mesa onde está o champanhe.
– Você tá muito exigente!
– HÁ você ainda não viu nada – ela fala lentamente e ri, eu vou até a mesa, pego a garrafa, a taça e vou até a cama, subo apoiando um dos joelhos, ela pega a taça e quando eu abro a garrafa com o estouro e a espuma escorrendo ela grita animada rindo, eu encho a taça dela então saio da cama enquanto ela bebe bem lentamente sem desviar os olhos do meu, eu volto a entrar no ritmo da dança e dou um gole na própria garrafa, ela ri e bebo mais uns dois goles, então ela estica a mão pedindo a garrafa, eu entrego pra ela e volto a minha apresentação, tiro a gravata e jogo no chão, em seguida o terno, desabotoou o colete e o largo do outro lado do chão, enquanto abro cada botão da camisa ela me olha rindo e aplaudindo animada, quando tiro a camisa jogo em cima dela que agarra sentindo meu cheiro nela, tiro os sapatos e então eu subo na cama, ficando em pé na frente dela que está rindo e me olhando de um jeito que consegue me hipnotizar ainda mais, eu tiro o cinto e logo em seguida a calça, ela sorri, vira o resto do champanhe que estava na taça então fica em pé na cama bem na minha frente, tão perto de mim que sinto o calor da sua pele, então seus dedos sobem pela minha barriga enquanto ela aproxima o rosto do meu pescoço sentindo meu cheiro e tornando impossível pra mim pensar em qualquer outra coisa, então eu a agarro com a mão na sua nuca e a outra na sua cintura, ela geme com a boca na minha e eu a beijo com todo desejo que tenho por ela, o beijo é forte, apaixonado e demorado, quando o ar começa a faltar que eu diminuo o ritmo, então ela morde meu lábio e me olha rindo.
– A dança acaba aqui – eu falo também sorrindo então volto a beijá-la.
– Eu quero um brinde decente – ela fala quando paramos o beijo novamente, eu a olho e ela sorri já descendo da cama, vai até a mesa e pega a outra taça, volta e eu encho as duas, então ficamos parados um de frente pro outro – Que isso nunca mude – ela fala esticando a taça pra mim.
– Não vai mudar! – eu garanto e ela toca o meu rosto.
– Eu te amo tanto! – ela fala e eu também toco seu rosto.
– Eu quero que você me prometa uma coisa... – ela me olha com atenção – Que não importa o quanto você ache que eu fui idiota, o quanto você queira gritar e bater minha cabeça na parede, me prometa que você vai fazer isso tudo antes da noite chegar... Não deixa a gente dormir brigado, eu não quero que a gente vire um desses casais que dormem de costas um pro outro, revirando problemas e magoa, aconteça o que for, nós vamos resolver... – eu peço enquanto enrolo um cacho do seu cabelo entre meus dedos, ela segura minha mão.
– Eu prometo! – ela garante e abre um sorriso – Me promete que não importa o quanto eu seja histérica e mandona, o quanto eu reclame de algo que você fez, me promete que você sempre vai se lembrar que eu não sou assim o tempo todo? E que eu te amo mais do que qualquer coisa nesse mundo? Promete? – eu sorrio e beijo seus lábios rapidamente.
– Eu prometo – nós fazemos nosso brinde e damos um gole, mas eu pego a taça da mão dela e coloco na cômoda, quando volto pra ela já não consigo mais esperar nenhum segundo, eu a beijo com todo amor, minhas mãos vão até seu cabelo, tiro a coroa de sua cabeça, o véu, e então minha mão escorrega pelo pescoço dela, eu alcanço seu vestido e começo desfazer o laço nas suas costas, mas me enrolo um pouco, nós rimos e ela se vira de costas pra que eu possa abrir melhor, mas quando olho todas as voltas e apertos acabo rindo.
– O que aconteceram com os botões? – eu pergunto e ela ri.
– É pra manter tudo no lugar! Ideia da Pérola!
– Me lembra de fazer ela pagar por isso quando voltarmos – ela solta uma risada e eu volto a desfazer todos as voltas, finalmente consigo, ela se vira de frente pra mim e então eu desço seu vestido lentamente sem desviar os olhos dela, eu me abaixo ficando ajoelhado aos seus pés, ela levanta um pé de cada vez e eu tiro o vestido, afastando de nós dois, então minhas mãos sobem pela sua perna, eu beijo subindo até seu joelho, depois alcanço sua sandália e desabotoou, ela se senta na cama e eu tiro a sandália jogando pra trás, faço o mesmo com o outro pé, então ela se deita e eu continuo ajoelhado a frente da cama, começo beijando seus pés lentamente e subo pela sua perna, seu joelho, sua coxa, eu beijo e deixo meus dentes arranharem sua pele, ela ri, se esquiva um pouco e se arrasta para o meio da cama, eu subo junto com ela e volto a beijar sua barriga, bem lentamente, minhas mãos subindo e apertando a lateral do seu corpo, então ela agarra meu cabelo me puxando pra frente do rosto dela, ela me olha por alguns segundos então abre um sorriso e me beija forte, dessa vez nada mais nos faz parar, nossos corpos já se conhecem e parecem perfeitamente sintonizados um com o outro, a cada toque meu nela, seu corpo corresponde imediatamente, assim como a cada respiração dela na minha pele meu corpo reage instantaneamente, mesmo que essa não seja a nossa primeira vez juntos ainda assim eu sinto como se fosse a primeira vez que eu a tenho, cada pedaço do seu corpo, cada som engasgado que sai da sua boca, cada beijo trocado, cada respiração ofegante, tudo parece novo e ao mesmo tempo totalmente familiar.
Quando eu abro os olhos a cena me faz prender a respiração, ao meu lado, com o rosto próximo demais do meu está ela, a mulher da minha vida, os fios de cabelo caem sobre seu rosto e eu os afasto com o máximo de cuidado que consigo, seu rosto está suave e relaxado, sem resistir eu deslizo meus dedos por ela e então ela se mexe se espreguiçando e quando ela abre os olhos e me vê, o sorriso que ela dá é tão grande que me faz sorrir junto com ela.
– Então não era um sonho? – ela pergunta com a voz ainda um pouco abafada, eu sorrio.
– Não, essa é a nossa vida, a partir de agora – eu falo e então ela rola pra cima de mim, empurrando o lençol entre nós e me beija, eu me viro deixando ela por baixo de mim e então a voz no alto falante nos faz parar, o homem avisa que em 15 minutos iremos pousar, eu jogo a cabeça pra trás numa reclamação e ela ri já me empurrando para o lado.
– Eu prometo que nós continuamos depois – ela fala, se apoia em mim e beija minha boca, então passa por cima de mim pra sair da cama, ela está sem roupa e não parece nem um pouco incomodada com isso, e é essa uma das coisas que eu mais amo nela.
– Cadê minha mala? – ela pergunta olhando ao redor.
– Deve ter ficado lá fora, eu pego! – eu falo já me levantando e enrolando o lençol na minha cintura, ela entra no banheiro que tem dentro do quarto e eu saio pra buscar a mala, assim que abro a porta a mulher se assusta ao me ver, ela fica levemente vermelha e desvia o olhar rapidamente – As malas? – eu pergunto e ela vai pro outro lado e puxa uma das malas, eu vou até ela e pego a outra, ela evita me olhar e deixa a mala na porta do quarto, eu agradeço e ela quase corre pro outro canto.
– Ela já não precisa ganhar gorjeta – Keyse fala quando eu fecho a porta, me viro e ela está com um roupão branco - Podia ter colocado uma camisa né?
– Hum, tá com ciúme... – eu falo indo até ela e beijando seu pescoço, ela ri.
– Eu sou casada com um cara bonito, preciso ficar de olho!
– Mas eu só tenho olhos pra você – falo e beijo sua boca rapidamente.
– Isso mostra que além de gostoso você é inteligente! - eu acabo rindo e a beijo.
Nós nos vestimos e ela pendura o vestido em um cabide pra que não estrague dentro da mala, nós saímos do quarto e nos sentamos nas poltronas de antes enquanto esperamos o pouso, Keyse segura minha mão e eu a beijo distraindo-a e me distraindo também, quando pousamos somos liberados pra nos levantar, eu pego nossas malas e Keyse olha pela terceira vez a maquiagem, acrescentando mais batom, o piloto e um ajudante vem nos cumprimentar e seria impossível não perceber o olhar do mais novo na Keyse, ela está com um vestido branco que é justo no corpo, ele não tem decotes mas a curva do seu corpo está perfeitamente desenhada, além das pernas de fora, que mesmo eu sendo suspeito, tenho que dizer, são as pernas mais lindas que eu já vi, os olhos do cara descem por ela mesmo que ele tente disfarçar, eu o encaro e ele desvia o olhar rapidamente, então na hora de descermos do aerodeslizador eu deixo que Keyse desça primeiro, o cara está ao meu lado no topo da escada também olhando pra ela.
– Linda não é? – pergunto e ele quase engasga quando eu falo.
– Ér... aham... Quer dizer, ela é muito bonita, sim senhor – ele gagueja ficando vermelho.
– Minha esposa! – eu falo com o máximo de superioridade que consigo.
– É, eu sei! Meus parabéns! – ele fala sem conseguir me olhar nos olhos, eu sorrio.
– Um conselho? – pergunto e ele me olha sem graça, eu sorrio e coloco a mão no seu ombro apertando levemente – Lembre-se disso antes de olhar pras pernas dela de novo! – eu falo e pisco um dos olhos pra ele, pego as malas e desço as escadas, Keyse está me esperando com um sorriso divertido.
– Tá frio! – ela fala se encolhendo um pouco, eu sorrio e ela encaixa o braço no meu me apertando nela, a manhã está apenas começando, mas o sol ainda parece com preguiça de aparecer, um pouco de neblina ainda está visível.
– O carro deve ser aquele – eu aponto para um carro preto e então o motorista vem na nossa direção, nos cumprimentamos, ele leva nossas malas e quase 40 minutos depois estamos parando na frente de uma cabana no Distrito 7, no alto de um monte, a casa é toda de madeira, dois andares, uma varanda logo na frente, cercada por arvores e pinheiros, e a melhor parte, bem isolada, sem vizinhos, sem publico, apenas nós dois, um outro carro está na lateral da casa pro caso de precisarmos sair, mas pelos meus planos não iremos a lugar nenhum, o homem me entrega as chaves do carro e da casa e então se despede lembrando que qualquer problema tem os números ao lado do telefone, entramos na casa e eu deixo as malas na grande sala que nos recebe, o lugar tem sofá, poltronas, almofadas grandes ao lado de uma lareira bem maior do que a de casa, acima dela um quadro de cavalos enfeita a parede que assim como toda a casa é de madeira, o ambiente é ótimo e nos dá ainda mais a sensação de isolamento que eu queria, serão dez dias apenas nossos, Keyse sobe as escadas correndo ansiosa pra ver tudo, eu corro logo atrás dela e antes que ela entre no quarto principal eu a puxo pela cintura, ela ri mas quando eu escorrego minha boca na sua nuca ela não tenta escapar, então eu a pego no colo, ela ri ainda mais alto e passa um braço pelo meu pescoço, eu a beijo rapidamente então entro no quarto, o lugar é ainda maior que o nosso quarto, a cama parece o dobro do tamanho e assim como no aerodeslizador está enfeitada com pétalas vermelhas, também tem uma lareira no quarto, além de uma janela grande e com uma vista de tirar o folego para algumas montanhas, eu paro na frente da cama e deito a Keyse nela, então quando ela sorri daquele jeito sedutor eu não penso duas vezes e a beijo com vontade, logo nossas roupas estão jogadas em qualquer canto do quarto e nossa lua de mel está apenas começando.
Cada dia que passamos aqui consegue ser ainda melhor que o anterior, levantar da cama é uma tarefa torturante e que levamos várias horas pra conseguir concluir, por que sempre tem mais um beijo, mais uma risada, nossas peles se encostando e todo esse desejo que parece nunca ter fim, então nos levantamos quase na hora do almoço e essa é uma tarefa no mínimo engraçada, por que tanto Keyse quanto eu não somos verdadeiros gênios na cozinha, então basicamente nossas refeições são sanduiches, frutas, vitaminas e macarrão, mas mesmo assim nenhum dos dois reclama, pelo contrário esse é apenas mais um dos motivos para as risadas que ecoam pela sala, nós fizemos caminhadas pela trilha que nos cerca, embora o frio tenha aumentado e Keyse se recusou a se desgrudar de mim por causa do frio e do medo de algum animal, quando chegamos ao topo de um pequeno monte, nos sentamos encostados em uma arvore e observamos o pôr do sol, assim como eu ela soube que valeu cada segundo, o lugar é incrível e a sensação de estarmos tão isolados do resto do mundo é ainda melhor, por isso entendo a cara triste que Keyse está fazendo pra mim enquanto eu pego a mala dela pra colocar no carro.
– Promete que a gente vai voltar aqui – ela pede fazendo aquela cara que mesmo sem ela saber poderia me pedir qualquer coisa e eu faria, eu solto a mala no chão e caminho até ela, uma mão na sua cintura puxando-a pra mim e a outra eu escorrego pelo seu rosto.
– Eu prometo! – ela sorri e então me beija, lentamente ela começa a aumentar o beijo e sua mão começa a empurrar meu casaco, eu solto uma risada mas me afasto um pouco.
– Por mais que eu queira, e eu quero muito – eu falo sorrindo e aproximo minha boca na dela – O trem tem hora pra sair – ela faz a cara triste de novo, eu sorrio e a beijo rapidamente, então pego a mala de novo e dessa vez ela me acompanha.
Guardamos a mala no carro e nos despedimos desse lugar maravilhoso que nos deu os dez melhores dias das nossas vidas, entro no carro e ela faz uma careta quando eu ligo o motor.
– Você sabe que ainda não acabou né? Ainda temos uma parada – eu falo e então o sorriso dela aumenta.
– Capitaaaaaal – ela comemora batendo palminhas – Eu preciso mesmo de umas compras – ela fala e sorri daquele jeito de quem irá aprontar algo, mesmo assim eu sorrio satisfeito em vê-la feliz.
Embarcamos e somos levados até a nossa cabine e a primeira coisa que fazemos é pedir o almoço.
– Acho que nós vamos ter que almoçar nos seus pais todos os dias!
– A mamãe vai adorar! – eu falo e ela se joga na cama, eu estou observando-a quando o vestido que ela está sobe até o meio de suas coxas, ela percebe meu olhar e abre um daqueles sorrisos que me faz lembrar aquela garota que me puxava pelos corredores da escola pra dentro do almoxarifado, ela ainda tem aquele mesmo sorriso.
– Esse é um jogo perigoso Keyse Mellark – eu falo e ela sorri.
– Não faço ideia do que você tá falando – ela finge confusão mas sua mão sobe ainda mais o vestido, eu abro um sorriso e já estava com o joelho apoiado na cama quando batem na porta – Não sai daí – aviso e ela ri enquanto eu atendo, uma mulher uniformizada empurra o carrinho com nosso almoço, eu agradeço e ela se vai, empurro o carrinho pra dentro do quarto e o paro ao lado da mesa, Keyse quase salta da cama e para ao meu lado – Achei que eu tivesse dito pra você não sair de lá!
– Tá sentindo esse cheiro? – ela pergunta e então destampa uma das travessas revelando um cozido com batatas e cenouras que faz meu estomago roncar – Não existe a menor chance de você ganhar dele agora – ela fala e enfia o dedo na travessa e depois fechando os olhos com o sabor.
– Isso teria me magoado... Se eu não estivesse pensando exatamente a mesma coisa – eu falo e nós rimos, e sem muita demora estamos nos servindo com uma comida realmente gostosa.
Chegamos a Capital junto com o fim da tarde, pegamos um dos carros que ficam na estação de trem e o motorista nos deixa no hotel que já havíamos reservado, o prédio parece antigo mas por dentro é completamente modernizado, na recepção recebemos um cartão que será a chave do nosso quarto e eu recuso a ajuda com as malas, o elevador parece mais rápido que qualquer outra que eu tenha usado, a cobertura inteira é nossa, o apartamento é todo mobiliado em preto e branco, com todas as coisas mais modernas que tem, a porta da suíte é de correr, separando as duas partes dela, dentro a cama grande é o centro do lugar, além de um sofá, poltrona, mesa de duas cadeiras, tv, som, uma geladeira pequena e uma porta de vidro que dá em uma pequena varanda onde temos a vista da mansão presidencial, no banheiro, a banheira preta e grande ganha toda atenção da Keyse, ela se apressa em coloca-la pra encher e eu aproveito pra olhar melhor os folhetos que peguei na recepção dos melhores lugares pra visitarmos, por que embora nós já tenhamos vindo aqui uma vez, mamãe mal nos deixou conhecer o lugar, então essa é a nossa chance.
– Tem um restaurante que parece muito bom e não é muito longe daqui, nós podíamos jantar lá, o que você acha? – pergunto olhando um outro folheto enquanto estou sentado na cama – Aqui diz que é o melhor da cidade – eu falo ainda mais alto achando que ela talvez não tenha escutado, mas quando levanto os olhos na direção do banheiro ela está parada na porta e me olhando com um sorriso divertido, isso já seria motivo pra me fazer sorrir mas além disso ela está apenas com a roupa de baixo, o sutiã branco bordado com um pequeno laço rosa no meio, a calcinha também branca com dois laços iguais em cada ponta, meus olhos descem pelo corpo dela, me lembrando mais uma vez o quanto ela é linda e consegue me tirar o folego cada vez que a olho e então nada mais tem importância, eu sorrio e jogo os folhetos pra trás – Não era nada importante – eu falo e me levanto indo rápido até ela, assim que alcanço e a puxo pra mim ela solta uma risada.
– Só vim avisar que o banho está pronto – ela fala enquanto eu começo a beijar seu pescoço, então minha camisa é largada de lado, assim como a calça e todo restante de nossas roupas, a agua é morna e já está com todas aquelas espumas e pétalas de rosa que eu não sei onde ela achou, mas a verdade é que apenas ela tem minha atenção e cada vez mais eu tenho a certeza que sempre será assim. Como nós temos apenas 2 dias aqui, decidimos que é melhor aproveitar, então depois de algumas longas horas de atraso saímos para o tal restaurante que eu tinha sugerido, o lugar é muito bonito, o atendimento é ótimo e a comida também, nós nos divertimos e já estávamos indo pro hotel quando o carro passa por uma rua onde ouvimos som de musica, Keyse curiosa como sempre pergunta ao motorista de onde vem e ele nos diz que é de uma casa de dança, assim que ele fala Keyse me olha sorrindo animada e eu sei exatamente o que quer dizer, então dez minutos depois estamos entrando na tal casa de dança, a musica é alta, rápida, o lugar está cheio e luzes coloridas brilham insistentemente, nós paramos perto do bar enquanto conhecemos o lugar.
– Eu quero dançar – ela fala olhando pro meio onde varias pessoas já estão no ritmo da musica.
– Tem certeza? – pergunto e como resposta ela segura minha mão e me puxa pro meio junto com ela, nós alcançamos o meio da pista e ela entra no ritmo da musica no mesmo segundo, ela está com um vestido preto que é justo no corpo dela, as costas são abertas e ele se prende ao seu pescoço, ele já é curto e enquanto ela dança ele sobe ainda mais pelas coxas dela e eu posso não ter olhado pra cada garota que está aqui, mas mesmo assim eu tenho absoluta certeza que nenhuma delas é tão linda e parece tão feliz e radiante quanto ela e tenho ainda mais certeza quando vejo um cara a uma distancia de uns dois passos que não consegue desgrudar seus olhos dela, bom, eu não posso culpa-lo por isso, ela está incrível, o sorriso tão grande que me faz sorrir junto com ela, eu passo o braço pela sua cintura e nós dançamos juntos.
– Tô com sede – ela precisa quase gritar no meu ouvido pra que eu entenda, então sinalizo o bar, ela passa na frente segurando minhas mãos que estão na sua cintura, alcançamos o bar e ela escolhe um dos drinks que estavam no cardápio, eu tinha acabado de me virar pra falar com o garçom quando ela se mexe rápido demais chamando minha atenção, quando volto o olhar pra ela o mesmo cara que estava olhando-a já está próximo demais e com a mão na sua cintura.
– Quê isso? – pergunto já me metendo entre eles e afastando o cara, ele parece meio bêbado e ri.
– Minha conversa é com ela!
– Cai fora! - eu dou um empurrão, mas não muito forte mesmo assim ele quase se desequilibra e eu sou obrigado a puxá-lo de volta pra não acertar duas garotas que passavam logo atrás, ele me olha meio confuso e então parece enxergar Keyse de novo, um sorriso irônico aparece no rosto dele e ele se estica pra poder passar a mão nela, então dessa vez o empurro um pouco mais forte.
– Não encosta, ok? Quer olhar, olha, mas não encosta nela ou eu não vou pegar leve com você – aviso e ele me empurra de volta, mesmo quase bêbado ele é forte, eu acabo recuando um passo por causa do impacto.
– E quem é você? – ele pergunta me encarando, eu já estava indo pra cima dele quando Keyse entra nosso meio, coloca a mão no ombro dele e então lhe dá uma joelhada entre as pernas tão forte que eu quase sinto sua dor.
– Ele é meu marido, seu imbecil – ela fala e deixa o cara quase jogado no chão se contorcendo de dor, ela se vira pra mim, pega minha mão e nós vamos pra saída – Chega de emoção por hoje – ela fala quando saímos do lugar.
– Você sabe que talvez ele nunca mais tenha filhos né? – eu pergunto e ela ri.
– Então talvez eu devesse ter deixado você quebrar só a cara dele – ela da de ombros e eu também rio – Então, pra onde nós vamos? – ela pergunta abrindo ligeiramente os braços e olhando ao redor.
– Pro hotel – ela faz uma careta e me olha cruzando os braços.
– A noite mal começou, eu não quero voltar pro hotel – ela fala como uma criança birrenta, eu sorrio, me aproximo e a envolvo em meus braços, minha boca subindo pelo seu pescoço até sua orelha.
– Você está incrível nesse vestido, conseguiu toda minha atenção enquanto estava dançando e me olhando daquele jeito e eu acabo de ver você nocauteando um cara, acredite em mim, eu realmente preciso de nós dois dentro de um quarto, com uma cama... Agora – eu falo com a boca encostada na sua orelha, ela abre um sorriso e escorrega o rosto parando a boca na minha.
– Acontece que eu realmente amei aquele sofá da sala – ela fala e morde lentamente o próprio lábio, eu sorrio.
– E eu acho uma pena aquele elevador ser tão rápido – ela solta uma risada alta enquanto joga a cabeça pra trás.
Nós voltamos pro Hotel e enquanto passávamos pela porta do apartamento minha camisa era sendo aberta e ficou jogada por alguma parte do caminho até o sofá, o vestido dela foi jogado pra algum lado que nenhum dos dois se importou em olhar e assim que minha mão começou a percorrer o seu corpo nada mais existia além de nós dois.
Quando acordei no dia seguinte, não encontrei ela na cama e era como se não fizesse sentido ficar mais em uma cama sem ela, então mesmo o relógio marcando 6:30 da manhã eu quase pulei da cama e saí do quarto atrás dela, encontrei ela conversando animadamente com uma moça que terminava de arrumar a mesa do café, Keyse estava sentada de costas pra onde eu estava, me aproximei e levei minha boca até sua orelha.
– Bom dia – sussurrei e ela sorriu aceitando minha boca que desceu pro seu pescoço, então quando olhei pra moça de novo ela estava tão vermelha que poderia explodir, achei um pouco exagerado por que foi só um beijo no pescoço e eu nem exagerei muito, ainda assim ela saiu empurrando o carrinho tão rápido que tive a certeza que ela poderia correr dali – Ela nunca viu um beijo? – pergunto estranhando e achando graça ao mesmo tempo.
– Um beijo sim, agora dado por alguém de cueca, no meio da sala e com esse corpo... talvez não – é então que eu olho pra mim e vejo que estou realmente só de cueca – Pega uma calça antes que a garota tenha um ataque do coração ou pior... Eu tenha que fazê-la ter um ataque do coração – ela fala e eu acabo rindo, beijo sua boca rapidamente e corro pro quarto, pego uma calça jeans e volto pra sala de jantar.
– Posso saber por que você acordou em plena madrugada? – pergunto já pegando um pedaço de queijo.
– Hum, sim... Nós temos um cronograma! – ela fala e balança uma folha branca toda rabiscada – E a primeira coisa da lista começa em... – ela olha o relógio – Vinte minutos!
– O quê? Está querendo ver as pessoas acordando? – pergunto com ironia e ela faz uma careta.
– Deixa de ser preguiçoso! Nós temos pouco tempo e muita coisa, então... Termina o café e coloca uma roupa – ela fala e é a minha vez de fazer uma careta, mas quando acabamos o café eu obedeço e vou me vestir, ela já está pronta e apenas retoca o batom, ela está com um vestido verde escuro na altura do joelho e que fica bem solto no corpo dela, eu coloco uma camisa branca sem botões mas quem tem uma abertura em V, puxo as mangas até meu cotovelo e uma calça preta. Saímos do Hotel e vamos andando até o parque florestal da cidade, um lugar realmente bonito, com diversas arvores e pequenos lagos com chafariz, borboletas e pássaros voando, e mesmo o lugar sendo lindo é incrivelmente diferente de tudo que tem fora dele, na verdade acho que esse é todo o verde que tem aqui, por que do resto são prédios, casas, construções magnificas e tecnologia, nós passamos algumas horas andando e claro nos beijando debaixo de varias arvores diferentes, quando saímos vamos até a segunda parada que não fica muito longe daqui, é um museu que foi criado a alguns anos atrás, vi apenas pela televisão e o que saiu nos jornais, por que mamãe jamais suportaria ter que vir aqui, o museu é sobre os jogos, a tirania de Snow, a guerra, a revolução e a vitória dos rebeldes, ou seja, ele é tudo que ela gostaria de esquecer, mas não posso negar que o lugar é incrível, são uma junção de tuneis que ficam interligados oferecendo a quem visita uma verdadeira viagem ao tempo, salas com televisões mostram vídeos de várias coroações, pedaços dos jogos, evitando partes muito pesadas mas mostrando exatamente o quão cruéis eles poderiam ser, fotos, pertences, restos de algum uniforme, algum objeto que pertenceu aquela determinada arena e vários outros detalhes, mas a partir do 74° Jogos, tudo se resumi a um rosto, Katniss Everdeen, mamãe está em praticamente toda parte, ela correndo ao sair da Cornucópia, ela ajudando aquela menininha que ela ainda chora pela perda, Rue, tem ela ajudando o papai, correndo de bestantes, mas também tem ela e papai dentro de uma caverna, os dois abraçados, um beijo, e eu conheço essa história, por mais que mamãe não gostasse de falar, papai sempre respondia a qualquer uma das minhas perguntas e conforme as aulas iam avançando novas perguntas surgiam, ele me contou sobre como no primeiro jogos mamãe apenas se aliou a ele pra manterem um ao outro vivo, que embora tenha tido toda a fama dos amantes desafortunados, mamãe ainda não era apaixonada por ele, mas acontece que agora dentro dessa sala, vendo as fotos, os pedaços do vídeo deles, a verdade é que ela era sim apaixonada por ele, por que esse olhar é o mesmo que ela tem quando ele aparece, o mesmo brilho que surge quando eles estão juntos e eu só posso desejar que meu amor e da Keyse seja tão forte quanto o deles dois, nós continuamos a visitação e as fotos da Prim, irmã da mamãe e a tia que eu nunca conheci está em destaque em uma das paredes, flores de Primula Noturna que parecem recém colhidas estão em um arranjo próximo a ela e mesmo sem nunca tê-la visto, sinto algo parecido com saudade dentro do meu peito, depois dessa vem uma ultima sala mostrando a vitória dos rebeldes e o inicio do novo mundo onde vivemos, também tem uma foto minha, da Prim e do Pietro, e mesmo com tantas perdas, ainda assim agradeço a coragem deles, por que não consigo me imaginar vivendo num mundo igual o que eles conheceram.
– Eu acho que a gente podia parar pra almoçar agora, o que acha? – pergunto enquanto alcançamos a calçada do museu, ela me olha e sorri.
– Por que essa sugestão sempre tem que vim de você? – ela implica comigo, mas sorri e me beija rapidamente – Vamos, eu também estou com fome – ela acaba concordando e depois de andarmos um pouco, por algumas ruas, achamos um restaurante muito bonito, as vitrines de vidro transparente dão a visão do seu exterior e as mesas com toalhas brancas de seda e pequenos arranjos enfeitando conquistam Keyse, ela me olha sorrindo animada e nós entramos no lugar, somos recebidos por uma mulher toda de branco que nos acompanha até a mesa, chama um garçom e nos deixa com ele, recebemos o cardápio e ele se afasta nos dando tempo para escolher, quando Keyse se decide por um peixe que realmente parece ótimo eu o chamo de volta e fazemos os pedidos, ele nos sugere um vinho e quando nosso prato chega e eu experimento tenho vontade de levantar e parabenizar o cheff, está incrível, sem duvida alguma o melhor peixe que eu já comi, Keyse também está quase suspirando de tão bom, e quando pedimos a sobremesa recebemos mais uma surpresa, consegue ser ainda melhor que o prato principal.
– Eu AMEI esse lugar – ela fala fechando os olhos enquanto saboreia a ultima colher do seu creme de manga com frutas picadas e hortelã.
– Eu poderia viver assim – falo e ela sorri concordando.
Nós saímos do restaurante e continuamos nosso turismo pela Capital, entramos em várias ruas diferentes, praças movimentadas, exposições de joias, tapetes e outras artes, até que Keyse se cansa e pede pra voltarmos pro Hotel, já está caindo a tarde então aceito rapidamente, assim que o elevador se abre no nosso andar um homem de terno cinza e calça preta está parado e sorri quando nos vê, como a cobertura é nossa, eu estranho a presença dele, ele me estica a mão.
– Pyter Mellark – o aperto é firme e sua voz parece amigável – Você não me conhece, meu nome é Claudio Prado... Sei que pode parecer meio inconveniente, mas assim que soube que você estava na cidade tive que arriscar, eu tenho uma proposta pra te fazer – sinto o olhar da Keyse em mim e ela parece tão curiosa e surpresa como eu – Eu prometo que levará apenas alguns minutos! Não quero o roubar de você – ele fala olhando pra Keyse.
– É melhor nem tentar isso – ela fala de um jeito tanto brincalhão quanto firme, mesmo assim ele sorri e aperta sua mão.
– Meus parabéns ao casal!
– Obrigado! Bom... Eu tenho cinco minutos! Nem um a mais! – eu aviso e ele parece satisfeito, nós entramos no apartamento e eu nos guio até a sala.
– Eu tenho que ver uma coisa lá dentro, licença – Keyse avisa me dando um beijo rápido e saindo para o corredor dos quartos e levando algumas sacolas do que que ela comprou.
– E então? – indico para que o homem fale enquanto lhe mostro o sofá e nos sentamos um de frente pro outro – Uma proposta?
– Ah sim! Bom, eu estou com um projeto, na verdade já estamos com quase tudo concluído, para montarmos uma academia de luta! – ele fala e então ganha toda minha atenção – A ideia começou a alguns anos atrás, assim como você, eu sempre gostei de luta, mas infelizmente não tenho todo seu dom – ele brinca com um sorriso – Mas eu sempre continuei com essa paixão, foi quando surgiu a ideia de montarmos um lugar, eu me juntei com alguns amigos, mexemos alguns pauzinhos, falamos com varias pessoas importantes e então a coisa está acontecendo, já temos um lugar, um ginásio inteiro, recheado de todo equipamento que pode ser preciso, temos alguns profissionais também, mas preciso de alguém que respire isso, respire o ar da luta e isso você faz, eu já vi você lutando e é incrível, a técnica, os golpes, sua postura, nunca vi nenhum lutador como você e seria mais do que uma honra tê-lo nesse projeto! – eu ainda estou surpreso e acabo sorrindo elogiado – Nós temos tudo que você precisa, mas estamos abertos a qualquer outra exigência e os alunos que já estão interessados não tem preocupação com o quanto terão que pagar, dinheiro não é o problema, temos ótimos patrocinadores e eu garanto que você não irá se arrepender, vocês podem ficar aqui no Hotel enquanto não acham uma casa ou...
– Ei, ei... Espera aí! – eu o interrompo e ele parece confuso – Nós teríamos que nos mudar pra cá? – ele me olha como se isso fosse obvio.
– O ginásio é aqui! Os treinos, os alunos, então... Sim, teriam que se mudar, mas os gastos serão por nossa conta...
– Eu... Tenho coisas me esperando no Doze, não posso simplesmente largar tudo lá e me mudar pra Capital!
– Pyter, o que eu estou te oferecendo é não só uma vaga num projeto gigante como também uma sociedade, nós seremos os melhores no ramo do esporte...
– Eu entendi isso, só que eu tenho uma vida lá me esperando!
– Sejamos honestos, o que você tem lá de tão especial? Eu andei pesquisando um pouco... Professor de educação física na escola, tem um projeto para crianças que não te dá nenhum lucro, sua esposa trabalha na loja da mãe e é isso... – ele fala com uma expressão de indiferença – Por mais que seus pais tenham uma ótima condição, são eles e não você! – ele fala e para um segundo me olhando esperando o efeito das suas palavras, eu o encaro com atenção – Sua irmã... Pérola... Ela também já está trilhando o próprio caminho, mal consigo ver tv por uma hora sem ver o rosto dela estampado apresentando uma nova coleção e tenho que confessar que mesmo sem entender nada de moda, ela está cada dia melhor... Mas agora o que realmente me deixa intrigado é que mesmo sendo completamente notável o seu talento parece que você ainda está atrás deles... Aulas em uma escola no Doze? Projeto Social? Acho que isso não dá muito dinheiro, dá?
– Não, não dá! – eu confirmo e ele balança a cabeça me olhando.
– Me permita dizer, com todo respeito, que sua esposa é realmente uma mulher linda e de certa forma eu posso dizer que conheço um pouco das mulheres e se me permite um conselho é... Elas custam caro! – ele fala fingindo sussurrar – E tenho certeza que você quer dar tudo de melhor pra ela, certo?
– Certo – concordo e ele sorri.
– Então pense nisso... Uma casa, grande, bonita, em qualquer lugar da cidade, um carro, uma sociedade com um futuro brilhante e dinheiro... Mais a cada dia, você nunca mais iria precisar do dinheiro dos seus pais...
– Eu nem sei o que dizer... É impressionante – eu falo e ele sorri orgulhoso.
– É eu sei! Não faria essa proposta pra qualquer um mas acontece que você não é qualquer um, é talentoso, ambicioso e sabe que não vai encontrar uma proposta melhor que essa por aí...
– Ah com certeza não!
– Nós já estamos com tudo pronto, mas precisamos de algumas revisões suas...
– Sabe o que é mais impressionante? – pergunto e ele me olha um pouco curioso, eu sorrio – O fato de você achar que realmente sabe alguma coisa sobre mim só por que leu alguns jornais e revistas – ele parece ter levado um susto e me olha confuso, eu solto uma risada irônica e me levanto do sofá – Assim como você disse... Sejamos honestos... Você não quer meu apoio só por que eu sou bom, você quer por que sabe exatamente o tamanho da visibilidade que vai ter quando meu nome se juntar nesse projeto... – ele parece não saber o que dizer – E eu digo com o maior prazer do mundo que... Eu quero que você e esse seu projeto nunca mais apareçam na minha frente...
– Pyter, o que eu estou oferecendo é a chance de você ser reconhecido...
– Eu já sou reconhecido! E é por isso que você está aqui! – ele para e se levanta também.
– Eu estou te dando a chance de sair do Doze e começar uma vida de verdade aqui! – eu solto uma risada.
– Eu já tenho uma vida! Uma vida de verdade! – garanto sério e olhando pra ele – Eu não tenho a menor vontade de sair do Doze, e caso isso aconteça algum dia, pode ter certeza que não vai ser por que um filhinho de papai decidiu bancar o empresário e tentar fazer nome em cima de mim...
– Você não tem ideia de quem eu sou!
– Exatamente! Eu não tenho ideia de quem você é! Nunca ouvi seu nome, nunca vi o seu rosto, nunca se quer soube da existência de um Prado... Ao passo que eu acho muito difícil, na verdade quase impossível, você encontrar alguém que não saiba quem eu sou, então sinceramente não tenta me convencer que é você quem está me ajudando! – posso quase sentir a respiração forte sendo expulsa dos pulmões dele quando ele volta a falar.
– Você está jogando fora uma proposta incrível, mais dinheiro do que você conseguiria na escola pelo resto da sua vida, e quanto ao projeto social, você nem ao menos recebe por isso e prefere desperdiçar seu tempo e seu talento assim... Será que sua esposa concorda com tudo isso? – então Keyse aparece no corredor.
– Na verdade eu discordo de uma coisa – ela fala e ele se vira pra ela, depois volta a me olhar com um sorriso vitorioso – Eu ainda não entendi o por que ele ainda não te colocou pra fora! – o sorriso dele fecha e o meu se abre orgulhoso.
– Isso são negócios, colocar qualquer sentimento acima disso é burrice!
– Essa é a parte que eu abro a porta e você sai ou o Pyter pode te ajudar a sair... – ela fala indo até a porta e a abrindo, ele continua parado olhando de um para o outro – Você tem 3 segundos pra decidir... 1, 2... – eu dou um passo pra perto dele, então ele endurece sua expressão e sai passando por mim rapidamente.
– Isso é um erro – ele fala passando pela porta e então Keyse fecha na cara dele, ela se vira pra mim me olhando, então se aproxima.
– Eu já disse o quanto eu tenho orgulho de ser casada com você? – ela pergunta passando os braços pelo meu pescoço, eu sorrio e passo os meus pela sua cintura.
– Humm, acho que não – finjo confusão e ela sorri.
– Mas eu tenho! Muito, muito, muito, muito – sua boca se aproxima tanto da minha que sinto o ar quente saindo da sua boca – Tanto quanto eu te amo!
– Tanto assim?
– Mais! – ela sorri e então me beija – E agora quem precisa de você dentro de um quarto e com uma cama, sou eu! – ela fala e isso me faz soltar uma gargalhada, ela também ri, eu a pego no colo e acelero meus passos para o quarto, assim que a coloco na cama, ela me puxa pela camisa e me dá um beijo tão forte que consegue parar minha respiração – Eu amo você, Pyter Mellark! – ela fala com um sorriso.
– Eu amo você, Keyse Mellark – ela sorri ainda mais e volta a me beijar e nada no mundo me faria parar esse momento.


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